domingo, setembro 30, 2012

Paraty, deputado. Paraty, candidato.

Na Expo-Acre, crianças são fotografadas ao lado de um boi.
Na Flip,  crianças leem depois que a festa chega ao fim  

O deputado Moisés Diniz (PC do B) declarou certa vez que a Expoacre representa a cultura acriana.

Mais tarde, Marcus Alexandre (PT), candidato a prefeito de Rio Branco, expeliu as mesmas palavras do deputado.

Se nós dependermos desses políticos para  compreender o que é "cultura" e o que é "popular", nosso pensamento será menos útil do que uma porta de banheiro de um botequim qualquer.

Há uma cidade no Rio de Janeiro que não tem viaduto, ponte, asfalto, shopping, mas isso não significa ser um lugar atrasado.

Para os políticos acrianos, progresso e desenvolvimento estão associados a viaduto, ponte, estrada, asfalto, comércio.

Localizada na fronteira com São Paulo, distante da capital, banhada por águas sonolentas, Paraty era conhecida por sua aparência colonial. Outros países pouco a conheciam até 2003.

Dez anos depois - ou quase isso -, Paraty elevou a qualidade do turismo, trouxe ganhos materiais e imateriais e recebeu uma aderência simbólica incalculável.

E tudo isso por causa de uma sigla: Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).   Mais: sua organização é referência para outros festivais brasileiros.

Por causa da Literatura, Paraty transpira a autêntica cultura, deixando nesta parte do Rio de Janeiro um legado para o espírito das pessoas, qual seja, 30 novas bibliotecas e programas de incentivo à leitura nas escolas públicas de Paraty.

Essa cultura literária gera também riqueza econômica e identidade.

O deputado Moisés Diniz e o petista Marcus Alexandre
 deveriam ler bons livros de cultura popular.

Mas livros existem nas baias de bois?
   

quarta-feira, setembro 26, 2012

Façam o que os jornais locais são incapazes de fazer

É o começo. Rapazes, vocês podem fazer o que o jornalismo acriano não faz. Para fazer melhor, é preciso que vocês trabalhem mais e mais.

Sejam criativos, irreverentes e sérios. Mas não se esqueçam: por trás de uma boa imagem, sempre existe um bom texto.

Façam material sobre a escola pública, sobre o bairro, sobre pessoas. Criem, porque a imprensa acriana está engessada.


Abraço em suas inteligências!





terça-feira, setembro 25, 2012

À minha Mony


Mony, quando o último sopro tomar o espaço do


quarto, só desejo que meus olhos contemplem a 


última paisagem desta vida: o teu rosto.




Até lá, viveremos muito a dançar dentro e fora 


do compasso. 



Então, dancemos ao som deste clip.

Jesus nunca quis o poder dos homens


Se retornasse, Jesus não caminharia em direção a assembleias legislativas e a câmaras de vereadores. 


Jesus não desejou o poder dos homens. Pelo contrário, Ele se opôs ao Império Romano, aos homens que controlam, dominam.

O advogado e professor Edinei Muniz mandou esta a meus olhos.

Deus não é petista e nem tucano, apenas torce por quem joga bem

O Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno, afirmou no dia 14 do mês em curso, em entrevista concedida ao jornal Estadão, que "não se pode instrumentalizar a religião para angariar votos". O cardeal disse ainda que "no mundo democrático não cabe à igreja assumir papel político-partidário".

A Constituição brasileira de 1824 estabelecia em seu artigo 5º:. “A religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do templo”.

Contudo, a atual Constituição não repete tal disposição, nem institui qualquer outra religião como sendo a oficial do Estado. Ademais estabeleceu em seu artigo 19, inciso I, o seguinte: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.”

Com fulcro nesta disposição, o Estado brasileiro é caracterizado como laico, palavra que, conforme o dicionário Aurélio, é sinônimo de leigo e antônimo de clérigo (sacerdote católico), pessoa que faz parte da própria estrutura da Igreja.

