quinta-feira, julho 12, 2007

DemocraciA OU DemocraciA

Até o dia 19 de julho, professores e pessoal de apoio poderão votar na gestão da professora Lúcia.

Os alunos da escola também poderão votar em mim. Se leciono bem ou mal, eis a escolha.

Espero que sejam votos que buscam qualificar o ensino público. Trata-se de uma experiência nova neste blog e espero que seja muito boa para a nossa escola pública.

Já sugeri à direção a elaboração de um questionário para que alunos avaliem os professores, mas até hoje...
Bem, meus alunos me avaliam há uns cinco anos. Gosto da democracia equilibrada, qualitativa. Alguns, no entanto, sentem medo dela.

Tonivan, o Cara!!!



Há mais de cinco anos, divido a Literatura na escola pública com Tonivan - esse funcionário público que não é preguiçoso.

Aqui, nesta foto, ele e dois alunos da escola Heloísa Mourão Marques recolhem o material que projetou o filme Lavoura Arcaica, de Luís Fernando Carvalho.

Nossos alunos não vão ao cinema, porque não pertence à cultura acreana o espaço das sombras.

Ora, quando um professor se propõe a passar um filme, ele precisa proporcionar uma ótima estética da percepção.

Assistir a essa filme em uma sala de aula implica projetar essa película aos ruídos dos corredores, à luminosidade, ou seja, à desatenção dos sentidos.

No entanto, quando se asssite a esse mesmo filme em uma tela imensa e em um teatro escuro, a percepção é outra. Na sala, predomina a distração dos sentidos. No teatro da escola, predomina a contração dos sentidos. Aquela "puxa para diversas partes" e esta "reúne em um só centro".

A professora Maria Célia poderá dizer que os alunos dormirão no teatro escuro. Melhor, professora, pois sonhar é nosso propósito. Passar filme em sala de aula é um equívoco estético.

Apresentei uma proposta de cinema à gestora da escola Heloísa Mourão Marques, professora Lúcia, mas, até hoje...

Jornal & Educação















Velhas práticas enrugaram-se em sala de aula. Formas petrificadas de lecionar Língua Portuguesa e Literatura perduram enquanto o homem clona a vida e muitas profissões não trabalham como trabalhavam há 20 anos.

Imagine um engenheiro trabalhando há anos da mesma forma? Imagine um advogado com o seu escritório congelado no tempo?

Em sala, a Língua Portuguesa encontra-se cristalizada por uma prática desinteressante.

Ess ensino-aprendizagem, antes, precisa ofertar aos alunos uma vivência social. A palavra não pode ser escrita entre quatro paredes, isolada do mundo-bairro-cidade, mas o seu sentido precisa ser vivenciado com outras pessoas. A palavra precisa ser (des)coberta na vida.

Para tanto, os alunos precisam escrever no jornal de escola.

Realizei essa idéia com alunos do ensino fundamental (primeira e segunda fases) e com alunos do ensino médio.

Hoje, Josenir Calixto, responsável pelo ensino médio do Estado, disse-me que a Secretaria de Educação tem interesse de viabilizar a comunhão entre Jornal e Escola.

Fiquei muito feliz, porque, para mim, o importante é a idéia se materializar para que possamos, juntos, qualificar o ensino de Língua Portuguesa na escola pública.

Trata-se de algo possível desde tenhamos a Paixão pelo ato inquieto e inquietante de lecionar.