segunda-feira, junho 30, 2008

Arraiá Heloísa



Uma escola que promova um outro modelo de encontro, algo menos racional. Nesta barraca, alunos, depois de tudo pronto, venderam muito. A grana servirá para a formatura.

Valeu, pessoal!

Cortando a ortografia









No bairro Jorge Lavocart, Rio Branco, o repórter-fotográfico Selmo Melo, do jornal A TRIBUNA, registrou este momento capilar. O salão não é de beleza, mas faz "peticure".
E o preço?

sexta-feira, junho 27, 2008

De quem foi a idéia?



Qual foi a mente brilhante que criou ou copiou esse modelo de diário do professor? Comparado ao outro, ele só não é pior porque não tem mais espaço. Sem consultar os professores, colocaram essa jaca na mão do corpo docente. O modelo, pésssimo.

Há certas tradições que são insubstituíveis.

Lista Negra ou Lista Branca?

Parte da matéria abaixo foi escrita pela jornalista Nayanne Santana. Aqui, há alguns nomes e todos pertencem a pessoas brancas. Por que lista negra? A lista é branca. Dos brancos.

Péssimos administradores segundo o TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) preparou uma lista com mais de três mil nomes de pessoas responsáveis por cargos ou por funções públicas que tiveram suas contas rejeitadas. A lista traz nomes de prefeitos, ministros, secretários de Estado, diretores de autarquias e demais funcionários públicos.

No Acre, o TCU condenou 66 prestações de contas. A lista de gestores apresentada pelo Tribunal de Contas da União cita 51 gestores do Estado.Entre os acusados de ter gerido de maneira incorreta a verba pública, está o ex-governador Orleir Cameli, o ex-secretário de Estado José Bestene, o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul Aluízio Bezerra, o ex-secretário de Estado Alércio Dias, o ex-prefeito de Feijó Aurélio de Souza Braga, ex-presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Acre (Crea-AC) Aysson Rosas Filho e alguns gestores do Conselho Regional de Medicina.

Gramática de Blog

"Paula casou aos 17 anos e separou aos 20. É mãe de Henrique, 10, e de Ana Cecília, 13. O garoto mora com a avó materna em Feijó (AC) e a menina com o pai, em Manaus (AM). No posto de fiscalização do D'Ouro, a indigenista comanda o trabalho de quatro peões e da cozinheira "Preta". Num ambiente tão hostil e carente é inegável que a beleza dela mexe com a libido dos homens."

No blog de Altino Machado, encontrei-me com o verbo "casar". No Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso Pedro Luft, esse verbo admite duas formas: "ela se casou com um médico" e "ela casou com um médico".

Altino nunca cursou uma academia de jornalismo, concluiu seu ensino médio ou talvez nem isso, mas sua escrita não se compara a muita gente que sai de uma faculdade. Comete seus errinhos gramaticais; entretanto, no geral, é um blog com boa escrita. Tem personalidade, e pernonalidade, sabemos, não se adquire com diploma.

A Vítor Farias

Vítor, muito obrigado por tuas palavras e, se fui grosseiro, queira me desculpar, é que não faço uso de falácias. Tenho minhas causas e sou simpático à esquerda, mas eu não a adulo.

Quanto às minhas causas, uma delas se chama educação, questões bem específicas, por exemplo, aulas de literatura. Não sou escritor, apenas fui bem alfabetizado. Para ser escritor, é preciso haver um reconhecimento nacional por meio de uma obra, de um livro.

E visite este blog, me questione, critique de forma ética, porque o diálogo é sempre melhor. Um grande abraço em teu destino e que tua vida seja farta de sabedoria para que construamos um Acre cada vez melhor.

quinta-feira, junho 26, 2008

Os canalhas demoram a morrer

Hoje, o sepultamento de Ruth Cardoso comoveu-me. Uma infelicidade ver tamanha inteligência partir. Uma tristeza tamanha ética retirar-se para sempre. Elegante e simples, mansa e austera, sua vida deveria ter sido mais longa. Só os canalhas morrem mais tarde.

Pela TV, assistimos à dor do ex-presidente Fernando Henrique ser intensa.

Blog aberto a Edvaldo Sousa

Querido Edvaldo, o programa Gazeta Alerta, por seguir um modelo de jornalismo, merece críticas fundamentadas, mas, em certos momentos, o seu programa se diferencia da matriz paulista, e isso é muito louvável. Muito. Neste blog, desejo reconhecer o lado positivo.

Hoje, o repórter Marílson Maia, muito educado, ofertou o microfone a uma senhora muito humilde. Magra, pobre, dona Francisca disse que a Justiça retirou seus filhos e seu neto da família por ela ser uma pessoa desequilibrada mentalmente.

"Me disseram que tenho que fazer tratamento psicológico, mas eu não sou louca", e Francisca chorou diante da câmera.

Edvaldo, seu programa apresenta a violência dos pobres todo dia; entretanto, dessa vez, Gazeta Alerta, talvez, tenha apresentado a violência institucional, compreendendo como violência a força de uma injustiça.

De forma justa e sensível, o jornalismo deve estar também a serviço dos humilhados.

Grosseria

Hoje, o funcionário público Luís, da Secretaria de Educação, resolveu ser indelicado com uma pessoa fofinha, a coordenadora de ensino, professora Izanilde, da escola Heloísa Mourão Marques.

Parece que ele realiza um serviço no colégio e ficou aborrecidinho porque, na hora do intervalo, os alunos orquestravam uma desarmoniosa confusão, algo natural na hora do intervalo. Foi muito grosseiro. Izanilde chorou.

Quando soube, a gestora não deixou por menos. Luís pediu desculpas. Os tempos são outros, Luís.

Eu também cometi um vacilo - nada comparado ao seu - e levei um puxão de orelha da gestora. Na próxima, pense três vezes antes de falar na escola Heloísa Mourão Marques. Lá, há colegas que tomam as dores dos outros e, além disso, existe gestão.

quarta-feira, junho 25, 2008

Calmo

Manhã

Neste final de semestre, não se encontra um aluno pelos corredores da escola pública Heloísa Mourão Marques. Na administração anterior, encontravam-se vários. Uma das soluções: usar o crachá.

O aluno só sai de sala com ele, um só. Quando retorna, outro aluno vai ao banheiro com crachá. Se andar pelos corredores sem ele, a inspetora o leva à sala ou à direção. Pela manhã, funciona.

Depois de anos sem verba na escola - e isso por causa de duas administrações passadas -, a atual gestão e a sua equipe solucionaram o problema. Gestores prejudicaram a escola e, para isso, não há punição.

Hoje, procura-se colocar ordem na casa, mas, mesmo assim, alguns gostam da desordem, porque, para eles, a escola pública é de ninguém. Liberava-se aluno vinte minutos mais cedo. Houve caso de funcionário que não trabalhava.

