Quando desejamos ouvir a palavra, precisamos desta essência: o silêncio. O pequeno príncipe e o piloto dialogam no deserto. Nesses meus quase 15 anos de escola pública acriana, não me lembro de ter ficado no deserto para que a palavra fosse lida, pensada, percebida em uma narrativa, em um drama ou em uma poesia.
As escolas são barulhentas, não há nelas um lugar-leitura, isto é, um deserto onde possamos ouvir a palavra desenhada e pintada pela poesia ou por um belo romance. Uma vez em sala, a palavra literária é corrompida pelo ruído, pelo tumulto de corredores.
Na escola Heloísa Mourão Marques, por exemplo, edificaram as salas perto da rua. Assim, quando um carro passa com a excrescência de um Calcinha Preta, calo-me em sala porque não posso competir com os ruídos da rua, além dos ruídos de corredores, de outras salas.
Ainda sim, de alguma forma, sempre busquei ler ótimos autores ficcionais na escola pública. Sempre. Após tantos anos, finalmente, o aconchegante silêncio na escola Heloísa Mourão Marques. Agora, podemos ler no deserto.
A responsável por isso, soletre: OS-MA-RI-NA, a diretora. Ela possibilitou uma Sala de Leitura, a única do estado para o ensino médio. Mais: a única escola de ensino médio onde obras literárias são lidas.
Com essa sala, com esse deserto, com esse lugar-leitura, poderemos ouvir a palavra literária de um Drummond, de um Dino Buzzati, de um Kafka, de um Castro Alves, de um Raduan Nassar.
Desejo ver meus alunos nessa sala deitados, sentados no chão, só lamento não ser possível colocar belas redes para eles se balançarem. Nela, há dois tapetes - haverá mais -, existem duas mesas para alunos, assentos confortáveis, um chão limpo para os pés ficarem descalços, há dois ventiladores silenciosos embora a sala seja arejada naturalmente.
Trata-se de um lugar-leitura para que possamos nos esquecer daquelas salas que incomodam o conhecimento, o saber. Nesse deserto, a palavra literária encontra-se em paz, silêncio.
As escolas são barulhentas, não há nelas um lugar-leitura, isto é, um deserto onde possamos ouvir a palavra desenhada e pintada pela poesia ou por um belo romance. Uma vez em sala, a palavra literária é corrompida pelo ruído, pelo tumulto de corredores.
Na escola Heloísa Mourão Marques, por exemplo, edificaram as salas perto da rua. Assim, quando um carro passa com a excrescência de um Calcinha Preta, calo-me em sala porque não posso competir com os ruídos da rua, além dos ruídos de corredores, de outras salas.
Ainda sim, de alguma forma, sempre busquei ler ótimos autores ficcionais na escola pública. Sempre. Após tantos anos, finalmente, o aconchegante silêncio na escola Heloísa Mourão Marques. Agora, podemos ler no deserto.
A responsável por isso, soletre: OS-MA-RI-NA, a diretora. Ela possibilitou uma Sala de Leitura, a única do estado para o ensino médio. Mais: a única escola de ensino médio onde obras literárias são lidas.
Com essa sala, com esse deserto, com esse lugar-leitura, poderemos ouvir a palavra literária de um Drummond, de um Dino Buzzati, de um Kafka, de um Castro Alves, de um Raduan Nassar.
Desejo ver meus alunos nessa sala deitados, sentados no chão, só lamento não ser possível colocar belas redes para eles se balançarem. Nela, há dois tapetes - haverá mais -, existem duas mesas para alunos, assentos confortáveis, um chão limpo para os pés ficarem descalços, há dois ventiladores silenciosos embora a sala seja arejada naturalmente.
Trata-se de um lugar-leitura para que possamos nos esquecer daquelas salas que incomodam o conhecimento, o saber. Nesse deserto, a palavra literária encontra-se em paz, silêncio.
4 comentários:
Oi,Aldo a nova sala parece muito interessante...
É uma pena que eu não possa usurfruir desse lugar maravilhoso. Salve Osmarina!
Para haver leitura, é preciso haver silêncio e conforto.
Fico feliz que tenha encontrado um deserto aonde as palavras possam ecoar as estórias do nosso mundo, e ser ouvidas com pureza e serenidade.
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