Neste conceito, Estado leigo se difere de Estado religioso, no qual a religião faz parte da própria constituição do Estado. São exemplos de Estados religiosos o Vaticano, os Estados islâmicos e as vizinhas Argentina e Bolívia, em cujas constituições dispõem, respectivamente: “Art. 2. El Gobierno Federal sostiene el culto Católico Apostólico Romano” – “Art. 3. Religion Oficial – El Estado reconoce y sostiene la religion Católica Apostólica y Romana. Garantiza el ejercício público de todo otro culto. Las relaciones con la Iglesia Católica se regirán mediante concordados y acuerdos entre el Estado Boliviano y la Santa Sede.”

O programa eleitoral da Frente Popular de Rio Branco, exibido ontem, dia 24, sem necessidade de citarmos os nomes das religiosas envolvidas, até por uma questão de respeito, eis que são pessoas da mais alta autoridade moral – e provavelmente ignoram que estejam sendo manejadas politicamente para fins nada republicanos ou até mesmo cristãos – na fala das irmãs Servas de Maria, simplesmente as levou a desconsiderar posições superiores assumidas pela Igreja de Roma.

Só para reforçar, vejamos outra passagem da fala do Presidente da CNBB, superior das irmãs Servas de Maria: "A posição da Igreja Católica, enquanto instituição, é de que não deve assumir nenhuma posição político-partidária. O papa Bento 16, numa de suas encíclicas, Deus É Amor, foi muito claro ao dizer que a Igreja não pode nem deve tomar nas suas mãos a batalha política. Isso é próprio dos políticos, dos leigos. A Igreja não pode ter pretensões de poder."

Eis uma pequena passagem da Encíclica Deus é Amor, de Bento XVI:

A atividade caritativa cristã deve ser independente dos partidos e das ideologias. O programa do cristão – o programa do Bom Samaritano, o programa de Jesus – é “um coração que vê”. Este coração vê onde há necessidade de amor e atua em consequência”.

Ora, convenhamos, o papel que cabe, no espaço de discussão democrática, aos políticos e aos religiosos não é o mesmo. Ao contrário, o papel da igreja deve, salvo melhor juízo, restringir-se à função de orientar o eleitor.

Com efeito, qualquer tentativa destas [igrejas] de assumirem papel de protagonistas no campo político, ofendem o caráter laico do próprio Estado Democrático de Direito. Enfim: as igrejas devem apoiar tudo que diz respeito ao bem da sociedade, independente de partido ou opinião política.

Deste modo, a Igreja Católica do Acre deveria consumir suas energias espirituais com orientações para o voto consciente, contra o balcão de negócios eleitorais e contra a corrupção eleitoral de toda ordem, estimulando a união e a solidariedade, como simples mediadora, e não, jamais - seja em nome de Jesus ou de Maria de Nazaré, ou de qualquer santo ou líder espiritual - como protagonista, posto que tal ativismo exacerbado em prol de certas candidaturas ofendem os conceitos mais simples da ética cristã e do Estado Democrático de Direito. 

Ronda Gramatical






Informamos a todos os usuários e amigos da Biblioteca da Floresta, que estamos construindo um novo portal para melhor atendê-los. Aguardamos em breve a sua visita!
Copyright © 2012 Biblioteca da Floresta. | Via Parque da Maternidade, s/nº - Centro. CEP. 69.900-000 – Rio Branco – AC
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 O que faz aquela vírgula depois de Biblioteca da Floresta?

Lugar do saber, uma biblioteca não deveria destratar a língua portuguesa.

O poder acomodou Marcos Afonso

Marcos, não se trata de "ressentimento", trata-se do exercício salutar da crítica, isto é, vindo do grego, crítica é "juízo". Então, deixe-me ajuizar.

Uma vez na Biblioteca da Floresta, você deveria apontar caminhos, por meios de seminários, de palestras, para a escola pública no tocante à leitura.

Não se lê nas salas de aula. Nesse sentido, a Biblioteca da Floresta deveria perder tempo com o que é essencial à formação do espírito, ela: a leitura.


Você, Marcos, ocupa um lugar confortável na sociedade acriana, mas sua contribuição tem sido nula nesse sentido, nula, porque a Biblioteca da Floresta mantém-se distante daqueles que menos leem: os que estudam na escola pública.

