quinta-feira, abril 07, 2011

Sepultaram a senhora Gramática

Por meio de um burocrata da Secretaria Estadual de Educação, ouvi que não se estuda mais na escola gramática, conhecimento ultrapassado. No lugar dela, gêneros textuais. Ando sem tempo para escrever neste blogue sobre tamanha sandice.

Como (in)consequência, elaboram-se provas sem a presença da gramática. Ando sem tempo para escrever. Deixo então uma breve crítica de Marildes Marinho, fragmento de seu artigo "A Língua Portuguesa nos Currículos de Final de Século".

Seu pensamento sobre essa questão é resultado de trabalho realizado por uma equipe do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da FaE/UFMG. Foram analisados currículos de 19 estados, com a finalidade de oferecer ao MEC subsídios para a elaboração de parâmetros para o ensino da língua materna no Brasil.

Eis:

"(...). O risco que se corre, quando se toma o gênero ou o tipo de texto como o elemento orientador da prática de produção escrita, é o de privilegiar o produto em detrimento do processo. Ao se focalizarem as característica e/ou estratégias de modelos prototípicos de textos (sem se considerar para quem, o quê, por quê o autor está escrevendo), pode-se estar deslocando o foco da gramática normativa da frase ou a nomenclatura gramatical para uma gramática normativa do texto ou uma nomenclatura textual. (...)."

Seu artigo encontra-se no livro "Os currículos do ensino fundamental para as escolas brasileiras", organizado por Elba Siqueira.

Retirar a gramática da disciplina Língua Portuguesa assemelha-se a retirar o cálculo da Matemática.