e, até lá, farei atualizações esporádicas.
Bom Natal!
Boas Festas!
Que a Justiça Social
prevaleça!
sexta-feira, dezembro 21, 2007
A Beleza do Povo
Antes de viajar, não poderia deixar de paralisar esse momento, o de uma pessoa oposta às colunas sociais e a programas que exibem a ostentação dos ricos.
Trata-se de um outro Brasil, nação que NÃO consome boas roupas, que não tem condições de malhar o corpo em academias. Antes, nos malham com a miséria.
Ainda somos muito pobres, mas, ainda sim, permanecemos erguidos no terminal urbano da capital acreana.
Vergonha do que somos? Mas o que somos?
Somos?!
Trata-se de um outro Brasil, nação que NÃO consome boas roupas, que não tem condições de malhar o corpo em academias. Antes, nos malham com a miséria.
Ainda somos muito pobres, mas, ainda sim, permanecemos erguidos no terminal urbano da capital acreana.
Vergonha do que somos? Mas o que somos?
Somos?!
sábado, dezembro 15, 2007
Férias 5
Beijar pais tão idosos. Rever primos. Abraçar tios. Conversar com velhos amigos. Dizer ao irmaõ que o amo.
A partir de hoje, não atualizarei este blog com freqüência. Com freqüência mesmo, só depois de 25 de fevereiro.
Ao chegar em Maricá, primeiro, beijar meus pais e meu amado irmão. Depois, descansar alguns dias, resolver problemas familiares, ir ao teatro, ao cinema, visitar parentes.
A partir de hoje, não atualizarei este blog com freqüência. Com freqüência mesmo, só depois de 25 de fevereiro.
Ao chegar em Maricá, primeiro, beijar meus pais e meu amado irmão. Depois, descansar alguns dias, resolver problemas familiares, ir ao teatro, ao cinema, visitar parentes.
E, claro, uns três livros para eu ler nas férias.
Um abraço fraterno no destino de meus semelhantes e, aos teus olhos, oferto esta bela poesia de Fernando Pessoa .
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Um abraço fraterno no destino de meus semelhantes e, aos teus olhos, oferto esta bela poesia de Fernando Pessoa .
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Férias 1
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Meus alunos (1)
É possível haver igreja sem ordem? É viável uma secretaria de educação sem ordem? O que seria do Judiciário se não houvesse ordem?
Ergue-se uma família na desordem?
Neste ano, por causa de uma direção sem direção, a escola não manteve a sua devida ordem. A maioria dos alunos, no entanto, encarou o desafio de freqüentar minhas aulas.
Se fui exigente, acreditem, a vida será muito mais.
Um abraço fraterno em seus destinos, turma D, no caso, uma minoria na foto.
Ergue-se uma família na desordem?
Neste ano, por causa de uma direção sem direção, a escola não manteve a sua devida ordem. A maioria dos alunos, no entanto, encarou o desafio de freqüentar minhas aulas.
Se fui exigente, acreditem, a vida será muito mais.
Um abraço fraterno em seus destinos, turma D, no caso, uma minoria na foto.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Redação na escola HMM
Em 2008, a escola Heloísa Mourão Marques começará a ser outra. Conversando com a futura gestora, professora Osmarina, ficarei responsável pela redação do 3o ano.
Minha meta: elevar o índice da escola no Enem. Além disso, trabalhar muito para que alunos consigam ótimas notas na redação da Universidade Federal do Acre.
Toda aula de gramática gravitará em torno da produção textual. Nas redações, os alunos ignoram o uso correto da vírgula. Trata-se de uma realidade. Dessa forma, o professor de gramática, com a área de Escrita e de Leitura, criará exercícios relacionados à vírgula.
Só mudaremos de conteúdo quando uma porcentagem de alunos - a ser definida - responder corretamente aos exercícios.
Outra questão: leitura. Definiremos quais conteúdos serão lidos, sendo que as marcações textuais surgirão conforme os problemas redacionais do corpo discente. Uma dessas marcações: verbos.
As aulas de redação serão iniciadas com leitura. Os alunos usarão um livro de redação.
As reuniões da área deverão ser sistemáticas para que o corpo docente reflita de forma madura sobre sua prática na escola.
Como é saboroso transformar a vida de nosso semelhante para melhor, mas, para tanto, três palavras são vitais: Ordem, Disciplina e Paixão.
Minha meta: elevar o índice da escola no Enem. Além disso, trabalhar muito para que alunos consigam ótimas notas na redação da Universidade Federal do Acre.
Toda aula de gramática gravitará em torno da produção textual. Nas redações, os alunos ignoram o uso correto da vírgula. Trata-se de uma realidade. Dessa forma, o professor de gramática, com a área de Escrita e de Leitura, criará exercícios relacionados à vírgula.
Só mudaremos de conteúdo quando uma porcentagem de alunos - a ser definida - responder corretamente aos exercícios.
Outra questão: leitura. Definiremos quais conteúdos serão lidos, sendo que as marcações textuais surgirão conforme os problemas redacionais do corpo discente. Uma dessas marcações: verbos.
As aulas de redação serão iniciadas com leitura. Os alunos usarão um livro de redação.
As reuniões da área deverão ser sistemáticas para que o corpo docente reflita de forma madura sobre sua prática na escola.
Como é saboroso transformar a vida de nosso semelhante para melhor, mas, para tanto, três palavras são vitais: Ordem, Disciplina e Paixão.
O gabarito da Copeve
A Copeve, responsável pelas provas da Universidade Federal do Acre, tem uma capacidade incrível de evocar o sobrenatural. Ontem, ela publicou o gabarito do vestibular.
Até aí, tudo bem. O problema é que os vestibulando precisarão consultar os búzios para saber que questões eles marcaram, porque a Copeve não permitiu que os alunos levassem as provas para casa.
Você se lembra da questão de...
Até aí, tudo bem. O problema é que os vestibulando precisarão consultar os búzios para saber que questões eles marcaram, porque a Copeve não permitiu que os alunos levassem as provas para casa.
Você se lembra da questão de...
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Admirável Rato Novo
Cientistas da Universidade de Tóquio criaram um tipo de rato geneticamnete modificado que não tem medo de gato.
Os pesquisadores retiraram do cérebro do animal receptores que permitem que ele sinta o cheiro do predador.
Agora, ao chegar perto do felino, o rato não corre nem se finge de morto. Ao contrário, ele começa a cheirar o "inimigo" e ameaça até a brincar com o gato.
Segundo o cientista Ko Kobayakawa, os ratos têm medo dos gatos porque são naturalmente condicionados a reagir com medo ao sentir o cheiro do predador.
Kobayakawa afirmou que o princípio pode ser aplicado a outros mamíferos, fazendo com que eles deixem de ter medo de seus inimigos naturais.
Propaganda
Na semana passada, gravei um programa do governo da Frente Popular, reconhecendo os números favoráveis no ensino médio segundo o Enem. Fui criticado por alguns.
