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de Selmo Melo
Não sou contra a terceira e a quarta pontes ou contra a bela passarela, mas deixar o pronto-socorro assim é sacanagem, só porque os carros não passam por ele. Aqui, não se senta a classe média ou política. Aqui, sentam-se faxineiras, domésticas, classe social que coloca os filhos em escola pública.
Ontem, resolvi meter uma bala na cabeça, coisa de suicida. Mas, por pura incompetência, acertei o meu pé esquerdo. Resultado, o Samu me deixou no pronto-socorro. Chovia muito lá dentro. "O senhor não trouxe o guarda-chuva?", perguntou-me a atendente. "Não sabia que tinha que trazer." Não fui atendido.
Na próxima vez que eu cometer um suicídio fracassado, irei para um pronto-socorro da Suíça. Lá, não neva, no hospital.
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