quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Mais! escola pública

No Acre, quando estamos em período de eleições, o debate entre homens públicos sobre educação pública é sofrível, e isso quando debatem. Na última campanha, até mãe de candidato tentou dar audiência a políticos chulos, pacóvios.

Longe disso, o caderno Mais!, do jornal A Folha de São Paulo, publicou textos sobre a escola pública. Um pouco a teus olhos.

Governo irá aperfeiçoar gestão, diz secretária
DA SUCURSAL DO RIO

A secretária estadual de Educação do Rio, Tereza Porto, diz que um de seus maiores desafios é melhorar a gestão das escolas estaduais, dando aos diretores e professores mais ferramentas para agilizar processos e tomar decisões.

Ela aposta que o investimento em tecnologia facilitará o trabalho, embora reconheça que ainda há muito a ser feito.

Uma das mudanças esperadas já para este ano é a diminuição do tempo em que alunos ficam sem aulas por causa de pedidos de licença médica.

"Quando assumimos [há dois anos], esse processo era ainda mais demorado. Mas, com o novo sistema funcionando plenamente, o aviso de que há uma vaga a ser preenchida será feito automaticamente pelo diretor, que visualizará on-line quais são os professores disponíveis."

Esse controle maior é essencial, em sua avaliação, não apenas para agilizar a reposição das aulas, mas também para evitar gastos desnecessários com professores temporários em escolas onde há profissionais com tempo vago para lecionar na disciplina em falta.

Tereza Porto diz, entretanto, que existem alguns entraves que dependem de mudanças na legislação, como a autonomia do diretor para montar sua própria equipe. É o próprio professor, com base em sua pontuação, que escolhe onde trabalhará.

Dentro do que é possível legalmente, ela diz que, no Rio, a secretaria tenta alocar o professor numa escola perto de sua residência e, de preferência, com dedicação exclusiva.

Sobre a valorização do magistério, a secretária reconhece que ainda há uma séria defasagem salarial a ser corrigida, mas diz que o esforço do governo tem sido "gigantesco".

"O salário na rede estadual ainda é baixo, mas evoluímos bastante. Em 2008, o aumento [de 8%] foi superior à inflação e, no ano passado, fizemos um esforço absurdo para incorporar ao salário de todos, inclusive aposentados, gratificações que eram pagas somente a alguns. Isso teve um impacto de R$ 7 bilhões na nossa folha de pagamento. Não é pouca coisa, e temos uma lei de responsabilidade fiscal para cumprir."

Outro investimento que ela espera trazer resultados é a implementação, neste ano, de um novo sistema de acompanhamento da frequência dos alunos, totalmente informatizado, em todas as 1.437 escolas.

Todo estudante terá um cartão eletrônico, que irá garantir a passagem gratuita em transportes públicos e que também irá controlar sua utilização da merenda e a presença.

Cada uma das salas terá um computador, onde o professor abre uma pauta eletrônica e pode fazer anotações sobre os alunos para serem compartilhadas com outros docentes.

No Centro Interescolar Estadual Miécimo da Silva, o sistema já funciona desde o ano passado. (AG)