terça-feira, abril 29, 2008

Não me esqueço











No domingo, o dinheiro público pesseou de carro por Rio Branco. Não me esqueço da placa.

Sem brincadeira

Foto de Selmo Melo.









"Moço, eu posso ficar com esse carrinho?", pergunta a criança ao tratorista.

Danificados, segundo o Inmetro, os brinquedos foram destruídos pelo trator.

segunda-feira, abril 28, 2008

Conselho de Turma












Antes dos problemas baterem à porta da coordenação de ensino, deveria haver conselhos de turma para solucionar problemas, inclusive, pedagógicos.

Na foto, professores reuniram-se para solucionar questões de uma turma. Na terça, esses educadores irão à sala de aula para comunicar à turma o que foi decidido sobre alguns alunos.

Por exemplo, em todas as aulas, os que bagunçam se sentarão na frente. Trata-se de uma ação conjunta do corpo docente e não uma ação isolada de um professor.

sábado, abril 26, 2008

Homofobia. E a homoprofanação?

De Aldo Nascimento

Em 2006, em Jerusalém, a parada gay desejou passar por onde Jesus Cristo suportou a cruz. O Estado de Israel castrou esse desejo. Ainda em 2006, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, uma exposição artística de homossexuais apresentou um crucifixo na forma de um pênis. A Igreja pronunciou-se contra. Neste ano, em Brasília, atores homossexuais se masturbaram sobre uma Bíblia aberta no palco. Cristãos indignaram-se.

Esses exemplos evidenciam que está em curso uma intolerância homossexual contra o sagrado. Se eles falam de homofobia, riem quando maculam o que não pode ser violado; troçam quando o excesso de seus gestos profana os limites do que é sacro. Nesse sentido, homossexuais também são violentos, porque, uma vez entregues ao excesso dos trejeitos, do corpo, da palavra, exibem a homoprofanação em espaços públicos.

Em Êxodo (3:5), diz o Senhor a Moisés: “Não te aproximes daqui, tira as sandálias de teus pés, porque o lugar onde te encontras é uma terra santa.” Sagrada. A origem da palavra vem do verbo separar, por isso Moisés deve deixar suas sandálias lá fora, elas estão impregnadas da sujeira do mundo exterior, não podem se misturar com a terra do Pai. Dessa forma, o sagrado fundamenta, por meio de um significado-lugar bem definido, um ponto fixo que orienta os mortais. Não há rumo quando impera a confusão. O sagrado se opõe, portanto, ao caos.

Em sua etimologia, a palavra profano significa “que está em frente ao templo sagrado”. Colocando outras palavras, profano é proferir fora o que o sagrado não diz dentro. Se além dos limites das quatro paredes de um templo, isto é, fora, a voz profana não se inibe, não se censura, dentro de um templo sagrado, entre suas quatro paredes, a voz sacerdotal fundamenta uma só direção. Fora do sagrado, como não há limites, valores relativizam-se; dentro do sagrado, fundamenta-se a ordem, a organização

Assim, por ruas de Jerusalém, no lugar da procissão, da dor, gays desejam se exibir, desfilar seus excessos. Em um centro cultural carioca, um pênis-crucifixo se ergue. Em uma peça de teatro em Brasília, masturbam-se sobre Abraão, Moisés, sobre os apóstolos. O que homossexuais desejam, afinal, profanar? Com esses exemplos, desejam profanar o corpo; sujá-lo com as impurezas da desmedida, da hýbris.

Ora, à medida que a pornografia sai das ruelas escuras, das esquinas sombrias, a dessacralização do corpo é gerenciada por quem cultua uma nova Sodoma e uma nova Gomorra. Nessas duas cidades bíblicas, como sabemos, reina o ato fisiológico do sexo, não sua transcendência.
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Ronda Gramatical

Homo, macro, mega, micro, mini, moto, para, retro, socio, tele. O correto é “megassena”. O correto é “socioeconômico”. O correto é “telerrepórter”. O correto é “microcrédito”.

sexta-feira, abril 25, 2008

Assessoria de Comunicação do Governo

Neste blog, reconheço a política educacional do Estado, porque não sou estúpido para ignorar a nova realidade da educação acreana. Não desejo retrocesso e, por causa disso, a Frente Popular tem meu voto.

Há um trabalho sério na Secretaria de Educação, por isso as matérias jornalísticas do governo, por meio de sua assessoria de imprensa, devem estar à altura. Não estarão, entretanto, quando a assessoria de imprensa ignora a realidade educacional para escrever mentira sobre educação.

Eu soube que leram matéria em uma revista para reproduzir o que não existe no bolso de professor. Na época do militares, diziam: "não compre jornal, minta você mesmo".

Pois bem, a assessoria do governo escreveu que professor estadual recebe R$ 2.268 por mês, lecionando 30 horas. Segundo a matéria, esse salário é para início de carreira.

O governo não precisa de inverdades de assessores. Com quase dez anos no Estado e com especialização, um professor, lecionando 30 horas, recebe R$ 1,6 mil, líquido. Para início de carreira e sem especialização, líquido, o salário não chega a R$ 1,4 mil.

