sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Educação: as marcas da vida

Manoel Jesus,
professor de Comunicação da UCPel

Alguns podem me acusar de saudosismo, mas não é assim. Infelizmente, no que se refere à educação, involuímos, voltamos tristemente para trás. Havia uma fórmula simples, mas eficaz: as famílias davam os primeiros ensinamentos, especialmente no que se referia aos valores e às referências, auxiliadas pelas igrejas, e quando a criança chegava ao ensino formal já tinha um lastro, em condições de alcançar o seu desenvolvimento.

Onde deu errado? Já foi dito: a família foi colocada em xeque, mesmo que não se tenha encontrado nenhuma estrutura alternativa em condições de suprir as carências dos primeiros anos. A mãe, como referência em educação, precisou sair para o trabalho, complementando a renda familiar; enquanto a autoridade do pai passou a ser questionada, nas coisas mais simples, como uma palmada, que pode ser pedagógica, na maior parte das vezes doendo mais em quem dá do que em quem recebe.

As igrejas perderam a sua força e bispos, padres, pastores, hoje, são apenas vistos como “figuras interessantes”, mas não ditam normas e orientações para a maior parte da população. E a educação formal, especialmente a pública, enfrenta grandes e sérios problemas, sem solução a curto ou médio prazo. Isto é um raio-X superficial de uma questão onde as perguntas são muitas e as respostas poucas. Não podemos voltar ao passado para refazer o caminho onde erramos, mas também não podemos descartar as experiências que deram certo.

Tenho visto escolas anunciarem um ensino de qualidade e “puxado”, onde as normas são claras e cobradas dos alunos, professores e pais. E, depois de todas as experiências “democráticas”, os responsáveis entendem que há regras que precisam ser seguidas e produtividade que precisa ser cobrada para que se desenvolvam padrões de aprendizado.

Não estou advogando “linha dura” nos colégios, mas que entre a oferta de ensino, convívio, prática esportiva, muitas vezes a própria alimentação, fique claro para alunos e seus pais que não há vitórias no ensino sem que haja esforço e colaboração. Não há professores “bonzinhos”, ou “maus”. Há preocupação com aqueles que julgam que “dando uma mãozinha”, agora, vão se dar bem mais adiante. Não vão. Esta etapa só pode ser vencida por quem entende que a cumplicidade entre educando e educador está, sim, numa cobrança recíproca que deixe marcas para sempre. As marcas que indicam os caminhos da própria vida.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Eu indico...







O Exercício Ético da Crítica

Vindo da palavra krinein, criticar significa julgar. Havendo isso como princípio, meus alunos precisam da liberdade responsável de julgar minhas aulas para que o ensino público seja exigido a servir sempre o melhor. Julguem-me com inteligência para que eu possa melhorar o ato de lecionar e de educar.

Além disso, por meio do blog das turmas 2º A e 2º B (Criticar para Melhorar), os alunos, expondo seus textos, serão corrigidos em sala e receberão dicar para melhorar os textos. Expor aulas, não ter receio de apresentar meus limites e até meus erros para que outros apontem novos caminhos.

Espero que meus alunos saibam criticar com maturidade. À esquerda, acesse Criticar para Melhorar.

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Momo conforme o poder público

Das esquinas dos bairros Aeroporto Velho, Sobral, João Eduardo, Airton Sena até às ruas dos bairros Floresta, Estação Experimental, Tucumã, não vi sinais de vida de uma gente fantasiada para afirmar a identidade do Carnaval. No Acre, os súditos de Momo são insípidos.

Não parte dos bairros rio-branquenses a espontaneidade criativa de blocos ou a originalidade irreverente de grupos fantasiados. À noite, nesses espaços urbanos, preserva-se uma tristeza emudecida. Sem risos pelas ruas, sem mascarados, sem o escárnio das fantasias, o Momo acriano não passa de um roto.

Diante desse rei deformado, resta ao dinheiro público definir e organizar o espaço para que esse reinado adquira formas paraestatais. No Acre, um grupo político no poder define o início e o término da festa, concentrando contribuintes em um lugar cerceado pelo comércio e pelo aparato de Estado. Momo não se espalha pela cidade de Rio Branco, é mais seguro e econômico, segundo a ordem pública, vigiá-lo de perto em um redil. Depois, diante da câmera de TV, o policial militar afirma com satisfação que manteve Momo sob controle. Aqui, o governo organiza até trio elétrico.

