sexta-feira, junho 30, 2006

LínGua LÍnguA LíngUa líNgUa línGUa



Amanhã, às 7h30min, na escola Heloísa Mourão Marques, professores da disciplina Língua Portuguesa, da manhã, reunir-se-ão para buscar uma ação semelhante em sala de aula sobre GRAMÁTICA.

Além disso, definiremos a leitura obrigatória em sala para os três anos do ensino médio.
E viva o Brasil!!!

quarta-feira, junho 28, 2006

Copa do Mundo




Goooooooooooooooooooooooooooooooooooolll!!!

É o que restou a ele em um país onde a fantasia de uma vitória no campo de futebol não altera o placar de sua vida, que sempre perde para a miséria.

Que alegria é essa que não nos melhora?

Que partida é essa que nos jogaram para escanteio?

Na prorrogação, acredite, morremos!!!

terça-feira, junho 27, 2006

No jornal

Todos os bolivianos que estão residentes e trabalhando no Brasil poderão ser tratados como clandestinos e até deportados para a Bolívia caso o governo daquele país decida expulsar os brasileiros que vivem em terras de fronteira.

Nesse texto, melhor é "todos os bolivianos que residem e trabalham".
Há um hábito recente na TRIBUNA de escrever "daquele" país. Ora, uma vez citado o país, no caso, a Bolívia, o correto é usar "caso o governo desse país".


segunda-feira, junho 26, 2006

Conselhos de Turma

Nas escolas públicas acreanas, há lei que cria o Conselho Escolar, mas não existe uma letra que rege sobre os Conselhos de Turma, o que é uma incoerência administrativa.
Na escola Heloísa Mourão Marques, estamos tentando criar os Conselhos de Turma, porque, uma vez subordinados ao Conselho Escolar, esses conselhos permitirão uma relação próxima como os alunos e, sendo assim, podem deliberar a partir de um cotidiano.
O professor José Gleidson e eu iniciamos o conteúdo que regerá os Conselhos de Turma, que publico aqui.
“Dispõe sobre a organização e as
atribuições do Conselho de Turma”


Regimento do Conselho de Turma
Escola Heloísa Mourão Marques

Capítulo I
Da Organização e das Atribuições do Conselho de Turma

Art. 1°. O Conselho de Turma é órgão representativo da turma, deliberativo, consultivo e responsável pelo processo coletivo de acompanhamento e de avaliação do ensino e da aprendizagem e organiza-se-á de forma a:

I. Possibilitar o dialogo-solução entre professores, alunos, pais de alunos, inspetores, coordenação de ensino e demais funcionários da escola;

II. Viablizar o aumento do rendimento escolar de cada aluno, para tal podendo dispor de meios apropriados, como o registro de ausências, reconhecimento da individualidade de cada discente, emisão de parecer escrito e oral sobre a nota e o comportamento do aluno – este entregue em ato cerimonial – entre outros;

III. Criar e manter uma identidade para a referida unidade de ensino, a exemplo de outras, para tal podendo reconhecer e premiar discentes que obtiverem mérito durante o ano letivo, em vestibulares ou em concursos públicos;

IV. Possibilitar normas de convivência que não se confundam com o espaço da rua;
Rever práticas pedagógicas do corpo docente.

Art. 2°. O Conselho de Turma é constituído pelo corpo docente da mesma classe e contará com a participação de dois discentes, de uma inspetora de ensino e de um coordenador de ensino e poderá contar com a presença ocasional de pais de alunos.

I. Cada docente fica obrigado a participar do conselho de sua(s) referida(s) turma(s), visto fazer parte de seus deveres como professor e funcionário público;

II. Os dois discentes serão escolhidos pelo corpo docente, mediante análise de freqüência, participação em assuntos da turma e outros critérios que os identifiquem como participantes do cotidiano de sua classe

Art. 3º. O Conselho de Turma responde ao órgão deliberativo máximo da escola, o Conselho Escolar.

Art. 4°. Um professor preside o Conselho e responde por ele pelo período de um semestre, sendo escolhido pelo próprio Conselho.

Art. 5°. O Conselho de Turma se reunirá uma vez por mês e será convocado pelo professor-presidente ou, de forma extraordinária, pelo diretor.

Parágrafo Único: A convocação deverá ser por escrito com o resumo e o tempo para cada assunto da pauta, devendo ser entregue aos membros e assinada pelos mesmos 48 horas antes.

Art. 6°. O Conselho poderá formar e delegar atribuições a comissões a fim de solucionar algum problema da turma ou do aluno.

sábado, junho 24, 2006

Acolhedora Leitura


Na vida, desprezar a vulgaridade pode ser um bom caminho.

Sozinho, acolhido pelo generoso silêncio, a boa leitura abre trilhas, revela segredos.

Leia História do Amor no Brasil, de Mary Del Priore. Texto simples, agradável.

Pelo menos, uma vez por semana, por exemplo, aos domingos, acorde cedo, tome o café e deite em uma rede.

Entregue-se a um dia fresco da manhã, deixe que a brisa das palavras roçem em teus olhos.

quarta-feira, junho 21, 2006

Escrever se aprende Escrevendo

Introdução 1, da autora Jacqueline Cabral Araújo, de 16 anos
2º ano do ensino médio, turma E.

Para uma vida saudável, é preciso se alimentar bem para que no futuro não se sofra as conseqüências. Bebidas alcólicas, fumo, comer por desejo, não praticar nenhum exercício físico são prejudiciais para a saúde. Pesquisas feitas nos EUA, descobriram que maior parte dos habitantes, inclusive as crianças, são obesas, isso acontece por não saberem alimentar-se direito.

