
Uma escola que promova um outro modelo de encontro, algo menos racional. Nesta barraca, alunos, depois de tudo pronto, venderam muito. A grana servirá para a formatura.
Valeu, pessoal!
Parte da matéria abaixo foi escrita pela jornalista Nayanne Santana. Aqui, há alguns nomes e todos pertencem a pessoas brancas. Por que lista negra? A lista é branca. Dos brancos.
Péssimos administradores segundo o TCU
O Tribunal de Contas da União (TCU) preparou uma lista com mais de três mil nomes de pessoas responsáveis por cargos ou por funções públicas que tiveram suas contas rejeitadas. A lista traz nomes de prefeitos, ministros, secretários de Estado, diretores de autarquias e demais funcionários públicos.
No Acre, o TCU condenou 66 prestações de contas. A lista de gestores apresentada pelo Tribunal de Contas da União cita 51 gestores do Estado.Entre os acusados de ter gerido de maneira incorreta a verba pública, está o ex-governador Orleir Cameli, o ex-secretário de Estado José Bestene, o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul Aluízio Bezerra, o ex-secretário de Estado Alércio Dias, o ex-prefeito de Feijó Aurélio de Souza Braga, ex-presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Acre (Crea-AC) Aysson Rosas Filho e alguns gestores do Conselho Regional de Medicina.
DE Aldo Nascimento
Na semana passada, o escritor Milton Hatoum conheceu um projeto do governo estadual, a Casa de Leitura. Ainda na semana passada, a Secretaria Estadual de Educação ofereceu um curso de letramento aos professores do ensino médio. Embora essas iniciativas do Estado sejam muito positivas, existe o avesso. Criaram a Casa de Leitura, porém não há leitura nas escolas públicas do ensino médio. O letramento como curso ocorreu, mas a leitura, segundo o letramento, inexiste em sala de aula
Fala-se tanto em ler; no entanto, até hoje, a disciplina Literatura permanece conforme o currículo formal da Secretaria Estadual de Educação, ou seja, segundo o historicismo literário. A Literatura na escola não é fonte de leitura ou de letramento porque, para o currículo formal, essa disciplina não passa de biografias e de características de época. Não só a secretaria. Por causa de alguns doutores de Letras, o recém-formado leciona para reproduzir o historicismo dos livros didáticos.
Velhas aulas congeladas no tempo. Como quebrar essa espessa geleira didática? Compreender as origens desse historicismo, um começo. O germe encontra-se na Academia Francesa, fundada em 1635 por Richelieu. Foi ela a criadora das condições para que seus autores e suas obras tivessem uma função social, a saber: servir de arrimo da unidade nacional
Nesse século, o 17, não havia a França como nação, mas um conjunto de unidades sobrepostas com leis próprias, sistemas de peso e de medidas particulares e dialetos distintos. Isso significa que esse proto-historicismo literário serviu para a unidade política
Em 1785, 150 anos depois, o alemão Karl Phillipp Moritz protagonizou a classificação, a triagem e a hierarquização de textos por meio de seu livro Rumo à unificação de todas as Belas Artes e Letras sob o conceito de auto-suficiência
Os dicionários registram também essa trilogia classificação-triagem-hierarquização. Em Portugal, o termo “literatura” é dicionarizado pela primeira vez em 1727, no Supplemento ao Vocabulario Portuguez.
Em 1789, Antonio de Moraes Silva exclui o termo literatura em seu Dicionário da Lingua Portugueza. Em 1831, o termo retorna com a definição de Bluteau, vinculando literatura a um conjunto de obras definido não por afinidades estéticas ou formais, mas por terem sido produzidas em determinado tempo ou território
Essa dicionarização da palavra “literatura” chega ao auge com a Biblioteca Lusitana, de Diogo Barbosa Machado, publicada entre 1741 e 1759, quando classifica as obras em função do nome, do sobrenome, do local de nascimento. O português ofereceu e dedicou sua obra a D. João V por ser espelho e sustentação da nacionalidade. Seu trabalho, portanto, assemelha-se ao de Richelieu, fundador da Academia Francesa
No Brasil, século 19, Sílvio Romero [1851-1914] edificou trabalho monumental de história social dos escritores brasileiros – em que se estuda meio, raça, ambiente social, costumes – do que propriamente a literatura “porque para mim a expressão literatura tem a amplitude que lhe dão os críticos e historiadores alemães”, escreveu Romero em História da literatura brasileira, um dos líderes da Escola de Recife
Com esses brevíssimos exemplos, percebe-se que o historicismo literário é vassalo criado para carregar a unidade nacional. O livro Educação literária como metáfora social, de Cyana Leahy-Dios, tece críticas a esse paradigma de literatura na escola quando afirma que “a organização pedagógica da literatura se assemelha a um móvel de gavetas, com divisões e compartimentos para unidades isoladas, um artefato anacronicamente positivista em um mundo pós-moderno”.