Por sua natureza, a biblioteca deveria lutar para que a leitura se espalhasse nas escolas. Ficar entrincheirado na Biblioteca da Floresta, Marcos, não é lutar pela leitura, mas se refugiar à sombra do conforto de poltronas e de ares-condicionados.  

É muito ruim quando o poder nos acomoda.

Leitura na escola pública acriana


Foram 20 anos nas salas de aula do Acre, do ensino fundamental ao superior. Muito mais do que ensinar a alunos, fui eu quem aprendeu muito nesses anos.

Fácil é Jorge Viana, primeira-dama, Marcos Afonso, por exemplo, abrirem a semana do livro; difícil, senhores, é a arquitetura da leitura nas escolas públicas acrianas.

Quando digo arquitetura, refiro-me também ao espaço de leitura, a salas adequadas para o prazer de ler. Isso não existe na escola acriana.

Arquitetura também no sentido de construir uma política pública de leitura nas escolas, o que nem começou a germinar no solo da educação acriana. 

Antes de deixar o Acre por alguns longos anos, estive com Josenir Calixto, diretor do ensino médio, para falar também de leitura.

Gosto muito desse homem íntegro do PC do B, mas discordei dele quando afirmou que "a leitura não pode ser forçada na escola".

Quem disse que a escola do jeito que é não é forçada para o aluno? Suas salas são desagradáveis ou antipáticas ao prazer de saber, de conhecer.

Se a matemática, que é do jeito que é, está na escola forçada; se geografia, que é do jeito que é, está na escola forçada, por que a leitura não deveria estar na escola?

Entre a leitura ser forçada como a matemática e a inexistência dessa mesma leitura, meu colega de esquerda prefere a ausência da leitura, o que é um erro.

Propus ao Calixto que a Secretaria de Educação do Acre deveria passar uma lista de seis livros para que fossem, em sala de aula, lidos no ano letivo, três para cada semestre, sendo duas leituras em casa e uma em sala de leitura.

Sem leitura na escola, Calixto opta por forçar o aluno a não ler. Mozart foi forçado pelo pai a ler partituras.
  

domingo, setembro 23, 2012

A indiferença de Marina Silva

Um desses desafios, posicionar-se sobre o Acre

Quem vive no Acre não ouve da boca de Marina Silva um posicionamento político. Se a educação está ou não está bem, se a desigualdade social permanece, o cristianismo de Marina Silva é indiferente.


Marina, acriana, não fala dos problemas de sua terra, é como se o Acre não existisse politicamente.

No jornal "O Globo", sua imagem partidariza-se com o P-SoL e com o PV. Para vereador, ela vota em Jefferson Moura, do P-SoL; e, para vereadora, ela escolhe Sonia Rabello, do PV.

"Reeleger Sonia Rabello é apoiar uma política ambiental e social sustentável para a sociedade do Rio", está escrito no jornal.

E para a sociedade do Acre, Marina?

Ela ignora, porque agora seu seringal é banhado pelas águas de Copacabana.

Para quem participou das Olimpíadas de Londres, Marina deve ter arremessado o Acre para bem longe.    



   

sexta-feira, setembro 21, 2012

Contra o monopartidarismo


Sob a tutela do PT, o governo estadual do Acre administra o dinheiro público há 13 anos.

Nesse período, o partido esqueceu-se do orçamento participativo. Uma vez o PT no poder, o coletivo organizado não decide o que fazer com a verba pública.

Também nesses anos não houve profundas transformações na educação. O PT não transformou o ensino, ele permanece com vícios de antes, com práticas anacrônicas.

O PT precisa de um concorrente.

Ele precisa de um grupo político que aponte, por meio de um diálogo contínuo com a população, outros caminhos para a educação pública, por exemplo, novos rumos para a democracia escolar e para a gestão.


O bom da democracia é o seu saudável conflito de ideias. Quando se anula esse conflito (PT no estado e PT na prefeitura de Rio Branco), predomina uma visão única, por exemplo, de escola.