Dinheiro público no Carnaval, entretanto, não é exclusividade acriana. No Rio de Janeiro, o caso que mais me chamou atenção ocorreu com a escola de samba São Clemente. Passando por dificuldade financeira, a escola de Botafogo pediu ajuda a César Maia, então prefeito. Ele disse que ajudaria com o dinheiro do contribuinte desde que a escola não apresentasse na Sapucaí um desfile irreverente, desobediente, avesso à normalidade da passarela. Com outras palavras, a São Clemente não poderia apresentar um Carnaval crítico, devendo se submeter, portanto, à domesticação da verba pública, assim como ocorre com as outras escolas de samba. A São Clemente se recusou, preferindo manter um Carnaval autêntico, ou seja, irreverente, desobediente, avesso.

Assim como ocorre no Rio de Janeiro, o poder público acriano corrompe, deforma e aliena o reinado de Momo, e a TV Aldeia, que pertence a um grupo político-partidário, ainda reforça essa aculturação do Carnaval por meio de sua transmissão infantil. Infelizmente, a TV Aldeia não sabe o que fala sobre o Carnaval, porque o que ainda fala não é Carnaval.

Para evitar essa transmissão que não (des)cobre o significado simbólico dessa festa popular, sugiro estudar A História do Riso, de Georges Minois; Carnavais, Malandros e Heróis, de Roberto D’Matta; e A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento, de Mikhail Bakhtin. Antes que o prefeito entregue a chave ao rei Momo em 2010, os âncoras da TV Aldeia precisam saber o que falam sobre o Carnaval.

Se a procissão e a parada militar cultuam a reverência, o rei Momo não reverencia os santos e nem as autoridades. Seu reinado, segundo Mikhail Bakhtin, Roberto D’Mata e Georges Minois, promove a inversão ou o avesso depois que recebe a chave do prefeito. Filho do Sono e da Noite, esse mito não merecia que o poder público organizasse o controle contra ele.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Bloco Carnavalesco dos GTs

ou quando se atira no próprio pé.

















Na minha tola juventude universitária, acreditei na pureza ideológica do Partido dos Trabalhadores, época em que o Lulalá discursou em um palanque diante da Candelária, Rio de Janeiro. Seu vice era Bisol, do PSB.

Criticávamos todos e tudo, tínhamos soluções para tudo. Tudo. Sempre votei no PT, ainda sou petista não para adular, para obter algo ou para participar do Bloco Carnavalesco dos GTs, mas para manter esta desconfortável contradição: elogio e crítica.

No Acre, até aonde a informação chegou, os grupos de trabalho pegaram muito mal. Muito. Violaram o correto, o justo.

Bloguista, leia com atenção o que Élisson Miessa dos Santos, procurador do Trabalho, declarou.

"As contratações dos GTs são feitas como se o Estado fosse uma verdadeira empresa, porque os trabalhadores ficam sabendo das vagas de trabalho por meio de colegas ou de familiares e, em seguida, levam seus currículos nas secretarias, que os convidam para uma entrevista e depois são contratados.”

Deixei um pouco de lado, um pouco, aquele tolo ideológico diante da Candelária, ainda votarei no PT acriano, mas mantendo minha lucidez, qual seja: o PT é impuro. Bom saber que ele é feito por mortais, ou seja, ideais também morrem como morre a autocrítica. Criticávamos tudo e todos. O silêncio, hoje, nos alicia. O poder é uma questão de conveniências ou de GTs.
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Governador e secretários assinam TAC
para acabar com GTs

De Freud Antunes

O governador Arnóbio Marques, a procuradora-geral do Estado, Maria de Nazareth Mello de Araújo, e outros 20 secretários assinaram o termo de ajustamento de condutas (TAC) para pôr fim à contratação de pessoas por meio de grupos de trabalho (GT), atividade considerada ilegal pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pelo Ministério Público do Trabalho.

De acordo com o contrato, o governador terá até o final de seu mandato - dezembro de 2010 - para eliminar de forma gradual os contratados sem concurso público.

O TAC afirma que os gestores deverão demitir 20% dos GTs neste 1º semestre, 30% no 2º semestre, mais 30% no 1º semestre de 2010 e, por último, outros 20% no 2º semestre do mesmo ano, totalizando os 100%.

De acordo com o procurador do Trabalho, Élisson Miessa dos Santos, os administradores alegaram que precisavam de tempo para realizar as mudanças, pois a eliminação repentina causaria problemas para a administração pública.