Reconstrução 1 da introdução 1

Para uma vida saudável, é preciso se alimentar bem para que no futuro as pessoas não sofram as conseqüências. Comer por desejo ou entre as refeições são prejudicial para a saúde. Pesquisas feitas nos EUA, descobriram que maior parte dos habitantes não sabem se alimentar direito.

Reconstrução 2 da introdução 1

Para uma vida saudável, é preciso se alimentar bem para que no futuro as pessoas não sofram as conseqüências. Comer por desejo ou entre as refeições são prejudicial para a saúde. Pesquisas nos Estados Unidos da América descobriram que maior parte dos habitantes não sabem se alimentar direito.
No dia 4 de abril, sem explicar algo sobre texto dissertativo, pedi aos alunos do 2º ano do ensino médio que escrevessem sobre qualquer idéia. Nem pedi título. O texto, só o texto.
Levei os texto para casa e, mais uma vez, marquei os problemas mais comuns e priorizei os erros que não contribuem para a organização interna do texto. Para começar, só introdução.
São duas aulas de dissertação por semana. Durante um tempo, reconstruímos cinco introduções dos alunos e reconstruímos três introduções de alunos de pré-vestibular.
Depois, apresentei 14 introduções fora da ordem lógica de raciocínio a fim de que eles aprendessem a colocar na seqüência lógica segundo as marcações textuais.
Por fim, mostrei seis exemplos de introdução.
Após a produção de abril, dois meses depois, partimos para a reconstrução textual, ou seja, cada aluno interessado indo à minha mesa para refazer o que ele tinha escrito em abril.
O texto da Jacqueline, de 16 anos, acima, expõe seus erros e, graças a esses erros, melhoramos o texto para ela evitá-los em outro momento. Depois dessa introdução, partimos para o desenvolvimento 1.

Heloísa Mourão Marques

Hoje, às 8h45min, a escola Heloísa Morão Marques, por meio da diretora Lúcia e do coordenador de ensino, professor-mestre Walmir, possibilitou o segundo encontro com os professores das áreas.
O turno da manhã reuniu-se e definiu para o segundo semestre uma prática de ensino semelhante e interligado. Na pauta, produção textual. A partir dessa produção, delimitamos o conteúdo gramatical.
Outra definição, a leitura realizada pelo professor e pelo aluno em sala de aula. Nesse caso, o texto ficcional contribuirá para a produção de texto e para o conteúdo gramatical.

É início.

A reunião de hoje, registrada em ata, deixou para o dia 24 de junho, às 7h30, uma pauta.
Por que isso não foi feito antes nas escolas públicas?

segunda-feira, junho 19, 2006

Grafia nativa

Na Redação da TRIBUNA, certa vez, houve uma discussão sobre a grafia dos nomes indígenas. O revisor, segundo a repórter, continua errado.

Nas matérias da jornalista, por exemplo, escreve-se povo Ashaninka. Por que com "A" maiúsculo? O que justifica? Onde há referência bibliográfica para escrever assim?
A repórter não tem referência bibliográfica. Ela escreve assim, mas ignora o porquê.
Pois bem, eu sugiro que ela pegue a gramática de Celso Cunha e Lindley Cintra, da editora Nova Fronteira e, na página 238, leia sobre adjetivos. "Ashaninka" é adjetivo pátrio.
Ora, não se escreve povo Brasileiro, mas povo brasileiro. O mesmo ocorre com povo axaninca.
Por que a grafia "sh" com som de "x"?
Essa grafia existe por causa dos antropólogos, ou seja, o repórter escreve segundo a linguagem antropológica e não segundo a linguagem jornalística dos manuais de redação.

A repórter não lê os manuais de sua profissão e se submete à linguagem da antropologia. Incoerência. Sugiro que leia sobre a linguagem de sua profissão, por exemplo, Manual de Redação e Estilo, de Eduardo Martins.
Com essa argumentação, escreve-se povo axaninca. O resto não passa de ignorância.

quarta-feira, junho 14, 2006

Texto Jornalístico

"Por conta do feriado de Corpus Christi, que este ano caiu no mesmo dia do aniversário do Estado, o governo do Acre antecipou as comemorações para ontem a tarde, com um show da cantora Baiana Gil durante a inauguração da Via Verde."
Acima, um parágrafo publicado em um jornal acreano. Antes, eu revelava o nome; hoje, eu o preservo na geladeira, que é uma Brastemp.
Revelava-o porque eu acreditava que sentiria vergonha de seus erros e, dessa forma, buscaria escrever corretamente. Ilusão.
Trata-se de um vício, o da ignorância, que entorpece as veias com as drogas do descaso, da preguiça, do relaxamento, da indiferença, deixando o drogado, ainda, em transes de arrogância.
O texto acima é revelador. Erra-se por ignorância e ainda tem colega de Redação que queima o revisor. Acho que deixarei, assinado, algum texto in natura.

terça-feira, junho 13, 2006

Bussunda


Ontem, Ronaldo, o Fenômeno Gordo, esteve triste como um peão fixo no xadrez da Croácia.

Gordo por gordo, prefiro o Bussunda, me faz rir.
O problema é que Parreira não coloca o Ronaldo enfiado não na área, mas no spa.

Banheira



Contra a Croácia, Ronaldo, o Fenômeno Gordo, pensou ser planta e se plantou na defesa do adversário.
Ele só se movimentou quando foi substituído por Robinho.
Lugar de gordo é no spa.

