A PALAVRA
Reli dois livros de Giorgio Agamben ("Profanações" e "O homem sem conteúdo") e comecei a ler "A potência do pensamento".
Heidegger afirma que "filosofar é recomeçar" e, para isso, seu pensamento vai à raiz da palavra. O recomeço mora na palavra - Heidegger dominava, como homem do século XX, o latim e o grego.
Seguidor das trilhas do alemão, Agamben filosofa porque sabe que a palavra é recomeço. Em "O homem sem conteúdo", ele desorganiza um dos conceitos de Marx, PRÁXIS.
Para isso, Agamben, que domina o grego, visita quem, primeiro, pensou a PRÁXIS, Aristóteles. Pensar relaciona-se à palavra e, se ela está doente, só a filosofia para recomeçar, isto é, só a filosofia para ir à palavra antes de ela ter ficado enferma por ideologia, por ignorância, por vulgaridade.
Em "A potência do pensamento", Agamben costura conceitos para pensar a linguagem, por exemplo, na parte "Língua e história", onde, além de Agostinho, de Benjamin, ele dialoga com Varrão. Eis um trecho (pág. 35):
"Uma vez que o homem só pode receber os nomes, que sempre o precedem, através da transmissão, o acesso a essa esfera fundamental da linguagem é mediada e condicionada pela história. O homem falante não inventa os nomes nem estes emanam dele como uma voz animal: pelo contrário, eles lhe chegam - diz Varrão - descendendo, isto é, através de uma transmissão histórica. Os nomes só podem nos ser dados, traídos."
A origem do nome nos escapa e, sem a origem, sem a fonte, não conhecemos a causa das coisas, o que os gregos chamavam de "arké".
FANÁ-TICO e POLÍ-TICO
Sem in(stru)ção, não existe escolha, a pessoa não sabe que não sabe escolher. Embora tenha in(stru)ção, a pessoa pode até escolher o erro, mas ele, por ter in(stru)ção, sabe o que escolheu.
Fanático tem "tico". Político tem "tico". Em grego, "tico" significa "derreter". Mas qual a relação de "derreter" com (FANÁ)tico e com (POLÍ)tico?
Se ignoramos a origem, não sabemos o que falamos no presente.
Reli dois livros de Giorgio Agamben ("Profanações" e "O homem sem conteúdo") e comecei a ler "A potência do pensamento".
Heidegger afirma que "filosofar é recomeçar" e, para isso, seu pensamento vai à raiz da palavra. O recomeço mora na palavra - Heidegger dominava, como homem do século XX, o latim e o grego.
Seguidor das trilhas do alemão, Agamben filosofa porque sabe que a palavra é recomeço. Em "O homem sem conteúdo", ele desorganiza um dos conceitos de Marx, PRÁXIS.
Para isso, Agamben, que domina o grego, visita quem, primeiro, pensou a PRÁXIS, Aristóteles. Pensar relaciona-se à palavra e, se ela está doente, só a filosofia para recomeçar, isto é, só a filosofia para ir à palavra antes de ela ter ficado enferma por ideologia, por ignorância, por vulgaridade.
Em "A potência do pensamento", Agamben costura conceitos para pensar a linguagem, por exemplo, na parte "Língua e história", onde, além de Agostinho, de Benjamin, ele dialoga com Varrão. Eis um trecho (pág. 35):
"Uma vez que o homem só pode receber os nomes, que sempre o precedem, através da transmissão, o acesso a essa esfera fundamental da linguagem é mediada e condicionada pela história. O homem falante não inventa os nomes nem estes emanam dele como uma voz animal: pelo contrário, eles lhe chegam - diz Varrão - descendendo, isto é, através de uma transmissão histórica. Os nomes só podem nos ser dados, traídos."
A origem do nome nos escapa e, sem a origem, sem a fonte, não conhecemos a causa das coisas, o que os gregos chamavam de "arké".
FANÁ-TICO e POLÍ-TICO
Sem in(stru)ção, não existe escolha, a pessoa não sabe que não sabe escolher. Embora tenha in(stru)ção, a pessoa pode até escolher o erro, mas ele, por ter in(stru)ção, sabe o que escolheu.
Fanático tem "tico". Político tem "tico". Em grego, "tico" significa "derreter". Mas qual a relação de "derreter" com (FANÁ)tico e com (POLÍ)tico?
Se ignoramos a origem, não sabemos o que falamos no presente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário