Enquanto o Tempo é festa em nossa pele, enquanto existe o Tempo a bailar em nós, vivamos a alegria breve de estarmos vivos, não nos esquecendo de que, quando o fim chegar, olharemos com firmeza para o passado que foi vivido, momentos em que a minha mortalidade tocou na tua.
O Tempo separa tudo, mas protegerei minha humana fragilidade com a Memória que tua vida pincelou a minha. Estou grávido de nossas memórias. Farto dos verbos que conjugamos juntos, um deles: cativar.
Se a morte lançar sua âncora aos meus olhos, ainda sim, eu os abrirei com a força de minha ternura para afirmar, diante dos teus, o milagre ocorrido entre o meu sexo e a tua fissura.
Mas, antes da despedida, do fim, da morte, ainda ficarás despida sob o meu destino, e, eu, ajoelhado ao lado teu, arrancarei as folhas do Livro Sagrado sobre a tua carne. E, ao acaso, as folhas que forem amparadas por teu corpo, eu lerei para a tua nudez as palavras eróticas de Cântico dos Cânticos ao som harmonioso de teus doces gemidos.
E já profetizo que, em uma folha abrigada por tua pele, estas palavras Sagradas repousaram sobre tua vulva. Será noite. O silêncio habitará o bom encontro, e ele só será rompido por minha paciente leitura. Ouça-me!
"Com lijonjas arrastei aquela a quem a minha alma ama para meus lábios e sabendo bem que um homem não pode esconder fogo em seu seio sem que suas vestes se inflamem, sussurrei-lhe: 'Vem, minha amada, saiamos para o campo, passemos a noite nos pomares; madrugaremos para ir às vinhas, e ver se a vinha lançou rebentos, se as flores se abrem, se as romãzeiras estão em flor. Ali te darei meus amores!'"
Darei meus amores porque lutei contra a morte e lutei para permanecer em tua memória.
O Tempo separa tudo, mas protegerei minha humana fragilidade com a Memória que tua vida pincelou a minha. Estou grávido de nossas memórias. Farto dos verbos que conjugamos juntos, um deles: cativar.
Se a morte lançar sua âncora aos meus olhos, ainda sim, eu os abrirei com a força de minha ternura para afirmar, diante dos teus, o milagre ocorrido entre o meu sexo e a tua fissura.
Mas, antes da despedida, do fim, da morte, ainda ficarás despida sob o meu destino, e, eu, ajoelhado ao lado teu, arrancarei as folhas do Livro Sagrado sobre a tua carne. E, ao acaso, as folhas que forem amparadas por teu corpo, eu lerei para a tua nudez as palavras eróticas de Cântico dos Cânticos ao som harmonioso de teus doces gemidos.
E já profetizo que, em uma folha abrigada por tua pele, estas palavras Sagradas repousaram sobre tua vulva. Será noite. O silêncio habitará o bom encontro, e ele só será rompido por minha paciente leitura. Ouça-me!
"Com lijonjas arrastei aquela a quem a minha alma ama para meus lábios e sabendo bem que um homem não pode esconder fogo em seu seio sem que suas vestes se inflamem, sussurrei-lhe: 'Vem, minha amada, saiamos para o campo, passemos a noite nos pomares; madrugaremos para ir às vinhas, e ver se a vinha lançou rebentos, se as flores se abrem, se as romãzeiras estão em flor. Ali te darei meus amores!'"
Darei meus amores porque lutei contra a morte e lutei para permanecer em tua memória.
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