terça-feira, março 06, 2007

Matéria da Secretaria de Educação e Eu

Acredito que, por causa da matéria que publiquei na TRIBUNA e no blog, a Secretaria de Educação elaborou um texto para mostrar sua versão. ____________________________________________
Indicadores do MEC mostram que educação do Acre
evoluiu muito nos últimos anos

Matéria de Edmilson Ferreira

Apesar das dificuldades, o Acre consegue reestruturar a educação pública. Todos os indicadores confirmam tendência de melhoria em todos os níveis, mas principalmente no ensino fundamental.
De acordo com o Ministério da Educação, em 2005 o Acre obteve a melhor variação absoluta no Prova Brasil, do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, que mediu o rendimento dos alunos das quartas e oitavas séries de todas as escolas do país. O Estado registrou crescimento de 12,4 pontos na avaliação atual em comparação ao Saeb 2003. Os estudantes acreanos tiveram média de 158,3 pontos em português, no Saeb 2003, e, na última avaliação, alcançaram média de 170,7 pontos na disciplina.
A média nacional é negativa, o Norte tem índices ruins, o pior do país. No entanto, a Frente Popular conseguiu melhorar a educação pública, mas estamos distantes e novos caminhos não foram apontados para o ensino médio.

Em 1999, no início do Governo da Floresta, o Acre ocupava as últimas colocações em todas as avaliações oficiais – era a pior educação do País. Em 2003, superou vários Estados e foi para 16ª posição e atualmente ocupa a 11ª colocação na avaliação de língua portuguesa, desempenho melhor que o obtido por Tocantins, Rondônia, Amazonas - e até mesmo por regiões ricas, como o Rio Grande do Sul.
No Enem, a colocação é 23ª e 24ª. O 11º refere-se ao ensino fundamental.
De acordo com a Secretaria de Educação, os avanços foram obtidos a partir de um grande esforço do Estado e dos professores. Os estudantes acreanos receberam nota média 158,7 no Saeb 2003 e conseguiram 171,9 pontos ou 13,2 pontos a mais no Prova Brasil. Em todo o Estado, no ano avaliado, 14.132 alunos de 179 escolas de 22 municípios participaram da Prova Brasil. Foram 10.474 alunos de 122 escolas estaduais, 3.570 de 56 escolas municipais e 88 do Colégio de Aplicação.
Os números remontam aos investimentos realizados desde 1999 na educação: construção e reforma de escolas, melhorias salariais a professores e pessoal de apoio, plano de carreira profissional, repasse de dinheiro diretamente às escolas, autonomia escolar, capacitação e formação em nível superior, integração do sistema municipal com o estadual. A descentralização da gestão, com o repasse de dinheiro diretamente às escolas, é uma das ferramentas para o Acre ter conquistado melhores posições no ranking nacional de ensino.
Quando o Governo da Floresta começou, somente oito municípios tinham o segundo grau. Hoje, o ensino médio está presente mesmo em comunidades distantes como a Foz do Breu, no extremo oeste do Acre. A qualificação dos professores tem sido fundamental no processo. Apenas em alguns programas de formação de professores em nível superior, o Estado já investiu mais de R$ 50 milhões com a ajuda do Governo Federal.
Questão não se reduz à qualificação do professor somente, é preciso haver uma nova forma de administrar a escola e isso passa também pelo encontro entre áreas.
Municípios – O Ensino Fundamental melhorou muito nos últimos anos e o ensino fundamental caminha a passos largos para um salto de qualidade. Existem problemas no Ensino Fundamental e Médio que já foram identificados pela Secretaria de Educação. Em alguns municípios, há um esforço adicional para que o segundo grau acompanhe o desempenho dos demais níveis de ensino. “Os resultados virão porque há pouco tempo deu-se início na formação de professores em alguns municípios”, esclareceu Josenir Calixto, gerente de Gestão e Planejamento de Ensino Médio da Secretaria de Educação.
Falo do Estado, porque leciono em uma escola pública estadual.
Até 99, ensino médio sequer tinha rede

