quarta-feira, julho 02, 2008

Da Megassena à escola












Na terça-feira, dia 8, com mais calma, escreverei na coluna do jornal A TRIBUNA sobre o que ocorreu hoje. Há 16 anos no Acre, nunca assisti a algo semelhante. Os jornais possuem a vã ilusão de que mostram a verdade. No filme Ônibus 174, é a arte do cinema que revela a verdade.

Por que esse adolescente de 17 anos não matou a mulher e a criança? A sua vida vale pouco, quase nada. Por que não matou? Poderia. Não tinha mais nada a perder. Depois, um tiro nele.

Sua violência poupou a criança de 2 anos e a mãe. Para mim, existiu um gesto de perdão. Ele não foi tão mau.
Chico Buarque canta...

Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!

Chega em Rio Branco
na casa lotérica
na escola
com dinheiro, relógio,
criança, mãe
Rezo até ele chegar
Cá no Sobral
Essa onda de assaltos
Tá um horror
Eu consolo ele
Ele me consola
Boto ele no colo
Pra ele me ninar
De repente acordo
Olho pro lado
E o danado já foi trabalhar
no centro de Rio Branco
Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!