segunda-feira, maio 11, 2009

Foto Grafia & Luz Escrita

Na fotografia, encontro eternizada a memória daquilo que já não é mais, daquilo que já passou, porque já morreu ou, de alguma forma, deixou de existir. Com a fotografia, posso brincar e fazer de conta que alguma coisa ainda existe.

Posso me alegrar simplesmente pela lembrança, pela recordação, com toda a nostalgia de que uma simples imagem pode me proporcionar. Lembrar-me de coisas que me trazem alegria, de coisas que me trazem saudade, de coisas que me fazem rir ou chorar.

São amores antigos e perdidos (ou não), são pessoas preciosas que passaram por minha vida, lugares que conheci, brinquedos que tive, delícias que comi. Tantas são as coisas que podem ser registradas em uma fotografia.

A fotografia luta contra o esquecimento, contra o vazio.

A fotografia me enche os olhos e aquece o coração.

Em outros momentos, a fotografia é uma mentira. Sem ofensas, mas, quando vejo um retrato e fecho os olhos logo em seguida para ter a sensação de que o passado ainda é presente, isso é uma mentira. Uma mentirinha gostosa, porém completamente perdoável. Mexe com a minha mente e com meus sentimentos. Me faz sonhar acordada.

E essa fotografia mentirosa pode também me fazer viajar por lugares que eu nunca conheci, ela me traz notícias dos que estão longe, meus amores, minha família. Amo essa mentira em todas as suas formas e expressões.

Confesso que particularmente tenho uma queda pela fotografia em papel, tem um certo charme que uma tela de computador passa longe ter. Posso sentir com minhas mãos, abraçar junto ao meu peito, guardar dentro de um livro, colocá-la em um porta-retrato na estante.
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Texto de Debora Mangrich, fotógrafa do jornal A TRIBUNA

Do Rio Grande do Sul

Da professora e amiga Ivone Bengochea
"Não conheço a luta das mulheres acreanas, mas como toda a luta das minorias deve ser respeitada. Lar, cozinha, cuidar das crianças, lavar a louça, cortar cebolas nâo é uma tarefa exclusivamente feminina, pertence a homens e mulheres. Ser mâe biológica é uma opção de vida, nunca uma imposição social, ninguém é melhor ou pior por ter gerado filhos. Toda sociedade tem responsabilidade com as novas gerações. A luta feminista é favor da liberdade dos seres humanos, no capítulo das mulheres, ainda precisamos de mais delegacias, de extrair o machismo que mata. Mulheres sâo covardemente mortas, massacradas humilhadas. O dia das maes, dos pais, das criançãs, são datas comerciais para se vender. Só que dignidade se conquista,não está nas lojas. Bem viva as mães, os pais e todos neste domingo, na minha casa os homens lavam louça, cortam cebolas melhor do que eu, preciso deixar o registro. Acho muita severidade com as mulheres acreanas."

As mulheres no sindicato

Uma resposta a uma amiga virtual do Rio Grande do Sul.












Na foto, o Sindicato dos Professores Licenciados do Acre, Sinplac, deu como brinde uma caneta e um erro de português.

Ivone, por meio de sua postagem, percebi que teus olhos se reviraram com o meu curto texto sobre as feministas acrianas. Você saiu em defesa da luta feminista. Minha amiga, o atual modelo de feminismo encontra-se em refluxo há alguns anos. Revistas, jornais e teses problematizam o que ocorreu no século 20, na década de 1960.

Em 1987, só para dar um exemplo, Micchèle Fitoussi, de 32 anos, publicou o pequeno livro O basta das supermulheres, suas páginas foram um tapa nas feministas de 1970. Em seu livro, ela defende a ideia de que as mulheres foram tapeadas quando lutaram por igualdade.

Edgar Morin, em Cultura de Massa no Século XX - volume 2 -, tece crítica ao feminismo quando seu texto afirma "o feminismo tradicional não cessou de reivindicar a plenitude dos direitos masculinos, como se o masculino significasse plenitude da humanidade".

Poderia citar outros exemplos, mas me reduzo a esses. Citados, reafirmo que o feminismo acriano representa um equívoco grosseiro quando balbucia sobre a violência contra a mulher, sobre a luta da mulher no sindicato.

Serei específico. Após as limitações mentais do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Acre, o Sinteac, algumas mulheres criaram o Sindicato dos Professores Licenciados do Acre, o Sinplac, repito, um sindicato criado por mulheres. Pergunto, Ivone: onde está o gênero feminino em um sindicato organizado por mulheres? Outra pergunta. Na escola pública, há muitas mulheres. No entanto, onde está o gênero feminino?

Resposta: não há.

No sindicato, prevalece o gênero masculino. Quero dizer com isso que não adianta a mulher ocupar o Congresso se a organização dessa instituição representa o gênero masculino. Ivone, o homem pode estar na cozinha - e deve - , essa não é a questão; a questão é a cozinha permanecer com sua representação simbólico-feminina.

As sindicalistas são homens com voz fina, com saia; elas reproduzem de forma inconsciente os arquétipos masculinos. Em A República, Platão admite que as mulheres ocupem a pólis conforme, repito, conforme as representações do masculino.

O discurso feminino contra a violência masculina, centralizado em formas jurídicas, não pertence ao gênero feminino. Existe algo mais falocrático do que o Poder Judiciário?

Mosca no supermercado













Sei que meu blogue não é muito visitado e, por causa disso, muitos não saberão que havia uma mosca - não tirei a foto da outra mosquinha - na carne do supermercado Araújo. Os donos bem que poderiam colocar um aparelho no açougue que mata as moscas com descarga elétrica.

Não comprei a carne.