"Você critica o governo e faz propaganda?", perguntou uma inteligência. Eu respondi: "Olha, eu amo a minha mãe, mas eu a critico quando ela comete erros."
A crítica no estádio das idéias é muito positiva, porque contribui para o processo democrático. Não sou a favor da adulação, visto que anula o discernimento entre o que é e o que pode ser melhor. Prefiro um governo de esquerda a um (des)governo de um PFL (ou DEM), por exemplo.
A Frente Popular alterou a educação para melhor, não se trata de uma revolução, mas a transformou. Há erros, mas não erros de canalhas, de hienas; são erros de pessoas que apresentam limites.
Espero que a Frente Popular continue por muito tempo no poder, com as minhas críticas lúcidas e sinceras.
"Você critica o governo e faz propaganda?", perguntou uma inteligência. Eu respondi: "Olha, eu amo a minha mãe, mas eu a critico quando ela comete erros."
A crítica no estádio das idéias é muito positiva, porque contribui para o processo democrático. Não sou a favor da adulação, visto que anula o discernimento entre o que é e o que pode ser melhor. Prefiro um governo de esquerda a um (des)governo de um PFL (ou DEM), por exemplo.
A Frente Popular alterou a educação para melhor, não se trata de uma revolução, mas a transformou. Há erros, mas não erros de canalhas, de hienas; são erros de pessoas que apresentam limites.
Espero que a Frente Popular continue por muito tempo no poder, com as minhas críticas lúcidas e sinceras.
terça-feira, dezembro 11, 2007
Focas
A TRIBUNA abriu as portas para os focas. Hoje, cinco se apresentaram e cada um escreveu uma matéria com 20 linhas. De um modo geral, os textos são ruins. Alguns passaram e outros estudam ainda na faculdade de jornalismo.
Abaixo, um fragmento de texto de um foca e, com ele, meus breves comentários.
Abaixo, um fragmento de texto de um foca e, com ele, meus breves comentários.
____________________________
Na madrugada do ultimo sábado dia 8, Maria do Carmo de Souza foi brutamente espancada por seu companheiro Geilson de Souza.
Na madrugada do ultimo sábado dia 8, Maria do Carmo de Souza foi brutamente espancada por seu companheiro Geilson de Souza.
Primeiro parágrafo
1. De cara, não domina o uso correto da vírgula;
2. Claro, se foi espancada, só pode ser de forma bruta. Não alguém que espanca de maneira suave, delicada; e
3. Deveria usar a voz ativa: Geilson de Souza espancou sua esposa Maria do Carmo de Souza.
Reconstrução
Na madrugada do dia 8 de dezembro, sábado, Geilson de Souza espancou sua esposa Maria do Carmo de Souza.
Maria do Carmo era moradora do município de Acrelandia localizado a 180 km de Rio Branco, onde mora com duas filhas, uma de 6 e 8 anos, e seu companheiro Geilson há mais de 10 anos.
Ocorreu que na noite de sexta-feira ela e algumas amigas resolveram dá uma passada na casa de uma prima, já era quase 1 da manhã quando saíram dessa residência.
Segundo parágrafo
4. Criou o segundo parágrafo sem necessidade, porque informações do segundo poderiam estar no primeiro:
Na madrugada do dia 8 de dezembro, sábado, Geilson de Souza espancou sua esposa Maria do Carmo de Souza, mãe de uma criança de 6 anos e outra de 8. Os dois são casados há mais de 10 anos. Essa violência doméstica ocorreu em Acrelândia, 180 km de Rio Branco; e
5. Poderia ter criado o segundo parágrafo quando escreveu "ocorreu que na noite de sexta-feira".
_____________________________
As faculdades de jornalismo têm a obrigação de ensinar o aluno a escrever bem. Sair de uma faculdade sem saber usar, por exemplo, as vírgulas implica encontrar dificuldades na hora de escrever um texto para ser foca de uma redação de jornal.
As faculdades de jornalismo têm a obrigação de ensinar o aluno a escrever bem. Sair de uma faculdade sem saber usar, por exemplo, as vírgulas implica encontrar dificuldades na hora de escrever um texto para ser foca de uma redação de jornal.
segunda-feira, dezembro 10, 2007
sábado, dezembro 08, 2007
Clarice Lispector
Por que lemos narrativas ficcionais? Lá fora, a realidade não transfigura os objetos. A superfície da realidade encontra-se aprisionada em si mesma. A essa superfície, fixa-se a linguagem ordinária.
Em Signos, Maurice Merleau-Ponty escreve:
"É preciso que ela seja poesia, isto é, que desperte e reconvoque por inteiro o nosso puro poder de expressar, para além das coisas já ditas ou já vistas."
Clarice é senhora de uma narrativa em que pulsa as inquietações do eu-lírico a fim de que a superfície seja transfigurada, por exemplo, em A Hora da Estrela.
A realidade por meio de sua narrativa passa por uma "deformação coerente", diria Ponty. Tamanha deformação expulsa a superfície dos objetos e da realidade.
Profunda, Clarice não pode ser entendida por leitores superficiais.
Hoje, sem que muitos saibam, ela faleceu há 30 anos, em 9 de dezembro de 1977.
Em Signos, Maurice Merleau-Ponty escreve:
"É preciso que ela seja poesia, isto é, que desperte e reconvoque por inteiro o nosso puro poder de expressar, para além das coisas já ditas ou já vistas."
Clarice é senhora de uma narrativa em que pulsa as inquietações do eu-lírico a fim de que a superfície seja transfigurada, por exemplo, em A Hora da Estrela.
A realidade por meio de sua narrativa passa por uma "deformação coerente", diria Ponty. Tamanha deformação expulsa a superfície dos objetos e da realidade.
Profunda, Clarice não pode ser entendida por leitores superficiais.
Hoje, sem que muitos saibam, ela faleceu há 30 anos, em 9 de dezembro de 1977.
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Da revista CUT
Gilles Lipovetsky, 63, é um dos mais conhecidos pensadores atuais. Professor da Universidade de Grenoble, seu pensamento tem tido certa fecundidade não apenas no mundo acadêmico ou nos círculos filosóficos, mas também em outros universos, como o das artes, da educação, da psicologia, da política...e...do luxo.
O interesse pelo mundo do luxo e da moda tem sido a prova de que inúmeros e inusitados elementos da experiência humana fornecem a Gilles Lipovetsky ocasião para aprofundar o sentido dessa experiência. Nesse trabalho de aprofundamento, não há desprezo pelo cotidiano nem pelo que parece fútil ou frívolo.
Ao contrário, procurando redefinir o individualismo, Gilles Lipovetsky acrescenta novas misturas à palheta utilizada pelas filosofias atuais para pintar o indivíduo, como se pode perceber pela entrevista bem humorada que ele gentil e muito simpaticamente concedeu por telefone à CULT.