Hoje, Rio Branco e estado são uma única ideia, porque se impõe o pensamento de um só grupo. É poder demais. Por causa disso, secretários enriquecem-se de forma estranha. Gente que não tinha nada ontem, mas tem muito hoje por causa de um poder acumulado, centralizado.

Se o PSDB estivesse no estado, eu desejaria o PT na prefeitura de Rio Branco. Como o governo estadual é petista, que vença PSDB, PMDB, P-SoL ou...

Só as ditaduras anulam as diferenças, as disputas, as concorrências. Eu quero ver outro partido na prefeitura para, com a população, apontar ideias novas para a educação pública, porque o PT se acomodou com o que existe hoje nas escolas, o que é muito pouco para um partido que se dizia revolucionário.
  

segunda-feira, setembro 17, 2012

2ª Bienal da Floresta do Livro e da Leitura (1)


Nas escolas públicas acrianas, não existe sala de leitura.
E, caso exista, a baia de um boi nelore é mais confortável.

Eu, Maria das Dores, aquela que rala na escola pública acriana para lecionar no ensino fundamental. Ralo muito, e meu discurso em sala de aula não é acolhido pelos holofotes.

Minha sala tem inveja da sala de leitura da Biblioteca Estadual. 


Sou professora sem bienal, sem o espetáculo do poder, onde gente bem-engomada jamais trabalharia em uma sala de aula da periferia, porque não é gabinete com ar-condicionado e com poltrona reclinável.

Na escola pública acriana, NÃO EXISTE leitura. Não se lê e, caso exista algum resto de leitura nela, suas salas são menos confortáveis do que uma baia de um boi nelore.

O senador Jorge Viana (PT) não tem condições de falar de leitura na escola pública. Eu tenho.

O senador Aníbal (PT) é outro que não tem condições de falar de cultura e muito menos de leitura na escola pública. Eu tenho.

O senador Petecão muito menos ainda. Eu tenho.

Quando falam de escola pública, eu sinto que a minha fala foi roubada para que a mentira prevaleça em jornais comprados ou em sítios de governo despossuídos de autocrítica mínima.

Não existe política pública de leitura nas escola públicas.

Algum bem-engomado deseja me questionar?    

de Janeiro e Branco. Rio


Pensei que fosse demorar para postar. Não consigo ficar calado por muito tempo.

No final de semana, meus olhos seguiram as linhas do jornal "O Globo". Hoje, eu soube que haverá concurso para professor do estado do Rio de Janeiro.

Como ficarei uns bons anos cuidando de meus pais, farei a prova para ser professor do Rio de Janeiro.

O Rio paga ao professor por 30 horas de trabalho R$ 1.878,44, bruto.

No Acre, o estado paga R$ 1.927,00, bruto.

No entanto, o custo de vida no Acre é mais caro. Mil reais no Rio de Janeiro valem mais.

O PT não diz mais em suas propagandas que o salário do professor acriano é o melhor do país. No Rio, por causa do custo de vida, paga-se melhor.

Depois, com o passar do tempo, após cuidar de meus pais até a morte deles, retornarei ao Acre, terra por que tenho carinho, afeto, respeito.
   

quinta-feira, setembro 13, 2012

Retorno Último




Ficarei um tempo sem postar. Quando chegar ao Rio de Janeiro, terei de me organizar. Ficarei sem tempo para postar.

Sem adulação, eu aldoro esta terra. O Acre me ensinou a lecionar. O Acre é um lugar muito bom para. Vou porque preciso ir.

Mas algo de mim permanece aqui. 


quarta-feira, setembro 12, 2012

Hildo

depois de muito votar, não compareço mais à urna eletrônica. Não voto mais. Prefiro pagar a taxa de R$ 3,50 por não ter votado.


Meu título é do Acre. No Rio de Janeiro, não irei transferi-lo.

Sem reformas políticas profundas, recuso-me a apertar botões.

No entanto, indico um nome do Partido Comunista do Brasil, ele, Hildo Montezuma.

Conheço-o há anos, mas foi nos últimos meses, quando lecionou no primeiro semestre na escola HMM, que conversamos bastante.