DiminutivosSe ele colocou uma “pequena cruz” em seu túmulo, colocou uma “cruzeta”. Se o “verão foi curto”, foi um “veranico”. A ponte, se é pequena, é um “pontilhão”. E se o animal for pequeno? Diminutivo de animal, “animalejo”. E qual o diminutivo de “guerra”? Guerrilha. Se a “câmara dos vereadores” é pequena, chama-se “camarim dos vereadores”. Palácio pequeno é “palacete”; entretanto, como a LÍNGUA não é exata como a matemática, “palacete” significa também “casa muito grande” e “luxuosa”.
Só 2 entre 5.530 cidades brasileiras têm 8ª série
com nível de país desenvolvido, segundo MEC
Bruno Aragaki
Em São Paulo
Em todo Brasil, só duas cidades gaúchas têm ensino de oitava série com nível equivalente ao de países desenvolvidos: Imigrantes e Três Arroios, cidades com população de 3 mil habitantes.
É o que mostrou a tabulação por municípios do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2007, divulgada nesta sexta-feira (20).
No restante dos 5.530 municípios com oitava séries avaliadas pelo MEC (Ministério da Educação), o desempenho das escolas públicas ficou abaixo de 6 numa escala de 0 a 10.
Para construir o indicador, o ministério leva em conta o desempenho dos alunos em testes de português e matemática e o percentual de aprovação. Quanto mais altas as notas dos alunos e quanto mais alunos "passam" de ano, maior o Ideb do município.
Segundo o MEC, o mesmo indicador aplicado aos países desenvolvidos daria uma média 6 - que é a meta para todo o país em 2022.Sem "misturar" as notas dos alunos das escolas federais, estaduais e municipais, aparecem 13 redes com média superior a 6 - nove delas são federais.É o caso das capitais Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Recife (PE), que têm médias que ultprassam 7 se analisadas apenas as escolas federais.As médias das escolas estaduais e municipais nesses municípios, no entanto, trazem o Ideb dessas capitais "para baixo".
Quarta série
A situação é um pouco "menos pior" nas quartas séries. Dos 5.493 municípios com escolas públicas avaliadas pelo Ideb para essa série, 48 chegaram ao patamar estimado pelo MEC para todo o país em 2021.
Desses, 30 estão no interior de São Paulo, quatro em Santa Catarina, cinco no Paraná, seis no Rio Grande do Sul e três em Minas Gerais.
Segundo os dados do MEC, em nenhuma capital do país as escolas públicas atingem médias de países desenvolvido.
Matou ex-sogro e degolou criança de 4 anos
De Antônio Carlos
Ontem de manhã, policiais civis da capital se deslocaram para a cidade de Xapuri para prender Jorge Santos da Cunha, o Jorge do Cid, autor de um duplo.
Na manhã de quinta-feira, dia 5, na Colocação Vai-quem-Quer, Seringal Boa Vista, depois de tentar reatar o romance com sua companheira Lenira Marques da Silva (20), de quem estava separado há dias, Jorge acabou matando o ex-sogro Francisco Pereira da Silva (51) e o enteado Ânderson da Silva Gonzaga, de 4 anos apenas.
Francisco foi assassinado com um tiro de espingarda nas costas, e o garoto foi degolado a golpes de terçado. O assassino ainda chegou a decepar a mão esquerda de Ânderson e exibi-la como troféu. A Lenira e uma menina de 11 anos escaparam da morte. “Ele estava possuído pelo demônio”, disse a mulher.
Jorge do Cid e Lenira Marques da Silva viviam maritalmente e, pelo fato do trabalhador ser excessivamente violento quando se embriagava, a garota se separou dele há pouco mais de uma semana.
Por volta das 8 horas de quinta-feira, dia 5, Jorge foi à casa de ex-mulher, na Colocação Vai-quem-Quer. Depois de conversar com Lenira, pediu que ela voltasse a morar com ele. Prometeu inclusive que mudaria de comportamento e ajudaria a criar o enteado Ânderson.
