Homens públicos enaltecem tanto a ensino público, mas, quando o assunto é resultado, eles pagam para ver as boas notas das escolas particulares no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No Brasil e no Acre, mais uma vez, escolas pagas significam o topo, isto é, as melhores. Agora, leitor, responda-me: por que vereadores, deputados, senadores e governadores colocam seus filhos no ensino pago?
No Brasil, a melhor escola, batizada com o nome São Bento, no Rio de Janeiro, foi abençoada com a nota 80.58. A melhor pública estadual colocada é o Instituto de Aplicação Fernando da Silveira, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, com 75.11, na 19ª posição.
No Acre, o Lato Sensu levou o bicampeonato, com 61.27, mas, na classificação nacional, sua posição é a 1.772ª. Antes privada, o agora estadual Instituto São José ficou por cima, com 52.0. Na colocação nacional, seu número é 5.437. A escola Prof. José Rodrigues Leite, que sempre ficou em primeiro lugar entre as escolas públicas acrianas, caiu para segundo, com 50.81, estando na 6.386ª posição da classificação nacional.
Quando o novo vestibular bater à porta de nossas escolas não pagas, homens públicos não medirão esforços para pagar o ensino de seus filhos, porque o processo da qualidade de ensino na escola pública não é proporcional ao acúmulo de suas riquezas.
Ainda que eu tece neste espaço virtual críticas à política educacional da Frente Popular – leia-se PT e PC do B -, o atual trabalho deve continuar para que possamos alçar novas possibilidades. Critico e, por outro lado, reconheço avanços e limites.
Coordenador do ensino médio
Em uma semana de abril, estive na Secretaria Estadual de Educação para retirar uma dúvida com uma funcionária, mas, sem querer, o coordenador do ensino médio, professor Josenir Calixto, encontrou-se comigo. "Poxa, você me queimou em seu blogue", reclamou.
Josenir, você sabe que eu o critico - não queremos alunos críticos? - por você ser uma pessoa séria. Dos que não são, eu só rio. Você sabe que minhas críticas são leais porque sei que podemos melhorar mais. A crítica é uma forma de exigir mais, sabendo que a minha é propositiva.
Não fique chateado. Reconheço a sua inalienável virtude de querer o bem para a educação acriana, você é um cara da esquerda que luta muito por isso e trouxe transformações significativas para a rede pública. A questão só é esta: quero mais, mais sempre.
Crítica propositiva
Há muito tempo, mais de cinco anos, eu tenho dito - e está no arquivo deste blogue - dos conselhos de disciplina. Você me disse que eles existirão na rede pública depois - é o que acho - de ter pagado a uns consultores. E eu falei sem cobrar.
Heloísa Mourão Marques
Do Enem de 2008, entristeceu-me o resultado da escola Heloísa Mourão Marques, onde leciono há seis anos. Caímos 25 posições. Em 2007, entre as 40 escolas do Estado que se submeteram ao Exame Nacional do Ensino Médio, Heloísa ficou na 15a posição. Em 2008, entre 53 escolas, a escola deixou o ano na 40a posição.
Alguns preferem culpar alunos, eu prefiro assumir a minha culpa. Assumindo-a, digo a mim que preciso trabalhar melhor. Esse resultado me incomodou.
quarta-feira, abril 29, 2009
Enem, Calixto e Heloísa
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