Aprecio sua inteligência, sua experiência e o seu lado humano. Um bom ser humano. Uma pessoa com caráter e com autocrítica.

Votar nele é colocar na Câmara dos Vereadores um cérebro que pensa, que se pensa, que questiona a Frente Popular.

Caso seja eleito, espero que meu colega de profissão não se acomode com o poder.

terça-feira, setembro 11, 2012

Retorno 3


Faltam 3 dias. Na madrugada de sexta-feira, meus pés se separarão deste chão que me sustentou durante 20 anos.

Em março de 1992, conheci um lugar chamado Acre para ficar quatro anos. Contei até 20.

Foram 24 meses em Cruzeiro do Sul e 18, em Rio Branco.

Eu nunca soube viver nesta parte de meu país, porque me expus demais, falei demais; mas, se fosse para retornar ao passado, faria tudo da mesma forma, porque levo comigo amigos, amigas; levo comigo homens e mulheres. Levo gente em minha memória.

Espero que o Senhor, nosso Deus, permita que eu escreva sobre o Acre em uma tese de doutorado. Guardo anotações.

Amo esta parte do Brasil, e isso não significa deixar de criticar a sociedade acriana. Conheci muita gente boa. Conheci gente que nasceu em seringal e que possui espírito nobre, por exemplo, Irlessi, uma jovem do curso de Pedagogia, aluna que assistia a minhas aulas para receber 9, 10 pontos.

Acre. Gosto do sabor acre.

domingo, setembro 09, 2012

Retorno 5


Nesta semana, estive no posto de fiscalização da Secretaria da Fazenda (Sefaz) para retirar uma nota fiscal avulsa, e, dessa forma, meus livros, meus CD e meus DVD poderem chegar ao Rio de Janeiro.

Pois bem, enquanto o fiscal preparava a nota, perguntei-lhe sobre a profissão.

Fiquei sabendo que um fiscal do Acre recebe limpo por mês R$ 8 mil, trabalhando 24 horas e descansando 72 horas.

Em Manaus, o mesmo fiscal coloca no bolso mais de R$ 20 mil.

No próximo ano, haverá concurso. Segundo esse fiscal que me atendeu, gente de outros estados submetem-se ao concurso do Acre, e muita gente de fora passa.

"Pouco acriano passa na prova, quem passa é de fora, a grande maioria é de fora", disse o fiscal.

Amanhã, a transportadora levará minha biblioteca, com 2.378 livros. Seu fosse fiscal, teria comprado mais e teria lido bem mais, porque trabalharia 24 horas e descansaria 72 horas.

Sendo professor, trabalha-se bem mais e recebe-se bem menos.

Ainda existe tempo para mudar de profissão.   

sábado, setembro 08, 2012

Professores serão submetidos à prova

Após uma série de reuniões técnicas, a primeira edição da Prova Docente foi agendada para o segundo semestre de 2013. O objetivo da avaliação será subsidiar os Estados, Distrito Federal e municípios no processo de seleção de docentes para a educação básica.
Desde 2010, a Diretoria de Estudos Educacionais (Dired/Inep) trabalha com uma Matriz de Referência para a Prova Docente, elaborada com a assessoria de uma comissão formada por professores e pesquisadores de diversas instituições de ensino superior e pesquisa do Brasil.
Ao longo de 2011 e no primeiro semestre de 2012, diversas ações também foram implementadas objetivando a realização deste exame, como o lançamento da chamada pública para elaboradores e revisores de itens, a qual contou com a inscrição de 2.920 colaboradores, dos quais 235 foram capacitados para credenciamento no Banco Nacional de Itens (BNI) Docente, e passaram por oficinas de elaboração, revisão e validação pedagógica dos itens.
Em 8 maio de 2012, aconteceu no Inep uma reunião do presidente do órgão, Luiz Cláudio Costa, com o Comitê de Governança da Prova, que conta com representantes da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime); Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed); Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE); Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped); Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope); Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae); Fórum Nacional dos Diretores de Faculdades, Cenmtros de Educação ou Equivalentes da Universidades Públicas Brasileiras (Forumdir), e as secretaria da Educação Básica (SEB), de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase); e do Ensino Superior (Sesu), além da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (Capes). Na ocasião foram apresentadas, discutidas e validadas todas as questões técnicas relativas ao processo de implementação da Prova Docente, bem como aprovado um cronograma de atividades.
 

