Nesta semana, no centro de Rio Branco, Maria, de 42 anos, pediu-me dinheiro para comprar arroz.
Não tinha ido ainda ao banco e, na carteira magra como Maria, havia um real.
Mas, antes de dar a ela um Deu seja louvado na cédula, entrevistei-a na praça José de Melo.
________ A senhora conhece o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC?
Não.
________ A senhora conhece o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC?
Não.
A senhora tem o que comer hoje?
Na panela de casa, tem feijão.
Na panela de casa, tem feijão.
Por que pede dinheiro?
Para comprar arroz. Não vai comer peixe na Semana Santa?
É muito caro, moço.
Dinheiro faz falta, não é?
Faz.
Para comprar arroz. Não vai comer peixe na Semana Santa?
É muito caro, moço.
Dinheiro faz falta, não é?
Faz.
Por falar em dinheiro, a senhora sabia que salário de ex-governadores do Acre, assim como Deus, é eterno?
Não.
A senhora carrega no rosto os traços do povo. Dona Maria, a senhora sabia que o povo acreano fez uma revolução?
Não.
Por que existe pobreza no mundo?
Porque Deus quer assim.
Não sei, moço.
Dei-lhe o dinheiro, e, na Semana Santa, Maria partiu.
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