quinta-feira, setembro 24, 2009

Bagunça Escolar









Aldoro uma bagunça em minha sala de aula. Gosto da ordem, sei o quanto ela é importante por vários motivos. A desordem (outra forma de ordem) me seduz. Os poetas árcades desprezavam a estética barroca por achar que ela pertencia à impureza da desordem.











O barroco, entretanto, representa uma outra ordem que a ordem árcade não quer entender, por exemplo, a ordem lúdica. Brincar em sala. Gritar. Bagunçar. Desordem sob controle.

Hoje, mais uma vez, permiti que meus alunos brincassem, e eu também, claro. Divididos em grupos de três, uma disputa entre rapazes e moças para colocar em ordem parágrafos fora da ordem lógica de raciocínio. Muito bom.

Leciono há quase 20 anos e ainda me oponho a uma sala SOMENTE séria, formal, inflexível. Até hoje, não me deixo ser possuído pelo condicionamento monótono das escolas. Não consigo imaginar o ato de lecionar sem a presença prazerosa do lúdico.

Senhores, brinquemos!

Da Ufac ao Gazeta Alerta

Diante do poder comunicativo da televisão, este blogue não passa de um indigente, um corpo verbal sepultado pelo esquecimento da indiferença. Quem é Aldo Nascimento perante a audiência de um Edvaldo Sousa, do programa Gazeta Alerta?

Mas, por eu não ser senso comum - e nem gostaria -, motivo-me a manter uma crítica sóbria não à pessoa de Edvaldo Sousa, por sinal, homem honrado, idôneo, mas à sua condição de comunicador de massa. Sua imagem pública, portanto, incomoda-me como fenômeno social. Repito: como fenômeno social. Quando a opinião é sobre violência, ele influencia telespectadores de classes sociais.

Sobre isso, o silêncio espesso de professores das faculdades de jornalismo. São intelectuais que lecionam entre quatro paredes teorias da comunicação; porém, além dessas paredes, noticiam mudez na imprensa escrita. Não se lê no jornais locais um artigo sequer sobre comunicação de massa do Acre.

Na tela
Não tenho hábito de assistir ao progrma Gazeta Alerta, gostaria se o tempo estivesse a meu favor. Às vezes, quando está, assito.

Ontem, após a condenação de Hildebrando Pascoal, vi o comunicador em seu programa sem o mesmo tom de voz de outras vezs. Para falar da sentença, do caso Baiano, o âncora foi comedido, prudente, limitando-se ao fato em si, isto é, à sua superfície.

Não ouvi "sua subjetividade" em ação, sua dramaticidade, porque falar da violência dos marginalizados pelo Estado ao londo de décadas não se equipara à violência de uma classe social que transformou o poder institucional em esquadrão da morte.

Neste ano, por falta de tempo, não apresentarei ensaio a um concurso da Prefeitura de Rio Branco, droga. Quando o tempo estiver a meu favor, escreverei um ensaio, quem sabe, sobre Gazeta Alerta.