Redes terão autonomia para aderir à Prova
 

Além das reuniões técnicas e da reunião com o Comitê de Governança, o Inep também já se reuniu com a Secretária de Articulação com Sistemas de Ensino do Ministério da Educação (Sase/MEC) de modo a iniciar as discussões sobre o processo de adesão à Prova.
Até o momento, já se definiu que a Prova Docente será única para todas as redes, mas cada uma terá autonomia para aderir ao processo da forma que melhor lhe aprouver. A primeira edição será restrita aos candidatos graduados em Pedagogia que desejem lecionar na Educação Infantil e séries/anos iniciais do Ensino Fundamental (incluindo Educação de Jovens e Adultos-EJA e Educação Especial) dos Estados e municípios que aderirem à Prova. Cada rede terá ainda liberdade para delinear o profissional que deseja e a forma como utilizará a Prova Docente.
Haverá, ainda no segundo semestre de 2012, um primeiro pré-teste, com o objetivo de coletar dados para pesquisa. Os itens elaborados serão aplicados em um grupo de pessoas com características semelhantes às do público-alvo da avaliação. Após a análise dos resultados dos pré-testes, a Matriz de Referência será validada psicométrica e pedagogicamente e estará pronta para subsidiar a Prova Docente. 

quarta-feira, setembro 05, 2012

Aluno Rafael Sousa

Lê-se muita coisa nas redes sociais. Com minha

saída da escola, uns falam bem, outros dizem

que eu sou gay.



Hoje, a escola HMM está perdendo um dos maiores educadores q já conheci, ele me ensinou várias coisas 

que vou carregar para o resto da minha vida. Fico triste pelos primeiros anos, q não vão aprender oque eu 

aprendi com o prof. Aldo Tavares. Com ele, aprendi a tomar gosto pela leitura e terminei de ler o meu 

primeiro livro, "O CRIME DO PADRE AMARO". Valeu, cara, por ser assim tão diferente dos demais. Me 

ensinou os valores da vida e me ensinou que o que é livre é mais legal,.Nunca vou esquecer daquela

conversa no arraial. Vá com Deus, professor e amigo, espero um dia poder vê-lo novamente.


Rafael, vindo de um aluno tão responsável como 

você, eu recebo com muito afeto.


Sabe, bom mesmo seria sentir saudade da 

escola, porque, além de bons professores,

suas salas são muito confortáveis; porque tem

ótimo espaço para cinema; porque existe um

ótimo refeitório para se alimentar com

educação.



Mas esses "detalhes" dependem de políticas 

públicas. Enquanto filhos de deputados não 

estudam em salas desconfortáveis, a escola se

arrasta embora tenha dedicados e brilhantes

professores.


Poderia citar alguns professores do HMM, mas

você sabe quais são. Para você, eu posso ter

sido um; para outros, não.



Que Deus lhe dê sabedoria para melhorar a vida

de teus semelhantes.
  




     
  


terça-feira, setembro 04, 2012

Minha aula e nossa escola caíram na rede

Gravar aulas. Filmar aulas. Hoje, por causa das redes, podemos lançá-las no Facebook.


Um menina de 13 anos lançou. Leia este texto publicado pelo UOL.


Após críticas no Facebook, escola de SC demite professor
e terá campanha contra vandalismo 