Só mais uma coisa: esqueceram-se do custo de vida. Um salário de mil reais no Rio de Janeiro não tem o mesmo poder de compra em Cruzeiro do Sul ou em Rio Branco.

Conselhos de Classe

Conheço algumas escolas estaduais acreanas e sei que elas assemelham-se em um ponto: as coordenações de ensino mais parecem uma delegacia que registra boletins de ocorrência. Se elas executam qualidade de ensino, não podem, porque as ocorrências impedem.

Além de eu defender um processo que qualifique a escolha de coordenadores, não podendo tal escolha se submeter à arbitrariedade desqualificada de diretores, as coordenações precisam criar os conselhos de turma a fim de que professores deliberem soluções a partir de problemas específicos às turmas.

É preciso solucionar na sala antes que problemas cheguem às coordenações.

Só que espero que a professora Carmem, da tarde, não use a escrita deste blog para tecer fofocas na escola sobre minha pessoa, nem um pouco simpática à falsidade.

Copeve

Não quero escrever muito sobre isso, porque meu sarcasmo elegante pesa. Só desejo registrar aqui, neste blog, que a Copeve, até o momento, não publicou a lista dos 10 livros do vestibular.

quarta-feira, abril 23, 2008

Não toco mais no assunto





Há alguns dias, um aluno leu em um jornal acreano “os povos Kaxinawá” e me perguntou se estava correto. “Se por acaso cair na redação do vestibular uma questão sobre indígenas, como devo escrever?”.

Bem, assim como jornalista não pode reproduzir a convenção gráfica da antropologia, um estudante não pode ir contra as regras gramaticais.

1. Nosso idioma obedece à Lei 5.765, de 18 de dezembro de 1971. Nela, as letras “k”, “w” e “y” deverão ser usadas em casos especiais. Nomes indígenas não são casos especiais. Por isso, não escrevemos “guarany”, “tupy”;

2. Não escrevemos “os povos Brasileiro”, mas “povo brasileiro”. Assim como “brasileiro”, “caxinauá” é adjetivo pátrio, concordando em grau, número e gênero como o substantivo “povos”; e

3. Coloca-se “caxinauá” em caixa-baixa, porque não é nome próprio.

Não falo mais no assunto.

sábado, abril 19, 2008

O Altino Machado irá criticar?

Amanhã, não sairá na TRIBUNA "povos Yawanawa", e o Altino Machado, mais vez, poderá criticar o revisor, mas criticará sem apresentar provas gramaticais.

O fato é que Altino Machado e Romerito Aquino, por exemplo, escrevem errado há anos as etnias indígenas, porque, baseando-me em provas gramaticais, não se registra "povos Yawanawa".

É a velha escola jornalística que não sabe o porquê de escrever assim, mas escreve, porque viu escrito não sabe onde. Copiam-se grafias pela ignorância de copiar.

O correto é "povo iauanaua".

Se eu fosse um padre





Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
- muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,

não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,

Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!

Porque a poesia purifica a alma
... a um belo poema - ainda que de Deus se aparte
-um belo poema sempre leva a Deus!

De Mário Quintana

quinta-feira, abril 17, 2008

Vamos Brincar?

A atual gestora da escola Heloísa Mourão Marques, professora Osmarina, pediu que os alunos escolhessem seus padrinhos de turma. Na turma do ensino médio, terceiro A, os alunos votaram em mim. Recebi 32 votos.

Professora Flávia: 5 votos.
Professor Márcio: 2 votos.
Professora Deise: 1 voto.
Professora Maria Célia: 1 voto.

Coloco essa votação neste blog, porque houve uma época em que "alguns" diziam que eu xingava aluno de burro, de idiota. "Alguns" falavam que eu desprezava meus alunos. A melhor resposta, o tempo. Outra turma me escolheu para padrinho, mas não poderei aceitar por causa de uma turma que me escolheu primeiro.

Na condição de padrinho, vamos trabalhar. Convoquei o Conselho de Classe da turma para nós realizarmos uma atividade lúdica na escola por meio de uma Gincana do Conhecimento. Espero que meu colega de trabalho entenda que podemos criar uma outra forma de ensino-aprendizagem, basta ter paixão pela vida, pelos alunos, pela vontade inquieta de criar outras possibilidades. Estamos vivos. Só os mortos não se modificam.

Além disso, espero uniformizar ações do corpo docente em sala, falar a mesma língua.

Fotos de Selmo Melo














Em um primeiro momento, o fotógrafo Selmo apresentou uma piscina sem guarda-sol. Agora, além da piscina, duas caixas d'água. O local fica no centro de Rio Branco, na Avenida Brasil, ao lado de Centro Empresarial.

Selmo promete que na terceira vez irá fotografar os mosquitos.

quarta-feira, abril 16, 2008

Reconhecimento

A escola Heloísa Mourão Marques não é a mesma. Não se trata de adular a atual diretora - não sou disso -, mas de reconhecer que mudanças simples ocorreram, por exemplo, os alunos só saem de sala às 11h25. Nenhum professor os dispensa 20 minutos antes.