CULT - Como o senhor chegou ao universo do luxo como domínio de pesquisa filosófica? Poderia nos contar um pouco do trajeto de sua formação?
GILLES LIPOVETSKY - Tenho uma formação de filósofo; estudei filosofia na Sorbonne e depois ensinei muitos anos a filosofia mais tradicional, quer dizer, a história da filosofia. Autores como Platão, Kant, Hegel etc. Meus interesses voltavam-se, sobretudo, para a compreensão da história e da vida social, ligados, provavelmente, à minha formação marxista. Meus interesses se fixavam na observação do mundo e suas transformações. Distanciei-me, porém, do marxismo, sobretudo no que dizia respeito à noção de alienação, pois toda cultura de massas era vista como algo alienado. Interessei-me, então, pelas questões que geralmente são desprezadas pelos filósofos. Platão, por exemplo, não gosta da caverna. Para ele, é necessário sair para contemplar a beleza das idéias eternas, inteligíveis. Ao contrário, eu me interesso mais pela caverna; pretendo iluminá-la, sem precisar sair dela. Foi assim que me interessei pelos objetos mais desprezíveis para a maioria dos filósofos, como a publicidade, o lazer, o consumo, a moda, a maquiagem. O luxo, então, foi uma continuidade de tudo isso. Mas não falo apenas segundo um interesse pessoal, porque a moda ou o luxo não me interessam senão ao espírito; parece-me que tudo isso exprime muitas coisas de nossa época, da cultura, da psicologia e da natureza de nossa sociedade.
CULT - Mas, ao mesmo tempo, o senhor não ficou desgostoso com esse universo...
G.L. - Bem... Desgostoso não...
CULT - É que o senhor vinha de uma formação marxista, e muitos marxistas são radicais com respeito à condenação desse gênero de interesse...
G.L. - Eles têm um reflexo moral inteiramente justo, porque é verdade que há algo de escandaloso no luxo. Eu li, por exemplo, recentemente, que está retornando, na moda masculina, a utilização da pele de crocodilo. Em algumas marcas, uma jaqueta masculina chega a custar 80 mil dólares. Quando vemos algo assim, é difícil - como você diz - não ficar desgostoso. Porém, o que me interessa mais é o luxo acessível, não um luxo Rolls-Royce...Quis, de início, saber por que a indústria do luxo, no momento da globalização, mudou seus rumos. Hoje, mais da metade dos europeus compra ao menos uma marca de luxo por ano; tem-se tornado um fenômeno democrático. E não se trata de luxo que escandaliza. Comprar um vidro de perfume, um batom, uma bolsa de mil ou 2 mil dólares não é algo escandaloso. Talvez seja ridículo, mas não escandaloso. Esse é o luxo que me interessa, assim como também tenho interesse pelas técnicas de marketing, os novos modelos de lojas, pois isso toca a todos nós; trata-se de um fenômeno estético de nosso mundo. Se vemos as boutiques, nas cidades, não podemos negar que são belas. Isso é diferente de uma Daslu, por exemplo. Daslu é algo mais escandaloso...Pode-se chegar lá de helicóptero...Há favelas em volta...É chocante. Daslu é quase uma provocação. Mas, nas cidades, quando as marcas de luxo constroem grandes prédios, fazem belas lojas etc., as pessoas entram, vão ver, pois os espaços são abertos a todo mundo. Trata-se de um luxo acessível, relativamente democrático. O outro luxo, voltado para milionários, não me interessa. Esse é um universo que eu não conheço. Numa palavra, o que me interessa é o fenômeno da democratização do luxo.
CULT - Mas seria desejável tornar o luxo mais democrático? O que o luxo diz sobre a natureza humana?
G.L. - Já Shakespeare notava que, se acabarmos com os objetos de luxo, não teremos nada além de animalidade. O que o luxo diz é que o homem não se contenta apenas com a satisfação de suas necessidades naturais. Há, acima de tudo, uma busca de excesso, de ultrapassamento da simples naturalidade. Além disso, o luxo não é simplesmente uma demonstração de riqueza. Pode o ser, mas esse não parece o seu sentido. Há uma busca de beleza no luxo; uma busca de sensualidade. Há um gosto por tudo o que é refinado. Isso exprime, ao mesmo tempo, a competição entre os homens - é por isso que se trata de algo universal, pois os homens, desde sempre, rivalizaram por riquezas. Haveria, ainda, uma questão muito delicada: a arte faz parte do luxo ou não? Penso que sim. Costumamos deixar isso de lado, porque a arte tem uma dimensão espiritual, com referências ao sagrado, à Beleza, mas, se consideramos o preço de uma obra de arte, vemos que estamos muito próximos de um objeto de luxo. Essa é a razão pela qual as pessoas mais ricas, hoje, estão se tornando colecionadoras de arte contemporânea. Creio que o luxo testemunha o fato de o homem, como dizia Bataille, ser negatividade: ele não se satisfaz com o que tem, mas quer sempre mais.
CULT - Mas um objeto de luxo é necessariamente belo? Um artista não pode desejar o feio?
G.L. - Se adotarmos um olhar antropológico sobre o luxo, veremos que ele não esteve sempre associado a coisas belas. Em algumas sociedades, alguns animais tinham valor especial, como os cães para os esquimós. Isso aparece como luxo, mas não se trata necessariamente de beleza. É verdade que, a partir de um certo momento, o luxo e a beleza foram ligados, mas hoje ainda há produtos de luxo que não são necessariamente belos. Por exemplo, quando viajamos em primeira classe de avião: a decoração é a mesma que a da segunda classe ou da classe econômica. O que faz, então, o produto de luxo não é necessariamente a beleza, mas o bem-estar. Para dar uma palavrinha sobre a Beleza, eu diria que, atualmente, ela se "democratizou": a maior parte das pessoas vê mais coisas belas hoje em dia (na televisão, nas revistas, na publicidade etc.); nós consumimos beleza non stop. Vemos a beleza por todos os lados; certos produtos são acessíveis quase a todo mundo, como, por exemplo, os cosméticos. Talvez não as grandes marcas, mas já faz quase um século que os cosméticos se tornaram acessíveis a praticamente todas as pessoas das sociedades desenvolvidas. Nesse contexto, há novos mercados de luxo à procura de algo que está além da simples beleza. Isso remete muito mais à sensação do que à beleza...
O interesse pelo mundo do luxo e da moda tem sido a prova de que inúmeros e inusitados elementos da experiência humana fornecem a Gilles Lipovetsky ocasião para aprofundar o sentido dessa experiência. Nesse trabalho de aprofundamento, não há desprezo pelo cotidiano nem pelo que parece fútil ou frívolo.
Ao contrário, procurando redefinir o individualismo, Gilles Lipovetsky acrescenta novas misturas à palheta utilizada pelas filosofias atuais para pintar o indivíduo, como se pode perceber pela entrevista bem humorada que ele gentil e muito simpaticamente concedeu por telefone à CULT.