Conversando com uma pessoa, eu soube que esse funcionário aparecia na escola de 15 em 15 dias, porque a gestão passada permitia. Agora, finalmente, eu entendo o porquê da gestão anterior garantir voto com alguns funcionários. Havia troca de interesses. E eu que trabalho, falto muito pouco, só quando necessário, a gestão anterior tentou me tirar da escola, colocando alunos contra mim.

A coordenadora de ensino na época chegou levar um "documento" à Secretaria de Educação para prejudicar a minha pessoa, mas, de forma ética, Josenir Calixto, responsável pelo ensino médio, não aceitou por motivos probos.
À noite, aluno levava até carteira para chegar atrasado. Com a atual gestora, professora Osmarina, o aluno do turno da noite deixou de usar essa carteira. Ela telefonou para os patrões e até para o Exército e informou que os alunos tinham direito de sair mais cedo do trabalho para estudar.

Deputado Edvaldo Magalhães, leis precisam ser criadas para aperfeiçoar a gestão escolar.

terça-feira, junho 24, 2008

Casa de Leitura e Letramento. E a Literatura?

DE Aldo Nascimento

Na semana passada, o escritor Milton Hatoum conheceu um projeto do governo estadual, a Casa de Leitura. Ainda na semana passada, a Secretaria Estadual de Educação ofereceu um curso de letramento aos professores do ensino médio. Embora essas iniciativas do Estado sejam muito positivas, existe o avesso. Criaram a Casa de Leitura, porém não há leitura nas escolas públicas do ensino médio. O letramento como curso ocorreu, mas a leitura, segundo o letramento, inexiste em sala de aula

Fala-se tanto em ler; no entanto, até hoje, a disciplina Literatura permanece conforme o currículo formal da Secretaria Estadual de Educação, ou seja, segundo o historicismo literário. A Literatura na escola não é fonte de leitura ou de letramento porque, para o currículo formal, essa disciplina não passa de biografias e de características de época. Não só a secretaria. Por causa de alguns doutores de Letras, o recém-formado leciona para reproduzir o historicismo dos livros didáticos.

Velhas aulas congeladas no tempo. Como quebrar essa espessa geleira didática? Compreender as origens desse historicismo, um começo. O germe encontra-se na Academia Francesa, fundada em 1635 por Richelieu. Foi ela a criadora das condições para que seus autores e suas obras tivessem uma função social, a saber: servir de arrimo da unidade nacional

Nesse século, o 17, não havia a França como nação, mas um conjunto de unidades sobrepostas com leis próprias, sistemas de peso e de medidas particulares e dialetos distintos. Isso significa que esse proto-historicismo literário serviu para a unidade política

Em 1785, 150 anos depois, o alemão Karl Phillipp Moritz protagonizou a classificação, a triagem e a hierarquização de textos por meio de seu livro Rumo à unificação de todas as Belas Artes e Letras sob o conceito de auto-suficiência

Os dicionários registram também essa trilogia classificação-triagem-hierarquização. Em Portugal, o termo “literatura” é dicionarizado pela primeira vez em 1727, no Supplemento ao Vocabulario Portuguez.

Em 1789, Antonio de Moraes Silva exclui o termo literatura em seu Dicionário da Lingua Portugueza. Em 1831, o termo retorna com a definição de Bluteau, vinculando literatura a um conjunto de obras definido não por afinidades estéticas ou formais, mas por terem sido produzidas em determinado tempo ou território

Essa dicionarização da palavra “literatura” chega ao auge com a Biblioteca Lusitana, de Diogo Barbosa Machado, publicada entre 1741 e 1759, quando classifica as obras em função do nome, do sobrenome, do local de nascimento. O português ofereceu e dedicou sua obra a D. João V por ser espelho e sustentação da nacionalidade. Seu trabalho, portanto, assemelha-se ao de Richelieu, fundador da Academia Francesa

No Brasil, século 19, Sílvio Romero [1851-1914] edificou trabalho monumental de história social dos escritores brasileiros – em que se estuda meio, raça, ambiente social, costumes – do que propriamente a literatura “porque para mim a expressão literatura tem a amplitude que lhe dão os críticos e historiadores alemães”, escreveu Romero em História da literatura brasileira, um dos líderes da Escola de Recife

Com esses brevíssimos exemplos, percebe-se que o historicismo literário é vassalo criado para carregar a unidade nacional. O livro Educação literária como metáfora social, de Cyana Leahy-Dios, tece críticas a esse paradigma de literatura na escola quando afirma que “a organização pedagógica da literatura se assemelha a um móvel de gavetas, com divisões e compartimentos para unidades isoladas, um artefato anacronicamente positivista em um mundo pós-moderno”.

DiminutivosSe ele colocou uma “pequena cruz” em seu túmulo, colocou uma “cruzeta”. Se o “verão foi curto”, foi um “veranico”. A ponte, se é pequena, é um “pontilhão”. E se o animal for pequeno? Diminutivo de animal, “animalejo”. E qual o diminutivo de “guerra”? Guerrilha. Se a “câmara dos vereadores” é pequena, chama-se “camarim dos vereadores”. Palácio pequeno é “palacete”; entretanto, como a LÍNGUA não é exata como a matemática, “palacete” significa também “casa muito grande” e “luxuosa”.

Los Porongas

Os caras, simplesmente, são muito bons. Ótimos. Basta.

segunda-feira, junho 23, 2008

Fuso

Hoje, por causa de uma lei, à meia-noite, roubarão de mim um hora de sono. Por que não adiantar o relógio em uma hora quando eu estiver no trabalho?

Menos uma hora de descanso.

Ao Vitor Farias

A DESPEITO DE SUA CONTRADIÇÃO LATENTE QUANDO COMBATE O DISCURSO DOS QUE VOCÊ CHAMA DE "BUROCRATAS DO AR-CONDICIONADO" E AO MESMO TEMPO PROPÕEM UM COMPORTAMNETO ARTÍSTICO DO PROFESSOR, SEU TEXTO É MUITO BOM.

Quando escrevi "burocratas do ar-condicionado", não me referi a todos. Há bons funcionários na Secretaria de Educação. Por outro lado, há aqueles que não sabem o que falam sobre as disciplinas Língua Portuguesa e Literatura. Um dia, eu pensei que a esquerda fosse criteriosa para selecionar seu quadro técnico, mas existem casos em que a escolha é pessoal, partidária. Não concordo com isso, chego a ser antipático.

NO ENTANTO, HÁ UMA RESSALVA: A VIDA JAMAIS EDUCARÁ COMO A ESCOLA, COMO VOCÊ DEVE SABER; A VIDA NAO CURA COMO OS "MÉDICOS DA ALMA". ELA FERE E O MAIOR EXEMPLO DESSA CHAGA É A PERSONAGEM REAL QUE ILUSTRA SUA NARRATIVA.

Tenho dúvidas sobre a educação na escola. Há um ótimo texto de Gilles Deleuze sobre isso. Você não pode negar que certos alunos se negam a experimentar limites. Ignoram que a transgressão só existe por causa de uma noção ética de ordem. Pensam que negar por negar é o caminho. A vida dirá não a eles. São escolhas individuais.