Élisson disse acreditar que o TAC deverá atingir de forma direta cerca de mil trabalhadores que não possuem direitos, como férias e 13º.

O procurador do Trabalho foi o responsável pelo acordo, pois iniciou uma investigação há um ano, realizando o levantamento de quantas secretarias estariam utilizando empregados de forma irregular.

“O caso foi descoberto por meio de uma denúncia, então firmamos uma parceria como o MPE, que foi o responsável pelo TAC”, detalhou o representante do MPT.

Durante o inquérito, Élisson descobriu que as contratações por GT eram feitas por meio de análise de currículo, como uma empresa.

“As contratações dos GTs são feitas como se o Estado fosse uma verdadeira empresa, porque os trabalhadores ficam sabendo das vagas de trabalho por meio de colegas ou de familiares e, em seguida, levam seus currículos nas secretarias, que os convidam para uma entrevista e depois são contratados”, detalhou o procurador.

No ajuste de condutas, depois de sanar a irregularidade, o gestor terá 30 dias para enviar as informações para o MPE.

GT

De acordo com o procurador do MPT, o GT só poderia ser oferecido a servidores concursados relacionados ao órgão. O benefício é oferecido por um curto espaço de tempo para que o trabalhador possa realizar funções, além daquelas já desempenhadas.

TCE

O jornal A TRIBUNA divulgou a denúncia da utilização de GTs depois que os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) concederam um prazo de 120 dias para que a Defensoria Pública pudesse extinguir a irregularidade descoberta nas prestações de contas.

Punição

Depois de vencido o prazo dado pelo TAC, o MPE poderá denunciar na Justiça o secretário que não eliminar o problema, sendo processado por improbidade administrativa, podendo perder o cargo, os direitos políticos, tendo que devolver todo o dinheiro gasto com as contratações irregulares, além de ter de pagar uma multa.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

No Acre, o Carnaval é paraestatal

O governo da Frente Popular e suas matérias sobre Carnaval. O estranho é que, sobre a Expo-Acre, as matérias têm outro conteúdo. Para a Expo, cria-se uma imagem diferente. Escreverei ainda sobre isso.

O deputado estadual Moisés Diniz, hoje líder do governo, certa vez disse que a "Expoacre é uma festa popular". Ao seu blog, enviei uma mensagem, criticando seu destempero conceitual. Para um comunista, acho até compreensivo, porque o PC do B nunca compreendeu a cultura brasileira. Os bons livros ou os bons autores registram isso. Enquanto cultuavam a União Soviética, Stalin, Gilberto Freire escrevia "Casa-Grande e Senzala" e Sérgio Buarque, "Raízes do Brasil".

O que a Frente Popular faz é um processo de aculturação do Carnaval, como já ocorre na Sapucaí, Rio de Janeiro, e mais ainda em Salvador, com os abadás. Restou a nós, somente, copiarmos o que passa pela TV, essa aldeia Global.

Mas, como a Globo não mostra o popular Carnaval da avenida Rio Branco e muito menos o reinado de Momo nos bairros cariocas e nos bairros de Niterói, nós, aqui, desconhecemos as fantasias de rua, a grandeza dos blocos, a sátira política do povo, que não é organizada pelo poder público. No Rio de Janeiro, moradores se reúnem para sair às ruas sem precisar de governos.

No Acre, até o governo organiza a festa, estabelece horário. Aqui, o Carnaval, longe de ser popular, é paraestatal. Leia agora a matéria dos que gostam da Expo-Acre.

Carnaval sem exploração sexual e trabalho infantil

Governo do Estado e Prefeitura discutem hoje à tarde estratégias de combate à exploração sexual e trabalho infantil durante o Carnaval

As secretarias de Estado de Desenvolvimento para Segurança Social e de Assistência Social de Rio Branco estão juntas no combate à exploração sexual e do trabalho infantil. A estratégia para o carnaval será definida em uma reunião hoje às 14 horas, no Sebrae da Avenida Ceará.

Vão participar do encontro cerca de 50 técnicos das duas secretarias que irão trabalhar durante o carnaval na tentativa de evitar os crimes contra crianças e adolescentes. (AN do Acre)

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Momo dorme à meia-noite

Dica. Quando você colocar uns R$ 50 no bolso, visite uma livraria de Rio Branco para comprar este clássico: Carnavais, malandros e heróis, de Roberto da Matta.