Como a jovem não aceitou a proposta, Jorge disse que a mataria. Lenira correu, gritando por ajuda. O criminoso deu um tiro para a mulher parar, mas não adiantou. Francisco Pereira da Silva ouviu os gritos da filha e correu para ajudá-la.
Ao perceber a presença do ex-sogro, Jorge colocou um novo cartucho na espingarda e, depois de discutir com ele, esperou que ficasse de costas para atirar, morrendo no local.
Depois, pegou a criança de 4 anos pelo braço e gritou para a ex-mulher que, caso não voltasse, mataria o garoto. Como não retornou, Jorge sentenciou: cortou seu pescoço.
“Eu corri para o mato com uma menina de 11 anos vários quilômetros até chegar a uma residência para implorar ajuda”, lembra. “Depois que degolou o meu filho, ele decepou a mãozinha dele e exibia como se fosse um troféu
Até a manhã de ontem, o assassino estava na floresta. Policiais civis da capital se deslocaram para a região para ajudar a prendê-lo.
ELIO GASPARI
O "poder das centrais", como a Caveira de Cristal do Museu Britânico,
é uma fraude a serviço de uma lenda
ERA UMA VEZ um pelegaço chamado Joaquinzão (Joaquim dos Santos Andrade, 1926-1997). Ele presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo durante 22 anos, até 1987. Comprava e vendia greves, mas em janeiro de 1976 foi o único presidente de sindicato de metalúrgicos a protestar pela morte do operário Manuel Fiel Filho, assassinado no DOI-Codi do então 2º Exército.
O sindicalismo do ABC, surgido nos anos 70, considerava-o ícone da corrupção sindical do entardecer da ditadura. Joaquinzão morreu pobre, numa modesta casa de repouso. Todos os seus sucessores, bem como os seus principais adversários, tornaram-se pessoas patrimonialmente prósperas e politicamente poderosas. (Quem quiser pode conferir: ele deixou um carro, uma pequena casa num bairro popular e um sítio.) Lula, seu jovem rival no século passado, preside hoje um contubérnio de sindicalistas com fundos estatais, corredores do Planalto e saletas do Ministério do Trabalho.
Joaquinzão vem ao caso porque ele pode ser considerado o avô do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, aliado parlamentar do Planalto. Joaquinzão entregou o Sindicato dos Metalúrgicos a Luiz Antônio de Medeiros e em dez anos seu sucessor produziu o "sindicalismo de resultados".
Dele resultaram a Força Sindical, 11 condecorações civis e militares, dois mandatos de deputado federal e, atualmente, a Secretaria de Relações do Trabalho, na pasta do doutor Carlos Lupi. Assim como em 1986 houve um dia em que Medeiros e Joaquinzão tiveram uma conversa, é provável que em 1990 tenha havido outra, ao fim da qual Medeiros entregou o domínio a Paulo Pereira da Silva, que ficou com o sindicato e a Força Sindical.
Poucos devem ter sido os casos de países onde o movimento sindical passou da delegacia de ordem política à de defraudações no espaço de uma só geração. A julgar pela definição que Lula colou em Lech Walesa ("pelegão"), pode ser que tenha ocorrido algo parecido, em ponto menor, na Polônia. Paulinho da Força capturou a presidência do conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador, fez parcerias milionárias no BNDES, noves fora preciosas alianças eleitorais. Houve um tempo em que o PT colocou no mesmo Codefat um jovem promissor, chamava-se Delúbio Soares.
Fala-se muito no "poder das centrais sindicais". Tudo indica que, como a Caveira de Cristal do Museu Britânico, essa força é uma fraude a serviço de uma lenda. Até hoje, as centrais só conseguiram parar repartições públicas. O "poder das centrais", graças a Lula, será exercido na tunga dos salários dos trabalhadores e dos fundos dos contribuintes. Isso é que se pode chamar de sindicalismo de resultados. Avançam na patuléia e deixam os patrões em paz. Mordem a folha de salários dos trabalhadores, atravessam a rua e param os serviços médicos onde as mulheres dos operários buscam consultas para seus filhos.
Desde que a contabilidade de Paulo Pereira da Silva começou a ser estudada pela Polícia Federal percebe-se que há algo de novo na praça. Durante o collorato, a Força Sindical beliscava o patronato paulista.Paulinho estatizou os beliscões. Podem acusá-lo de tudo, menos de ter incomodado patrão.