sexta-feira, março 28, 2008

Letramento


Nesta semana, a Secretaria de Educação do Acre iniciou a primeira etapa de letramento para os professores, que, usando outras palavras, quer dizer leitura e escrita para o ensino médio.

Não sei se adianta, mas são quase 20 anos lecionando Língua Portuguesa e Literatura, 16 dedicados ao Acre. Ouço há algum tempo que leitura e escrita dependem da sala de aula, ou seja, do professor. Trata-se de um erro.

O que ocorre em uma sala é extensão da gestão escolar. O diretor pode permanecer ausente sem que o corpo docente lute por qualidade de ensino. Como ele não cobra, como ele não é exemplo, tudo corre solto ou matém aparência de funcionamento.

Nossas escolas dependem de alguns que administram de forma séria e ética a escola, mas isso não é regra. Não há no sistema de ensino um modelo eficiente de gestão pública. Não pode haver qualidade enquanto não houver ótima administração.

A ação ensino-aprendizagem depende de organização escolar eficiente. Em outras palavras, não se qualifica o ensino sem uma nova estrutura. Como diz Bourdieu, estrutura implica relações humanas.

Na escola Heloísa Mourão Marques, coloquei a importância dos conselhos de disciplinas desde 2003 e, somente com a atual gestora, tornou-se uma realidade. Em literatura, conflitos bem específicos existem por causa de um espaço específico, o Conselho de Literatura.

Nesse microespaço, professores discordaram sobre história da literatura. Uns defendem a leitura de textos literários em sala de aula, mas outros não defendem. Ora, segundo minhas leituras, o historicismo literário implica a exclusão da leitura de romance, de poesias.

Sendo assim, como falar sobre letramento?

A revolução faltou ao encontro

No centro de Rio Branco, encontrei-me com um ex-aluno do atual vereador Márcio Batista (PC do B). "Fiquei decepcionado com o Márcio, porque ele chamou a oposição de incivilizada". O ex-aluno referia-se à distribuição de pizza. E continuou. "Quando professor, ele dizia que precisávamos parar os ônibus, a cidade. Hoje, ele chama a oposição de incivilizada, porque deu pizza na Câmara de Vereadores como forma de ironia."

Ele me disse que enviaria um texto a este blog. Estou à espera.

A foto!? Sim, dele: Selmo Melo, da TRIBUNA.

Ronda Gramatical

O Sinteac, quando se propõe a escrever, agride a língua portuguesa. Neste blog, outros cartazes do Sindicato dos Trabalhadores da (e não em) Educação expõem sua luta, que é maltratar a LÍNGUA.
Na foto, além de outros erros, começo a entender de o porquê do Sinteac não "paralizar" a categoria. O Sinteac precisa retornar à escola.