Hoje, há uma diretora que se faz presente na escola, cumpre seu horário e não entra com atestado médico para ficar em casa. Tenho fé que será assim até o final desta administração.

Na foto, um curso para mães de alunos. Depois, colocarei mais fotos e escreverei mais sobre essa iniciativa da atual gestão.

terça-feira, abril 15, 2008

Letralamento

Hoje, em uma aula sobre letramento, a professora afirmou que o aluno deve ter acesso a vários textos. Generalidades. Para quem se dedica à sala de aula, sabe que o aluno não pode ter acesso a vários textos. A questão essencial não é essa.

A professora disse, disse, disse, disse. Disse coisas que ouço há 20 anos, época de faculdade. A moda chegou ao Acre agora. É preciso ter muita paciência nessa hora.

Equanto isso, ocorre isto. Um professora de uma escola estadual pede aos alunos uma dissertação. Um copia a letra dos Irracionais, e a professora considera a melhor redação. "Nessa escola, não se aprende redação, porque o professor não dá", reclama a aluna.

Como o aluno não quis ser identificado (foto), o fato é que, mais uma vez, alunos do ensino médio reclamam de professores que não lecionam Redação.

segunda-feira, abril 14, 2008

sábado, abril 12, 2008

O PT que não desejamos

De Aldo Nascimento

Quando saí da Linha Amarela para entrar em Jacarepaguá, o carro parou sob o sinal vermelho. Foi quando uma criança ofereceu suas mercadorias à maioria dos brancos que dirige automóveis. No Rio de Janeiro, menores, muitos, tantos, vendem doces, balas, água, refrigerantes na Barra da Tijuca, em Ipanema, no Leblon – bairros dos ricos e dos brancos.

Quando o menor deixou três pacotes plásticos de bala no retrovisor, era uma tarde de 2 de fevereiro de 2008 e, no banco traseiro do carro, uma negra petista no jornal O Globo era manchete: Gastos com cartão derrubam ministra.

Nesse dia, dois negros em condições sociais bem opostas cruzaram meu destino: a então ministra da Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro; e o vendedor ambulante Marcelo da Silva Rodrigues, de 9 anos.

Condições sociais bem opostas. Ela usa o cartão corporativo. Ele, o cartão do Programa Bolsa-Família. Mesma cor, a negra, porém o contraste permanece. Marcelo mora em uma nova senzala, a favela Cidade de Deus, em Jacarepaguá. Matilde chegou à casa-grande, o Palácio do Planalto. Marcelo consome droga com a grana de vendedor de rua. Com o dinheiro público, Matilde consumiu, no dia 21 de junho de 2007, R$ 322,74 na Miski Rotisserie, restaurante de comida árabe no Jardim Paulista, em São Paulo. O lugar foi freqüentado por ela sete vezes no ano passado.

Em 31 de outubro a 5 de novembro de 2007, Matilde usou o cartão do bolsa-família, perdão, cartão corporativo para pagar R$ 2,6 mil pela locação de um veículo Astra luxuoso, sendo que entre os dias 1 a 4, feriadão de Finados, ela não tinha agenda em São Paulo. Antes, em 10 de outubro, ela tinha gastado R$ 460 no free shop.

Em 2007, o gasto mensal de Matilde foi de R$ 14,2 mil, 14 vezes mais que a média. No mesmo ano, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, teve uma despesa de R$ 2,4 mil. Em período igual, Matilde gastou R$ 171,5 mil por meio do cartão corporativo.

Certas mulheres nunca deveriam sair de casa. Minha mãe, dona Dilma Tavares do Nascimento, sempre preparou o almoço e a janta da família. Aos 66 anos, ela ainda usa avental quando lava os pratos e os enxuga. Mamãe é honesta. Matilde se alimenta em restaurante de comida árabe com dinheiro público. Muito longe da senzala, Matilde quis ser branca, gastar dinheiro igual a brancos ricos que usaram dinheiro público em proveito próprio. Matilde não é negra - é burguesa.

Se Marcelo foi picado uma vez pelo mosquito da dengue no Rio de Janeiro, a negra Matilde foi picada pela mosca azul em Brasília. Na pele da ex-ministra, cai bem, muito bem, o livro A Mosca azul – reflexões sobre o poder, de Frei Beto.

O militante de esquerda é vulnerável a erros. Erra-se movido pela presunção, pela arrogância, pela ambição desmesurada. Erra-se pela falta de contato direto com os que são a razão de ser de sua causa: os pobres. (...). Um militante de esquerda pode perder tudo – a liberdade, o emprego, a vida. Menos a moral. Ao desmoralizar-se, enxovalha a causa que defende e encarna. Presta um inestimável serviço à direita (...).”

Cicleata

No dia 1 de maio, às 8 horas, na escola Heloísa Mourão Marques, haverá uma cicleata.

A finalidade é arrecadar alimento para os alunos mais necessitados. A direção escolar, por meio de um levantamento socioeconômico, saberá quem é mais carente. As sacolas serão entregues em domicílio.

sexta-feira, abril 11, 2008

Sabedoria popular

Foto de Selmo Melo.