LUXOemburgo

O problema da seleção brasileira é Parreira. Saudades de Luxemburgo!!!

Ser ou não Ser Parreira?

Em 1994, o Brasil chegou ao tetra por meio das cobranças de pênalti, porque a seleção de Parreira mostrou-se incapaz de vencer a Itália no tempo normal. E mais. Fomos tetracampeões com o erro de Baggio.
Sem o futebol-arte, sem uma seleção que os olhos gostassem de ver, dependemos mais de Romário e de Bebeto do que do conjunto sedutor da seleção.
O tempo passou. Parreira em 98. Chegamos à final, porque, mais uma vez, ganhamos por meio das cobranças de pênalti, agora, contra a Holanda.
Na final, sem pênalti, perdemos para a França - 3 a 0.

Josafá e suas matérias

Reviso textos jornalísticos há quase dez anos no Acre e, poucas vezes, meus olhos leram uma escrita singular, acima do comum, dos clichês. A imprensa acreana é enfadonha.
Josafá Batista, esse acreano de família simples, que sempre estudou em escola pública, foge aos clichês quando assim deseja. Há textos desse repórter que me lembram a repórter Neide Duarte, da TV Cultura, por causa de sua abordagem humana, intimista.
Na condição de mero revisozinho da TRIBUNA, eu não me sinto um estúpido quando leio certos textos de Josafá Batista, por exemplo, este:
Mães sem companheiros chefiam 19,5% das famílias acreanas
Josafá Batista
Com um aprendizado escolar suficiente para fazer cálculos matemáticos e assinar o próprio nome, Maria Auxiliadora Silva da Cunha, de 33 anos, é um exemplo típico da rio-branquense da última década.

Assim como 19,5% (53.995) das mulheres acreanas, ela cuida sozinha dos filhos e ainda arranja tempo para trabalhar fora. Auxiliadora tem seis filhos, que cuidam uns dos outros quando ela está fora.

O diagnóstico da situação social da mulher acreana foi divulgado pelo IBGE por meio do Sistema Nacional de Informações de Gênero. Os números incluem também os demais estados.

No caso do Acre, as “auxiliadoras” são realmente maioria: mesmo com a redução do analfabetismo em todas as faixas etárias, elas têm baixa instrução escolar, muitos filhos e salários baixos.

Mas há mais. Há histórias individuais que a pesquisa não contabiliza, como o próprio caso de Maria Auxiliadora. Abandonada pelo marido há dois anos, ela começou uma batalha judicial para conseguir a pensão das crianças.

“Ele disse que prefere ir para a cadeia do que pagar. Eu me arrependo muito de ter vivido com ele. Se tivesse que escolher criar meus filhos desde o começo sozinha, teria preferido assim”, revela.

Auxiliadora trabalha meio período como doméstica e ganha um salário mínimo.

Moradora da Travessa Baguari, no bairro Taquari, essa acreana é cercada por uma realidade que impede qualquer possibilidade de ascensão profissional, como exige o mercado moderno.

O pouco dinheiro que ganha é gasto com a feira do mês anterior, com impostos e com alguns gastos das crianças. Entre as vizinhas, a situação é parecida. Em comum, só as crianças na escola e a realidade dura, diária e impositiva. A família não pode escolher deixar de comer.

De acordo com o IBGE, a contribuição dos salários das mulheres para o sustento das famílias acreanas aumentou entre 1991 e 2000. A variação foi de 7,8%. O número, porém, inclui mulheres com e sem companheiros.

Mão-de-obra barata e disponível
Uma redução drástica nos índices de analfabetismo em nove anos, entre mulheres e entre homens, não surtiu o esperado efeito de melhorar o acesso ao mercado de trabalho. Pelo menos entre as mulheres. Segundo a pesquisa, as trabalhadoras acreanas somam 128.097, sendo 26.743 empregadas domésticas, mas a média dos salários caiu entre 1991 e 2000.

Hoje, uma acreana ganha em média R$ 226,38, menos de um salário mínimo. Em 1991, a média salarial era de R$ 255,5. A desvalorização é explicada pelos economistas como um excesso de mulheres de baixa renda no mercado, problema oriundo do grande número de filhos - que obriga os empregadores a pagar gratificações e extras - e da alta informalidade em diversos setores.

Nas famílias chefiadas por mulheres e que ganham até meio salário mínimo, há em média 3,7 filhas. O número caiu em relação a 1991, quando era de 3,8 filhas.

Dos 15 aos 17 anos, 90,1% das mulheres chefes de família se disseram brancas.

Uma vida de sacrifícios
Maria Auxiliadora Silva da Cunha teve o primeiro filho aos 18 anos. Em sua casa, no bairro Taquari, a doméstica respondeu a uma curta entrevista. Estava apressada. Queria sair para o trabalho, de onde retira o sustento diário dos seis filhos. Leia.

Valeu a pena ter se casado?
Se tivesse que escolher, eu não me casaria. Só agradeço a Deus pelos meus filhos, que são a minha razão de viver. Amo muito todos eles e cuido de todos com carinho, mas, do marido, não gosto. Ele nunca ajudou em nada.

Como assim não ajudou em nada?
Ele trabalhava e ganhava algum dinheiro, mas nunca me dava nada nem comprava coisa alguma para as crianças. Quem fazia tudo era sempre eu. Então, achei melhor acabar o casamento, não adiantava nada. Hoje, eu sou pai e mãe das crianças.

