Em um mundo onde ser vulgar é a regra até em igrejas, a poesia salva a palavra Corpo. Há dias, engravidei-me de poesia e, horas suadas depois, meus dedos pariram palavras que abençoam minha Carne e minha Alma. Ei-las:
Milagre
Em igrejas à espera de milagres,
eu, à margem do corpo de Cristo,
entre o fim da tarde e a chuva fina,
ajoelho-me e, por teu nome, rezo a finco.
Que teu corpo nu - sem espinho, sem prego e cruz -
traga, como novo messias, à minha esperançosa carne,
o milagre de tua luz:
chama, despido corpo, me chama, e eu, safado santo,
subo ao sagrado altar, tua cama, para ser pecador feliz.
Sinto pena das igrejas, sinto tanto.
Para teus fiéis, me eternizo surdo, e tua língua nem falo.
Mas, em tua boca litúrgica, batizo-me com tua saliva.
Teu gozo, abençoada prece. Teu corpo, como não amá-lo?
E, sem crer no pão e no vinho, molho minha semente em tua fissura para germinar vida.
Entre tuas pernas, minha reza, meu clímax: Deus, eis a oferta!!!
Olhe no meu olho, Amada, olhe, veja-nos e sinta!!!
Milagre
Em igrejas à espera de milagres,
eu, à margem do corpo de Cristo,
entre o fim da tarde e a chuva fina,
ajoelho-me e, por teu nome, rezo a finco.
Que teu corpo nu - sem espinho, sem prego e cruz -
traga, como novo messias, à minha esperançosa carne,
o milagre de tua luz:
chama, despido corpo, me chama, e eu, safado santo,
subo ao sagrado altar, tua cama, para ser pecador feliz.
Sinto pena das igrejas, sinto tanto.
Para teus fiéis, me eternizo surdo, e tua língua nem falo.
Mas, em tua boca litúrgica, batizo-me com tua saliva.
Teu gozo, abençoada prece. Teu corpo, como não amá-lo?
E, sem crer no pão e no vinho, molho minha semente em tua fissura para germinar vida.
Entre tuas pernas, minha reza, meu clímax: Deus, eis a oferta!!!
Olhe no meu olho, Amada, olhe, veja-nos e sinta!!!