domingo, agosto 04, 2013

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04/08/2013 - 02h05

Falta referência nacional para currículo nas escolas

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FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
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Quem educa os educadores?
Está na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação): o currículo da educação básica do Brasil deve ter uma "base nacional comum", a ser acrescida de outros conteúdos a partir da realidade local, a critério de cada escola.

Para especialistas, entretanto, não é isso que acontece: falta uma referência verdadeiramente nacional e específica sobre o conteúdo que estará na lousa do professor.

Hoje, afirmam, não há uma clareza sobre quais conhecimentos serão repassados. Que clássicos devem ser lidos? Que momentos históricos devem ser aprofundados?
"Se você adota um currículo detalhado, no dia seguinte você passa a cobrar resultados. É uma ferramenta muito poderosa de controle social", afirma Ilona Becskeházy, consultora de educação.
Outros argumentam que detalhar demais pode engessar o trabalho do docente em sala de aula e, no fundo, demonstra desconfiança sobre a formação do professor.
"Querem descobrir uma fórmula mágica para que esse professor reproduza um determinado conhecimento, como se fosse uma máquina", afirma Dalila Oliveira, presidente da Anped (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação).
O tema ainda está longe de ser unanimidade entre os atores do setor. Mudanças no atual modelo são uma antiga demanda.
Em conjunto com o Consed (Conselho de Secretários Estaduais de Educação), o Ministério da Educação pretende sugerir uma reformulação do currículo do ensino médio. A proposta deveria ter sido apresentada em junho, mas foi adiada.
Editoria de Arte/Folhapress
SOPA DE LETRAS
Além da LDB, escolas de todo o país devem seguir o que está previsto nas DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais), feitas pelo Conselho Nacional de Educação.

Elas também devem se guiar pelo que é definido em instâncias estaduais e municipais. Além disso, o MEC tem documentos que podem servir como orientadores para as escolas, como os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) e os RCNs (Referenciais Curriculares Nacionais).

Na prática, educadores ponderam que esse emaranhado de siglas não é o verdadeiro norteador da escola.

"Quem está orientando a construção dos currículos hoje é o sistema nacional de avaliação", diz Marcos Cordiolli, autor do livro "Currículo Escolar: Teorias e Práticas" (editora Melo). E esse sistema pode ser resumido em duas avaliações: Prova Brasil e Enem.

A primeira é aplicada no 5º e no 9º ano do fundamental e mede a qualidade das escolas públicas de todo o país.

A outra, o Enem, vem substituindo os vestibulares de universidades federais. É justamente o ensino superior que também motiva debates sobre mudanças no currículo da educação básica.

ESPECIFICIDADES

Autor de doutorado defendido na USP sobre o currículo de matemática do ensino médio, José Carlos Costa afirma que o conteúdo hoje dado nessa etapa é "genérico", incapaz de atender às necessidades de alunos.

Afinal, questiona, por que um aluno que planeja estudar ciência política precisa ter as mesmas aulas de matemática que um que sonha em cursar engenharia?

Ele ressalta, porém, que o "segredo da boa educação" não está no bom método, e sim no bom profissional.

"Discutir currículo sem falar de formação é como contratar um time sem dar a bola", compara Daniel Cara, que é coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.


Neymar. Neymia. Anemya. Aneymar

   

Se Deus ofertou a Neymar o dom do drible, a saúde pública do Brasil deu a ele o estado clínico da anemia. Nosso país, sabemos, não é cracaço quando o assunto é nutrição, e não seria o Santos Futebol Clube que driblaria a anemia desse menino, que um dia foi muito pobre.

Como resultado, o Brasil vende a alegria que Deus nos oferta, e as políticas públicas exportam nosso modelo de saúde para os campos europeus.

A Espanha, por meio do Barcelona, saberá cuidar de Neymar da Silva Santos Júnior, nascido na Casa Santa de Misericórdia de Mogi das Cruzes, em 5 de fevereiro de 1992, em um conjunto habitacional do bairro Rodeio, ao pé da Serra do Itapeti.

O que o Brasil não fez por sua saúde, o Barcelona, um clube, fará.

Azar para os meninos pobres e anêmicos deste país tão cristão que não receberam o dom futebolístico de Deus e que estão condenados a sonhar com os gramados europeus, ignorando que são os políticos deste “Berço Esplêndido” que os fazem comer capim nos campos de várzea, nas escolas de várzea, nos hospitais de várzea, em casas de várzea com esgotos a céu aberto e sem estrelas.



Aos 6 anos, um gênio com a bola

Meninos pobres e anêmicos, os melhores jogadores deste país são os políticos, são eles que driblam vocês muito bem.