Como a senhora faz para cuidar dos seis e ainda trabalhar fora?
Dá-se um jeito. Como eu trabalho só à tarde, pela manhã, eu fico em casa cuidando de todos e, durante a tarde, coloco alguém pra cuidar deles. Pago R$ 50 só para ficar olhando. Não é muito, mas não posso pagar mais, mas, na maior parte do tempo, eles cuidam uns dos outros.

Quantos estudam?
Todos, menos o mais novo, que ainda não tem idade para estudar. Tem só quatro anos. O mais velho tem 13.

segunda-feira, junho 12, 2006

Um Livro Lançado

Sociólogo diz que o indivíduo vive sob a ameaça da "colonização da existência", ataca Naomi Klein e aponta a pobreza e a educação como os grandes problemas hoje
MARCOS FLAMÍNIO PERES
EDITOR DO MAIS!
Depois da surgimento do capitalismo de massa, no fim do século 19, e da "sociedade de abundância", no pós-guerra, o mundo vive hoje uma nova forma de consumo, iniciada nas duas últimas décadas e marcada pela oferta incessante de produtos em escala e intensidade jamais vistas.
Nesta nova "era do hiperconsumo", o apelo ao consumismo entranhou-se no cotidiano de toda a pirâmide social - ricos, pobres e classe média - e moldou uma forma inédita de relacionamento do indivíduo consigo mesmo e com o outro -para o bem e para o mal.
Essa é a tese defendida pelo sociólogo francês Gilles Lipovetsky, 61, em seu recém-lançado "Le Bonheur Paradoxal" [A Felicidade Paradoxal, ed. Gallimard, 378 págs., 21 euros, R$ 60], ainda sem previsão de publicação no Brasil.
Em seu estilo verborrágico e coalhado de exemplos, o sociólogo faz a defesa do consumo como forma de terapia contra as frustrações cotidianas -"a superficialidade é necessária"-, mas alerta que, no século 21, ele está se aproximando perigosamente de uma forma de totalitarismo, que "coloniza as existências" dos indivíduos.
De um lado, uma poderosa terapia que ajuda a afastar as frustrações diárias; de outro, um mecanismo de produção de ansiedade em um mercado cuja razão de ser é a contínua oferta de "novidades" - de que são exemplo as novas e polêmicas chuteiras do atacante brasileiro Ronaldo, recauchutadas pelo fabricante a partir do modelo anterior, mas cujo preço mais que dobrou.
Caminhando o tempo todo no fio da navalha em suas argumentações, Lipovetsky diz que o hiperconsumo encurtou as diferenças entre as classes sociais, mas, ao mesmo tempo, passou a se nutrir delas. Pois, afirma, ao estimular a compulsão pela compra como objeto de desejo, a sociedade de hiperconsumo leva as pessoas com menos renda a se tornarem, na ausência de meios materiais, consumidoras apenas potenciais - só "na imaginação".
A conseqüência dessa impossibilidade é "a delinqüência, a violência, a criminalidade", diz o sociólogo -curiosamente aproximando-se da opinião do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, para quem "o consumismo estragou o Brasil" (Folha, 31/5). Lipovetsky bate de frente com as teses de uma obra emblemática da crítica à fetichização do consumo, lançada em 2000: trata-se de "Sem Logo" (Record, da canadense Naomi Klein.
Ao enfatizar a "tirania" das marcas na sociedade, ela não leva em conta que as pessoas "dispõem de liberdade" para escolher; consumo não é o equivalente do facismo", diz o professor da Universidade de Grenoble. Na entrevista abaixo, concedida por telefone de Paris, o autor de "A Terceira Mulher" (Cia. das Letras) e a "A Sociedade Hipermoderna" (ed. Barcarolla) começou falando da "medicalização" do consumo, como "terapia cotidiana".

FOLHA - Por que o hiperconsumidor é alguém que vive uma relação ambígua e quase esquizofrênica com o prazer, como diz em seu livro?
GILLES LIPOVETSKY - Porque o consumo se tornou uma terapia cotidiana, funcionando como uma espécie de droga psicológica: faz esquecer, faz mudar de ares. Assim, ele é ao mesmo tempo uma busca de prazer - viajamos nas férias, decoramos a casa, vamos aos restaurantes- e uma forma de expulsar a angústia e a ansiedade.

FOLHA - Esse é o lado positivo do consumo?
LIPOVETSKY - Sim, mas há outros aspectos, que são negativos. Vivemos em um universo em que as referências se evaporaram ou ficaram desreguladas.A própria obesidade é uma conseqüência do hiperconsumo, porque ela destrói estruturas, referências e tradições sociais e culturais. Outrora, comia-se em horário fixo; hoje, em uma cidade como São Paulo, por exemplo, pode-se comer qualquer coisa a qualquer hora. Segundo pesquisas realizadas na Califórnia, um em cada dois norte-americanos não sabe o que é uma refeição equilibrada. Sabe-se também que uma porcentagem significativa da população da França e dos Estados Unidos não faz nenhum exercício físico. Em uma vida que é completamente hedonística, tudo leva à facilidade. As pessoas assistem ao futebol na TV, mas não o praticam, assistem ao Carnaval na TV, mas não vão às ruas "pular". Então, temos modos de vidas que são completamente desregulados, em que há excesso de todos os lados. Há excesso de comida, excesso de gordura, excesso de ócio.
FOLHA - Essa desregulação é conseqüência direta da falência dos grandes sistemas - sociais, religiosos, políticos?
LIPOVETSKY - Sim, mas foi o hiperconsumo que exacerbou tal desregulação. Porque existe uma oferta permanente, uma estimulação contínua. Mas há um segundo aspecto muito importante -e negativo. O sistema de hiperconsumo hedonístico desregulou totalmente o sistema de educação. Cada vez mais você tem jovens e mesmo crianças agitadas, que não conseguem se controlar. Os mais desfavorecidos também são hiperconsumidores, embora apenas na cabeça Mas por quê? Porque os pais hoje não são mais capazes de lhes definir o sentido de limite, incapazes de estruturar seu comportamento. Há crianças que passam, diariamente, cinco horas diante da TV simplesmente porque os pais não conseguem lhes dizer "não". Os pais hoje têm medo de frustrar os filhos. Essa é uma conseqüência do hiperconsumo.
FOLHA - E por que os pais não conseguem dizer "não"?
LIPOVETSKY - Porque os valores hedonistas, o culto da felicidade, se tornaram centrais. Então, teme-se que a criança se frustre, que não seja feliz.
FOLHA - Os pais são hoje uma exacerbação do Maio de 68?
LIPOVETSKY - Exatamente, mesmo sem sabê-los, eles são "soixante-huitards" [referência aos manifestantes de Maio de 68]. Os pais se tornaram fracos. Assistimos hoje a uma falência do sistema de educação, e acredito que esse é um enorme problema e um dos grandes desafios para o século 21. Esse aspecto também se pode detectar entre as pessoas mais pobres, que são completamente obcecadas pelo consumo. O consumo em si não é negativo, não é em si um drama, mas assim se torna quando invade completamente a existência. Quando pessoas pobres não têm como pagar a eletricidade, mas compram um aparelho de TV, quando as pessoas não conseguem comer bem, mas gastam dinheiro para comprar produtos de marca -um tênis Nike, por exemplo-, vive-se uma situação louca. Nesse sentido, o consumo colonizou as existências. Não sou contra o prazer do consumo. O consumo é bom, a superficialidade é boa, temos necessidade deles. Não é preciso ser moralista, como o são os marxistas. Mas sou contra o totalitarismo do consumo, que impede o desenvolvimento dos outros aspectos necessários à existência. Porque o homem é alguém quem pensa, que crê, que deve se superar. Ele não pode ser simplesmente um "homo consumericus".
FOLHA - Pode-se dizer, então, que existe uma dialética entre autonomia e dependência na sociedade do século 21?
LIPOVETSKY - Não sei se dialética, mas certamente uma coexistência. Porque hoje temos consumidores que são mais livres do que antigamente, mais autônomos porque mais bem informados; os códigos sociais de antigamente são menos fortes e, de modo geral, pode-se, viver de acordo com os seus desejos. Tem-se à disposição uma oferta de consumo muito diversa, e isso é bom. Mas, ao mesmo tempo, há também uma dependência dos indivíduos em relação ao consumo. E dependência e autonomia andam juntas hoje. Há 50 anos, o consumo era algo relativamente pequeno na vida das pessoas. Vivia-se com muito pouca coisa; já, hoje, há carros, telefones, computadores, viagens para toda parte, o que leva as pessoas a tornarem-se escravas do consumo. É por isso que falo de "felicidade paradoxal", porque, ao mesmo tempo, há mais autonomia e menos autonomia.
FOLHA - Mas esse hiperconsumo não é para todos. Em um país como o Brasil, por exemplo, parcelas expressivas da população estão alijadas do acesso a vários produtos...
LIPOVETSKY - Mas o problema é que a sociedade de consumo cresce par a par com o crescimento das desigualdades. E aí reside um verdadeiro drama porque, se é um fato que a pobreza sempre existiu, hoje as pessoas mais desfavorecidas também são hiperconsumidoras, embora apenas na cabeça.

FOLHA - Apenas na imaginação?
LIPOVETSKY - Sim. Assim como todos os demais, as pessoas com menos renda também querem marcas, a moda, a televisão, o iPod... Elas também querem a vida hedonística, e isso torna as coisas mais complicadas, pois nem sempre conseguem o que desejam.

FOLHA - E quais as conseqüências sociais dessa impossibilidade de hiperconsumir?
LIPOVETSKY - A delinqüência, a violência, a criminalidade. As pessoas não querem viver mal, elas também querem participar da sociedade de hiperconsumo. E, como isso é difícil, podem lançar mão de formas imediatas para conseguir dinheiro -como tráfico de drogas e roubo- e pagar pelas marcas. Porque, se você não tem os produto de consumo, você está excluído da sociedade.

FOLHA - O hiperconsumidor é alguém que vive para um futuro que nunca se cumpre?
LIPOVETSKY - É preciso ter cuidado para não diabolizar o tema, porque os intelectuais que se debruçaram sobre o fenômeno nos últimos 50 anos foram terríveis, apocalípticos.

FOLHA - Como Naomi Klein?
LIPOVETSKY - Exatamente. Não concordo com suas análises, que acho pouco exatas. Naturalmente, elas têm algo de verdadeiro -o excesso de marcas e a invasão do espaço privado pelo excesso de publicidade. Mas essa invasão não é o equivalente do facismo, pois os indivíduos também dispõem de muita liberdade. O consumo não é o totalitarismo; o universo do hiperconsumo é também aquele em que as pessoas vivem bem e por muito tempo. Há também o consumo médico, e isso é bom. Certamente que há um lado criticável no consumo, mas não é aquele que Naomi Klein aponta. Ela vê apenas o lado superficial da questão, que são as marcas. De fato, as marcas são importantes, mas sobretudo para os muito, muito pobres. Para os outros, o consumo se dá de modo bem pouco fiel... Eles mudam de marca, e isso não é um grande problema. O verdadeiro problema hoje é a educação, a pobreza e o desemprego, a depressão, a ansiedade -e não as marcas.