GRAÇAS A TODOS, QUE EXISTEM OS "BUROCRATAS DO AR-CONDICIONADO", QUE SE ESMERRAM NO OFÍCIO DE DESENVOLVER UM APERFEIÇOAMENTO DAQUELES QUE TRABALHAM NO CALOR,QUE SE PREOCUPAM E NÃO SE ESQUECEM DOS "COLEGAS DE PROFISSÃO" MAS QUE SE UNEM, COMO ARTISTAS, NA DEFESA DA ARTE DE EDUCAR, QUE PASSA LONGE DA FALÁCIA BARATA DAS TECLAS DE UM COMPUTADOR.

Nem todos se preocupam. Alguns fogem da sala. Sim, minhas falácias são baratas, e você as lê. Por favor, não leia minhas falácias.

sábado, junho 21, 2008

Fuso horário do senador

Por uma questão comercial - e não revolucionária -, tudo bem, mudem o fuso horário, mas bem que a mudança poderia ocorrer às 16 horas, quando todos estivessem no trabalho.

Hoje, segunda-feira, o frentista de um posto de gasolina, às 16 horas, adiantaria o relógio em uma hora, ou seja, sairia mais cedo. "Patrão, adientei em uma hora, são cinco horas, tchau."

Mas, na hora do sono do trabalhador, a lei do senador pede para adiantar em uma hora à noite, diminuindo o tempo de dormir.

Por que não colocou na lei para adiantar quando todos estivessm trabalhando às 16 horas?

Conselho de Turma

Na gestão da professora Osmarina, temos a chance do Conselho de Turma funcionar. Apresentei a seguinte proposta:

1. A Coordenação de Ensino precisa definir e monitorar uma pauta mínima;
2. nessa pauta mínima, por exemplo, processo de avaliação; e
3. o conselheiro pode ser o padrinho ou madrinha de turma.

Em escola pública, precisa haver uma administração que saiba obter ótimos resultados.

Conselho Escolar e outras coisas

1
Na escola estadual Heloísa Mourão Marques, comenta-se que o Conselho Escolar, por causa de alguns, promove tão-somente o desejo de obstruir a gestão da professora Osmarina. Hoje, em uma reunião do corpo docente, uma professora apresentou ótima idéia.

O conselho só se reúne à noite. Para ela, reuniões devem ocorrer no turno da manhã, da tarde e da noite. Em um mês, à tarde. Em outro, à noite. Em outro, no turno da manhã. Os professores concordaram e assinarão um documento para ser levado ao conselho. Caso o conselho se recuse, legislando em causa própria, o corpo docente irá bater de frente.

Eu aldorei a idéia. Como não posso ir à noite, poderei ir pela manhã ou à tarde. Irei para filmar os conselheiros que apresentam "ótimas idéias" à escola pública para, em um segundo momento, publicar tais idéias neste blog.

Em casa, alunos poderão assistir a uma reunião do conselho. Eu aldoro a democracia.

2
Pouco comparece, mas, quando vai, não fica até o final da reunião. Quando ocorre reunião em um sábado, compensa o dia de sua "folga" na semana. Na verdade, não é folga, é dia de planejamento, mas isso não ocorre na semana.

A lista de presença deveria ter sido passada no final. Quando passa no começo da reunião, aquele professor aproveita e vai logo embora. Some.

sexta-feira, junho 20, 2008

EscOlaS

Só 2 entre 5.530 cidades brasileiras têm 8ª série
com nível de país desenvolvido, segundo MEC

Bruno Aragaki
Em São Paulo

Em todo Brasil, só duas cidades gaúchas têm ensino de oitava série com nível equivalente ao de países desenvolvidos: Imigrantes e Três Arroios, cidades com população de 3 mil habitantes.

É o que mostrou a tabulação por municípios do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2007, divulgada nesta sexta-feira (20).

No restante dos 5.530 municípios com oitava séries avaliadas pelo MEC (Ministério da Educação), o desempenho das escolas públicas ficou abaixo de 6 numa escala de 0 a 10.

Para construir o indicador, o ministério leva em conta o desempenho dos alunos em testes de português e matemática e o percentual de aprovação. Quanto mais altas as notas dos alunos e quanto mais alunos "passam" de ano, maior o Ideb do município.

Segundo o MEC, o mesmo indicador aplicado aos países desenvolvidos daria uma média 6 - que é a meta para todo o país em 2022.Sem "misturar" as notas dos alunos das escolas federais, estaduais e municipais, aparecem 13 redes com média superior a 6 - nove delas são federais.É o caso das capitais Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Recife (PE), que têm médias que ultprassam 7 se analisadas apenas as escolas federais.As médias das escolas estaduais e municipais nesses municípios, no entanto, trazem o Ideb dessas capitais "para baixo".

Quarta série

A situação é um pouco "menos pior" nas quartas séries. Dos 5.493 municípios com escolas públicas avaliadas pelo Ideb para essa série, 48 chegaram ao patamar estimado pelo MEC para todo o país em 2021.

Desses, 30 estão no interior de São Paulo, quatro em Santa Catarina, cinco no Paraná, seis no Rio Grande do Sul e três em Minas Gerais.

Segundo os dados do MEC, em nenhuma capital do país as escolas públicas atingem médias de países desenvolvido.

quinta-feira, junho 19, 2008

Uma mãe

Hoje, depois de algum tempo, a mãe de um aluno compareceu à escola. Seu filho é indiferente às aulas e se comporta de forma nociva para a sua própria idade. É abusado, não respeita, pensa que sabe tudo. Professores reclamam de seu comportamento de 15 anos.

Muito humilde, seu rosto aparentava ter sido muito humilhado pela vida. Suas declarações me comoveram. Ela trabalha como voluntária de uma creche e, dessa maneira, passando o dia todo fora de casa, seu filho não fica em casa. O pai trabalha.

Na rua, o rapaz encarnou posturas de grupos. O meneio do corpo e o trejeito da fala encarnam uma ginga urbana. Não estuda. Nem leva caderno à escola. Não tá nem aí.

Alguns burocratas do ar-condicionado acreditam que escola realiza milagre, bastando que o professor lecione de forma prazerosa. Burocratas pedagógicos não gostam da sala de aula, porque não existe ar-condicionado.

Na creche, a mãe recebe alimento para levar para casa. A renda familiar não chega a R$ 500. A mãe decidiu colocar o filho no turno da noite para estudar com ela. De dia, ele irá trabalhar.

Às vezes, para certos alunos, só a vida educa. A pretensão fútil, o atrevimento tolo, sabemos, irão cair com a força da vida, do tempo. Não adianta falar muito, não adianta aula prazerosa do professor, porque será a vida que educará com seus limites, com suas dores, com suas decepções.

Colegas de profissão, alguns, generalizam, dizem que "os alunos não querem nada". Se eu fosse médico, deveria curar meus pacientes em um hospital. Somos médicos da alma e sempre devemos dar o melhor - e é pouco - de nós para transformar.

