Houve um tempo recente em que o PT propagou a ética a partir de uma identidade marcada por uma definição de partido de esquerda e, depois, de centro-esquerda.
Uma definição que não permitia o PT se confundir com certos partidos. Erundina, quem se lembra, foi expulsa do PT por ter apoiado o governo de Itamar, governo de transição. Repito: de transição.
Época em que o grupo majoritário petista defendia a crença na pureza. O tempo passou, e o poder veio. Não demorou para a pureza se transformar em orgia pseudoideológica ou para a pureza dos santos se ajoelharem no terreiro profano da sacanagem política.
O Leviatã petista tem muitas faces, muitas éticas. Na campanha do Rio de Janeiro, o PT tem a ética de Marcelo Crivella (PRB). Na campanha do Rio de Janeiro, o PT tem a ética de Anthony Garotinho (PR). Na campanha do Rio de Janeiro, o PT tem a ética de Lindberg Farias (PT).
Na campanha de Alagoas, o PT tem a ética de Fernando Collor (PTB). Na campanha de São Paulo, o PT tem a ética de Paulo Maluf (PP).
Nas campanhas espalhadas pelo Brasil, o PT tem a ética de todos, e nenhuma.
Onde está a tão falada reforma política da Dilma após aquelas manifestações? Ora, a palavra de um partido com muitas faces se desfaz da própria palavra, porque não existe verdade para ser defendida. A palavra é significante vazio.
Na campanha do Rio de Janeiro, a inconsistência petista diluiu os ideais da história. No Rio, Dilma é uma grande geleia vermelha provada por Lindberg, provada por Garotinho, provada por Crivella.
Na época, Erundina foi uma impura; mas, comparada ao PT de hoje, foi muito mais digna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário