quinta-feira, dezembro 21, 2006

Por que escrevemos tão mal?

Estou para publicar na TRIBUNA sobre a colocação da Língua Portuguesa por Estado e por capital. O texto abaixo é o início.

Pela primeira vez na história da República, o Ministério da Educação realizou em 2005 uma pesquisa para medir a qualidade do ensino de Língua Portuguesa da 4ª e da 8ª série do ensino fundamental. Foram 3.306.378 alunos de 40.920 mil escolas públicas, distribuídos em 122.463 turmas. Ao todo, 5.398 municípios foram avaliados.
A Prova Brasil, aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), considerou uma pontuação que obedece a uma escala de nove níveis, de 125 até 350. Essa avaliação compõe o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, o Saeb.
Na 4ª série, o Acre atingiu 172.43 pontos, ficando o ensino público estadual na 11ª colocação. Na 8ª série, o Estado desceu alguns degraus, permanecendo na 16ª posição com 219.56 pontos, ou seja, no nível 200.
Esse nível significa que o aluno da 8ª série ingressa no ensino médio sem saber, por exemplo, identificar informações explícitas em textos argumentativos com alta complexidade lingüística. E nem precisa de complexidade. A mais simples pontuação, como o ponto contínuo, o aluno não sabe usar no texto quando deixa o ensino fundamental.
Como o aluno sai do ensino fundamental sem nunca ter lido um livro em sala de aula com o professor, a pesquisa Prova Brasil acabou revelando que esse estudante não tem habilidades em empregar estratégias para localizar informações explícitas e inferir informações implícitas em um texto. Ele não consegue ultrapassar os limites do que está escrito e não reconhece também o que está textualmente registrado e nem subentendido.