Essa, a profissão escolhida. Entrar em sala com vida, dizer bom dia a todos, ser educado, rígido, amoroso, bater de frente com as palavras, fazer cara feia, brincar com eles em uma gincana, mostrar paixão, criticá-los, criticar-se, colocar ordem, teatralizar as aulas, provocar risos. Ser exemplo para seus alunos, ser uma referência quando não houver referência.

Sabemos que a morte virá, mas, até lá, antes que o tempo nos consuma, lutar para edificar o melhor, por exemplo, em sala de aula.

Sobre uma Faculdade de Jornalismo

Enviaram esta mensagem a este blog.
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O curso de Comunicação Social-Jornalismo, da Universidade Federal do Acre, tem seus problemas como todos os cursos da instituição. Nós, acadêmicos, entretanto, temos o dever de apontar soluções, fazer observações, buscar melhoria.

O curso precisa dar um enfoque especial ao estudo da LÍNGUA. A maioria dos acadêmicos são deficientes, e EU ME INCLUO.

É trabalhada a parte humanística do jornalista, todavia, não é tratada a parte da escrita. O curso disponibiliza, apenas, de duas disciplinas da área das Letras: Língua Portuguesa 1 e 2. E sem falar que é pouca trabalhada a questão redacional.

Andando um pouco no curso, percebemos a presença da disciplina Redação Jornalística, que também não tem uma seqüência no período posterior, quebrando a linha de raciocínio do aluno.

Importante destacar é que os professores buscam dar o melhor de si, entretanto a instituição não faz sua parte. Acredito que a grade precisaria ser avaliada. As aulas de laboratórios necessitariam de monitores para ajudar o trabalho dos professores. Um curso com quatro turmas e apenas um monitor.

O curso de Comunicação Social, na minha visão, deveria ser integral assim como as engenharias.
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Por causa disso, recém-formados, quando entram no mercado de trabalho, escrevem muito mal, raríssimos os que escrevem bem, raríssimos.

Não sabem usar as vírgulas, não têm referência bibliográfica, não seguem alguns princípios básicos de um bom manual, além de outras coisinhas.

quarta-feira, junho 18, 2008

Sexo & maldade

"Garotos maus" fazem mais sucesso
com as mulheres, sugerem estudos

DO UOL

Os rapazes "do bem" provavelmente já sabiam disto: "garotos maus" têm mais sucesso com as garotas. A conclusão é de dois estudos divulgados nesta quarta-feira na revista "New Scientist" e pode explicar por que comportamentos anti-sociais persistem, apesar do custo que representam à sociedade.

As características mencionadas nos estudos são o narcisismo, a impulsividade, a insensibilidade e a atração por situações de perigo. Esses indivíduos também costumam enganar e explorar os outros, por sua natureza maquiavélica. Ao longo do tempo, homens com esse perfil eram banidos e viviam sós, famintos e vulneráveis a predadores.

No entanto, esse comportamento pode ter trazido uma vantagem para esses homens: uma vida sexual fecunda, como afirma o pesquisador Peter Jonason, da Universidade do Novo México. Ele e seus colegas aplicaram testes de personalidade em 200 estudantes e detectaram que os "garotos maus" eram o que apresentavam maior número de relacionamentos de curto prazo. Jonason compara o perfil ao personagem James Bond, de "007". Outro estudo, com resultados similares, foi conduzido por David Schmitt, da Universidade Bradley, de Illinois.

A pesquisa contou com mais de 35 mil entrevistas feitas em 57 países diferentes. Ambos os trabalhos foram apresentados em um encontro sobre comportamento humano e evolução realizado este mês em Kyoto, no Japão.

Para o pesquisador Matthew Keller, da Universidade do Colorado, falta descobrir por que essas características, que parecem bem-sucedidas do ponto de vista evolutivo, não tornaram-se mais comuns entre os homens. Uma hipótese, segundo Keller e Jonason, é que esse sucesso está ligado ao fato de que essas personalidades são raras. Se não fosse assim, as mulheres seriam mais cautelosas.

terça-feira, junho 17, 2008

segunda-feira, junho 16, 2008

A pornografia de Nelson Rodrigues


De Aldo Nascimento

Entre os dez livros da Universidade Federal do Acre, a tragédia de Nelson Rodrigues, Álbum de família, foi ótima escolha. Alunos do terceiro ano do ensino médio precisam ler esse autor caso queiram ingressar na faculdade. Jovens nunca acessaram tanto a obscenidade como hoje, por isso a leitura de Álbum de família, que dramatiza as reais intenções da devassidão.

O mundo hodierno retirou a pornografia das sombras ou dos cantos obscuros das ruelas para exibi-la à luz do cotidiano aos tolos com “senta que é de menta”. Ora, se debruçamos nossos olhos sobre as linhas de um ótimo livro, é para perdermos a inocência, diz Jean-Paul Sartre no livro Que é a literatura?. Ler Álbum de família significa, portanto, perder a condição de tolo para perceber a real intenção da pornografia, qual seja: violar o sagrado.

Sobre o móvel da sala, o álbum pertence à aparência de uma família rica. Jonas, de 45 anos, o pai, vaga semelhança com Jesus, é candidato ao Senado. Situada na década de 20 do século passado, a imagem dessa família rica precisa ser preservada pelo speaker, a fala da compostura, da superfície, das aparências, mas o teatro, artifício dionisíaco, nos liberta da aparência de um álbum quando D. Senhorinha conta ao marido quem foi seu amante. Jonas mata o jornalista Teotônio. D. Senhorinha, entretanto, mentiu para ocultar a verdade. Seu amante, verdadeiro e único, um garoto de 13 anos, ele: seu filho Nonô.

Por causa desse incesto, a cria de D. Senhorinha cai no abismo da desgraça, passando o resto da vida nu em volta da casa. O ato de rodear a residência significa um ciclo que se repete sem gerar a vida. Nesse espaço circundante, nu como uma criança, Nonô, que não renasce para a vida, perpetua uma espécie de loucura, uma espécie de morte que ronda a família patriarcal de Jonas.

Tudo no texto de Nelson exala a morte, próprio da tragédia. D. Senhorinha mata o esposo para viver com Nonô, tamanha loucura não deixa de ser sepultamento. Edmundo, seu outro filho, a deseja, porém, quando descobre o incesto pela boca do pai, mata-se diante da mãe. Guilherme, filho mais velho, tem desejo carnal por Glória, caçula e lésbica; entretanto, como a irmã deseja o pai, Guilherme a mata e se mata.

Dessacralizada por sua pornografia, pelo excesso da carne, o corpo familiar se reduz a objeto. Impera, aqui, a matéria. Jonas submete meninas pobres à sua devassidão animalesca. “São umas porcas e eu também”, delira diante da esposa. Onde a carne é senhora absoluta, onde o naturalismo se alastra, comparando o humano a animal, a vida se coisifica. Sem poesia, sem existência espiritualizada, sem transcendência, a violência é inevitável. Tudo se brutaliza. “Mas o pai tem o direito. O pai até se quiser pode estrangular, apertar assim o pescoço da filha!”, diz Jonas à esposa.