CULT - Como o senhor chegou ao universo do luxo como domínio de pesquisa filosófica? Poderia nos contar um pouco do trajeto de sua formação?
GILLES LIPOVETSKY - Tenho uma formação de filósofo; estudei filosofia na Sorbonne e depois ensinei muitos anos a filosofia mais tradicional, quer dizer, a história da filosofia. Autores como Platão, Kant, Hegel etc. Meus interesses voltavam-se, sobretudo, para a compreensão da história e da vida social, ligados, provavelmente, à minha formação marxista. Meus interesses se fixavam na observação do mundo e suas transformações. Distanciei-me, porém, do marxismo, sobretudo no que dizia respeito à noção de alienação, pois toda cultura de massas era vista como algo alienado. Interessei-me, então, pelas questões que geralmente são desprezadas pelos filósofos. Platão, por exemplo, não gosta da caverna. Para ele, é necessário sair para contemplar a beleza das idéias eternas, inteligíveis. Ao contrário, eu me interesso mais pela caverna; pretendo iluminá-la, sem precisar sair dela. Foi assim que me interessei pelos objetos mais desprezíveis para a maioria dos filósofos, como a publicidade, o lazer, o consumo, a moda, a maquiagem. O luxo, então, foi uma continuidade de tudo isso. Mas não falo apenas segundo um interesse pessoal, porque a moda ou o luxo não me interessam senão ao espírito; parece-me que tudo isso exprime muitas coisas de nossa época, da cultura, da psicologia e da natureza de nossa sociedade.
CULT - Mas, ao mesmo tempo, o senhor não ficou desgostoso com esse universo...
G.L. - Bem... Desgostoso não...
CULT - É que o senhor vinha de uma formação marxista, e muitos marxistas são radicais com respeito à condenação desse gênero de interesse...
G.L. - Eles têm um reflexo moral inteiramente justo, porque é verdade que há algo de escandaloso no luxo. Eu li, por exemplo, recentemente, que está retornando, na moda masculina, a utilização da pele de crocodilo. Em algumas marcas, uma jaqueta masculina chega a custar 80 mil dólares. Quando vemos algo assim, é difícil - como você diz - não ficar desgostoso. Porém, o que me interessa mais é o luxo acessível, não um luxo Rolls-Royce...Quis, de início, saber por que a indústria do luxo, no momento da globalização, mudou seus rumos. Hoje, mais da metade dos europeus compra ao menos uma marca de luxo por ano; tem-se tornado um fenômeno democrático. E não se trata de luxo que escandaliza. Comprar um vidro de perfume, um batom, uma bolsa de mil ou 2 mil dólares não é algo escandaloso. Talvez seja ridículo, mas não escandaloso. Esse é o luxo que me interessa, assim como também tenho interesse pelas técnicas de marketing, os novos modelos de lojas, pois isso toca a todos nós; trata-se de um fenômeno estético de nosso mundo. Se vemos as boutiques, nas cidades, não podemos negar que são belas. Isso é diferente de uma Daslu, por exemplo. Daslu é algo mais escandaloso...Pode-se chegar lá de helicóptero...Há favelas em volta...É chocante. Daslu é quase uma provocação. Mas, nas cidades, quando as marcas de luxo constroem grandes prédios, fazem belas lojas etc., as pessoas entram, vão ver, pois os espaços são abertos a todo mundo. Trata-se de um luxo acessível, relativamente democrático. O outro luxo, voltado para milionários, não me interessa. Esse é um universo que eu não conheço. Numa palavra, o que me interessa é o fenômeno da democratização do luxo.
CULT - Mas seria desejável tornar o luxo mais democrático? O que o luxo diz sobre a natureza humana?
G.L. - Já Shakespeare notava que, se acabarmos com os objetos de luxo, não teremos nada além de animalidade. O que o luxo diz é que o homem não se contenta apenas com a satisfação de suas necessidades naturais. Há, acima de tudo, uma busca de excesso, de ultrapassamento da simples naturalidade. Além disso, o luxo não é simplesmente uma demonstração de riqueza. Pode o ser, mas esse não parece o seu sentido. Há uma busca de beleza no luxo; uma busca de sensualidade. Há um gosto por tudo o que é refinado. Isso exprime, ao mesmo tempo, a competição entre os homens - é por isso que se trata de algo universal, pois os homens, desde sempre, rivalizaram por riquezas. Haveria, ainda, uma questão muito delicada: a arte faz parte do luxo ou não? Penso que sim. Costumamos deixar isso de lado, porque a arte tem uma dimensão espiritual, com referências ao sagrado, à Beleza, mas, se consideramos o preço de uma obra de arte, vemos que estamos muito próximos de um objeto de luxo. Essa é a razão pela qual as pessoas mais ricas, hoje, estão se tornando colecionadoras de arte contemporânea. Creio que o luxo testemunha o fato de o homem, como dizia Bataille, ser negatividade: ele não se satisfaz com o que tem, mas quer sempre mais.
CULT - Mas um objeto de luxo é necessariamente belo? Um artista não pode desejar o feio?
G.L. - Se adotarmos um olhar antropológico sobre o luxo, veremos que ele não esteve sempre associado a coisas belas. Em algumas sociedades, alguns animais tinham valor especial, como os cães para os esquimós. Isso aparece como luxo, mas não se trata necessariamente de beleza. É verdade que, a partir de um certo momento, o luxo e a beleza foram ligados, mas hoje ainda há produtos de luxo que não são necessariamente belos. Por exemplo, quando viajamos em primeira classe de avião: a decoração é a mesma que a da segunda classe ou da classe econômica. O que faz, então, o produto de luxo não é necessariamente a beleza, mas o bem-estar. Para dar uma palavrinha sobre a Beleza, eu diria que, atualmente, ela se "democratizou": a maior parte das pessoas vê mais coisas belas hoje em dia (na televisão, nas revistas, na publicidade etc.); nós consumimos beleza non stop. Vemos a beleza por todos os lados; certos produtos são acessíveis quase a todo mundo, como, por exemplo, os cosméticos. Talvez não as grandes marcas, mas já faz quase um século que os cosméticos se tornaram acessíveis a praticamente todas as pessoas das sociedades desenvolvidas. Nesse contexto, há novos mercados de luxo à procura de algo que está além da simples beleza. Isso remete muito mais à sensação do que à beleza...
Violência contra o Homem
"Maria Rosimeire Lima da Silva (33) foi levada, na noite de anteontem, à Delegacia Central de Polícia. Ela foi denunciada pelo ex-marido Edvan Vieira da Silva (51) de ir à sua casa para perturbar seu sossego. Depois de um acordo comum, acabou liberada."
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Férias (1)
Em pleno momento de transição, a gestora Lúcia, da escola Heloísa Mourão Marques, entrou com pedido de férias. Não se sabe se tal pedido passou, primeiro, pelo Conselho Escolar.
