sábado, outubro 09, 2010

Entre dois Rios

Um Rio, na floresta; outro, à beira mar. Um é bem mais violento e desumano do que outro.

Rio Branco e Rio de Janeiro. Na Cidade Maravilhosa, a educação é muito pior.

Deputado estadual pelo Partido Popular Socialista (PPS), Comte Bittncourt escreveu neste sábado, 9 de outubro, um texto curto no jornal O Globo -"Escravos de Jó".

Segundo ele, em 35 anos, o atual secretário de Educação é o 26
º. O Rio de Janeiro tem em média um secretário a cada 17 meses.

Em 2010, o Rio de Janeiro perdeu aproximadamente 70 professores por mês com exonerações. No final do mês, o estado paga ao professor R$ 765. No final da carreira, o chamado nível 9, o professor do Rio de Janeiro recebe R$ 1.511,27. O Cristo Redentor está lá, mas o planejamento consolidado para o educador não está.

Mais de 50% das escolas não têm bibliotecas e 70% não têm espaço físico para o esporte e o lazer.

Em outro Rio, o Branco, o professor recém-concursado recebe do estado - vamos arredondar - R$ 1.5 mil, ou seja, comparado a quem leciona no Rio de Janeiro, mais R$ 735. Entretanto, o poder de compra de Rio Branco é bem menor do que na cidade do Cristo Redentor.

Rio Branco é cidade mais cara. Alguns exemplos. Uma caixinha de morango custa na capital acriana R$ 5; no Rio de Janeiro, R$ 2. Uma caixa de 1 litro da Kibon vale no caro Araújo R$ 20; no Rio de Janeiro, R$ 10. O azeite Galo extra-virgem chega ao consumidor de Rio Branco por R$ 18; no Rio de Janeiro, entre R$ 8 e R$ 14.

Arroz, feijão, macarrão. A comparação não para entre esses dois Rios.

Quando o governo da Frente Popular fala do salário do professor acriano, ele exclui o poder de compra, o custo de vida. R$ 100 no Acre valem menos do que no Rio de Janeiro.




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