Entre outras análises, ele interpreta a procissão, a parada militar e o Carnaval. Para compreender um pouco nosso país, suas páginas apontam caminhos interessantes.

















Texto de Aldo Nascimento

No romance “1984”, obra-prima de George Orwell, um personagem cumpre a função de publicar a cada ano um dicionário. “É maravilhoso matar as palavras”, diz o lexicógrafo. Sim, matá-las. Syme, esse personagem a serviço do partido, mata os pensamentos

Se não sabemos o significado autêntico ou original da palavra, se ignoramos sua história, sua vida passada, perdemos a memória e já não sabemos sobre o que falamos. Como pode o pensamento falar se eu não penso a palavra?

Serei óbvio. Embora se proponha a transmitir cultura, a TV Aldeia cobre o Carnaval rio-branquense com matérias que ignoram o que Momo representa. Assim, sem dar sentido original a essa cultura popular, a TV Aldeia nos deseduca porque não sabe pensar a cultura autêntica do Carnaval

Quem é Momo? o que ele representa? por que ele recebe a chave do prefeito? com a chave da cidade, o que ele abre? por que Momo é gordo? se a parada militar desfila quando é dia, por que foliões brincam à noite? se a parada militar e a procissão são sérias, o que representa o riso no reinado de Momo? por que a máscara? qual o sentido da fantasia?

No Acre, o poder público regula o Carnaval, impondo a essa festa um só lugar para as pessoas se concentrarem e submetendo-a a um tempo limitado para ser encerrada. Sem que se espalhe pela cidade, Momo não vara a madrugada porque adormece à meia-noite, embalado pelas mãos controladoras e sérias de homens públicos. No Acre, o Carnaval não é popular – é paraestatal

Todo ano, antes da festa, a cúpula da Polícia Militar se reúne para propagar por meio da imprensa que a segurança será intensa no Carnaval, que policias proporcionarão a tranquilidade. Momo é violento. Na outra ponta de seu discurso, o poder público remodela a imagem violenta de Momo, difundindo a ideia de um Carnaval como antigamente, quando famílias saíam de casa para se divertir, quando crianças brincavam fantasiadas. Assim, para amenizar a imagem de violência, além do discurso de segurança, o poder público associa o reinado de Momo à família, ao doméstico (domesticar) e nivela esse rei à doçura de uma criança (Momo é infantil). Trata-se da aculturação do Carnaval.

Momo está aí segundo a TV Aldeia, conforme a Polícia Militar, segundo a prefeitura de Rio Branco e o governo, e ignoramos o que a chave da cidade, na mão desse rei, abrirá. Perdemos a memória original dessa festa porque não sabemos qual o sentido autêntico das palavras riso, máscara, fantasia. No lugar desse vazio semântico, caricaturamos o falso Carnaval da Sapucaí e o desfantasiado Carnaval de abadás da Bahia. A TV Aldeia transmitirá.

Ortografia. Segundo a lei ortográfica, escreve-se carnaval com letra minúscula por ser uma festa profana, oposta às festas cristãs. Minúsculo, aqui, é questão ideológica. Pois bem, por causa de minhas leituras sobre o Carnaval, registrei a palavra com letra maiúscula por causa de sua grandeza, de sua importância histórica. Carnaval, portanto, um substantivo muito próprio.

sábado, fevereiro 14, 2009

A malandragem do dízimo

Seria bíblico a Igreja cobrar 10% de seu salário?
De Sebastião Ramos
funcionário público federal @gmail.com

Num mundo em CONSTANTE MUDANÇA, tudo se tornou passível de questionamentos e incertezas. "O que era sólido se desmanchou no ar como fumaça", como disse certo analista de renome internacional. Até as descobertas científicas podem ser vistas por outro ângulo. E as crenças religiosas? Também já são observadas com desconfiança; uma que trataremos é sobre a cobrança do dízimo. Numa época passada, quando o dízimo não estava sendo pago pelos fiéis, regularmente, os pastores mandavam as irmãs entoarem um hino de louvor, com o objetivo de fazer PRESSÃO PSICOLÓGICA aos fieis, ou seja, se o dizimista não regularizasse suas mensalidades – o seu voto prometido a Deus - pagar o dízimo até o final de sua vida – estariam cometendo infração gravíssima, e, sendo assim, perderiam o direito de entrar nas moradas de Deus. ‘O QUE A RELIGIÃO NÃO TEM CONSEGUIDO FAZER!’