Segundo Antônio Houaiss, a nova reforma ortográfica realizou-se por causa da fala popular e não por causa de leis da filologia.

O que admitimos como certo hoje pertence ao "erro da diacronia". O uso da preposição, por exemplo, é uma conseqüência desse erro. A preposição surge por causa do latim vulgar, usado pela plebe, pelos comerciantes, pelos soldados romanos.

Como afirmar que o "ocê" do mineiro pode ser um erro quando sabemos que a ortografia "você", dita como certa hoje, não passa do uso "errado" de Vossa Mercê?

A língua, saibamos, é formal, tradicional, mas também é desobediência, marginalidade.

quinta-feira, abril 10, 2008

Carro à gasolina ou a gasolina?

Um gramático afirma "a gasolina"; e outro, "à gasolina".

Para aquele, como não cabe artigo "o" antes de uma palavra masculina - por exemplo, carro ao álcool -, não cabe também artigo "a"; o "a", portanto, de "carro a gasolina" é só preposição "a".

Para este, "carro à gasolina" está correto, porque é carro movido "a", ou seja, preposição. Antes de gasolina, cabe artigo "a" - por exemplo, a gasolina acabou. Há, portanto, crase, isto é, a fusão entre preposição de movido "a" e o artigo de "a" gasolina acabou.

Amanhã, mais uma explicação sobre crase: à distância ou a distância?

Romerito Aquino, antes de carro a gás não há o cento grave, indicador do fenômeno da crase, porque gás é palavra masculina. Em sua matéria, eu retifiquei para a sua boa reputação.

quarta-feira, abril 09, 2008

Palpite de assessor de senador

Gente boa, alegre, seu único problema é dar palpite errado no trabalho dos outros, no caso, no meu. Nesta semana, depois que chegou de Brasília, passou pela Redação e resolveu rir de "internete" no jornal A TRIBUNA, sabendo que sou copidesque.

Romerito Aquino, veja primeiro seu "à gás", o seu "povos Kaxinawá" e Senado Federal. Sobre este último, não existe Senado Estadual e nem Senado Municipal. Coloque em suas matérias, por favor, somente Senado.

terça-feira, abril 08, 2008

Saúde pública

Foto de Selmo Melo


No centro de Rio Branco, a TRIBUNA fotografou carapanãs tomando banho. Se fosse em um país sério, haveria guarda-sol nesta piscina.

A Ida


Foto de Selmo Melo.

Sem noção.

A Volta


Foto de Selmo Melo.

Em Rio Branco, a natureza impõe sua ordem por meio de uma enchente.

Pai, perdoai, eles não sabem o que escrevem!

"Fico emocionado quando ousso esse tipo de comentários a respeito da competentíssima diretora do IAPEN Laura Okamura, como pode o Binho trazer alguem despreparado para o cargo? onde vidas estão sendo ceifadas, governador chegou ao limite, mude a direção desse sistema, ou o seu nome vai estar negativo perante a opinião pública."

O texto acima pertence a um acadêmico de Direito e mostraram-me essa maldição ou doença ortográfica no sítio wwwac24horas.com.br

Há outras perdições gramaticais, mas deixo esse "ousso" aos teus olhos. Ainda no sítio do AC 24 horas, "sub-promotor".

Quando há sub-, coloca-se o hifen antes da palavra que começar por "r" ou "b". O correto é subprocurador.

Não sei se a justiça é cega, mas esse acadêmico é. Exijo justiça ortográfica.

segunda-feira, abril 07, 2008

Bolsa-Ditadura


















Ziraldo, Menino Maluquinho, Saci, a turma toda
& Jaguar
serão indenizados por período militar

ALEXANDRE RODRIGUES & CLARISSA THOMÉ -
Agência Estado

RIO - Os jornalistas Ziraldo e Jaguar foram contemplados ontem com mais de R$ 1 milhão em indenizações pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, pelos alegados prejuízos que sofreram com a perseguição política durante o regime militar. O julgamento dos processos foi realizado na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio, juntamente com os de outros 18 jornalistas. "Aos que estão criticando, falando em bolsa-ditadura, estou me lixando. Esses críticos não tiveram a coragem de botar o dedo na ferida, enquanto eu não deixei de fazer minhas charges. Enquanto nós criticávamos o governo militar, eles tomavam cafezinho com Golbery", afirmou Ziraldo.

Entre os beneficiados também estava o jornalista Ricardo de Moraes Monteiro, chefe da assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda, que receberá R$ 590 mil. Preso e torturado durante a ditadura, Monteiro alegou ter perdido o vínculo com a empresa onde atuava como jornalista por causa da perseguição política. "Sou de família comunista, meu pai foi preso em 1974. Meu irmão foi preso comigo em 1975 e depois se suicidou. Essa dor não vai ser reparada. Orgulho-me do que fiz. Quero homenagear os jornalistas que lutaram contra a ditadura", afirmou.

