domingo, setembro 30, 2012

Paraty, deputado. Paraty, candidato.

Na Expo-Acre, crianças são fotografadas ao lado de um boi.
Na Flip,  crianças leem depois que a festa chega ao fim  

O deputado Moisés Diniz (PC do B) declarou certa vez que a Expoacre representa a cultura acriana.

Mais tarde, Marcus Alexandre (PT), candidato a prefeito de Rio Branco, expeliu as mesmas palavras do deputado.

Se nós dependermos desses políticos para  compreender o que é "cultura" e o que é "popular", nosso pensamento será menos útil do que uma porta de banheiro de um botequim qualquer.

Há uma cidade no Rio de Janeiro que não tem viaduto, ponte, asfalto, shopping, mas isso não significa ser um lugar atrasado.

Para os políticos acrianos, progresso e desenvolvimento estão associados a viaduto, ponte, estrada, asfalto, comércio.

Localizada na fronteira com São Paulo, distante da capital, banhada por águas sonolentas, Paraty era conhecida por sua aparência colonial. Outros países pouco a conheciam até 2003.

Dez anos depois - ou quase isso -, Paraty elevou a qualidade do turismo, trouxe ganhos materiais e imateriais e recebeu uma aderência simbólica incalculável.

E tudo isso por causa de uma sigla: Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).   Mais: sua organização é referência para outros festivais brasileiros.

Por causa da Literatura, Paraty transpira a autêntica cultura, deixando nesta parte do Rio de Janeiro um legado para o espírito das pessoas, qual seja, 30 novas bibliotecas e programas de incentivo à leitura nas escolas públicas de Paraty.

Essa cultura literária gera também riqueza econômica e identidade.

O deputado Moisés Diniz e o petista Marcus Alexandre
 deveriam ler bons livros de cultura popular.

Mas livros existem nas baias de bois?