sexta-feira, agosto 28, 2009

Quando se lê em sala de aula...

Confesso que as palavras do deputado estadual Moisés Diniz (PC do B) foram decisivas para eu escolher "cultura popular" em minhas aulas de Literatura.












Neste ano, poucos dias antes, o deputado declarou que a Expo-Acre é uma grande "festa popular".

Assim sendo, escolhi "O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, para o aluno ler e identificar conceitos relacionados aos personagens Chicó e João Grilo, fiéis representantes da cultura popular. Além desse belo livro, os filmes "Jeca Tatu" e "Tapete Vermelho".

Até o momento, ficou claro para os alunos que um conceito da cultura popular é o Riso. No livro de Ariano e no filme "Jeca Tatu", o riso se opõe ao poder. Ofertei aos estudantes personagens caipiras, figuras rurais antagônicas à imagem do caubói.

Ora, na Expo-Acre, predomina o modelo de comportamento do caubói, representante fiel da cultura de massa. Meu esforço, portanto, é estender diante de olhos juvenis leituras que revelem o caipira como personagem desobediente e contestador. Como disse antes, o caipira ri do poder.

Sobre o riso, eles lerão um fragmento do livro "O Nome da Rosa", de Umberto Eco, cujo narrador apresenta a função do Riso.

Deputado, a Expo-Acre nunca foi festa popular.

A um novo blogue

Conheci-o na Universidade Federal do Acre, foi meu aluno. Naqueles minutos passados, chegamos a dividir um texto em um jornal da capital. Era 1993. Pois bem, após anos e anos, eu o revejo, nome escrito em meu blogue.

Márcio Chocorosqui escreve bem quando blogues e sítios se proliferam com um português roto e violado pela ignorância. Em seu blogue, lemos como se escreve corretamente, porém esse jovem nem sempre é obediente a regras. Como conhece seu idioma, como conhece sua ordem sintática, por exemplo, ele desobedece à LÍNGUA. Isso é para quem sabe.

Ele se chama Blecaute (clique no nome), mas em seu blogue não veremos a Língua Portuguesa mergulhada na escuridão do não saber escrever.

Um abraço em seu destino, meu jovem amigo!