Perante tantas dúvidas persistirem sobre a cobrança dízimo, surgem perguntas: O dízimo é um mandamento bíblico para o cristão? Devo pagar ou não pagar? Dizem até que o dízimo está na Bíblia; mas, o que representa para os nossos dias? Talvez achem que é um assunto polêmico e difícil de obtermos resposta exata, porém a Bíblia, por advir de inspiração divina, pode nos revelar seguramente como proceder diante deste dilema. (2 Timóteo 3: 16)

Inicialmente, leiamos em nossa Bíblia, Deuteronômio, 26: 12, que diz:"De três em três anos, junte a décima parte das colheitas daquele ano e dê aos levitas, aos estrangeiros, aos órfãos e às viúvas que moram na cidade, para que tenham toda a comida que precisarem. Depois, na presença de (Jeová) nosso Deus, você dirá: "Entreguei aos levitas, aos estrangeiros, aos órfãos e às viúvas a parte das minhas colheitas que pertencem a ti”. Precisamente, o relato bíblico assegura, que, o dízimo era doado voluntariamente, para alimentar as viúvas, os órfãos, levitas e estrangeiros, e nunca foi em dinheiro, apesar de já existir. Hoje, os valores se invertem a medida que as próprias viúvas, que ganham um mísero salário mínimo, são obrigadas a pagar o dízimo, quando deveriam ser beneficiadas por ele. (Leia, Deuteronômio 14: 24 – 26)

Noutra ocasião, quando se juntava contribuições para os necessitados da Judéia, não fora mencionado nenhuma porcentagem específica - 10% - a ser entregue, como prova do seguinte relato bíblico: "Cada um dê a sua oferta conforme resolveu no seu coração, não com tristeza nem por obrigação...” (2 Coríntios. 9: 7). Já nos dias do antigo Israel, também os dízimos eram ofertados em cereais, frutas e gado. Notem: "Eu, Jeová, o Todo-Poderoso, ordeno que tragam todos os dízimos aos depósitos do Templo para que haja bastante comida na minha casa" (Mal 3:10). Quando os fariseus tentaram se justificar perante Cristo por serem fiéis ao dízimo, veja o que ele disse: “Ai de vós escribas e fariseus hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro, e do cominho, mas desconsiderastes os assuntos mais importantes da lei...” Mais uma prova cabal de que o dízimo não era ofertado em dinheiro, mas em gêneros alimentícios. Após a morte de Cristo, esta lei foi ABOLIDA, definitivamente, até a que determinava apresentar ofertas e dízimos (materiais específicos). Portanto, no lugar do dízimo, os cristãos são aconselhados a darem uma oferta voluntária, como disse o próprio apóstolo Paulo: "Cada um contribua segundo o que propôs em seu coração.

A maior das ofertas que o cristão pode oferecer a Deus, hoje, é o fruto de lábios que fazem declaração pública do seu nome, ou seja, pregar o Reino, tendo em vista que o Dia de Jeová está próximo e se apressa muitíssimo. É lógico que essas contribuições financeiras são essenciais para a manutenção dos locais de adoração com suas despesas inerentes, não para sustentar uma classe privilegiada de líderes religiosos, pois o apóstolo Paulo afirmou que os cristãos deviam estar preparados para trabalhar e sustentar a si próprio e não ser um fardo para outros, como ele mesmo fazia (Atos 18: 4, 1Cor. 9:13-15). Ademais, por causa da cobrança do dízimo, começam a pipocar casos em que a Justiça tem determinado que algumas organizações religiosas devolvam ao fiel o dízimo que este pagou, mediante recibo.

Uma sentença judicial contra a Igreja Universal do Reino de Deus deixa uma alerta para todas as Igrejas que cobram o dízimo. A referida instituição foi condenada a devolver ao fiel Edson Luiz de Mello todos os dízimos e doações feitas por ele. De acordo com o processo movido por sua mãe, Edson, que é portador de enfermidade mental permanente, passou a freqüentar a igreja em 1996 e desde então era induzido a participar de reuniões sempre precedidas e/ou sucedidas de contribuição financeira. Segundo o advogado, que representou o fiel, Walter Soares Oliveira, a quantia total a ser restituída será apurada com base nas provas, mas certamente ultrapassará os R$ 50 mil. Além de devolver as doações, a Igreja Universal ainda terá de indenizar o fiel em R$ 5 mil por danos morais. No processo consta que "promessas extraordinárias" eram feitas na igreja, em troca de doações financeiras e dízimo. Teria sido vendida a Edson Luiz , por exemplo, a "chave do céu". A vítima também recebeu um "Diploma de Dizimista" assinado por Jesus Cristo. Com isso, as colaborações doadas mensalmente chegaram a tomar todo o salário do fiel, que trabalhava como zelador”. (FONTE: Portal Uai).