Uma semana após ganhar destaque na mídia com a repercussão da página de Facebook “Diário de Classe”, feita pela estudante Isadora Faber, de 13 anos, a Escola Básica Maria Tomázia Coelho já apresenta mudanças. Além da realização de obras de manutenção, a escola irá passar por uma campanha de conscientização contra o vandalismo. O professor de matemática criticado pela aluna também não faz mais parte do quadro de docentes da unidade.
Isadora havia publicado um vídeo no Facebook retratando a bagunça que aconteceria durante as aulas de matemática. A Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis informou em nota que o docente, admitido em caráter temporário em fevereiro de 2012, estava sendo avaliado desde a entrada na unidade e seu rendimento em sala não alcançou as exigências pedagógicas da prefeitura.
Em um vídeo postado na noite de sexta-feira (31), Isadora pede que os alunos conservem o que está sendo arrumado, assim como aquilo que já estava em boas condições. A estudante também publicou fotos da reforma dos banheiros, do novo bebedor e da pintura das portas.
“As coisas que estão arrumadas na escola não podem ser estragadas de novo. Os alunos que quebram, eu acho que tem que ter punição. Aqui em casa se eu quebro alguma coisa da minha irmã ou ela quebra alguma coisa a gente tem que pagar da nossa mesada e eu acho que na nossa escola não pode ser diferente”, disse a estudante no vídeo.
Segundo Sidneya Gaspar de Oliveira, secretária de Educação de Florianópolis, as obras de manutenção acontecem em todas as escolas da rede e não foram exclusividade da unidade retratada no Facebook. “Em julho, já havíamos feito uma intervenção na escola, trocando 13 luminárias. Em menos de um mês elas tiveram de ser repostas porque estavam quebradas. Por isso, vamos fazer uma campanha de conscientização com os pais e alunos para que não aconteça tanto vandalismo”, afirmou Sidneya.
De acordo com a secretária, a ideia da campanha de conscientização surgiu após as denúncias da estudante. “A gente conta com o apoio dos professores e da própria Isadora para fazer isso. Tudo que ela mostrou foi consequência de atos praticados pelos alunos”, disse.
Se agora a escola espera trabalhar em conjunto com Isadora, no começo das publicações a aluna diz ter sofrido represálias e teria recebido pedidos para tirar a página do ar. “Os professores não aprovaram. As merendeiras riam, as pessoas fazem algumas indiretas. Chamaram minha mãe e disseram que eu não podia estar fazendo isso”, contou a aluna.
Segundo a secretaria, a diretora afirmou que não houve “represália” para que Isadora tirasse a página do ar, mas admitiu ter chamado a mãe da menina para conversar. O órgão disse que a diretora somente “aconselhou” a não utilização de imagens de alunos, funcionários e professores no Facebook.

Campanha eleitoral

Em outro vídeo, Isadora aparece junto com os pais para dizer que o “Diário de Classe” não tem nenhum vínculo com programas eleitorais. “Nós não autorizamos a participação da Isadora em nenhuma campanha eleitoral. Não existe nenhum vínculo, com nenhum partido e ela não vai participar de nenhum programa eleitoral”, disse Mel Faber, mãe da estudante.
Na tarde da última segunda-feira (27), a página criada pela estudante no Facebook tinha sido “curtida” por pouco mais de 6.000 pessoas. No dia seguinte, esse número já era superior a 114 mil. Até as 19h de ontem (3), mais de 219 mil internautas já haviam "curtido a página".
Isadora incentivou outros alunos a criarem páginas relatando a situação das suas escolas, oferecendo inclusive ajuda para quem quisesse escrever um “Diário de Classe”. Páginas como a EEPAC, criada pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Profº Pedro Augusto Porto Caminha, em João Pessoa, começam a aparecer e relatam a situação de colégios públicos em várias localidades do Brasil.

Ao amigo Gleidson

Aldo, grato pela resposta.

Mas querido, entenda: Não levantei hipótese acerca da origem da idéia, tampouco a atribuí a SEE. Apenas comentei que o processo está presente em outras unidades de ensino. Cabe lembrar que estava na HMM e conheço suas idéias de perto, portanto não intento mascarar a realidade: várias boas idéias podem estar sendo aproveitadas sem que o devido crédito seja dado ao seu originador.

Eu entendi o que você disse, mas você sabe como eu sou, falo demais.

A respeito de suas observações, eu respeito muito, muito mesmo, e eu entendi legal o que você escreveu. Você é um cara "responsa".

Trabalhamos juntos por um bom tempo, e eu sei que você não adula nem Deus.

Um abraço em teu destino.