FOLHA - Pode-se dizer que o hiperconsumidor é alguém em busca de si mesmo?
LIPOVETSKY - Sem dúvida. Mas, lendo o livro de Naomi Klein ["Sem Logo"; leia texto na pág. ao lado], temos a impressão de que os indivíduos não existem -só existem as marcas e os negócios. Para ela, os indivíduos recebem as marcas sem conseguir reagir, como se fossem escravos. Mas você pode assistir a anúncios de uísque 24 horas por dia e jamais beber uísque. Você não vai a um restaurante porque viu alguma publicidade sobre ele, mas porque algum amigo o indicou, por meio do boca-a-boca.Na verdade, considero que, quanto mais marcas há, mais os gostos se individualizam.O universo do hiperconsumo desenvolve a multiplicidade de gostos individuais.

FOLHA - O surgimento da sociedade de hiperconsumo está ligado à ascensão de uma "lógica igualitária" -como o sr. diz em seu livro-, criada pela democracia?
LIPOVETSKY - Sim, mas lógica igualitária não significa uniformização, mas, em seu sentido mais profundo, o direito de cada um à felicidade e ao consumo. Isso significa que, mesmo que não se seja rico, pode-se viver bem. Hoje pode-se viajar de avião ao lado de quem tem um nível de vida diferente do seu, que pode ter muito mais dinheiro que você. O que não significa afirmar que as diferenças desapareceram -isso seria ridículo. Mas também não significa dizer que o mundo de pobres e ricos seja estanque. Hoje mesmo as classes desfavorecidas têm acesso ao consumo -e isso muda tudo. A sociedade de hiperconsumo ajudou a encurtar as diferenças entre as classes sociais.

FOLHA - Por que o sr. diz que a sociedade de hiperconsumo é marcada por uma "feminização"?
LIPOVETSKY - Práticas que outrora eram privilégio das mulheres -como a moda e a cosmética- hoje cada vez mais se integram ao universo masculino. Em um sentido mais amplo, assistimos a uma feminização do design. As formas agora são mais doces, mais maternais e menos agressivas. Isso talvez seja a expressão de uma sociedade mais ansiosa, que acredita menos na modernidade e que deseja um bem-estar imediato. Pois as formas antigas eram uma espécie de profissão de fé na modernidade. Havia um esforço em destruir a tradição, enquanto hoje não se deseja destruir nada, mas, antes, conservar tudo. Hoje as formas pretendem transmitir paz, serenidade, razão pela qual o modelo dessa sociedade não é Dionisos, mas o zen.

FOLHA - Mas um zen com ansiedade. Isso não é contraditório?
LIPOVETSKY - Sem dúvida.

FOLHA - Esse é o pós-hedonismo?
LIPOVETSKY - Exatamente. Um hedonismo ansioso.

FOLHA - O sr. fala de uma "cultura preventiva" do consumidor. Isso é uma relação um pouco paradoxal com o prazer da compra, não? O que é exatamente isso?
LIPOVETSKY - Esse é um grande problema, que tem se desenvolvido, digamos, há cerca de 20 anos. É o que chamo, para me divertir, de "Dr. Knock", referência a uma peça de teatro em que os personagens estão perfeitamente bem, gozam de boa saúde, mas vão a um médico que lhes diz: "Você estão com problemas, as coisas não vão bem". E eles saem dali "doentes", desestabilizados. É o que vivemos hoje. Por exemplo, você não pode se expor ao sol, porque causa problemas, você não pode beber Coca-Cola, porque tem muito açúcar, você não pode comer muita carne, porque tem gordura, você tem que fazer exames médicos, você não pode fazer sexo sem camisinha, porque pode pegar Aids...

FOLHA - Mas essa preocupação não é boa?
LIPOVETSKY - Certamente. Mas isso paralisa o hedonismo, porque você instala a dúvida, a desconfiança, o medo, que se torna algo permanente nas existências dos indivíduos. Nos anos 50, as pessoas comiam e tomavam banho de mar tranqüilamente; hoje, você precisa verificar se a água não está poluída, se a comida tem produtos geneticamente modificados, que podem provocar câncer. Não é uma crítica o que faço, mas o fato é que, simplesmente, vivemos em uma civilização da prevenção, que é o contrário do dionisíaco.

FOLHA - É um exemplo de hedonismo fraturado?
LIPOVETSKY - Sim. Eu diria que não vivemos o dionisíaco; apenas consumimos o dionisíaco.