Embora tenha escrito Álbum de família em 1945, Nelson é atualíssimo. Aprendemos com esse autor que a pornografia não é a exposição de imagens, opondo-se nesse sentido a Marques de Sade, mas uma trama que se opõe ao sagrado, ou seja, à sagrada família. ___________________________
Ronda Gramatical
Internet, internet ou internete?

Em jornais, registram-se as três formas. Usa-se “Internet” quando quem escreve admite o termo ainda como sigla. A LÍNGUA, entretanto, por ser móvel, altera-se, isto é, “internet” deixa de ser sigla para ser um veículo de comunicação, um substantivo comum, igual à palavra televisão, à palavra rádio. Na história da língua portuguesa, não há terminação com “t”. Por causa disso, escrevia-se Tibet, mas hoje se escreve Tibete. Escrevia-se “parquet”, hoje se escreve “parquete”. Escrevia-se “shoot”, hoje se escreve “chute”. Escrevia-se “report”, hoje se escreve “repórter”, mas antes se escrevia “reporte”. Por esses inquestionáveis exemplos, registra-se também “internete”. Por causa da LÍNGUA se transformar como se fosse organismo vivo, penso que os repórteres do jornal A TRIBUNA deveriam escrever “internete”.

sábado, junho 14, 2008

E a Transparência, deputados?

A chularia entre os deputados estaduais Luiz Calixto (PDT) e Moisés Muniz (PC do B) incomoda-me como contribuinte. Acessando o sítio da Assembléia Legislativa do Acre (Aleac), não encontro um debate profundo e inteligente sobre educação, mas, quando o acesso é blog, as banalidades desses deputados empobrecem a democracia.

Se formos ao sítio Transparência, observaremos que a Aleac deixa a desejar quanto à sua transparência. Os deputados deveriam apresentar um projeto de lei que iluminasse os gastos do Poder Legislativo, seguindo o exemplo do Rio Grande do Sul.

Sobre verba de gabinete, a Aleac não expõe suas contas. É uma das assembléias que mais gastam no Brasil. O assunto não é novo, mas, como existe a liberdade ética de alguns blogs neste Estado, o silêncio não pode haver.

É preciso dizer que Aleac gasta muito e não é transparente com suas contas, é o que aponta o sítio Transparência.

Moisés e Calixto, por favor, sejam transparentes com ótimas idéias para a democracia. Seus ataques por meio de blogs viraram um circo sem graça, e os senhores não são pagos para isso.

De bem com a vida

Foto de Selmo Melo







Sem dinheiro no bolso e sem dentes na boca, o povo ainda sabe sorrir.

+ Olinda + Batista + Olinda + Batista + Reitora

Eu soube anteontem que a professora-doutora Olinda Batista, vice-reitora da Universidade Federal do Acre, é candidata à reitora. O que posso ofertar a essa dama?

Às terças, publico minhas palavras. Pois bem, antes da eleição, ofertarei minhas palavras a essa dama, ser humano por quem tenho profundo respeito e admiração.

Não será muito para a sua campanha, mas será muito sincero.

sexta-feira, junho 13, 2008

Ferreira, o Gullar

Mas a vida onde está
nos perguntamos

Nas tavernas?
nas eternas
tarde tardas?

nas favelas
onde a história fede a merda?
no cinema?

na fêmea caverna de sonhos
e de urina?
ou na ingrata
faina do poema?
(a vida
que se esvai
no estatuário da Prata)

Quase passa

"Para se ter uma idéia da tensão, basta dizer que em um município insipiente como Porto Acre, a FPA tem quatro candidatos a prefeito. Em Epitaciolândia, são mais quatro, em Tarauacá três, incluindo o atual prefeito, o enroladíssimo Vando Torquato que ainda tenta a todo custo ser o candidato da coligação, como se isso fosse possível, diante de sua ficha criminal."

1. Se tivesse sido publicada, a palavra chamou Porto Acre de burro. Por favor, incipiente, novo.

quinta-feira, junho 12, 2008

Açeçôr di Inpremçá

"A Secretaria da Fazenda já elaborou um suplemento financeiro afim de que os defensores sejam beneficiados no pagamento de junho", pontuou Edvaldo Magalhães (PC do B)."

1. Estou afim de você. Se não é o caso. escreve-se "a fim de".

"Como se tratam de matérias mais complexas e que mexem com a Constituição Estadual será preciso mais tempo para elaborá-las", explica o presidente."

2. Tratam de matérias.

E ainda rimos dos erros dos pobres, das placas de ruas. Açeçoris não são pobres, bem que poderiam comprar boas gramáticas. Os pobres não podem comprar Celso Cunha, Evanildo Bechara, Celso Pedro Luft.

Leitura obrigatória...

menos para jornalista que "suga" matéria na internete e ainda assina. Não li o livro todo, mas deu para perceber que se trata de um ótimo material. Para quem deseja melhorar sua escrita para além da internete, esse livro é leitura obrigatória... menos para jornalista que "suga" matéria na internete e ainda assina.

quarta-feira, junho 11, 2008

12, 15, 16 e 17 anos

Uma menina de 12 anos estrangulada. O corpo, jogado no igarapé São Francisco, bairro Conquista. Nesse caso policial, há quatro menores. Além de Cassandra, de 12 anos, um garoto de 15 anos, um garoto de 17 anos e uma garota de 16 anos.

Cassandra namorava o rapaz de sua amiga. Esta pede à Cassandra para deixar o namorado dela. Cassandra não deixa. A amiga conversa com um garoto de 15 anos e com um garoto de 17 anos para eles matarem Cassandra. Um dos garotos é o próprio namorado. Cassandra é assassinada.

Eles usavam camisinha? Segundo alguns, deveriam. Transe, mas, antes, use camisinha para você se proteger da aids. Aids mata. Se usaram, mesmo assim, Cassandra morreria, porque a camisinha não protege contra a falta de amor.

Para jovens que tiveram coragem de matar, acredito que tivessem o desejo de transar sem limite. Deveria haver muito sexo entre eles, ou seja, muito excesso. Desmedida. Sem limites, acreditaram poder tudo.

Camisinha para se prevenir? Mas o que os preveniu contra a idéia errada de sexo?

