Voto no PT desde o dia em que esse país retornou à democracia. Mais. Militei no Partido dos Trabalhadores quando Bisol, do PSB, foi vice de Lula, em 1989.
Filiado, fiz teatro de rua no Rio de Janeiro, nos subúrbios, porque sempre acreditei que a "ação estética" é uma forma de sensibilizar os humanos.
Votei em Jorge Viana. Votei em Binho. Votei em Nílson Mourão. Votei em Tião. Votei em Ermício. Votei. Votei. Votei.
Mas uma coisa é defender valores; outra, adular. Uma coisa é criticar de forma ética e propositiva; outra, panfletar a favor ou contra. Uma coisa é lutar por um país melhor; outra, defender seu DAS acima do que é justo.
E aí vai a minha insignificante crítica. Comemorar aniversário em seção eleitoral, convenhamos, é abusar da democracia. Seção eleitoral é lugar de voto, não de bolo e de velinha.
Se a moda pega, comemorarei nas próximas eleições o aniversário da minha bondosa mãe com mesários e com eleitores da seção. Para falar a verdade, não acho boa idéia. Seção eleitoral não tem essa função. Democracia tem limites. Uma seção eleitoral, por exemplo, pertence aos cidadãos, não aos aniversariantes.
Eu não gostaria de ver o Márcio Bittar, do PPS, comemorando seu aniversário em uma seção eleitoral. Se não aprecio tal atitude em outro candidato, político em quem não votei, não posso admitir em um político eleito, também, por mim. É preciso ser justo. Uma seção eleitoral não deve ser particularizada. O "parabéns!" não se destina a uma pessoa quando o espaço se limita a uma seção, mas a um Estado que votou em Binho Marques, do PT. Em uma seção, enfim, é o Estado que está de "parabéns!".