Na Secretaria de Educação, algumas pessoas comentaram que as férias surgiram em um momento impróprio, porque a atual gestora deveria preparar todo processo de transição para e com a professora Osmarina, a futura diretora.
Na Secretaria de Educação, algumas pessoas comentaram que as férias surgiram em um momento impróprio, porque a atual gestora deveria preparar todo processo de transição para e com a professora Osmarina, a futura diretora.
Por uma nova e melhor escola pública
Hoje, conversei com duas amigas, mulheres inteligentes que lecionam na escola Heloísa Mourão Marques: as professoras Osmarina (Geografia) e Alessandra (Literatura e Língua Portuguesa). Esta foi minha ótima aluna na Universidade Federal do Acre; e aquela, futura gestora da escola a partir de 2 de fevereiro.
Osmarina apresentou uma ótima idéia para qualificar o ensino da escrita e da leitura em 2008, qual seja: dois professores exclusivos para as aulas de Produção Textual. Alessandra gostou.
Disse a elas que precisaremos construir uma apostila ou um material didático para a produção de texto. Os professores que lecionarem Gramática e Literatura deverão gravitar ao redor da Produção Textual.
Serei claro. Em todas as redações, os alunos não sabem usar, por exemplo, vírgula e acentuação. Assim sendo, o professor de Gramática aplicará muito exercício para eliminar os erros de vírgula e de acentuação. Sua gramática sairá conforme os problemas redacionais.
O professor de Literatura, por sua vez, trabalhará com textos poético e narrativo, observando neles, por exemplo, pronomes oblíquos, porque tais pronomes não aparecem nas redações.
São dois exemplos, mas poderemos ampliar essa idéia por causa de uma nova prática.
Tenho certeza de que a escola Heloísa Mourão Marques contribuirá para que o ensino público acreano consiga elevar mais ainda seus índices no Enem.
Osmarina apresentou uma ótima idéia para qualificar o ensino da escrita e da leitura em 2008, qual seja: dois professores exclusivos para as aulas de Produção Textual. Alessandra gostou.
Disse a elas que precisaremos construir uma apostila ou um material didático para a produção de texto. Os professores que lecionarem Gramática e Literatura deverão gravitar ao redor da Produção Textual.
Serei claro. Em todas as redações, os alunos não sabem usar, por exemplo, vírgula e acentuação. Assim sendo, o professor de Gramática aplicará muito exercício para eliminar os erros de vírgula e de acentuação. Sua gramática sairá conforme os problemas redacionais.
O professor de Literatura, por sua vez, trabalhará com textos poético e narrativo, observando neles, por exemplo, pronomes oblíquos, porque tais pronomes não aparecem nas redações.
São dois exemplos, mas poderemos ampliar essa idéia por causa de uma nova prática.
Tenho certeza de que a escola Heloísa Mourão Marques contribuirá para que o ensino público acreano consiga elevar mais ainda seus índices no Enem.
quarta-feira, dezembro 05, 2007
Matéria de Josafá Batista
Acre fica em 20º em Exame Nacional
de Leitura, de Ciências e de Matemática
Os alunos do Acre ficaram em 20º lugar em um exame do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ainda de acordo com o exame, o Brasil está entre os cinco últimos colocados nas avaliações de ciências, matemática e leitura.
Na divisão por setores avaliados, os alunos do Acre ficaram em 24º lugar em Leitura e em 19º lugar em Ciências e Matemática, em comparação com o desempenho de estudantes dos demais Estados brasileiros. Foram avaliados 9.292 alunos em agosto de 2006, em 625 escolas de 390 municípios de todos os Estados.
Em Ciências, os Estados que apresentaram melhor desempenho foram: Distrito Federal, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Sergipe, Goiás e Rondônia.
Em Leitura, cuja média nacional foi de 393 pontos, dez Estados ficaram acima da média: Santa Catarina, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná, Rondônia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Sergipe, Espírito Santo e Paraíba.
A melhor média estadual em Matemática foi alcançada pelos estudantes do Distrito Federal. Além deles, ultrapassaram a média nacional os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sergipe, Espírito Santo, Goiás e Rondônia.
As médias gerais dos países ricos da OCDE são 500 pontos em Ciências, 492 em Leitura e 498 em Matemática. Os brasileiros que participaram do programa conseguiram média de 393 pontos em Leitura, 380 em Matemática e 390 pontos em Ciências, área prioritária na edição de 2006.
As médias obtidas pelo Acre foram 366 em Ciências, 346 em Matemática e 356 em Leitura.
Meninas são melhores em leitura
Os resultados do Pisa mostram alguns detalhes da realidade educacional acreana que podem contribuir na elaboração de políticas públicas. Apontam, por exemplo, para uma acentuada diferença de desempenho por gênero.
Enquanto meninos são melhores em Matemática e Ciências, as meninas os superam em Leitura.
Em Ciências constata-se uma pequena diferença: meninas ficaram com 362 pontos e meninos com 372. A vantagem, portanto, é de apenas 10 pontos. Essa diferença aumenta para 15 pontos nas médias de Matemática, onde mulheres tiveram 340 pontos e homens, 355.
Mas quando o assunto é Leitura as meninas tiveram nada menos que 16 pontos a mais: foram 367 delas a 347 deles.
Para o seu filho ler
. Os alunos brasileiros não estão conseguindo aprender matemática como deveriam. Isso é muito ruim, porque saber matemática não serve só para fazer contas, tirar uma nota boa na prova e passar de ano.
. Quem não sabe lidar com os números se atrapalha nas tarefas mais simples e pode acabar gastando mais dinheiro do que tem. Quem sabe bem matemática consegue calcular o que dá pra fazer com a mesada e ver se o troco que recebeu em uma compra está certo.
. Mas não é só isso. A matemática pode ajudar as pessoas a pensar melhor. O aluno que aprende a fazer cálculos melhora o raciocínio e a lógica. Isso ajuda a fazer escolhas, tirar conclusões, desenvolver novas idéias, se concentrar mais e encontrar soluções em momentos importantes da vida.
de Leitura, de Ciências e de Matemática
Os alunos do Acre ficaram em 20º lugar em um exame do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ainda de acordo com o exame, o Brasil está entre os cinco últimos colocados nas avaliações de ciências, matemática e leitura.
Na divisão por setores avaliados, os alunos do Acre ficaram em 24º lugar em Leitura e em 19º lugar em Ciências e Matemática, em comparação com o desempenho de estudantes dos demais Estados brasileiros. Foram avaliados 9.292 alunos em agosto de 2006, em 625 escolas de 390 municípios de todos os Estados.
Em Ciências, os Estados que apresentaram melhor desempenho foram: Distrito Federal, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Sergipe, Goiás e Rondônia.
Em Leitura, cuja média nacional foi de 393 pontos, dez Estados ficaram acima da média: Santa Catarina, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná, Rondônia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Sergipe, Espírito Santo e Paraíba.