O Enem e as 40 escolas

Redação e prova objetiva

1º Lato Sensu
68.07 (particular de Rio Branco)

2º Meta
64.08 (particular de Rio Branco)

3º Plácido de Castro
63.96 (particular de Rio Branco)

4º Santa Terezinha
63.26 (particular de Cruzeiro do Sul)

5º Instituto Imaculada Conceição
61.26 (particular de Rio Branco)

6º José Rodrigues Leite
53.74 (estadual de Rio Branco)

7º 15 de Junho
53.46 (estadual de Senador Guimard)

8º Argentina Pereira Feitas
52.03 (estadual de Capixaba)

9º Leôncio de Carvalho
50.85 (estadual de Rio Branco)

10º Joana Ribeiro Amed
50.32 (estadual de Epitaciolândia)

11º Divina Providência
50.26 (estadual de Xapuri)

12º Fundação Bradesco
50.24 (particular de Rio Branco)

13º Dom Henrique Ruth
49.79 (estadual de Cruzeiro do Sul)

14º Dom Júlio Mattioli
49.48 (estadual de Tarauacá)

15º Heloísa Mourão Marques
48.97 (estadual de Rio Branco)

16º João Ricardo de Freitas
48.53 (estadual de Plácido de Castro)

17º Armando Nogueira
48.33 (estadual de Rio Branco)

18º CERB
48.13 (estadual de Rio Branco)

19º Glória Perez
48.02 (estadual de Rio Branco)

20º José Gurgel Rabelo
48.01 (estadual de Feijó)

21º Henrique Lima
47.67 (estadual de Rio Branco)

22º Lourival Pinho
46.97 (estadual de Rio Branco)

23º Lourenço Filho
46.58 (estadual de Rio Branco)

24º Alcimar Leitão
46.53 (estadual de Rio Branco)

25º José Ribamar Batista
46.50 (estadual de Rio Branco)

26º Kairala José Kairala
46.43 (estadual de Brasiléia)

27º João Batista Aguiar
45.98 (estadual de Rio Branco)

28º Craveiro Costa
45.97 (estadual de Cruzeiro do Sul)

29º Flodoardo Cabral
45.67 (estadual de Cruzeiro do Sul)

30º Marcílio Pontes dos Santos
45.38 (estadual de Acrelândia)

31º Djalma da Cunha Batista
44.80 (estadual de Tarauacá)

32º Íris Célia Cabanelas Zannine
44.65 (estadual de Assis Brasil)

33º Humberto Soares da Costa
44.54 (estadual de Rio Branco)

34º Luiz Carneiro Dantas
44.37 (estadual de Rio Branco)

35º Antônio Oliveira Dantas
44.22 (estadual de Mâncio Lima)

36º Nazira Anute de Lima
43.98 (estadual de Manoel Urbano)

37º São João Batista
43.28 (estadual de Bujari)

37º Berto Vieira de Andrade
43.18 (estadual de Rio Branco)

38º Francisco Braga de Souza
42.91 (estadual de Rodrigues Alves)

39º Borges de Aquino
42.34 (estadual de Porto Walter)

40º Elvira Ferreira Gomes
41.54 (estadual de Marechal Thaumaturgo)

terça-feira, junho 10, 2008

O livro didático



Há quase 20 anos lecionando Literatura, não conheço outro livro ótimo como este. Com textos profundos, ele sinaliza para o aluno do ensino médio o que estudará na faculdade de ciências humanas.

Não há outro livro que chegue a seus pés, digo, a seus rodapés.

Na rede pública estadual, entretanto, suas páginas não são folheadas. Nunca o vi como indicação do governo federal. Literatura com os atuais livros didáticos é desqualificar o ensino.

segunda-feira, junho 09, 2008

Pecados ortográficos



No bairro Aeroporto Velho, Rio Branco, um estabelecimento comercial profana contra a língua portuguesa.

Perdoai, Pai! eles não sabem o que escrevem!

O Futuro dos Jornais

MARCANDO A ASCENSÃO DA BURGUESIA, IMPRENSA TEVE PAPEL DECISIVO AO ELEVAR AS MASSAS A PROTAGONISTAS DA HISTÓRIA; HOJE, CRESCIMENTO DO SETOR NOS MERCADOS EMERGENTES, EM CONTRASTE COM OS EUA, AJUDA A REDEFINIR A DISCUSSÃO DE IDÉIAS EM PAÍSES COMO O BRASIL
_______________________
ELEONORA DE LUCENA
Editora-executiva da Folha

A invenção de Gutenberg foi fruto da ascensão da burguesia, que começava a disputar a liderança do processo histórico com a aristocracia. Em sua trajetória, a imprensa pavimentou a incorporação das massas ao papel de protagonista, sempre em compasso com as disputas pelo poder.

Se na Inglaterra e na França a liberdade de expressão foi por muito tempo contida pelas forças do antigo regime, nos Estados Unidos a independência colocou a livre manifestação como dado constitutivo do país e possibilitou a criação de periódicos sem as amarras reais.

No Brasil, a Impressão Régia -que aportou no Rio de Janeiro com a fuga da corte portuguesa de Napoleão - estabeleceu em seus primeiros atos "fiscalizar que nada se imprimisse contra a religião, o governo e os bons costumes". Não foi à toa, portanto, que o primeiro jornal brasileiro -o "Correio Braziliense"- nasceu em Londres. Foi há 200 anos, comemorados na semana passada.

De lá para cá, o jornalismo nacional marcou sua presença na história, destacando-se nos momentos de polarização, como nas campanhas pela abolição da escravatura, pela república, pela democracia, pelas eleições diretas.Enfrentou períodos sombrios de censura e sufocamento econômico. Como no resto do mundo, acompanhou a chegada das novas mídias que disputam o tempo e o bolso do cidadão.

Nos últimos anos, a discussão sobre o futuro dos jornais passou a freqüentar o debate sobre comunicações. A internet - e suas infinitas possibilidades de informação e interação- é colocada como rival dos meios impressos, tachados de lerdos e opacos. Preocupados com a adesão avassaladora dos jovens à rede de computadores, os jornais buscam a renovação e discutem sua função nesse momento e seu espaço como negócio.

Tradicionais empresas jornalísticas já há muitos anos investem na internet e aproximam suas plataformas de informação. Embora sejam âncoras importantes na rede e ganhem audiências em crescimento exponencial, não encontram contrapartidas em suas receitas que possam justificar uma eventual transição do papel para a tela.

Ao mesmo tempo, a venda de jornais continua a crescer no mundo (2,6% em 2007), muito impulsionada por países como China e Índia -e Brasil, que teve alta de 11,8%.

Bússola para o leitor

Por aqui, onde a televisão ainda reina quase absoluta como em nenhum outro lugar do globo, a fatia dos jornais no bolo publicitário engordou. Foi de 19,4%, em março último. A internet ficou com apenas 3,2%. Só no primeiro trimestre deste ano, a publicidade em jornais brasileiros aumentou 24%.

Esse vigor mostra o interesse e a confiança de leitores e anunciantes nos diários impressos e coloca em xeque previsões pessimistas. Os jornais condensam uma credibilidade difícil de ser replicada em outros meios e funcionam como uma bússola para o leitor imerso no caos informativo atual. Apresentam um resumo organizado das notícias mais importantes das últimas 24 horas, selecionando e hierarquizando fatos, análises e opiniões. Já foi dito que editores atuam como curadores de notícias para seus leitores.

