Públicas x Particulares
Neste ano, mais uma vez, segundo o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, as escolas privadas obtiveram um desempenho melhor do que as escolas públicas na média nacional. No Acre, seguindo a mesma tendência, as públicas não superaram as particulares quando o assunto é Redação.
O professor de uma particular pode chegar a lecionar para 11 turmas, e o professor-servidor público, para 4 ou 5. Se em média há 30 alunos em cada sala, aquele corrige 330 redações e este, 150. Além de os números registrarem menos trabalho, a escola pública estadual ainda paga melhor no Acre
Os salários, melhores. Em um passado não muito distante, verborréias sindicais acreditavam que bons salários equivalessem à qualidade de ensino, por exemplo, a boas aulas de Redação. Por trás dessa dissimulação sindicalesca, a prioridade não era a qualidade, mas tão-somente salário por ser ele mais fácil para unificar a categoria. Tamanha associação entre dinheiro e bom ensino, além de mentirosa, só serviu para mostrar que sindicalista não entende o que possa qualidade de ensino. Esse pretérito imperfeito elevou-se como falácia
Na outra ponta discursiva, a Secretaria de Educação do Estado, a fim de qualificar seu corpo docente, oferece aos professores cursos e mais cursos. No último, professoras-doutoras da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) falaram sobre letramento. A secretaria crê que, após concluir um curso de letramento, o professor, motivado pela causa pública (kkkkkkk), retornará à sala de aula para que alunos escrevam ótimas redações
Se há bons salários e se há qualificação profissional, por que a escola pública estadual não supera há anos a escola particular? Se professores recebem menos e se não são qualificados por meio de cursos, por que a iniciativa privada consegue há anos melhores notas
Há respostas que se combinam, mas uma é capital: o lucro. A escola particular lucra com o Enem, porque, por meio desse exame, o diretor-proprietário propaga a boa imagem de sua escola. Assim, para manter sua imagem, o lucro não admite desperdícios, por isso sabe administrar seus bens e seu patrimônio. Ora, como o diretor-proprietário precisa de bons resultados no Enem, o lucro se organiza e organiza seu espaço escolar, quer dizer, controla-se e controla. O dinheiro faz questão de manter a boa imagem e, para isso, sabe que, sem organização, sem boa administração, não há controle para obter resultados. A iniciativa privada não admite desperdício
E a escola pública? Como todo setor público deste “berço esplêndido”, o desperdício é a regra. Nesses meus 12 anos lecionando na rede pública estadual, nunca conheci um coordenador de ensino que tivesse metas para a Redação. Ocupa-se a coordenação segundo não o mérito muito bem posto, mas conforme a indicação de um gestor, que, por sua vez, foi escolhido por um processo democrático também sem mérito. Como pode haver qualidade de ensino quando a própria democracia escolar é desqualificada? Ela é um desperdício de tempo
Gestor escolar, uma vez formado em administração, deveria ocupar sua função por meio de concurso público. E mais: esse administrador público não deveria ter estabilidade de emprego, nem o professor. Quanto ao coordenador de ensino, escolhê-lo dependeria também de seus méritos como professor e como pessoa. Além disso, alunos deveriam avaliar esse professor por meio de questionário para que seu nome pudesse se candidatar a coordenador e, dessa forma, ser votado pelo corpo docente
Absurdo? Hoje, se o professor quiser, leciona Redação. Hoje, o coordenador de ensino, se quiser, busca metas. Hoje, o gestor, se quiser, administra. Hoje, lecionando bem ou mal, o salário é o mesmo com uma estabilidade de emprego que acomoda o desperdício.
Neste ano, mais uma vez, segundo o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, as escolas privadas obtiveram um desempenho melhor do que as escolas públicas na média nacional. No Acre, seguindo a mesma tendência, as públicas não superaram as particulares quando o assunto é Redação.
