Cara, certos autores merecem nossos olhos, merecem nossa atenção. Seu texto exala um perfume poético incomum embora tenha sido escrito por um filósofo. Eu o conheci há oito anos, digo conheci no sentido de ler suas palavras.
Depois, em 2006, eu o reli. Deixei no livro marcas de minha leitura e, após quatro anos, meus olhos debruçaram-se outra vez sobre o parapeito de suas palavras para ver melhor a paisagem, o mundo, a vida.
Hoje, 2010, abro outra vez a janela. Sensual, envolvente, sensível, charmoso, meus olhos são seduzidos mais uma vez por ele, este francês, homem esguio que sabe ser fino com as palavras; que escritor, sim, seu nome, este: Maurice Merleau-Ponty. O livro, A prosa do mundo, de 1969.
Bom apetite!
Leia isto:
"Mas o livro não me interessaria tanto se me falasse apenas do que conheço. De tudo que eu trazia ele serviu-se para atrair-me para mais além. Graças aos signos sobre os quais o autor e eu concordamos, porque falamos a mesma língua, ele me fez justamente acreditar que estávamos no terreno já comum das significações adquiridas e disponíveis. Ele se instalou no meu mundo. Depois, imperceptivelmente, desviou os signos de seu sentido ordinário, e estes me arrastam como um turbilhão para um outro sentido que vou encontrar."
Depois, em 2006, eu o reli. Deixei no livro marcas de minha leitura e, após quatro anos, meus olhos debruçaram-se outra vez sobre o parapeito de suas palavras para ver melhor a paisagem, o mundo, a vida.
Hoje, 2010, abro outra vez a janela. Sensual, envolvente, sensível, charmoso, meus olhos são seduzidos mais uma vez por ele, este francês, homem esguio que sabe ser fino com as palavras; que escritor, sim, seu nome, este: Maurice Merleau-Ponty. O livro, A prosa do mundo, de 1969.
Bom apetite!
Leia isto:
"Mas o livro não me interessaria tanto se me falasse apenas do que conheço. De tudo que eu trazia ele serviu-se para atrair-me para mais além. Graças aos signos sobre os quais o autor e eu concordamos, porque falamos a mesma língua, ele me fez justamente acreditar que estávamos no terreno já comum das significações adquiridas e disponíveis. Ele se instalou no meu mundo. Depois, imperceptivelmente, desviou os signos de seu sentido ordinário, e estes me arrastam como um turbilhão para um outro sentido que vou encontrar."