Na segunda-feira, a Secretaria de Educação do Estado do Acre proporcionará um encontro entre professores de Literatura e de Língua Portuguesa para que os referenciais curriculares sejam refeitos, legitimados e aprovados.
Nas escolas públicas, o corpo docente reuniu-se para concordar e/ou discordar a respeito. Com dois colegas de profissão, um professor discrepou quando escreveu que “o texto deixa margem para uma interpretação de ensino historicista de literatura, não deixando claro que a ênfase deve ser na produção de sentido, ao invés da simples listagem das características dos estilos literários”.
Para sua justificativa, retirou este trecho dos Cadernos de Orientação Curricular da Secretaria de Educação: “Leitura, análise e comparação de textos com função literária, considerando contextos de produção em espaços e épocas distintos (Idade Média, Humanismo e Classicismo / Barroco, Modernismo e Contemporaneidade):”
Retirar um pedaço de um todo textual para afirmar que “o texto deixa margem para uma interpretação de ensino historicista de literatura, não deixando claro que a ênfase deve ser na produção de sentido, ao invés da simples listagem das características dos estilos literários” é, repito, mutilar o todo.
O trecho retirado dos cadernos não se encontra isolado, ou seja, o trecho retirado não “deixa margem para uma interpretação de ensino historicista” porque não se trata de “texto”, mas de um fragmento do texto. Retalham o texto e, a parte retalhada, os senhores a chamam de “texto que deixa margem”. Ora, não se trata de “texto”, mas de um pedaço do texto.
A coisa em-si disse pelo todo textual. Um trecho isolado passou-se como todo. A parte é o todo. Ora, senhores, quem leu o todo, o texto, não a parte como o todo, sabe que os Cadernos de Orientação Curricular da Secretaria de Educação sepultaram o historicismo literário. As partes entrelaçadas, ou seja, o todo, explicitam isso. Texto não é parte isolada, mas partes que se combinam, formando, aí então, o todo.
Não leram o texto, por isso a parte lida arvora-se de todo. A folha fala como se fosse árvore.
Sou apaixonado pela estética Barroca. Belos versos estes de Gregório de Matos e Guerra:
O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte.
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.
A maioria, o todo, concorda com o “texto deixa margem”. Eu, a parte, discordo. A gestora diz que a parte deve se submeter ao todo no dia 7 de dezembro.
Antes, lerei Nelson Rodrigues.
Nas escolas públicas, o corpo docente reuniu-se para concordar e/ou discordar a respeito. Com dois colegas de profissão, um professor discrepou quando escreveu que “o texto deixa margem para uma interpretação de ensino historicista de literatura, não deixando claro que a ênfase deve ser na produção de sentido, ao invés da simples listagem das características dos estilos literários”.
Para sua justificativa, retirou este trecho dos Cadernos de Orientação Curricular da Secretaria de Educação: “Leitura, análise e comparação de textos com função literária, considerando contextos de produção em espaços e épocas distintos (Idade Média, Humanismo e Classicismo / Barroco, Modernismo e Contemporaneidade):”
Retirar um pedaço de um todo textual para afirmar que “o texto deixa margem para uma interpretação de ensino historicista de literatura, não deixando claro que a ênfase deve ser na produção de sentido, ao invés da simples listagem das características dos estilos literários” é, repito, mutilar o todo.
O trecho retirado dos cadernos não se encontra isolado, ou seja, o trecho retirado não “deixa margem para uma interpretação de ensino historicista” porque não se trata de “texto”, mas de um fragmento do texto. Retalham o texto e, a parte retalhada, os senhores a chamam de “texto que deixa margem”. Ora, não se trata de “texto”, mas de um pedaço do texto.
A coisa em-si disse pelo todo textual. Um trecho isolado passou-se como todo. A parte é o todo. Ora, senhores, quem leu o todo, o texto, não a parte como o todo, sabe que os Cadernos de Orientação Curricular da Secretaria de Educação sepultaram o historicismo literário. As partes entrelaçadas, ou seja, o todo, explicitam isso. Texto não é parte isolada, mas partes que se combinam, formando, aí então, o todo.
Não leram o texto, por isso a parte lida arvora-se de todo. A folha fala como se fosse árvore.
Sou apaixonado pela estética Barroca. Belos versos estes de Gregório de Matos e Guerra:
O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte.
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.
A maioria, o todo, concorda com o “texto deixa margem”. Eu, a parte, discordo. A gestora diz que a parte deve se submeter ao todo no dia 7 de dezembro.
Antes, lerei Nelson Rodrigues.
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