A melhor média estadual em Matemática foi alcançada pelos estudantes do Distrito Federal. Além deles, ultrapassaram a média nacional os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sergipe, Espírito Santo, Goiás e Rondônia.
As médias gerais dos países ricos da OCDE são 500 pontos em Ciências, 492 em Leitura e 498 em Matemática. Os brasileiros que participaram do programa conseguiram média de 393 pontos em Leitura, 380 em Matemática e 390 pontos em Ciências, área prioritária na edição de 2006.
As médias obtidas pelo Acre foram 366 em Ciências, 346 em Matemática e 356 em Leitura.
Meninas são melhores em leitura
Os resultados do Pisa mostram alguns detalhes da realidade educacional acreana que podem contribuir na elaboração de políticas públicas. Apontam, por exemplo, para uma acentuada diferença de desempenho por gênero.
Enquanto meninos são melhores em Matemática e Ciências, as meninas os superam em Leitura.
Em Ciências constata-se uma pequena diferença: meninas ficaram com 362 pontos e meninos com 372. A vantagem, portanto, é de apenas 10 pontos. Essa diferença aumenta para 15 pontos nas médias de Matemática, onde mulheres tiveram 340 pontos e homens, 355.
Mas quando o assunto é Leitura as meninas tiveram nada menos que 16 pontos a mais: foram 367 delas a 347 deles.
Para o seu filho ler
. Os alunos brasileiros não estão conseguindo aprender matemática como deveriam. Isso é muito ruim, porque saber matemática não serve só para fazer contas, tirar uma nota boa na prova e passar de ano.
. Quem não sabe lidar com os números se atrapalha nas tarefas mais simples e pode acabar gastando mais dinheiro do que tem. Quem sabe bem matemática consegue calcular o que dá pra fazer com a mesada e ver se o troco que recebeu em uma compra está certo.
. Mas não é só isso. A matemática pode ajudar as pessoas a pensar melhor. O aluno que aprende a fazer cálculos melhora o raciocínio e a lógica. Isso ajuda a fazer escolhas, tirar conclusões, desenvolver novas idéias, se concentrar mais e encontrar soluções em momentos importantes da vida.
terça-feira, dezembro 04, 2007
Nunca fomos campeões do mundo
2006
Entre 57 países
Ciências
1. Finlândia - 563,32
52. Brasil - 390,33
Entre 56 países
Leitura
1. Coréia - 556,02
49. Brasil - 392,89
Entre 57 países
Matemática
1. China (Taiwan) - 549,36
54. Brasil - 369,52
Entre 57 países
Ciências
1. Finlândia - 563,32
52. Brasil - 390,33
Entre 56 países
Leitura
1. Coréia - 556,02
49. Brasil - 392,89
Entre 57 países
Matemática
1. China (Taiwan) - 549,36
54. Brasil - 369,52
Antônio (3)
Entre as várias alegrias deste ano, o meu aluno Antônio foi uma delas. Humilde, sempre calado, muito tímido, esse jovem talentoso me encarou como um bom obstáculo para eu ser ultrapassado.
Fez e refez sua dissertação várias vezes para aprender com os erros. Ótimo desenhista, esse cara precisa de uma direção que qualifique o ensino da escola HMM.
Para tanto, acredito que a nova gestora, professora Osmarina, com sua inteligência e com sua sensibilidade, ofertará uma outra escola pública a Antônio.
Tenho certeza de que transformei a escrita desse aluno, mas, mesmo assim, precisamos melhorar mais ainda.
Um grande abraço carinhoso em teu destino, Antônio, e que você seja vitorioso nesta breve vida.
Estude, meu irmão, porque, como eu disse, estude para que ninguém o humilhe, estude para transformar a vida de teus pais, estude para edificar uma sociedade melhor.
Fez e refez sua dissertação várias vezes para aprender com os erros. Ótimo desenhista, esse cara precisa de uma direção que qualifique o ensino da escola HMM.
Para tanto, acredito que a nova gestora, professora Osmarina, com sua inteligência e com sua sensibilidade, ofertará uma outra escola pública a Antônio.
Tenho certeza de que transformei a escrita desse aluno, mas, mesmo assim, precisamos melhorar mais ainda.
Um grande abraço carinhoso em teu destino, Antônio, e que você seja vitorioso nesta breve vida.
Estude, meu irmão, porque, como eu disse, estude para que ninguém o humilhe, estude para transformar a vida de teus pais, estude para edificar uma sociedade melhor.
Antônio (1)
Henrique Afonso em meu comentário
Setorial GLBT pede Comissão de Ética
para deputado do Acre
Matéria anônima
O setorial GLBT do PT requereu à Comissão Executiva Nacional do partido a abertura de Comissão de Ética contra o deputado federal Henrique Afonso (PT-AC), que tem se posicionado contra aprovação de leis que asseguram os direitos de homossexuais e produzido declarações consideradas homofóbicas.
"As ações do deputado sistematicamente têm se alinhado aos setores religiosos fundamentalistas em ações discriminatórias às lésbicas, gays, travestis, transexuais e bissexuais", afirma Julian Rodrigues, da Coordenação Nacional do Setorial GLBT e um dos autores do pedido de Comissão de Ética.
O pedido será analisado pela CEN em sua reunião do próximo dia 11, em Brasília, e o deputado Henrique Afonso pode ser expulso do PT.
______________________________
Conheci Henrique Afonso quando logo cheguei ao Acre em 1992, em Cruzeiro do Sul. O então sindicalista Henrique pertencia ao quadro realista da ditadura do proletariado, isto é, ao Partido Comunista do Brasil, o PC do B.
Um bom homem. Ótima pessoa. Ser humano digno de respeito, acreano que honra não só o Acre, mas este país tão carente de homens públicos decentes.
Conheci-o na simplicidade, morando em uma casa sem ostentação. Creio que ele ainda permanece simples, porque, hoje, no PT, o deputado federal não deixou de ser cristão.
Se ele critica os homossexuais, é porque lê a Bíblia. O Livro Sagrado condena relação entre pessoas do mesmo sexo. Ora, os homossexuais devem condenar Deus.
O Senhor que é homofóbico.
para deputado do Acre
Matéria anônima
O setorial GLBT do PT requereu à Comissão Executiva Nacional do partido a abertura de Comissão de Ética contra o deputado federal Henrique Afonso (PT-AC), que tem se posicionado contra aprovação de leis que asseguram os direitos de homossexuais e produzido declarações consideradas homofóbicas.
"As ações do deputado sistematicamente têm se alinhado aos setores religiosos fundamentalistas em ações discriminatórias às lésbicas, gays, travestis, transexuais e bissexuais", afirma Julian Rodrigues, da Coordenação Nacional do Setorial GLBT e um dos autores do pedido de Comissão de Ética.