Ao assumir o Estado em 1999, o Governo da Floresta encontrou a educação em situação crítica. “O sistema não tinha nem a rede de ensino médio”, lembra Josenir Calixto, gerente de Gestão e Planejamento do Ensino Médio da Secretaria Estadual de Educação. No ano de 1996, os paradigmas do ensino médio voltavam-se aos vestibulares e à profissão. Depois, passou a preparar os alunos para o exercício do trabalho e da cidadania – o que no Acre foi incurtido exatamente com o advento do Governo da Floresta ao implantar uma ampla e abrangente rede de escolas com ensino de segundo grau.
Sim, não havia rede, mas não podemos comparar a Frente Popular a um descaso sempre, porque não dá para comparar. Precisamos comparar com o que é melhor para melhorar ainda mais.
A avaliação feita pelo Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) envolve o ensino regular e o supletivo, situação que, na opinião de Calixto, torna a metodologia complexa e gera disparidades entre resultados.
Sou professor de Língua Portuguesa do Estado há dez anos e conheço a realidade dessa disciplina na escola pública.
Qualidade do ensino não é só escola
O fator “escola” não é o único para se construir uma educação de qualidade. “É preciso dar suporte às famílias”, observa Calixto. “E nós estamos fazendo isso”, assegura, citando como exemplo as reuniões de pais e professores no Cerb, escola localizada no Centro de Rio Branco. A participação era fraca, não mais que vinte ou trinta pais freqüentavam as reuniões. “Ultimamente chegamos a reunir cerca de 600 pais”, comemora Calixto.
Não há relação direta entre participações de pais e qualidade de ensino. Trata-se de um mito. Escrever bem, por exemplo, não depende de pais na escola. Se depende, esxplique.
“Nosso desafio é fazer investimentos na sala de aula para que o professor possa planejar corretamente, de acordo com as necessidades dos alunos”, diz.
Como assim "investimentos"? Especifique! Como asssim "planejar"? Especifique!
Além disso, a gestão escolar é instrumento importante nesse contexto. A eleição de diretores comprometidos com as diretrizes básicas vem trazendo bons resultados.
Bons resultados? Onde? Como? Que resultados são esses em termos de qualidade de ensino na Língua Portuguesa? Especifique-os!
Por essa política, a eleição é um dos passos para a boa gestão. Primeiro, o candidato a diretor passa por um curso de capacitação para gerir a escola;
Por causa disso, temos ótimas administrações? O processo de escolha é antes, e ele é um equívoco democrático.
em seguida se submete à certificação e depois é avaliado em processo eleitoral em que participam professores, pais e alunos. “Problemas existem, mas eles estão sendo sanados com a participação da comunidade”, afirmou o gerente da SEE.
Especifique essa participação. Não há verdade e qualidade por meio de generalizações.

Diretores têm acompanhamento constante:
32 afastados por descumprimento do trabalho


Todos os diretores escolares têm acompanhamento constante da Secretaria de Educação. Ainda segundo Josenir Calixto, reuniões periódicas promovem debates entre diretores e técnicos da SEE na busca de soluções para os mais diversos problemas e conflitos. Calixto lembrou que há punição para os diretores que não cumprem com as regras: “em oito anos, 32 diretores foram exonerados da função”, afirmou.
Se acompanhasse, escolas não estariam em péssima conservação. Há menos de dois anos, foram reformadas e muitas estão com janelas quebradas, com vidros arrancados. Há diretores que não cuidam da escola. Material some e eles não são punidos. Poderia dar exemplo, mas o tempo irá mostrar.
Os conselhos exercem papel positivo na gestão escolar porque são, segundo Calixto, instrumentos de controle social. Na busca de fazer uma boa educação, os professores têm carga horária que lhes possibilita fazer o planejamento pedagógico individual e coletivo,
Coletivo não, porque não há conselho de disciplina. A cobrança, quando há, é individual.
e atividades na escola e em suas casas. No Brasil, a formação de professores em nível superior atinge 30% do quadro do Governo Federal. No Acre, em poucos anos, esse número chegará a 100% dos docentes. A previsão é da Secretaria de Educação.
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A crítica ética e propositiva contribui para repensar procedimentos. Minha matéria não adulou o poder e muito menos caracterizou-se como um panfleto vulgar contra uma pessoa ou partido. Gosto de dialogar sobre idéias, algo carente em nosso jornalismo.
Em outro momento, escreverei um artigo sobre a Língua Portuguesa na sala de aula, um problema muito grave. Leciono há quase 20 anos, 1o dedicados ao Acre, e sei o que falo e como falo.
Lecionar tem sido a minha vida e, quando critico, é para que façamos sempre o melhor. Para mim, a esquerda deve sempre se sentir insatisfeita, nunca deve se acomodar e muito menos criar falas fáceis sobre problemas complexos.
Reconheço, repito, que a educação pública melhorou. Quero muito mais. E esse mais não se reduz a fazer da educação um ataque agressivo contra a Frente Popular ou contra o governador, porque a educação encontra-se, para mim, muito além da política partidária.



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