Já Ziraldo, escritor e chargista de sucesso, e o cartunista Jaguar, trabalhavam no Pasquim quando o semanário sofreu forte repressão por ser considerado ofensivo pela ditadura. Os dois receberão pensão mensal de cerca de R$ 4 mil. Jaguar e Ziraldo receberão ainda R$ 1.000.253,24. O montante, que será pago em parcelas, é retroativo a 1990, antes da criação da Comissão de Anistia, em 2001, porque os jornalistas já haviam feito o pedido, por meio da ABI, ao Ministério do Trabalho em 1990.
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Na fila de espera, há cerca de 30 mil pedidos do Programa Bolsa-Ditadura. Não escreverei sobre. Indico a leitura de Marcelo Tas.

Gramática de Blog

"Soube disso hoje, ao comparecer à sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Acre (Sinjac) (...)"

Não sei o porquê do blog do Altino Machado colocar essa vírgula solitária. Coloca-se hoje entre duas vírgulas ou sem elas. Pegou mal.

Agência Nacional do Acre

"Obras de 11 artistas plásticos serão expostas para apreciação de 8 às 20 horas com monitoramento dos professores. Os alunos chegam mais perto também da poesia de Mário Quintana, de sessões de cinema acreano e nacional, assistem ao espetáculo Manuela e o boto, ouvem histórias e músicas regionais. "Tudo isso num só pacote", explica a realizadora do projeto Maria Rita Costa da Silva."

Se questões elementares de gramática fossem bem menores em nossas redações, poderia haver um outro modelo de texto. Enquanto isso se irrealiza, vírgula, crase, caixa-alta, presença constante na Agência Nacional de Notícia.

1. De 8 às 20 horas - Não se coloca o acento grave que indica o fenômeno da crase. Coloca-se quando ocorre "das 8 às 20 horas". O correto é "de 8 a 20 horas".

2. Realizadora do projeto Maria - Nesse caso, coloca-se vírgula antes de Maria.

Responsável pela produção textual do governo estadual, Oly bem que poderia mudar esse quadro gramatical.

Aldeia FM

No Rio de Janeiro, sempre ouço a rádio JB. No Acre, sempre ouço Aldeia FM. Inteligente, ela transmite a pluralidade do bom gosto.

Como não há aqueles comerciais incômodos para manter R$, Aldeia FM sabe fazer uso de sua liberdade musical sem patrocinadores.

Os caras estão de parabéns!!!

sábado, abril 05, 2008

Forte São Luís, Niterói




Ainda Bem






Vanessa Da Mata
Composição: Liminha/Vanessa da Mata

Ainda bem
Que você vive comigo
Porque se não
Como seria esta vida?

Sei lá, sei lá

Nos dias frios em que nós estamos juntos
Nos abraçamos sob o nosso conforto de amar, de amar
Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar

As flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte

O uso do "não"

Quando usar não- antes de um palavra? Celso Pedro Luft indica um caminho em seu livro Grande Manual de Ortografia Globo.

Se escrevo ametal, é possível não-metal; se escrevo insaturado, é possível não-saturado; se escrevo assimétrico, é possível não-simétrico; se escrevo inexistência, é possível não-ser; se escrevo incoformista, é possível não-conformista.

Em seus exemplos, se é possível colocar um prefixo de negação (in-, des-, a-), coloca-se não- ou sem- antes.

Selecionar alunos

Deveria haver um prova para selecionar os alunos e, dessa forma, formar turmas conforme o grau de aprendizado de cada um.

Mas, se a escola não seleciona, isto é, se mistura alunos com rendimentos tão opostos, o Enem seleciona. Evita-se na escola o que a realidade impõe.

Leia a matéria.
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A lista do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem ) de 2007 traz apenas duas escolas públicas: os colégios de aplicação da UFV e da UFRJ. Ligadas a universidades federais, as duas instituições aplicam provas para selecionar os estudantes para as suas "ilhas de excelência".

No Coluni, o colégio de aplicação da UFV (Universidade Federal de Viçosa), de Minas Gerais, anualmente, uma média de 1.490 alunos que terminam o ensino fundamental disputa as 150 vagas oferecidas para cursar o ensino médio na instituição.

As melhores públicas do Enem

Rio de Janeiro - Aplicação da UFRJ - 79.63
Viçosa (MG) - Aplicação da UFV - 79,30
Recife - Aplicação da UFPE - 77,47
Curitiba - UTFPR - 76.71
Rio de Janeiro - Aplicação da Uerj - 76.25
São Paulo - Cefet-SP - 75,93
Rio de Janeiro - Cefet Celso Suckow - 75,78
Rio de Janeiro - Colégio Militar do RJ - 75.61
Curitiba - Colégio Militar de Curitiba - 75.60
São Paulo -Etesp - 75.56
Acre - Colégio de Aplicação - 59.21

Esse vestibular precoce, o "vestibulinho" - nos moldes dos exames de seleção aplicados por universidades, com questões discursivas, objetivas e redação -, é apontado pela instituição como um dos motivos do bom desempenho da instituição.

"Os alunos que entram querem aprender e por isso se saem bem", diz Catarina Greco Alves, orientadora educacional do Coluni.

Segundo Alves, 63,75% dos alunos da escola, gratuita, fizeram ensino fundamental em colégios particulares.