Os antigos já diziam: "Podemos enganar as pessoas por um tempo, pela metade de um tempo, mas não por todo tempo". Então, é chegada a hora de se falar a verdade sobre o dízimo, que não é mais bíblica a sua cobrança. As religiões, em sua esmagadora maioria, não praticam as doutrinas da lei mosaica, como guardar o sábado, sacrificar animais, dentre outros; porém, quanto à cobrança do dízimo - dinheiro - não desistem jamais, mesmo sabendo que é um mandamento da lei. Em Gálatas, 3: 10, diz-se: “Os que estão debaixo das obras da lei estão debaixo da maldição...” Realmente, por mais que se sacrifique a pagar dízimos, não seria justificado diante de Deus, porque, segundo a Bíblia, o justo vive em razão de sua fé.

Os líderes religiosos, hoje, falam sobre dízimos de modo discreto porque sabem que não tem base bíblica a sua cobrança, porém, em compensação, investem noutros tipo de marketings para fazerem negócios das pessoas como afirma uma profecia bíblica. Exemplos: Em certa religião, um cartão de ouro é proporcionado por mil reais para quem desejar se tornar parceiro de Deus, mas também tem o de prata e o de bronze, com preços menores. Outras religiões apelam para o sensacionalismo midiático por afirmar que, se os fiéis não derem suas ofertas alçadas, o programa sairá do ar e muitas almas ficariam penando pelo mundo afora. Com tanto dinheiro arrecadado, é provável que digam em suas camarinhas: “E viva o dinheiro – o nosso céu”.

Concluindo, podemos observar nos textos bíblicos, que não há ORDENANÇA nenhuma para o cristão ser dizimista e, sim, um ofertante voluntário.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Carnaval antecipado

Como iniciar 2009? Pensei em ser um elegante e simpático cínico para viver bem com todos. É tão bom viver bem com as pedras, com as árvores, com as nuvens, com os vizinhos e, principalmente, com os que estão no poder.

O poder, entretanto, sendo de esquerda ou não, incomoda-me. Minha mãe me ama, mas aponta meus defeitos. "Filho, você fez errado." O PT também erra. O PC do B também erra. O jornalista Freud Antunes publicou uma matéria que expõe um erro da Frente Popular.

Depois que a li, percebi que o Carnaval chegou mais cedo neste ano, por isso estou neste blog pouco lido para publicar o texto desse repórter e depois comentarei um pouco.

Governo do Estado afirma que extinguirá GTs

Por meio da assessoria de imprensa, o governo do Estado admitiu ontem que existem trabalhadores contratados por meio de grupo de trabalho (GT), mas não informou quantas pessoas estão nessa situação.

A única notícia dada pela assessoria é que o Secretário Estadual de Fazenda (Sefaz), Mâncio Lima, estaria se reunindo com o Ministério Público Estadual (MPE) e com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) para extinguir de forma gradual as vagas abertas por meio de GTs.

O tema veio a público nesta semana depois que os conselheiros do TCE decidiram notificar os gestores, dando um prazo de 120 dias para resolver o problema.

De acordo com o presidente do Tribunal, José Augusto Araújo de Faria, o GT é uma gratificação dada aos servidores que estiverem realizando um trabalho extra em sua repartição, um valor dado com o objetivo de oferecer uma compensação.

“Outros órgãos também estão utilizando os grupos de trabalho como alternativa à proibição de contratar as cooperativas, mas as duas formas são irregulares, porque a legislação afirma que é necessário ser servidor contratado por concurso público”, falou o conselheiro Antônio Malheiro durante o seu voto de pedido de notificação dos gestores, na quinta-feira.

Após o prazo, os conselheiros prometem encaminhar ao Ministério Público Estadual (MPE) os casos irregulares.A contratação sem concurso público é crime de improbidade e pode fazer o gestor perder o cargo, além de ter os direitos políticos cassados.
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Criticamos tanto o empreguismo; mas, segundo a matéria, a Frente Popular cometeu uma ilegalidade, uma injustiça.