terça-feira, abril 10, 2007

Isso aconteceu

Maria não cortou o “pau” do marido
10 de abril de 2007

Tribunal de Justiça (Brasília) recebeu o seguinte requerimento:

Esmeraldas, 05 de Março de 2002.

Eu, Maria José Pau gostaria de saber da possibilidade de se abolir o sobrenome Pau do meu nome, já que a presença do Pau tem me deixado embaraçada em varias situações. Desde já, antecipo agradecimento e peço deferimento.

Maria José Pau

Em resposta, o Tribunal lhe enviou a seguinte mensagem:

Cara Senhora Pau,

Sobre sua solicitação de remoção do Pau, gostaríamos de lhe dizer que a nova legislação permite a retirada do seu Pau, mas o processo é complicado. Se o Pau tiver sido adquirido após o casamento a retirada é mais fácil, pois, afinal de contas ninguém é obrigado a usar o Pau do marido se não quiser. Se o Pau for de seu pai, se tornaria mais difícil, pois o Pau a quem nos referimos é de família, e vem sendo usado por várias gerações. Se a senhora tiver irmãos ou irmãs, a retirada do Pau a tornaria indiferente pro resto da família. Cortar o Pau do seu pai, pode ser algo que vai chateá-lo. Outro problema, porém, está no fato do seu nome conter apenas nomes próprios e poderá ficar esquisito caso não haja nada para ficar no lugar do Pau. Isso sem falar que, caso tenha sido adquirido com o casamento as demais pessoas estranharão muito ao saber que senhora não possui mais o Pau do seu marido. Uma opção viável seria a troca da ordem dos nomes. Se a senhora colocar o Pau atrás da Maria e na frente do José, o Pau pode ser escondido, porque a senhora poderia assinar o nome como Maria P. José. Nossa opinião é a de que esse preconceito, contra este nome já acabou há muito tempo e que se a senhora já usou o Pau do seu marido por tanto tempo não custa nada usá-lo um pouco mais. Eu mesmo possuo o pinto, sempre o usei, e muito poucas vezes o pinto me causou embaraços.

Atenciosamente,
Geraldo Pinto Soares
Desembargador do TJ de Brasília - DF

Vírgula

1. O aluno, todavia, nada respondeu.

Nesse caso, interrompe-se a ordem direta entre "o aluno" e "nada respondeu".

2. O professor repetiu a explicação, todavia os alunos continuaram com dúvidas.

Não há vírgula depois de "todavia", porque o sujeito "os alunos" inicia a ordem sintática direta, a saber: sujeito + verbo + complemento.

3. O professor repetiu a explicação; todavia, os alunos continuaram com dúvidas.

Essa construção, raríssima entre alunos, pode ser usada.

Nas redações dos alunos, usa-se muito o "mas", que é uma forma fixa na frase-oracional. Usar o "todavia", por exemplo, permite que esse conectivo fique em várias posições na estrutura sintática.

Ensino médio

No teatro da escola, alunos e professor lêem um romance. Após dois encontros, mostrei a eles marcações relacionadas ao uso do pronome oblíquo.
Essa questão gramatical mereceu destaque por causa da produção textual dos alunos, ou seja, eles não usam pronomes oblíquos quando dissertam e tais pronomes são importantes para a organização interna, para a harmonia do texto. A gramática sempre relacionada à construção textual.
Pois bem, hoje, apliquei um teste e, mesmo usando o livro para consulta, repito, usando o romance, muitos erram.
Pedi para escrever o substantivo no lugar do pronome em "desfraldando-o", na página 31. Para isso, precisava ler o texto ou, simplesmente, copiar o que eu já havia marcado nas aulas anterios.
Entre 28 alunos, três acertaram na turma B, mas dois escreveram Pedro com letra minúscula. O resultado, portanto, muito ruim.
Na aula de Redação, quando chegarmos ao desenvolvimento, cobrarei o uso de quatro pronomes oblíquos nos dois desenvolvimentos.
O fato é que retornarei aos pronomes quando lermos o romance Lavoura arcaica. Se a maioria errou, não posso lecionar outro conteúdo gramatical conforme a produção textual. O processo, eu sei, é lento.