sábado, abril 11, 2009

Blogue aberto ao senador Tião Viana

Senador,

Sou seu eleitor. Um eleitor. Dos milhares de votos que o senhor obteve no Acre, meu voto não passa de UM. Desde já, reconheço minha democrática insignificância. Minha pequenez, entretanto, não se reduz a um voto. Como professor da rede pública de ensino, meu status social não se equipara ao de um médico, ao de um advogado, ao de um político.

Escrever neste blogue, portanto, representa minha incapacidade de interromper, por exemplo, uma ligação telefônica. Ainda sim, o sólido silêncio seria pior. Muito mais do que me incomodar, uma conta telefônica de R$ 14 mil, que seria paga com dinheiro público, debocha da condição de eu ser seu eleitor. Não pensei que meu voto fosse para isso.

No México, curtindo as férias, sua filha gastou R$ 14 mil em 20 dias, e o contribuinte, que não é mexicano, pagaria esse valor caso a imprensa nacional não (des)cobrisse. (Des)coberto, o senhor afirmou que tiraria de seu bolso para pagar. Parcelou.

Senador, o que houve com o PT?

Independente da resposta, eu, seu eleitor, não posso deixar de crer na esquerda, isto é, em partidos que representam os anseios da justiça popular. Ainda sou petista, mas sem DAS, sem adulação, sem amiguinhos no poder; sou petista que leciona em escola pública sem revolução educacional; sou petista que vota em Tião Viana e se decepciona.

Sou um petista... insignificante.