O pedido será analisado pela CEN em sua reunião do próximo dia 11, em Brasília, e o deputado Henrique Afonso pode ser expulso do PT.
______________________________
Conheci Henrique Afonso quando logo cheguei ao Acre em 1992, em Cruzeiro do Sul. O então sindicalista Henrique pertencia ao quadro realista da ditadura do proletariado, isto é, ao Partido Comunista do Brasil, o PC do B.
Um bom homem. Ótima pessoa. Ser humano digno de respeito, acreano que honra não só o Acre, mas este país tão carente de homens públicos decentes.
Conheci-o na simplicidade, morando em uma casa sem ostentação. Creio que ele ainda permanece simples, porque, hoje, no PT, o deputado federal não deixou de ser cristão.
Se ele critica os homossexuais, é porque lê a Bíblia. O Livro Sagrado condena relação entre pessoas do mesmo sexo. Ora, os homossexuais devem condenar Deus.
O Senhor que é homofóbico.
As férias da diretora
Escrever em um blog sobre a gestão de uma diretora não é ato de gente irresponsável, mas a certeza de que um gestor não pode ficar acima de normas, de leis, de procedimentos éticos. "Você está se queimando, Aldo", diziam alguns colegas.
Para mim, diretor deve ser exposto como qualquer pessoa pública, porque sua importância é vital. Escola mal administrada, alunos perdem muito. Por isso, uma vez informado, uma vez com fontes, eu não economizei críticas (éticas) à administração da professora Lúcia.
Quando saiu o resultado da eleição da escola Heloísa Mourão Marques, ela me disse que "tinha tirado um peso das costas". Hoje, soube que ela tirou suas férias. Escrito talvez por alunos, um cartaz no portão ironiza: "Amanhã, não haverá aula, porque a diretora Lúcia morreu."
A escola encontra-se largada há meses. Professores e funcionários a levam nas costas enquanto uma diretora permanece indiferente à educação pública. A professora Lúcia pensou que jamais fosse criticada por meio de um blog. Pagou para ver. E pagou caro. E eu, minha cara, não barganho com as aparências.
Sua administração contabilizou, também, arbitrariedades. Hoje, por exemplo, soube que um funcionário permanece dias sem trabalhar e, quando digo dias, somo mais de 15 dias. É correto? Devemos ficar calados? Não.
As férias, agora, representam mais um descaso por nós, funcionários, professores, alunos e pais. A Frente Popular deve repensar os deveres e as obrigações de um gestor escolar, porque os abusos existem.
E, quando eu souber deles, publicá-los-ei neste blog. No fundo, não sou eu quem fica queimado. O Acre mudou, e eu quero mais mudanças. Tenho sonhos e descobri há anos que meus alunos também sonham.
Para mim, diretor deve ser exposto como qualquer pessoa pública, porque sua importância é vital. Escola mal administrada, alunos perdem muito. Por isso, uma vez informado, uma vez com fontes, eu não economizei críticas (éticas) à administração da professora Lúcia.
Quando saiu o resultado da eleição da escola Heloísa Mourão Marques, ela me disse que "tinha tirado um peso das costas". Hoje, soube que ela tirou suas férias. Escrito talvez por alunos, um cartaz no portão ironiza: "Amanhã, não haverá aula, porque a diretora Lúcia morreu."
A escola encontra-se largada há meses. Professores e funcionários a levam nas costas enquanto uma diretora permanece indiferente à educação pública. A professora Lúcia pensou que jamais fosse criticada por meio de um blog. Pagou para ver. E pagou caro. E eu, minha cara, não barganho com as aparências.
Sua administração contabilizou, também, arbitrariedades. Hoje, por exemplo, soube que um funcionário permanece dias sem trabalhar e, quando digo dias, somo mais de 15 dias. É correto? Devemos ficar calados? Não.
As férias, agora, representam mais um descaso por nós, funcionários, professores, alunos e pais. A Frente Popular deve repensar os deveres e as obrigações de um gestor escolar, porque os abusos existem.
E, quando eu souber deles, publicá-los-ei neste blog. No fundo, não sou eu quem fica queimado. O Acre mudou, e eu quero mais mudanças. Tenho sonhos e descobri há anos que meus alunos também sonham.
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Blog do Crica
(...) Mas, parece que alguns assessores seus agem exatamente ao contrário do que pensa o governador. Querem ser mais reais que o rei. Quanto mais as coisas correrem livremente melhor para o governo, para a sociedade e para a imprensa. Cargo de confiança, mandato, são passageiros: você dorme nele e acorda fora dele. Isso quem precisa entender é o secretário de Comunicação, Itaan Arruda, com aquele seu jeitão de Marques do Xavier Maia, Alto Alegre e adjacências. Passou a semana tentando brecar na imprensa notícias sobre a soltura de presos pelo chamado indulto natalino, porque no seu errado entendimento poderia causar uma comoção na sociedade. Se o governo não se preparou para enfrentar este tipo de situação, melhorando a estrutura da secretaria de segurança, onde faltam policiais civis, delegados, viaturas e armas, é outra história. Na Polícia Militar as carências não são muito diferentes. Temos que dizer sim, senhor Itaan, que estes bandidos estarão nos próximos dias nas ruas, e em sua grande maioria assaltando cidadãos de bem. Por que esconder? Por que este patrulhamento? A imprensa tem que escancarar, que esculachar, porque este é o seu papel. Não temos que pedir aos magistrados que pisem na lei, mas que analisem com cuidado cada soltura. Não adianta varrer o problema para baixo do tapete: se forem colocados 400, 500 presos nas ruas, como se propala, os assaltos irão sim senhor, aumentar. E temos que noticiar o fato. (...).
_________________
Sempre leio o http://www.ac24horas.com/blogdocrica/ e confesso que, além dos erros crassos de português, invejo sua maneira inocente e tosca de escrevinhar. Ele afirma que o assessor de comunicação, Itaan Arruda, é um censor.
Somos mais de 2oo mil pessoas em Rio Branco, e jornais da capital não possuem uma tiragem de 1,5 mil periódicos. Com esse número - repito, 1,5 mil -, a censura ou o limite encontra-se na própria quantidade de jornal vendido.
Os jornais acreanos não são mais importantes para informar e opinar, porque os blog são livres e são mais acessados que os números da Gazeta, da Tribuna, do Página 20. Itaan não tem poder de censurar um blog.
Censura não cabe ao mouse. O blog é livre para opinar e informar.
_________________
Sempre leio o http://www.ac24horas.com/blogdocrica/ e confesso que, além dos erros crassos de português, invejo sua maneira inocente e tosca de escrevinhar. Ele afirma que o assessor de comunicação, Itaan Arruda, é um censor.
Somos mais de 2oo mil pessoas em Rio Branco, e jornais da capital não possuem uma tiragem de 1,5 mil periódicos. Com esse número - repito, 1,5 mil -, a censura ou o limite encontra-se na própria quantidade de jornal vendido.
