Hoje, alunos de outra turma não se encontravam em sala e resolveram bagunçar perto da sala onde eu lecionava. Trata-se de um problema antigo que a atual direção não resolve na escola Heloísa Mourão Marques.
A câmera inibe o abuso
Sem solução, restou a mim uma câmera que, ao filmar, inibe o abuso. O aluno, quando viu que estava sendo filmado, retornou à sala.
À porta, uma inspetora entra. "Professor, nós fazemos o que é possível, porque os alunos são agressivos e não adianta levá-los à direção", reclama outra inspetora.
Contra a lei
A coordenadora disse-me certa vez que é proibido filmar na escola. É contra a lei. É preciso ocultar algo?
Sem solução, o professor entrega-se ao desânimo, porque não adianta falar, não adianta propor idéias, propor saídas, por exemplo, para o aluno que transita pelos corredores e incomoda as aulas de professores.
"Vai tomar no..."
Quando percebeu que estava sendo filmado, o aluno mandou "vai tomar no...". No vídeo, não é possível identificá-lo, nem eu queria. Só queria expor, por meio de um blog, um aluno que impõe na escola sua regra. Ele sabe que contra ele pouco será feito. Outros violaram normas. Na escola, o aluno é autoridade que afronta o professor.
Que medida a direção tomará contra um aluno que, em um vídeo, manda um professor "tomar no..."?
Quando uma escola não se impõe, a PM é chamada para impor ordem e disciplina. Muitas vezes, assiti a policiais "educando" alunos na escola Heloísa Mourão Marques.
Boné
Repare que o aluno no vídeo usa boné. Em uma reunião, corpo docente e direção afirmaram que aluno não entraria na escola com boné. Entra.
A princípio, boné não tem importância, não atrapalha o ensino-aprendizagem. A questão, entretanto, é que, em reuniões, proíbe-se algo para, depois, descumprir normas, acordos.
Ser diretor
Para que ser diretor se a sua função não garante nem a ordem para um professor lecionar em paz?
Estou determinado a dar visibilidade à escola pública por meio de um blog, por meio da tecnologia. Eis a democracia: transparência.