sábado, junho 10, 2006

Dia dos Namorados 2

Um livro para os namorados

“No fundo, o mundo foi feito para acabar num belo livro”, escreveu o poeta simbolista Mallarmé.
No dia 12 de junho, as pessoas deveriam se apaixonar por Mary Del Priore, autora do livro História do Amor no Brasil. Ela lecionou História do Brasil Colonial nos Departamentos de História da USP e da PUC-RJ. Publicou mais de 22 livros e, por duas vezes, venceu o Prêmio Casa Grande & Senzala. Mary mantém uma crônica no jornal O Estado de São Paulo.
História do amor no Brasil, da editora Contexto, inicia-se com Brasil Colônia: o ideal do amor domesticado, passa pelo amor no Velho Mundo, pelos séculos 19 e 20 e chega ao fim em 500 Anos de Amor.
Por meio dessa leitura simples e agradável, os namorados saberão que o amor teve um grande inimigo, a Igreja. Mas não foi somente esse o adversário. A medicina também atestou contra esse sentimento quando o sentenciou como doença.
“Para a medicina, O amor excessivo era ruim para a saúde. A ‘luxúria’ era considerada um desarranjo fisiológico, como expressão direta desse amor, tinha de ter remédio”, esclarece Mary.
Esse diagnóstico da medicina tem suas origens na Idade Moderna, de que o comportamento do indivíduo é determinado pela qualidade e pela quantidade do calor de seu corpo. Corpo suado, febril, circulação sangüínea anormal. Tais sintomas não causados pelo fígado ou pelo cérebro, mas, segundo os médicos, pelo coração.
“Um coração em mau estado não podia dar em boa coisa”, observa a autora do livro.
Apesar da educação, da fé religiosa, do medo do castigo, a razão não conseguia dominar o calor vindo do coração. Os namorados, carentes de racionalidade, sofriam, porque não colocavam a decisão do tal coração nos limites adequados às normas.
No final do século 16 e início do 17, publicam-se tratados médicos para que Eros - uma criança que representa o mito do amor – se aquietasse conforme as leis sociais da época. Em 1599, edita-se O Antídoto do Amor. Em 1609, A Genealogia do Amor.
Um outro livro, Anatomia da Melancolia, de Robert Burton, publicado em 1639, defende a idéia de que a paixão é uma estranha infecção do sangue. Enfermos, os namorados ficam infectados. E como isso ocorria segundo a medicina?
“A fascinação, na forma de vapor indesejável, penetrava pelos olhos e envenenava todo o corpo”, responde a autora de outro livro, História das Mulheres no Brasil.

Dia dos Namorados 1

Os Corpos dos Namorados

Criado para ser encontro, o Corpo sussurra, na pele do ser apaixonado, a mais profunda carência. Sozinho, o corpo seria triste, visto que negaria sua própria natureza, que é sentir outro corpo, sentindo-se. O Prazer nos alegra!
E é assim que o desejo e é assim que, aos poucos, me aproximo. Em gestos delicados, condenso agora toda emoção em um toque, mas, antes que eu o tocasse, precipitei-me em suor. As mãos gelaram-se. Meu Corpo, orgulhoso, estremeceu-se. Ao te tocar, perceba, fragilizo-me.
Sim, eu sinto. Mais: por meio de ti, eu me sinto. Se não fosse você, sozinho, eu desconheceria a desmedida de minha felicidade, que é, sob os desvios de tuas carícias, sentir minha carne suavizar-se.
Tua pele... na minha... minha carne, já molhada e febril, confessa: ofereces a mim o prazer de estar onde sempre desejei estar – em teu Corpo, lugar-carne que me acolhe; extrai de mim a certeza de que estou viva, imensa, alegre. Quase infinita.
Perceba. Sou oferenda entregue a essa humana carência de ser desejada por ti. Feliz carícia que desliza. Fragiliza-me. Retira-me da solidão. Por causa de ti, faço-me presente para não mais, a mim, pertencer. Olhe, escute-me, eu te amo!
Imerso em suor e entre gemidos, eu, também, a amo, mais ainda, quando meu Corpo entra em transe; mais ainda, quando minha carne se declara insana. Corpo que se contorce. Agiganta-se. Foge ao controle. Rebela-se. Transpira. Geme. Grita. Exagera.
Já pressinto o gozo, sensação de que irei, por alguns segundos, me desencarnar. Minha carne já pode sentir o sabor suado dessa vertigem. Quando gozamos, tenho a impressão de que somos lançados ao não-lugar, restando a essa breve viagem fechar os olhos e... e... hummmmmmmm! Deus, isso é milagre.
Agora, após o orgasmo, meu Corpo, cansado e feliz, tomba sobre o teu, e, ao teu ouvido, sussurro que, sem você, eu jamais poderia sentir, sozinho, o que senti em minha carne e em meu espírito.
Tu foste o caminho por onde cheguei, mais sensível, a mim mesmo. Por meio de ti, sou devolvido a mim muito mais feliz. Só o Outro, você, essa minha diferença, possibilitou o excesso. Saboreando tua carne, movimentando-me ao seu bel-prazer, vivi a alegria de não mais a mim pertencer. Fui teu. Saborosamente, teu.

sexta-feira, junho 09, 2006

"Álbum de Família" 2

A pornografia (des)ordena o prazer de Jonas, que é saciar seu apetite. Pai de família, ele tem vontade de bater, de estrangular as meninas, porque elas são umas porcas. Jonas as julga como belos animais. São garotas de 12, de 13, de 14, de 15 anos.
A pornografia (des)ordena a família. Não há a exposição das cenas, como ocorre em Filosofia na Alcova, de Marques de Sade, mas nem precisa, porque as palavras das personagens evidenciam a (des)graça.
Por revelar um sexo submetido ao orgânico, "Álbum de Família", embora seja uma obra modernista, apresenta traço naturalista.
Amanhã, eu continuo.