Os jornais também são os principais responsáveis pelos chamados furos de informação, fatos inéditos e relevantes que são trazidos à luz contra interesses e em benefício da democracia. Trazem um mosaico de opiniões único e se tornam referência na discussão de idéias do país. Finalmente, são elogiados também por serem práticos, portáteis.

Nem por isso deixam de enfrentar questionamentos variados. Nos Estados Unidos, sempre referência nesse e em outros debates, os jornais registram vendas estáveis ou declinantes e sofrem golpes -muitos advindos da internet- que atingem sua imagem de credibilidade e independência. O oficialismo e o adesismo na cobertura da Guerra no Iraque, por exemplo, deixaram cicatrizes incômodas.

Além disso, a pulverização do capital das empresas jornalísticas norte-americanas, a partir dos anos 60, introduziu novas lógicas para avaliação dos resultados dos produtos perante seus acionistas. Hoje, eles passam por mudanças sensíveis em seus controles -e em suas linhas editoriais. Movimento que coincide com um dos momentos mais ricos da história política recente nos EUA.

Há uma disputa de mercado e de poder. Os jornais estão nesse emaranhado tratando de achar o seu rumo. É disso que trata o texto que a Folha publica a seguir. O autor garimpa nos 300 anos de história da imprensa nos Estados Unidos explicações para os desafios de hoje.

Lá e aqui não existem respostas definitivas sobre os caminhos para os jornais. Como podem ampliar seu universo de leitores -especialmente em países, como o Brasil, onde o analfabetismo ainda é uma vergonhosa realidade? Como conseguir atrair as novas gerações bombardeadas pela multimídia? Como trabalhar com a internet? Como, enfim, melhorar a qualidade do produto despachado diariamente até a porta do consumidor antes do seu café da manhã?

No texto que segue, publicado originalmente na revista norte-americana "The New Yorker", o autor lembra que bons jornais devem ser como um país conversando consigo mesmo. Numa sociedade extremamente desigual e cada vez mais preocupada com o bem-estar em escala privada, os jornais colocam foco sobre o interesse público. Têm a tarefa de fazer uma reflexão cotidiana sobre a realidade. É o seu papel e o seu futuro.

A Senhora Gramática (1)

Quando a noite chega com seu frio, um bom livro me acolhe para eu apreciar a fachada da catedral de Notre-Dame com as estátuas de Botticelli. Uma delas representa uma senhora de idade que viveu na Ática e usa trajes romanos; num cofrinho de marfim, ela guarda uma faca e uma lima para corrigir os erros das crianças. Seu nome, Grammatica

Como sabemos, as crianças vivem do excesso, e a senhora Grammatica, com a faca e a lima, precisa podar os exageros infantis por meio da razão instrumental. Para essa austera senhora, faca e lima fatiam a linguagem em partes para, em um segundo momento, classificá-la

Em Crátilo, Platão é quem, primeiro, faqueia a língua no Ocidente. Mais tarde, Aristóteles aprimora o trabalho do mestre. Durantes séculos, alunos aprenderam a instrumentalizar a língua segundo classificações e análises por causa desses dois filósofos

No caso de Aristóteles, o que ele determinou para a biologia, para a medicina, o pensador transplantou para a língua, concebendo-a como um corpo a ser autopsiado pela faca das classificações e pela lima das análises. No livro A vertente grega da gramática tradicional, de Maria Helena de Moura Neves, evidencia-se essa intervenção cirúrgica

Isso, entretanto, não representa a morte de um corpo. Embora tenha sido retalhado (adjetivos, substantivos, verbos, advérbios), os professores de Língua Portuguesa sabiam o que fazer com essa “matéria” em sala de aula. No primeiro ano do ensino médio, por exemplo, o currículo formal apresentava com clareza os conteúdos, o mesmo ocorrendo em anos posteriores. O sistema funcionava, porque, para cada ano letivo, o conteúdo desse corpo estava bem exposto. Havia organização. O organismo funcionava. “Hoje, estudaremos fonologia e, depois, morfologia.” Partia-se do menor (fonemas) para o maior (sintaxe

Hoje, com a presença do texto, de onde partir? Sem unidade, visto que o corpo se fragmentou, isto é, as partes não se combinam, o professor de Língua Portuguesa leciona um conteúdo no primeiro ano do ensino médio; entretanto, à tarde, seu colega, no mesmo ano do ensino médio, leciona outro conteúdo. O aluno Evandro, da tarde, se transferiu para manhã, surpresa, o conteúdo é outro. As partes não se completam. Desorganizado, o organismo não funciona. Perdeu o que havia de bom na senhora Grammatica: sistematização.

sábado, junho 07, 2008

Poder público 5


Foto de Evandro Derze






Conquista, bairro. Urbanizar bairros periféricos. Humanizar o dinheiro público.

Poder público 4



Foto de Evandro Derze






A vida torna-se melhor quando a cidade é melhor para todos e não apenas para bairros de médicos, engenheiros, políticos, juízes, advogados. Outro bairro periférico que a Prefeitura de Rio Branco urbanizará.

Poder público 3


Foto de Evandro Derze






O dinheiro público passará por aqui.

Poder público 2

Foto de Evandro Derze








Ainda no bairro Conquista, a Prefeitura de Rio Branco urbaniza um local periférico. A Frente Popular precisa permanecer no poder municipal durante um bom tempo para sanear bairros que permaneceram à margem do dinheiro público por muito tempo.

Poder publico 1

Foto de Evandro Derze.








A realidade política de Rio Branco depende de onde a vemos. Eu a vejo através de uma manilha de esgoto. No bairro Conquista, onde muitos só chegam em época de campanha, a Prefeitura de Rio Branco configura uma nova realidade.

Amplie a foto e repare bem esse canto deixado por políticos no passado.

sexta-feira, junho 06, 2008

Gênero Masculino

Matou ex-sogro e degolou criança de 4 anos
De Antônio Carlos

Ontem de manhã, policiais civis da capital se deslocaram para a cidade de Xapuri para prender Jorge Santos da Cunha, o Jorge do Cid, autor de um duplo.

Na manhã de quinta-feira, dia 5, na Colocação Vai-quem-Quer, Seringal Boa Vista, depois de tentar reatar o romance com sua companheira Lenira Marques da Silva (20), de quem estava separado há dias, Jorge acabou matando o ex-sogro Francisco Pereira da Silva (51) e o enteado Ânderson da Silva Gonzaga, de 4 anos apenas.

Francisco foi assassinado com um tiro de espingarda nas costas, e o garoto foi degolado a golpes de terçado. O assassino ainda chegou a decepar a mão esquerda de Ânderson e exibi-la como troféu. A Lenira e uma menina de 11 anos escaparam da morte. “Ele estava possuído pelo demônio”, disse a mulher.

Jorge do Cid e Lenira Marques da Silva viviam maritalmente e, pelo fato do trabalhador ser excessivamente violento quando se embriagava, a garota se separou dele há pouco mais de uma semana.

