sábado, setembro 02, 2006

CopEVeCoPevEcOpEvECOpeVE

Após anos, muitos anos, a Copeve deveria levar em consideração o que Maria da Graça Costa Val escreve em Redação e Textualidade, editora Martins Fontes.
Uma redação não pode se reduzida à gramática e às suas organizações interna e externa. Antes do como se escreve, o autor precisa saber o que escreve. A Copeve deve considerar a análise da informatividade.
"A informatividade é entendida pelos estudiosos como a capacidade do texto de acrescentar ao conhecimento do recebedor informações novas e inesperadas."
Longe disso, os textos de nossos alunos ecoam a voz do senso comum. Não são mais previsíveis, porque 1 + 1 = 2. Para dissertar, a Copeve poderia exigir leitura de ótimos textos em revistas e em jornais.
Essas revistas e esses jornais poderiam ser selecionados, e o aluno, para elaborar um conteúdo, deveria, antes, ler, ler, ler, ler, ler, ler.
Por exemplo, no jornal Folha de São Paulo, aos domingos, publica-se o caderno Mais! e, por causa de sua importância, o aluno deveria lê-lo para que depois um tema fosse escolhido pela Copeve.
Leitura antes de escrever. Antes da gramática ou da organização, o conteúdo. Há entre nós, muitas frases feitas, muitas afirmações sobre o óbvio.
Sobre a violência em São Paulo, um aluno escreveu isto em sua introdução.
A metrópole dos criminosos
O Brasil inteiro está com os olhos voltados para a metrópole São Paulo, onde a população está literalmente nas mãos dos criminosos. A cidade tranformou-se num caos total, onde pessoas são feitas vítimas a todo momento e ônibus são queimados; uma cidade onde até os presos mandam, ou seja: submissão.
  1. Peca-se quando generaliza. O Brasil inteiro não está com os olhos voltados para São Paulo. Em maio deste ano, as emissoras de TV transmitiram a falta de segurança por que passou São Paulo;
  2. A população não está literalmente nas mãos dos criminosos, porque 40 milhões de habitantes não cabem nas mãos dos criminosos. Quando se escreve literalmente, significa valor denotativo e não conotativo. Literal, letra, isto é, exato, ao pé da letra;
  3. A cidade não se transformou em um caos total. O aluno precisa especificar e, para tanto, deve ler o que se escreve em ótimas revistas e em ótimos jornais.