Em uma dessas comissões do Congresso, ouvir Jorge Viana e ouvir Cristovam Buarque a respeito de educação, minha nossa!!!, não é só diferente, mas brutalmente desigual.
Cristovam eleva o debate; Jorge abaixa-o.
Aos sábados e aos domingos, comprar jornal é um ato de muitos e muitos anos. Quando existe em alguma banca no Rio, compro A Folha, mas garantido mesmo é O Globo, onde posso ler sempre os bons textos do senador Cristovam Buarque.
Esse senador, diferente de Jorge Viana, sabe muito quando o assunte é este: educação.
Hoje, o título de seu artigo é "Adoção federal" e começa assim:
Quando um banco entra em crise, o Banco Central intervém para evitar a falência; quando a segurança de uma cidade entra em crise, o governo federal aciona a Guarda Nacional; quando a saúde fica catastrófica, importam-se médicos; quando uma estrada é destruída por chuva, o governo federal auxilia o estado; mas, quando um município não tem condições de oferecer boa escola a suas crianças, o governo federal fecha os olhos, porque isso não é responsabilidade da União. Limita-se a distribuir, por meio do Fundeb, R$ 10,3 bilhões por ano, equivalente a R$ 205 por criança ou R$ 2 a cada dia letivo.
Por causa da história das séries iniciais terem sido condenadas aos municípios, o caminho dessas séries hoje tem de ser o governo federal.
Os municípios não têm condições para qualificar.
O Jorge nem coloca isso em pauta.