Por volta das 8 horas de quinta-feira, dia 5, Jorge foi à casa de ex-mulher, na Colocação Vai-quem-Quer. Depois de conversar com Lenira, pediu que ela voltasse a morar com ele. Prometeu inclusive que mudaria de comportamento e ajudaria a criar o enteado Ânderson.

Como a jovem não aceitou a proposta, Jorge disse que a mataria. Lenira correu, gritando por ajuda. O criminoso deu um tiro para a mulher parar, mas não adiantou. Francisco Pereira da Silva ouviu os gritos da filha e correu para ajudá-la.

Ao perceber a presença do ex-sogro, Jorge colocou um novo cartucho na espingarda e, depois de discutir com ele, esperou que ficasse de costas para atirar, morrendo no local.

Depois, pegou a criança de 4 anos pelo braço e gritou para a ex-mulher que, caso não voltasse, mataria o garoto. Como não retornou, Jorge sentenciou: cortou seu pescoço.

“Eu corri para o mato com uma menina de 11 anos vários quilômetros até chegar a uma residência para implorar ajuda”, lembra. “Depois que degolou o meu filho, ele decepou a mãozinha dele e exibia como se fosse um troféu

Até a manhã de ontem, o assassino estava na floresta. Policiais civis da capital se deslocaram para a região para ajudar a prendê-lo.

quinta-feira, junho 05, 2008

O sindicalismo trocou de delegacia

ELIO GASPARI

O "poder das centrais", como a Caveira de Cristal do Museu Britânico,
é uma fraude a serviço de uma lenda

ERA UMA VEZ um pelegaço chamado Joaquinzão (Joaquim dos Santos Andrade, 1926-1997). Ele presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo durante 22 anos, até 1987. Comprava e vendia greves, mas em janeiro de 1976 foi o único presidente de sindicato de metalúrgicos a protestar pela morte do operário Manuel Fiel Filho, assassinado no DOI-Codi do então 2º Exército.

O sindicalismo do ABC, surgido nos anos 70, considerava-o ícone da corrupção sindical do entardecer da ditadura. Joaquinzão morreu pobre, numa modesta casa de repouso. Todos os seus sucessores, bem como os seus principais adversários, tornaram-se pessoas patrimonialmente prósperas e politicamente poderosas. (Quem quiser pode conferir: ele deixou um carro, uma pequena casa num bairro popular e um sítio.) Lula, seu jovem rival no século passado, preside hoje um contubérnio de sindicalistas com fundos estatais, corredores do Planalto e saletas do Ministério do Trabalho.

Joaquinzão vem ao caso porque ele pode ser considerado o avô do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, aliado parlamentar do Planalto. Joaquinzão entregou o Sindicato dos Metalúrgicos a Luiz Antônio de Medeiros e em dez anos seu sucessor produziu o "sindicalismo de resultados".

Dele resultaram a Força Sindical, 11 condecorações civis e militares, dois mandatos de deputado federal e, atualmente, a Secretaria de Relações do Trabalho, na pasta do doutor Carlos Lupi. Assim como em 1986 houve um dia em que Medeiros e Joaquinzão tiveram uma conversa, é provável que em 1990 tenha havido outra, ao fim da qual Medeiros entregou o domínio a Paulo Pereira da Silva, que ficou com o sindicato e a Força Sindical.

Poucos devem ter sido os casos de países onde o movimento sindical passou da delegacia de ordem política à de defraudações no espaço de uma só geração. A julgar pela definição que Lula colou em Lech Walesa ("pelegão"), pode ser que tenha ocorrido algo parecido, em ponto menor, na Polônia. Paulinho da Força capturou a presidência do conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador, fez parcerias milionárias no BNDES, noves fora preciosas alianças eleitorais. Houve um tempo em que o PT colocou no mesmo Codefat um jovem promissor, chamava-se Delúbio Soares.

Fala-se muito no "poder das centrais sindicais". Tudo indica que, como a Caveira de Cristal do Museu Britânico, essa força é uma fraude a serviço de uma lenda. Até hoje, as centrais só conseguiram parar repartições públicas. O "poder das centrais", graças a Lula, será exercido na tunga dos salários dos trabalhadores e dos fundos dos contribuintes. Isso é que se pode chamar de sindicalismo de resultados. Avançam na patuléia e deixam os patrões em paz. Mordem a folha de salários dos trabalhadores, atravessam a rua e param os serviços médicos onde as mulheres dos operários buscam consultas para seus filhos.

Desde que a contabilidade de Paulo Pereira da Silva começou a ser estudada pela Polícia Federal percebe-se que há algo de novo na praça. Durante o collorato, a Força Sindical beliscava o patronato paulista.Paulinho estatizou os beliscões. Podem acusá-lo de tudo, menos de ter incomodado patrão.

quarta-feira, junho 04, 2008

Gramática é importante

Desde 1986, comecei a ouvir na faculdade produção textual. Nesta semana, conversando com uma colega de profissão que trabalha na Secretaria de Educação do Estado do Acre, ela me disse que o importante é leitura e texto, a gramática não tem importância.

Não é bem assim. A questão textual abre caminhos em que a secretaria ainda não toca e, quando fala por meio de uma funcionária, diz que a gramática não importa mais. Pessoas falam sem ter lastro bibliográfico.

Exemplo simples e prático. Por mais que leiamos, por mais que tenhamos textos em sala de aula, a escrita não apresentará sua universalidade, porque o professor não terá condições de observar a acentuação nos textos selecionados por ele.

Os textos apresentam parte da língua portuguesa, por exemplo, crase, hífen, acentuação. A regra, entretanto, universaliza. Quando o aluno estiver no mercado de trabalho, não poderá contar nem sempre com dicionário eletrônico para escrever "autocrítica". Deverá saber usar hífen diante de alguns prefixos.

A gramática tem a sua devida importância e, paralela a ela, leitura e produção textual.

Colega de profissão, ela é muito educada, simples, boa pessoa, só questiono sua fala quando alguém da área não souber questionar a sua.

segunda-feira, junho 02, 2008

Giramundo


Sessenta alunos assinaram seus nomes, "nós iremos ao teatro". O ônibus da Secretaria Estadual de Educação aportou na escola às 19 horas. Às 19h25, partiu com 20 alunos. Assistimos à obra-prima Cobra Norato, de Raul Bopp. Belíssima apresentação do grupo de teatro Giramundo.

Revi um homem por demais educado, gentil: Marcos Afonso. Ele sai do seu lugar para me cumprimentar, que figura! que alma doce!.

Que a tua casa, Marcos, tenha à mesa o banquete da compreensão, o sabor agradável do diálogo e das inquietações. Vida longa, meu amigo! Um grande abraço em teu destino.

Quanto aos alunos, eu jamais poderia levá-los, às 20 horas, ao teatro se fosse no Rio de Janeiro ou em São Paulo. É uma juventude interessada, um pessoal por quem tenho enorme carinho.

Que o teatro seja cada vez mais intenso neste Acre acolhedor.