quinta-feira, junho 26, 2008

Os canalhas demoram a morrer

Hoje, o sepultamento de Ruth Cardoso comoveu-me. Uma infelicidade ver tamanha inteligência partir. Uma tristeza tamanha ética retirar-se para sempre. Elegante e simples, mansa e austera, sua vida deveria ter sido mais longa. Só os canalhas morrem mais tarde.

Pela TV, assistimos à dor do ex-presidente Fernando Henrique ser intensa.

Blog aberto a Edvaldo Sousa

Querido Edvaldo, o programa Gazeta Alerta, por seguir um modelo de jornalismo, merece críticas fundamentadas, mas, em certos momentos, o seu programa se diferencia da matriz paulista, e isso é muito louvável. Muito. Neste blog, desejo reconhecer o lado positivo.

Hoje, o repórter Marílson Maia, muito educado, ofertou o microfone a uma senhora muito humilde. Magra, pobre, dona Francisca disse que a Justiça retirou seus filhos e seu neto da família por ela ser uma pessoa desequilibrada mentalmente.

"Me disseram que tenho que fazer tratamento psicológico, mas eu não sou louca", e Francisca chorou diante da câmera.

Edvaldo, seu programa apresenta a violência dos pobres todo dia; entretanto, dessa vez, Gazeta Alerta, talvez, tenha apresentado a violência institucional, compreendendo como violência a força de uma injustiça.

De forma justa e sensível, o jornalismo deve estar também a serviço dos humilhados.

Grosseria

Hoje, o funcionário público Luís, da Secretaria de Educação, resolveu ser indelicado com uma pessoa fofinha, a coordenadora de ensino, professora Izanilde, da escola Heloísa Mourão Marques.

Parece que ele realiza um serviço no colégio e ficou aborrecidinho porque, na hora do intervalo, os alunos orquestravam uma desarmoniosa confusão, algo natural na hora do intervalo. Foi muito grosseiro. Izanilde chorou.

Quando soube, a gestora não deixou por menos. Luís pediu desculpas. Os tempos são outros, Luís.

Eu também cometi um vacilo - nada comparado ao seu - e levei um puxão de orelha da gestora. Na próxima, pense três vezes antes de falar na escola Heloísa Mourão Marques. Lá, há colegas que tomam as dores dos outros e, além disso, existe gestão.