Sorte

Na escola de aplicação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a seleção é feita com prova e sorteio, dependendo da série. Em 2007, 1.241 jovens inscreveram-se para a seleção das 30 vagas oferecidas pela escola de aplicação no ensino médio. A concorrência de 41,37 candidatos por vaga é maior do que a enfrentada pelos candidatos a uma vaga de medicina em 2008 na UFRJ (27,58).

Depois de fazerem teste de português e matemática, os alunos que acertam pelo menos a metade de cada um dos testes vão a sorteio decidir quem consegue uma das vagas no ensino médio.

No ensino fundamental, as crianças são selecionadas apenas por sorteio. A seleção aleatória, para Celina Costa, diretora geral do colégio, contribui para a diversidade socioeconômica dos alunos.

"Na escola particular, estuda a classe média; nas públicas, geralmente, as classes menos favorecidas; aqui, o garoto da favela estuda com o menino da Barra da Tijuca", disse Costa.Para a explicar o bom desempenho dos alunos no Enem, a diretora diz que "não tem fórmula mágica".

"Damos aula, com giz e lousa. Quando não temos retroprojetor, utilizamos cartolina, canetinha e fazemos cartazes", disse Costa."Temos um corpo docente estável e qualificado (a maioria é de mestres e doutores), que tem plano de carreira e incentivos para permanecer na instituição", disse.

sexta-feira, abril 04, 2008

Blog aberto a Josenir Calixto

Prezado Calixto,

Não defendo meus ideais políticos conforme a direção do vento e muito menos adulo o poder para receber algumas migalhas de simpatia. Defendo o atual grupo político - o mesmo a que tu pertences -, mas não defendo sem uma crítica propositiva.

O PC do B, teu partido, administra o ensino médio há anos com funcionários da Secretaria da Educação. Não desejamos uma secretaria antes da Frente Popular. Os tempos são bem melhores, incomparáveis.

Mas, na condição de homens de esquerda, desejamos sempre o melhor, sempre. Os números do Enem de 2007, no entanto, não são os melhores. Na condição de professor da rede estadual há 11 anos, sempre me deparei com um cotidiano escolar que se negou a qualificar o ensino público por causa de gestões mal-escolhidas por meio de um processo democrático equivocado.

O PC do B, administrando o ensino médio, não quis até hoje refletir com o corpo docente os entraves da democracia escolar. Maioria na Assembléia Legislativa, a Frente Popular não busca debates para aprimorar essa democracia, como se não precisasse ser qualificada.

Acredito que os bons números de escolas particulares relacionam-se também à gestão. Como bem afirmou a diretora pedagógica da escola particular Lato Sensu, Cleide de Assis, "a receita do sucesso tem três palavras: disciplina, compromisso e família".

Leciono há cinco anos na escola Heloísa Mourão Marques e, somente agora, com a atual gestão, percebemos um escola melhor. Só agora. Como conseguir qualidade quando o professor é submetido a gestões que deixam a desejar?

Sabe, Calixto, é preciso criar nas escolas os conselhos de disciplina; é preciso que o corpo docente vote em seus coordenadores a partir de méritos bem definidos; é preciso que o professor seja avaliado por seus alunos; é preciso que os gestores sejam avaliados pelos segmentos da escola; é preciso que o professor acompanhe sua turma do primeiro até o terceiro ano; é preciso...

Sabe, Calixto, o momento é único na história do Acre. Não creio na oposição para debater idéias. Só a Frente Popular tem condições para isso, mas, para tanto, precisa receber críticas propositivas, não adulações.

quinta-feira, abril 03, 2008

Ranking do Enem de 2007 (Rio Branco)

Saiu o resultado do Enem de 2007. Entre as escolas públicas da capital acreana, Rodrigues Leite se manteve em primeiro lugar. Com as particulares, o Meta perdeu para o Lato Sensu.

O bom resultado ocorreu com a escola Heloísa Mourão Marques, ocupando a terceira colocação entre as escolas públicas.

Ranking -Redação e Prova Objetiva

1. Lato Sensu - 68.07 (particular)
2. Meta - 64.08 (particular)
3. Plácido de Castro - 63.96 (particular)
4. Instituto Imaculada Conceição - 61.26 (particular)
5. Colégio de Aplicação - 59.21 (federal)
6. José Rodrigues Leite - 53.74 (estadual)
7. Leôncio de Carvalho - 50.85 (estadual)
8. Bradesco - 50.24 (particular)
9. Heloísa Mourão Marques - 48.97 (estadual)
10. Armando Nogueira - 48.33
11. Cerb - 48.13
12. Glória Perez - 48.02
13. Henrique Lima - 47.67
14. Lourival Pinho - 46.97
15. Lourenço Filho - 46.58
16. Alcimar Leitão - 46.53
17. José Ribamar Batista - 46.50
18. João Batista Aguiar - 45.98
19. Lourival Sombra Pereira - 44.98
20. Humberto Soares de Costa - 44.54
21. Luiz Carneiro Dantas - 44.37
22. Berta Vieira de Andrade -43.18

O copisdesque e o repórter

Nesses dias, um jornalista envaideceu-se ao afirmar que elogiaram sua matéria. "Mas eu tenho parte nisso", disse-lhe. Ele, por sua vez, afirmou que minha obrigação é corrigir. Mas, ainda sim, mesmo sendo obrigado - e isso é óbvio -, sou co-autor de sua matéria, porque, sem uma revisão básica, a matéria não seria publicada.

