domingo, fevereiro 19, 2012

Ronda Gramatical


Senador acriano encontra-se no "chadrez" 



Enquanto as águas do rio Acre sobem, o senador Petecão, do PSD, baixou o nível da ortografia ao deixar escrevinhado em seu miniblogue "Chapuri".

A população de Xapuri quis linchá-lo com os dicionários Houaiss e Aurélio, mas Petecão conseguiu fugir, 
passando a ser caçado pela Polícia Ortográfica como meliante gramatical.

"Não podemos admitir que um senador da República continue a falar e a escrever errado. Petecão tem um currículo extenso de crimes contra a Língua Portuguesa", observou o capitão Evanildo Bechara. "Ele é um péssimo exemplo para o jardim de infância, a creche,  para a escola primária, o Poronga e as bibliotecas."

Ontem, em Rio Branco, às 23h55min, quando pulava no bloco "Chapuri, Princezinha do Mar" , ele foi rapidamente identificado. 
Petecão não resistiu à prisão.

"Mas o senador resiste a falar e a escrever corretamente aqui no presídio", disse o seu único colega de cela, "Xapolim".




Águas profundas. Matérias superficiais

CHEIA DO RIO ACRE DESABRIGA
MAIS DE 600 FAMÍLIAS EM RIO BRANCO

Jorge Viana visita desabrigados
e garante recursos da Defesa Civil para o Acre

Momento de desgraça para muitos serve de interesse político para  poucos. Quem lê os jornais acrianos pode observar que a imprensa rio-branquense faz questão de destacar que político "visita", que político "solidariza-se" e, no caso do Página 20 (acima), o político "garante recursos da Defesa Civil".

Não surge uma matéria profunda e sensível. Profunda no sentido de informar a quantia de dinheiro público usada nas enchentes  e  a quantia, em uma política de prevenção. Sensível no sentido de o repórter dar voz por meio do jornal aos desabrigados.

Mas, para tanto, o repórter deve escrever muito bem a ponto de elaborar um jornalismo literário, algo, por sinal, impossível por aqui. Os jornais de Rio Branco não sensibilizam o leitor. Faz-se o comum, o superficial, o trivial, o padrão - o político "visitou".

Enquanto as águas do rio Acre são profundas, os jornais propagam superficialidades.