quinta-feira, junho 08, 2006

"Álbum de Família" 1

Hoje, no pré-vestibular do Ideal, iniciei as aulas sobre um dos livros para o vestibular da Universidade Federal do Acre (Ufac).
Literatura, nesse tipo de curso, o pré-vestibular, limita-se à funcionalidade de um ensino submetido a um modelo de prova para ingressar na universidade. Infelizmente, por causa do modelo das questões - e somente três delas caem no vestibular da Ufac -, a Literatura não encanta, não envolve, não estimula a ler outros livros.
E mais. O vestibulando ainda se vê obrigado a ler 10 livros, e a Copeve, só agora, hoje, informou, por meio da TRIBUNA, que a lista de livros é igual à do ano passado. O primeiro, Álbum de Família.
Publicada em 1946, essa tragédia reapareceu no cinema em 1981 e, para minha breve interpretação neste blog, que não termina hoje, começo com este pensamento de Nelson Rodrigues.
"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha óticade ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico."
Com que palavra, começo a interpretar Álbum de Família? Jonas, casado com D. Senhoria, consegue, por meio de tia Rute, irmã da esposa de Jonas, meninas virgens e menores para o cunhado. Ele transa com elas na casa da família.
A palavra que me interessa e sai da boca de Nelson Rodrigues é esta: pornografia.
Amanhã, continuo.

quarta-feira, junho 07, 2006

06.06.06

Ontem, 06.06.06, isto é, 666 é o número da besta, no caso, das bestas que invadiram ontem o Congresso Nacional.

Concordância Verbal

Ninguém das pessoas conseguiu.
Ninguém das pessoas conseguiram.
Qual das duas frases-oracionais está correta? Quando o pronome indefinido (ninguém) estiver no singular, o verbo concorda, sempre, com o pronome.
O correto, portanto, ninguém das pessoas conseguiu.

terça-feira, junho 06, 2006

Os Feios da Copa 8

Os Feios da Copa 7

Os Feios da Copa 6

Os Feios da Copa 5

Os Feios da Copa 4

Os Feios da Copa 3

Os Feios da Copa 2

Os Feios da Copa 1

segunda-feira, junho 05, 2006

Goooooooooooooool!!! contra da CBF

Orlandeli, de A Charge Online

Por dia, Ronaldo Gaúcho recebe mais de R$ 160 mil. Eu acho pouco para a miséria brasileira. Quando se fala em grana, a situação piora com a CBF.
Segundo Aline Sá Teles, do portal contasabertas.uol.com.br, a CBF deve muitas cifras à Previdência Social. Enquanto gritamos goooooooool!, o dinheiro público brasileiro perde de goleada para Ricardo Teixeira. Leia este parágrafo do portal.
"Os problemas da CBF com o poder público, no entanto, vêm de outras Copas do Mundo. Pouco antes da seleção brasileira conquistar o penta, a entidade foi alvo de investigações de uma Comissão Parlamentar de Inquérito instalada na Câmara dos Deputados em 2000, que evidenciou a situação caótica da administração do futebol brasileiro, comandada pela CBF. A CPI, que tinha como objetivo inicial analisar o contrato entre a Confederação e a Nike, acabou descobrindo uma série de irregularidades na entidade e nas federações, como uso indevido de recursos, doações ilegais para políticos em campanha eleitoral, dentre outros."

"Elas entram em rítimo da Copa"

O portal wwww.noticiasdahora.com deveria ser "caçado" por causa dos crimes contra a língua portuguesa. Escrever "rítimo" expõe o descaso pelo ato de escrever bem. Isso envergonha o Acre.

sexta-feira, junho 02, 2006

Notícias da Hora

Altino Machado deixou endereço no MSN e entrei no portal de Notícias da Hora. Lá, uma entrevista com Toinho Alves.
Olhando para o passado, lembro-me quando conversei com Toinho em sua casa. Por mais de duas horas, esse acreano refletiu sobre a vida, daime, PT. Conversa franca, aberta, livre.
Em outro dia, no centro de Rio Branco, encontrei-me com ele. Chovia. Alguns minutos trouxeram palavras sobre a BOSTA que uma parte do PT executou contra a nação.

Agora, por meio de um entrevista, leio suas palavras, ouço Toinho Alves com os olhos. Palavras sobre poder, sobre florestania. Sobre esses dois conceitos, li e reli um conteúdo - não se zangue, por favor - superficial.
Sobre poder, ele não entra em outros conceitos para que o leitor perceba a sua natureza invisível. Toinho fala de poder como se estivéssemos no século 19 ou no século de Maquiavel.
Sobre florestania, falou, falou, falou e falou, mas só falou o que foi falado sem ter falado para surpreender com uma abordagem interessante sobre cultura. Diz que precisamos valorizar o que é nosso, mas seu equívoco é não problematizar sobre "quem somos".
O que é ser acreano? Falta um estudo bem articulado sobre o que somos. Não conheço um estudo sério neste Estado sobre esse conceito, o da identidade acreana. Há um vazio sobre isso. Florestania se reduz, portanto, a um conceito sem estudo, um bonito significante para inglês ver, mais nada.
Fora isso, queria que o acaso possibilitasse um encontro entre nós para incomodá-lo, para eu ser incomodado. Queria ver Toinho ser entrevistado no programa Provocações, de Antônio Abujanra.




quinta-feira, junho 01, 2006

A Copeve & A Literatura

Para o vestibular da Universidade Federal do Acre, o aluno é obrigado a ler 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 livros para, no dia da prova, a literatura ser contemplada por três questões. Cruel.
Pior. A Copeve, até o momento, não publicou a lista dos 10 livros.
Estamos em junho. Argumentarão que a Ufac entrou em greve no começo do ano? Ora, o tempo do ensino médio não se assemelha ao tempo da Ufac.