O texto, portanto, não pertence a ele, mas a nós dois. Infelizmente, como só tenho que me limitar a questões básicas de gramática, a maioria dos jornalista ignora outro paradigma textual.

Texto é algo mais profundo do que gramática, do que organização interna. Na Faculdade de Jornalismo, deveria haver aula de Teoria Literária para possibilitar outra compreensão de texto jornalístico.

Texto do jornalista

"O veículo era dirigido pelo funcionário da empresa Carlos Eduardo Alexandre, que vinha sendo monitorado pelos federais há meses."

Veículo ou Carlos era monitorado? A princípio, por estar perto, "que" substitui Carlos. Melhor, no entanto, colocar "quem", porque se relaciona à pessoa e "que" se relaciona a objetos, a coisas, a animais.

"O veículo era dirigido pelo funcionário da empresa Carlos Eduardo Alexandre, quem vinha sendo monitorado pelos federais há meses."

quarta-feira, abril 02, 2008

Disse-me-disse











A Secretaria de Educação do Acre realiza um encontro entre professores sobre letramento e, dos quatro dias, participei somente de um, porque meu tempo, reduzido por outro trabalho, impediu.

Ainda sim, expressei minha razão sobre leitura e produção textual nas escolas públicas. Afirmei que não pode haver qualidade de ensino sem haver, também, escolas bem administradas e isso implica um novo processo eleitoral na escola.

Por exemplo, pela primeira vez no Estado, entre todas as escolas públicas, a Heloísa Mourão Marques permitiu, por causa da professora-gestora Osmarina, que funcionários de apoio escolhessem seu diretor-administrativo. Os professores escolheram seu coordenador pedagógico, mas foi vetado por questão legislativa do Estado. A lei precisa ser aprimorada.

Desde 2003 na escola, sempre fui claro em minhas colocações, atraindo pessoas simpáticas e antipáticas a minhas razões. Normal.

Pois bem, no único dia de letramento, uma professora da escola Heloísa Mourão Marques, período da tarde, ouvi-me e interpretou minhas palavras segundo suas intenções. Ela disse que eu falei contra a Coordenação de Pedagogia da Heloísa Mourão Marques. O nome dela, Carmem, professora de Língua Espanhola.

Seria bom haver uma reparação diante da coordenação.

Só uma observação. Leciono na escola há cinco anos e pessoas que hoje estão na Coordenação de Ensino passaram por péssimos momentos comigo nessa unidade de ensino. Jamais falei contra elas, professoras Izanilde e Ozélia.

Agora que nós votamos em uma professora para gestora, que é Osmarina, pessoa por quem lutamos no processo eleitoral; agora que a escola toma rumos sérios, melhores, éticos, por que, justo neste momento, eu falaria de pessoas com quem sempre me relacionei bem?

Posso ser antipático, por ser intolerante, por ser exaltado, veemente, mas não sou burro, não assisto à novela Duas Caras.

terça-feira, abril 01, 2008

Marcelo Tas

Finalmente, a inteligência de Marcelo Tas retornou à TV. Existe vida inteligente na televisão, e ela não se encontra no programa do Serginho Groisman,


mas no CQC,
da
Bandeirante.



Quem sabe, meu caro, cria. Quem não sabe, meu caro, reproduz, copia. Jornalismo que muitos não compreendem.

Henrique Afonso e o homossexualismo

Palavras do deputado.

"A Igreja precisa reagir sempre que sentir que sua liberdade está sendo cerceada. Não devemos nos calar ou fazer concessões diante daquilo que temos certeza que é pecado e que desagrada ao Todo Poderoso. Quero inclusive citar um fator recente. Em Brasília, dias antes da celebração da Semana Santa, começou a ser exibida uma peça teatral sob o título “Nunca Fui Santo”. Durante a encenação, os atores usavam a Bíblia Sagrada para mostrar cenas de masturbação, contavam piadas, usando o nome do Senhor Jesus Cristo, e zombavam dos objetos de culto da Igreja Católica, como o cálice e a hóstia. Ao tomar conhecimento deste fato, reagi, fui à Tribuna da Câmara dos Deputados e protestei e agora estou incentivado e apoiando uma senhora católica, residente em Brasília, que tem 82 anos de idade, e que teve a coragem de ir a uma Delegacia de Polícia e registrar um boletim de ocorrência contra os atores e produtores daquela peça teatral. E assim acho que devemos agir. Não podemos permitir que o nome do Senhor Jesus seja envergonhado. Temos a obrigação, como cristãos, de manifestar nossa posição e sair em defesa da fé. Mesmo que tenhamos que pagar algum preço, não devemos nos intimidar nunca. Por exemplo: todos já devem saber que estou sendo ameaçado de ser expulso de meu partido, o PT, por me manifestar contra o PLC 122/2006 e por estar liderando uma campanha nacional contra a legalização do aborto no Brasil, temas que como membro de PT deveria estar a favor. E neste sentido conto com o apoio e as orações do povo de Deus no Brasil."
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Admiro muito a postura não do petista, mas do pastor Henrique Afonso. Por um lado, ele tem razão quando afirma, com outras palavras, que o sagrado deve ser preservado. E há uma tendência em curso que deseja violar o sagrado.

