sábado, outubro 31, 2009

A Redação no Conselho de Disciplina (1)


Desde 2006, quando os conselhos de disciplina deram sinais de vida na escola estadual Heloísa Mourão Marques (HMM), o corpo docente de Literatura e de Língua Portuguesa não escreveu na lousa o que pensa sobre produção textual.

Não há metodologia, não há processo de avaliação, não há procedimentos para reconstrução textual, ou seja, não há um plano pedagógico fundamentado, não há documento que dê um norte à produção textual. Existe, isso sim, o lecionar isolado de cada professor e inexiste a produção textual como imagem e semelhança do corpo docente.

Para uma escola que não foi nada bem no último Exame Nacional do Ensino Médio, deixar esse vácuo na produção textual é impor aos alunos o fracasso no Enem. Mas quem impõe? Ora, o desinteresse do corpo docente.

Secretaria, socorro!
Para ratificar o que escrevi antes, posso dizer que duas funcionárias da Secretaria de Educação afirmaram que o plano de curso de Língua Portuguesa da escola HMM é inadequado à proposta do Ministério da Educação.

Na época, por questão de pressa, o corpo docente o escreveu para mera (inútil) formalidade. Trabalho malfeito é trabalho dobrado.

É preciso fazer
Depois que o prof. Luís Carlos entregou a função de presidente do Conselho de Disciplina de Literatura e de Língua Portuguesa no começo deste ano, assumi a responsabilidade não por agradar a todos, mas por ninguém se candidatar.

O que fazer? Na condição de presidente do conselho, busquei retormar ideias esquecidas em 2006, quando o conselho reuniu-se pela primeira vez. Quais ideias? A primeira foi descrever os problemas redacionais de nossos alunos.

Dois deles: gramática tradicional e retomadas de ideias. Pois bem, no dia 26 de setembro de 2009, os professores de Literatura e de Língua Portuguesa concordaram que no dia 21 de outubro deixariam no pendrive e imprimiriam exercícios de gramática tradicional e de retomadas de ideias.

Escrevi a lista e cada professor recebeu sua tarefa para o dia 21 de outubro. Ei-la:

a) Professora Alessandra
1. Marcadores;
2. Pronomes oblíquos; e
3. Retomadas de ideias.

b) Professora Robenilde
1. Regência nominal;
2. Concordância nominal; e
3. Aposto.

c) Professor Luís
1. Subordinadas adverbiais;
2. Ponto contínuo; e
3. Particípio regular e gerúndio.

d) Professora Elivânia
1. Transformar substantivo em verbo;
2. Ampliar o vocabulário do aluno; e
3. Uso adequado de palavras no texto.

e) Professor Aldo
1. Vírgula;
2. Colocar parágrafos na ordem;
3. Concordância verbal; e
4. Regência verbal.

Quase um mês depois, o dia 21 chegou, é hoje. Entretanto, dois colegas faltaram à reunião, um não apresentou sua tarefa e só dois cumpriram o acordo firmado em 26 de setembro. A professora Elivânia entregou sua parte a mim, e eu entreguei a ela a minha.

Se é em nome da Redação, diga ao povo que fico
Depois de hoje, depois de um acordo ignorado, não tenho a menor vontade de presidir esse conselho. No entanto, não desisto de buscar o melhor para a escola pública em que leciono, não abandonarei a luta do diálogo, das críticas e das propostas para ver um currículo de produção textual.

Embora não presida mais o conselho, retomarei sempre no Conselho de Disciplina de Literatura e de Língua Portuguesa o que foi acordado em reuniões anteriores no tocante à produção textual. Assumirei o desejo incansável de "atar" acordos sobre produção textual, de "retomar" ideias sobre produção textual até que elas sejam concluídas e registradas como documento, ou seja, se houve um acordo sobre um plano pedagógico de redação em 26 de outubro, ele deverá ser esgotado e, aí sim, cumprir outra etapa de uma nova pauta sobre produção textual.

Dedicar-me-ei para que nossa escola tenha um plano pedagógico consistente de produção textual. O blogue será um bom espaço para registrar isso.