O professor de uma particular pode chegar a lecionar para 11 turmas, e o professor-servidor público, para 4 ou 5. Se em média há 30 alunos em cada sala, aquele corrige 330 redações e este, 150. Além de os números registrarem menos trabalho, a escola pública estadual ainda paga melhor no Acre
Os salários, melhores. Em um passado não muito distante, verborréias sindicais acreditavam que bons salários equivalessem à qualidade de ensino, por exemplo, a boas aulas de Redação. Por trás dessa dissimulação sindicalesca, a prioridade não era a qualidade, mas tão-somente salário por ser ele mais fácil para unificar a categoria. Tamanha associação entre dinheiro e bom ensino, além de mentirosa, só serviu para mostrar que sindicalista não entende o que possa qualidade de ensino. Esse pretérito imperfeito elevou-se como falácia
Na outra ponta discursiva, a Secretaria de Educação do Estado, a fim de qualificar seu corpo docente, oferece aos professores cursos e mais cursos. No último, professoras-doutoras da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) falaram sobre letramento. A secretaria crê que, após concluir um curso de letramento, o professor, motivado pela causa pública (kkkkkkk), retornará à sala de aula para que alunos escrevam ótimas redações
Se há bons salários e se há qualificação profissional, por que a escola pública estadual não supera há anos a escola particular? Se professores recebem menos e se não são qualificados por meio de cursos, por que a iniciativa privada consegue há anos melhores notas
Há respostas que se combinam, mas uma é capital: o lucro. A escola particular lucra com o Enem, porque, por meio desse exame, o diretor-proprietário propaga a boa imagem de sua escola. Assim, para manter sua imagem, o lucro não admite desperdícios, por isso sabe administrar seus bens e seu patrimônio. Ora, como o diretor-proprietário precisa de bons resultados no Enem, o lucro se organiza e organiza seu espaço escolar, quer dizer, controla-se e controla. O dinheiro faz questão de manter a boa imagem e, para isso, sabe que, sem organização, sem boa administração, não há controle para obter resultados. A iniciativa privada não admite desperdício
E a escola pública? Como todo setor público deste “berço esplêndido”, o desperdício é a regra. Nesses meus 12 anos lecionando na rede pública estadual, nunca conheci um coordenador de ensino que tivesse metas para a Redação. Ocupa-se a coordenação segundo não o mérito muito bem posto, mas conforme a indicação de um gestor, que, por sua vez, foi escolhido por um processo democrático também sem mérito. Como pode haver qualidade de ensino quando a própria democracia escolar é desqualificada? Ela é um desperdício de tempo
Gestor escolar, uma vez formado em administração, deveria ocupar sua função por meio de concurso público. E mais: esse administrador público não deveria ter estabilidade de emprego, nem o professor. Quanto ao coordenador de ensino, escolhê-lo dependeria também de seus méritos como professor e como pessoa. Além disso, alunos deveriam avaliar esse professor por meio de questionário para que seu nome pudesse se candidatar a coordenador e, dessa forma, ser votado pelo corpo docente
Absurdo? Hoje, se o professor quiser, leciona Redação. Hoje, o coordenador de ensino, se quiser, busca metas. Hoje, o gestor, se quiser, administra. Hoje, lecionando bem ou mal, o salário é o mesmo com uma estabilidade de emprego que acomoda o desperdício.
3 comentários:
HOJE DECIDI: NÃO LEIO MAIS SEU BLOG. SEUS TEXTOS ME LEMBRAM A REVISTA VEJA PARTIDÁRIA, TENDENCIOSA, HIPÓCRITA, QUE NÃO CONSEGUE IR ALÉM DE SUA PRÓPRIA MANEIRA DE VER. ANTES QUE DIGA, "HUMILDEMENTE", QUE QUERO LHE OFENDER, DIGO QUE QUERIA DEBATER COM VOCÊ. APROVEITAR ESSE ESPAÇO PARA UMA DISCUSSÃO SADIA. NÃO DÁ! É IMPOSSIVEL DISCUTIR COM QUEM PARECE UM PASTOR FUNDAMENTALISTA. BOA SORTE EM SUA JORNADA! SUA CONVERSA VAZIA E SOLITÁRIA DEVE CONTINUAR...
Graças ao modo como ensinava aos alunos não só a lingua portuguesa, no que se refere extritamente à literatura, e não só o ensino escolar como também a lição de vida que nos dava.. é que hoje agradeço ao Professor Aldo pela confiança depositada em seus alunos, pela prática diária do ensino que exercia pela manhã na escola Heloísa Mourão Marques, fizeram valer à pena a nota que atingi no Enem, sendo que na redação, muito bem aplicada por ele à nós, alunos, foi que alcançei a média 85 na redãção do Enem.
Retribuo à Ele esta honrra de conquistar essa média e desde já agradecendo por se mostrar o melhor professor da Escola Heloísa Mourão Marques.
Grata,
Elaíne.
O post, o comentário do jornalismo e o comentário da Elaine. Os três fazem parte do tema educação. O post, escrito ironicamente, demarca os principais aspectos relacionados com o desempenho escolar: salário, carga horária, estrutura da escola, gestão escolar.
Em alguns espaços há consenso sobre o que mais influencia no desempenho, em outros, não, devido a interesses e concepções distintas (mesmo existindo uma infinidade de comprovações empíricas). Justamente por isso, não é possível que ninguém seja unanimidade nesse campo.
Assim, o comentário do jornalismo deveria ter equilibrado os desacordos pessoais com discordâncias do conteúdo do post.
O comentário da Elaíne só entende quem é professor. Pois no dia-a-dia nem sempre são direcionados reconhecimentos dessa natureza.
José Porfiro
jporfiro.blog.uol.com.br
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