quarta-feira, setembro 13, 2006

CruzCruzCruz&SouzaCruzSousa

Na escola Heloísa Mourão Marques, novas turmas: A e B, ensino médio. No primeiro dia, reparei que há muitos alunos atentos. O pessoa participa.
Em Literatura, saí há anos dos estilos de época. Apresentei uma poesia de Cruz e Sousa, Grande Amor, para, primeiro, buscar o significado das palavras no dicionário e, depois, buscar o sentido delas no texto.
O signo, por meio de textos, deve ser repensado, porque, segundo Bakthin, o signo, mais do que significado, tem função.
Quais são as características desse estilo de época? Não respondo, pois rejeito a pergunta. Nego a instrumentalização da Literatura em sala de aula.
Grande Amor
Grande amor, grande amor, grande mistério
Que as nossas almas trêmulas enlaça...
Céu que nos beija, céu que nos abraça
Num abismo de luz profundo e céreo.


Eterno espasmo de um desejo etéreo
E bálsamo dos bálsamos da graça,
Chama secreta que nas almas passa
E deixa nelas um clarão sidéreo.


Cântico de anjos e de arcanjos vagos
Junto às águas sonâmbulas de lagos,
Sob as claras estrelas desprendido...


Selo perpétuo, puro e peregrino
Que prende as almas num igual destino,
Num beijo fecundado num gemido.


Como estou trabalhando essa poesia em sala de aula, escreverei na próxima atualização.

Divisão entre as Partes

Há professor de cursinho de pré-vestibular que, em sala de aula, afirma "número de linhas não importa". Se lesse Redação e Textualidade, por exemplo, não diria isso.
Número, sim, são importantes. Não se escreve uma introdução com duas linhas, porque, além da idéia, é preciso haver elaboração dessa idéia. Ora, não se elabora uma introdução, apenas, com duas linhas.
Se a dissertação tem 30 linhas, repare na divisão:
Introdução - 5 ou 7 linhas;
Desenvolvimento 1 - 10 ou 8 linhas;
Desenvolvimento 2 - 10 ou 8 linhas; e
Conclusão ou solução - 5 ou 7 linhas.

Somadas, teremos 30 linhas. O professor precisa ler mais.