sexta-feira, março 30, 2012

Este texto, aos meus alunos

Marcas de Batom no Banheiro...
 
Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada:
meninas de 12 anos que usavam batom,
todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso de batom.

O diretor andava bastante aborrecido,
 porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia.
Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...

Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro
 e explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho
com todas aquelas marcas que elas faziam.
Fez uma palestra de uma hora.

No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram...

No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas
e o zelador no banheiro,
e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho.
O zelador imediatamente pegou um pano,
molhou no vaso sanitário
e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho! 

Moral da história: Há professores e há educadores...
 
Comunicar é sempre um desafio!
Às vezes, precisamos usar métodos diferentes
 para alcançar certos resultados.

Por quê?

•Porque a bondade que nunca repreende não é bondade:
é passividade.

•Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência:
é subserviência.

•Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade:
 é indiferença.

•Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância:
 é imbecilidade.
 Fonte: professora Osmarina.

Mais fácil fazer estradas. Difícil é a Língua Portuguesa

Os governadores petistas, ao longo de 12 anos, construíram estradas, asfaltaram ramais e ruas, ergueram pontes.

E olha que construir uma estrada entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul é muito trabalhoso. Leva anos.

Os governadores petistas só não conseguiram qualificar o ensino de Língua Portuguesa e de Literatura.

Talvez pelo fato de a distância entre a ignorância e o saber ser bem maior do que as estradas.

Responder aos apedrejamentos contra a Língua Portuguesa nas escolas públicas acrianas é muito mais do que manejar tratores ou cálculos de engenheiros.

Hoje, participei na Secretaria de Educação do Acre de uma reunião de Língua Portuguesa.  Segundo eu ouvi, o atual secretário de Educação quer que a Olimpíada de Língua Portuguesa execute saltos ornamentais no currículo. Um porém: não existe nem currículo de redação nas escolas públicas acrianas.

Alguns colegas dirão que o "Aldo só fala merda", mas esses colegas falam assim porque adoram receber "estrelinhas da tia", no caso, da secretaria.  

Falar sem conflito, sem polêmica, sem crítica; não apontar problemas, soluções; não tecer críticas abertas para preservar a boa imagem.

Isso significa, no mínimo, não ser incomodado, e, dessa maneira, "o politicamente correto" mantém sua aparência: o jeito incólume de falar, o timbre franciscano de bom-moço, as concordâncias nominais sem as devidas divergências verbais. Um árcade.

Boa aparência é tudo. Ninguém exige de você, fica-se na paz, mantém a indicação para trabalhar, quem sabe, no futuro, em gabinetes.

Comte deixou em "Catecismo Positivista" que a única liberdade possível é a adequação. Sou inadequado.

Quando a secretaria afirma que exigirá Olimpíada de Língua Portuguesa no currículo, ela revela que ignora os reais problemas desse ensino na sala de aula. Pior: está muito longe de resolvê-los.

O início da qualidade de ensino passa, primeiro, pela administração ou pela gestão escolar.

É preciso haver lei que regulamente os conselhos de disciplina, os conselhos de turma, a escolha dos coordenadores de ensino. Além disso, o atual modelo de democracia escolar precisa ser revisto. Tudo isso para ontem.

Não se ergue uma casa sem uma firme estrutura. Não se educa o filho sem saber organizar bem as palavras.

Sem isso, a qualidade de ensino de Língua Portuguesa não passa de uma enfadonha repetição discursiva.

Acho que vou trabalhar no Deracre. Lá, as coisas acontecem, por exemplo, estradas.