Os jornais acreanos não são mais importantes para informar e opinar, porque os blog são livres e são mais acessados que os números da Gazeta, da Tribuna, do Página 20. Itaan não tem poder de censurar um blog.
Censura não cabe ao mouse. O blog é livre para opinar e informar.
Quais os critérios?
Quem quiser pode colocar seu nome para ser candidato a coordenador de ensino?
Deve prevalecer a vontade pessoal ou devemos definir critérios objetivos?
Para mim, não é a vontade pessoal ("eu quero") que se submeterá à votação, mas qualificações prévias para que haja o candidato a coordenador de ensino.
Democracia não implica escolher, mas qualificar para, aí então, ser escolhido o coordenador.
Na foto, a professora Maria Célia, de Literatura e de Língua Portuguesa, vota.
Deve prevalecer a vontade pessoal ou devemos definir critérios objetivos?
Para mim, não é a vontade pessoal ("eu quero") que se submeterá à votação, mas qualificações prévias para que haja o candidato a coordenador de ensino.
Democracia não implica escolher, mas qualificar para, aí então, ser escolhido o coordenador.
Na foto, a professora Maria Célia, de Literatura e de Língua Portuguesa, vota.
sábado, dezembro 01, 2007
Professor Tadeu
Conversamos tantas vezes, perguntei a ela no momento do debate, e a professora-gestora Osmarina concordou com a idéia de sua gestão ser avaliada pelos segmentos da escola. O professor Jorge Braun disse que essa avaliação deveria ser a cada três meses, é uma proposta.
Ora, se alunos são avaliados, gestão e corpo docente devem também se submeter a uma avaliação não para condenar esse ou aquele, mas para que gestão e educadores leiam suas falhas a fim de corrigi-las.
Nesse sentido, o coordenador de ensino deve ser avaliado, por exemplo, pelos professores. O professor Tadeu precisa criar um questionário com os professores para haver essa avaliação.
Precisamos formalizar isso.
Além, o professor deve apresentar suas metas para 2008. Idéias existem; e o momento, precioso.
Hoje, por causa da Secretaria de Educação, podemos reconstruir a escola, porque certas condições foram colocadas pelo anterior e pelo atual governo.
Na escola estadual, professor leciona para 2 ou para 3 turmas, mas os resultados são inferiores em relação a um professor que leciona para 11 turmas de uma escola particular.
Como qualificar o ensino de Língua Portuguesa? O professor Tadeu, agora, dará as respostas como coordenador de ensino. Que seja vitorioso.
Ora, se alunos são avaliados, gestão e corpo docente devem também se submeter a uma avaliação não para condenar esse ou aquele, mas para que gestão e educadores leiam suas falhas a fim de corrigi-las.
Nesse sentido, o coordenador de ensino deve ser avaliado, por exemplo, pelos professores. O professor Tadeu precisa criar um questionário com os professores para haver essa avaliação.
Precisamos formalizar isso.
Além, o professor deve apresentar suas metas para 2008. Idéias existem; e o momento, precioso.
Hoje, por causa da Secretaria de Educação, podemos reconstruir a escola, porque certas condições foram colocadas pelo anterior e pelo atual governo.
Na escola estadual, professor leciona para 2 ou para 3 turmas, mas os resultados são inferiores em relação a um professor que leciona para 11 turmas de uma escola particular.
Como qualificar o ensino de Língua Portuguesa? O professor Tadeu, agora, dará as respostas como coordenador de ensino. Que seja vitorioso.
Escolha de coordenador de ensino
Pela primeira vez no Acre, o gestor não escolheu seu coordenador de ensino, mas deixou que o corpo docente decidisse. Eu propus essa idéia à ex-gestora, mas ela preferiu não dar ouvido à democracia. Imaturidade.
Entretanto, tenho certeza, esse processo de escolher o coordenador de ensino precisa se aprimorado, porque deixou algmas falhas. Uma delas: não houve debate entre os candidatos. Outra: certas pessoas não deveriam votar, por exemplo, a atual coordenadora de ensino e gestora Lúcia.
Ora, essa democracia foi um acordo entre corpo docente e a professora Osmarina, não havendo nenhuma relação com a coordenadora de ensino e a diretora atuais. Como sabemos, elas não proporcionaram à escola esse Bem, pelo contrário.
Sendo assim, quem não se comportou de forma democrática, isto é, quem não permitiu a democracia escolar não poderia usufruir desse bem democrático. Trata-se de um contra-senso.
Espero que na atual gestão os professores formalizem normas para que sejam aprovadas pelo Conselho Escolar.
Entretanto, tenho certeza, esse processo de escolher o coordenador de ensino precisa se aprimorado, porque deixou algmas falhas. Uma delas: não houve debate entre os candidatos. Outra: certas pessoas não deveriam votar, por exemplo, a atual coordenadora de ensino e gestora Lúcia.
Ora, essa democracia foi um acordo entre corpo docente e a professora Osmarina, não havendo nenhuma relação com a coordenadora de ensino e a diretora atuais. Como sabemos, elas não proporcionaram à escola esse Bem, pelo contrário.
Sendo assim, quem não se comportou de forma democrática, isto é, quem não permitiu a democracia escolar não poderia usufruir desse bem democrático. Trata-se de um contra-senso.
Espero que na atual gestão os professores formalizem normas para que sejam aprovadas pelo Conselho Escolar.
Professor Tadeu, coordenador de ensino
Na foto, o professor Tadeu vota para eleger o coordenador de ensino. A nova gestora, professora Osmarina, possibilita uma atitude democrática única no Acre: professor votar em seu coordenador.
Espero que meu colega realize um ótimo trabalho para transformar a educação e o ensino da escola Heloísa Mourão Marques.
Espero que meu colega realize um ótimo trabalho para transformar a educação e o ensino da escola Heloísa Mourão Marques.
Talento
Açeçoriá de Inpremçá
"Essa é a pergunta que a deputada Perpétua Almeida (PC do B) vem recebendo de seus pares nos últimos dias. Eles querem saber o por quê de destinar R$ 1 Bi para quadras de esporte em uma cidade que não tem sequer 500 mil habitantes."
1. Eles querem saber o porquê.
1. Eles querem saber o porquê.
Belas palavras
“Há quem diga que para escrever precisa-se apenas de papel e caneta. Eu, porém, vos digo que isso só não basta. É preciso ter experiência, ir em busca de conhecimento e ter inspiração para buscar uma 'nova vida', um 'novo mundo', um novo 'jeito de se encarar a vida'. Impulsiona-se a vida no arriscar-se diário de novas experiências e transições de fases que transformam-nos na metamorfose do conhecimento e na incógnita do ser racional. Deixemos, pois, o medo para os fracos e arrisquemo-nos no incomparável que é viver.”
Professora Maria de Fátima Maia de Andrade
Professora Maria de Fátima Maia de Andrade
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