Isso ocorreu, por exemplo, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro. Asssiti a manifestações artísticas de homossexuais e, em uma delas, havia, na condição de arte, um crucifixo em formato de pênis. A Igreja indignou-se. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, defendeu a liberdade de expressão.

Em outro caso, em Israel, a parada gay quis desfilar por Jerusalém, pelos caminhos por que Jesus passou com a cruz. O Estado de Israel colocou policiais nas ruas e proibiu.

Por outro lado, há homossexuais sóbrios, lúcidos, pessoas com um caráter exemplar. Inteligentes, cultos, vivem sua sexualidade sem haver o exibicionismo do corpo, sem haver o excesso no espaço público.

Mário de Andrade foi homossexual. Foucault. Barthes. Oscar Wilde. A lista é imensa, mas uma lista nenhum pouco vulgar, chula - homossexuais que souberam separar o profano do sagrado.

Ex-aluno do vereador Márcio Batista

O autor que teceu críticas ao vereador Márcio Batista, seu ex-aluno, é Francisco Rodrigues Pedrosa. Sobre ele, escreverei após seu texto.
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A PONTE ESTAVA QUEBRADA

O ano de 1996 foi marcado por algumas ironias e tragédia no Brasil. No futebol, o país se desencantava com uma Seleção de craques carregados de dólares, mas desprovida de força e coragem para bater uma sorridente e simples Nigéria. O sonho olímpico virou pesadelo. Na política, o plano real dividia a audiência com o ET de Varginha. Ninguém sabia ao certo qual dos dois era mais confiável.

Na sociedade, amargávamos um triste desfile de violência e corrupção que tinha o Rio de Janeiro como modelo, um perfeito “abre alas” guiado e guiando o país inteiro ao caos. O Cristo teimava em não erguer os braços.

Na educação, um rapaz da escola Heloísa Mourão Marques concluía o antigo “segundo grau”, desorientado e perguntando se servia para ele a frase do Raul Seixas: “por que foi tao fácil conseguir e agora eu me pergunto e daí?”.

Eram tempos escuros. Concluí o “ano” tendo três professores de Matemática, três de Física e dois de Química. As notas dos bimestres foram obtidas com trabalhos que tinha como “competências e habilidades” estimular a compreensão e o raciocínio do aluno. O magistério já era um mero “bico” para o chope do fim de semana.

A fraqueza teórica e pedagógica era a marca de um ensino público pobre e descompromissado. Faculdade, vestibular, curso superior ou qualquer palavra desse feitio eram desconhecidos pela grande maioria dos alunos.

Confesso por tudo que é mais sagrado no mundo que não me lembro de ter ouvido de algum professor que existia vida fora do planeta escola. Nenhuma orientação, nenhuma voz que ajudasse um grupo de indecisos a entender os caminhos do mundo. Éramos convencidos a repetir o famigerado jargão: “já tenho o seguindo grau completo”.

Da turma que saí, fui uma das poucas exceções a chegar a uma faculdade pública. Cursei História. Dois motivos me levaram a isso: o primeiro o amor eterno que tenho por essa disciplina; o segundo porque sabia das minhas enormes limitações escolares advindas da má formação que tive e da minha conseqüente irresponsabilidade.

Hoje, percebo o quanto as coisas mudaram, ao ver o HMM preocupado em fornecer subsídios para os alunos que almejam um curso superior, oferecendo um pré-vestibular noturno de qualidade. Agora temos mais professores compromissados com o futuro de seus alunos que não tem medo de expor quem é e o que sabe.

Ampliamos aquela frase da Secretaria de Educação, tão repetida naquelas reuniões agonizantes que ocorriam na escola aos sábados; “a escola deve preparar o aluno para a vida”.

Fazer uma faculdade faz parte da vida da pessoa, concurso público, também. Fugir do imediatismo barato não é privar o aluno de suas necessidades mais prementes. Precisamos correr! As estatísticas mostram o tamanho do hiato entre o ensino publico e o privado. A escola está no caminho certo. Uma nova geração de educadores junta-se àqueles que, há tempos, identificaram que a ponte estava quebrada.
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FRANCISCO RODRIGUES PEDROSA é formado em História e formando em Direito pela UFAC. O resto, meu velho, você sabe. Ah! por favor, se puder, dê uma olhada nos erros da língua que me pariu. Valeu, Aldo, um abraço!
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Gosto da amizade entre mim e Francisco, porque o cara incomoda. Trata-se de um acreano que sabe criticar, que sabe tecer autocrítica. Cabra muito bom.