Nunca conheci um sindicalista que abrisse a boca com o bom hálito da inteligência. A única forma de luta que conhece é a greve, mas, no Rio de Janeiro, por exemplo, o estado realiza uma greve na saúde muito "melhor" do que o sindicato.
Quando a saúde entra em greve como agora, visíveis são seus resultados imediatos. Corpos e mais corpos com suas dores são expostos, a greve da saúde é material, corpórea.
Porém, a "greve" da educação se estende por anos e anos porque não é visível; ela não para a cidade, pois, por não ser material a greve da educação, ela não pode ser chamada de greve.
A greve da saúde paralisa a cidade porque o médico e o enfermeiro não vivem da palavra, porque, se vivessem, não parariam a cidade, visto que a palavra é uma abstração, uma ideia, e ideias ou palavras não morrem visivelmente à porta de escolas. Palavra não é corpo material.
Por causa disso, a "greve" da educação, realizada pelo estado, ocorre de forma tão sutil que, mesmo a escola funcionando, a educação encontra-se em "greve".
Entretanto, como sindicalista é animal irracional que rumina capim ideológico, seu cérebro, em estado vegetativo - e digo vegetativo pelo fato de que é o aparelho partidário que o mantém vivo -, não difere a natureza do hospital da natureza da escola, por isso que, para esse cérebro, o trabalhador médico iguala-se ao trabalhador professor.
Para esse morto-vivo de inteligência, zumbi de ideologias, a escola é o seu cemitério, lugar onde se enterrou para ser candidato pelo aparelho partidário.
O estado apresenta greves bem "melhores".
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