domingo, junho 07, 2009

A leitura não te abraça na escola


A Bienal da Floresta, do Livro e da Leitura, articulada pela Prefeitura de Rio Branco e pelo governo do Estado, administrações do Partido dos Trabalhadores, fechou suas páginas em 7 de junho, sábado.

Não fui a um dia. Queria ter ido à palestra do provocador Márcio Souza, porém o destino não esteve a meu favor.

Uma bienal para a leitura. O governo propagou por meio da televisão e do rádio a importância da leitura, mas, na rede pública de ensino, aluno não é motivado a ler, porque a escola pública não é, pasme-se!, lugar de leitura.

Na escola Heloísa Mourão Marques, onde leciono desde 2003, conheci duas coordenadoras de ensino que achavam inútil ler um bom livro em sala de aula. Nunca mais me equeci de suas inteligências, professoras Nádia e Otacília. "Perda de tempo", diziam. Ignoravam como eu lecionava, nunca assistiram a uma única aula, mas ler em sala, para elas, era desnecessário.

Em 2000, quando lecionei para alunos do ensino fundamental, fui processado pelo diretor da escola Raimundo Gomes - não me lembro dessa outra inteligência - porque, no lugar das aulas de gramática, eu lia Monteiro Lobato para meus alunos.

Lembro-me de minhas leituras no Cerb, em 1998, um colégio estadual de Rio Branco.

Hoje, leio na escola Heloísa Mourão Marques sem problema. Reservo o dia de leitura no auditório da escola por ser muito silencioso, por ser confortável. Nesse espaço, leio, e alguns alunos tecem algumas perguntas. Compreender, interpretar, observações gramaticais, vocabulário.

E pensar que já fui processado por um diretor de escola por ler em sala de aula. Quando eu me lembrar de seu nome, registrá-lo-ei aqui.