segunda-feira, abril 22, 2013

Jorge Viana não foi oportunista

O petista Jorge Viana, vice-presidente do Senado, discursou da tribuna contra o projeto de lei emenda à proposta. Concorda com as restrições. Mas quer adiar sua vigência para depois das eleições de 2014.


Antes disso, declarou Viana, “casuísmo” e “esperteza”. “Temos de ser justos, mexer nas regras do jogo com o jogo em andamento não vale”, ele acrescentou. Eleito pelo Acre, o Estado de Marina Silva, Viana é um amigo fraternal da ex-petista. Considerou “legítimo” o esforço que ela empreende para armar a sua Rede, nova legenda pela qual planeja disputar a Presidência.
Viana mencionou também o MD (Movimento Democrático). Surgido da fusão do PPS com o PMN, o partido flerta com o apoio ao projeto presidencial de Eduardo Campos (PSB). Contra todas as evidências, o senador disse descrer da versão segundo a qual o PT e o Planalto patrocinam a asfixia às novas agremiações.
Ouça-se Viana: “Ora, sou vice-presidente do Senado, sou do PT e, pelo menos comigo, ninguém falou sobre tal assunto. O estranho é que ficam pondo isso na conta do governo e da presidenta Dilma.” Disse isso quatro dias depois de o ministro petista Gilberto Carvalho ter defendido o projeto sob refletores.
“Nunca ouvi falar que fidelidade partidária seja oportunismo. Não tem que ter pressa em ficar criando partidos. Nós temos que respeitar a institucionalidade partidária e fortalecer os partidos e não fazer um processo sem fim de criação de partidos para acomodar interesses, aí sim, meramente eleitorais”, declarou o doutor Gilbertinho.
Em ritmo de toque de caixa, o texto-base do projeto que embala a polêmica foi aprovado na semana passada na Câmara. Nesta terça (23), os deputados devem votar as emendas que ficaram pendentes. Só então a proposta seguirá para o Senado. Se for modificado, como propõe Viana, o texto terá de voltar para a Câmara, para nova votação.