Ao colega Gleyson


A propósito, finalmente consegui concluir o site (ou sítio) do nosso projeto, veja: http://www.liternautas-ac.com.br/

O debate sobre a educação pública cuja pretensão de realizar eu havia comentado com você está previsto para acontecer no dia 25 de setembro (vai depender da data para a semana de provas acontecer), à tarde, no auditório da SEE. Você poderá participar? Reforço aqui o convite, pois sua presença é imprescindível para termos um debate verdadeiro e de bom nível.

Conte com a sua participação e a de seus alunos em meu site.

Um abraço!

Gleyson Moura.


Gleyson, antes de mais nada, peço-lhe desculpas por não ter comparecido à escola para tecer uma breve compreensão a respeito de Carlos Drummond de Andrade.

Você sempre educado, sempre; sempre me puxando para participar de tuas boas ideias.

Admiro tuas inquietações, o tempo não te acomodou. Você é umas dessas amizades acrianas que SEMPRE conservarei.

Vi o teu sítio e, se fosse ruim, eu lhe diria. Gostei muito do sítio 
http://www.liternautas-ac.com.br/

NÃO QUERO FICAR FORA. NÃO ME DEIXE FORA DESSA IDEIA.

Em relação ao encontro na SEE, eu viajarei no dia 14 de setembro de 2012 para cuidar de meus pais, que são idosos, sendo que meu pai, 78 anos, tem sequelas do terceiro AVC.

Chegou o tempo de cuidar de meus pais e só retornarei a esta terra fértil de sossego, de trabalho e de bons amigos quando meus pais falecerem.

Não se esqueça: não me deixe fora dessa ideia. Desejo muito escrever textos para teu sítio e enviar imagens.

Um abraço fraterno em teu destino.

       
 

sábado, setembro 01, 2012

Ruas do Povo

A única política de governo é asfaltar ruas

Quando prefeito de Rio Branco, Jorge Viana disse que toda capital seria calçada.

Em sua campanha, Arnóbio Marques disse que os ramais seriam pavimentados.

Hoje, o governador do Acre, Tião Viana, promete que as ruas do Acre serão asfaltas, todas.

Não sei se existe vida inteligente no setor de comunicação do governo, mas, se existe, essa comunicação propaga a ideia de que o governo só tem como política pública "asfalto", o que é muito pouco para quem governa um estado.

Ruas bem asfaltadas e bem saneadas é uma obrigação de qualquer governante, mas aparecer na televisão como única política de governo é  me considerar um imbecil.

E pensar que o PT em sua história já foi criativo.

 

  

Leitura na Escola

Nesta semana, a televisão esteve em uma escola estadual para mostrar que em uma feira escolar existe leitura.

A imprensa acriana, nesses meus 20 anos de Acre, jamais reportou a escola pública sem os devidos clichês de jornalismo. Tudo é lugar comum, mesmice, ou seja, sempre aquelas aquelas feiras escolares.

Mas na escola não há nem sala de leitura, um lugar confortável para o professor representar o ato estético da leitura.

Quando digo confortável, refiro-me também ao aconchegante SILÊNCIO.

O governo, que ergue milhões de reais quando o assunto é ponte e estradas, é incapaz de edificar confortáveis salas de leitura.

E digo mais: não existe no Acre uma política pública de leitura.   

Ao amigo Gleidson

Olá Aldo, aqui é o Gleidson. tudo bem?

Saúdo-lhe e faço uma correção: esse processo de avaliação foi solicitado, penso, pela SEE, pois no CEAN também tive que escolher cinco entre os melhores alunos para tal. Quem sabe agora haverá um retrato mais fiel da relação professor-aluno.

Um abraço!

Gleidson, penso que a correção não é pertinente, porque, em uma reunião com o professor-diretor do ensino médio, Josenir Calixto, eu propus a ele aluno avaliar professor.

Ele gostou da ideia a ponto de levá-la à rede estadual.
Sobre aluno avaliar professor, eu falo na escola HMM e escrevo neste blogue há muito tempo. A professora Osmarina chegou a realizar, mas não continuou.

Há anos defendo os conselhos de classe e de turma, mas pouco se avançou na escola, pouco.

Há anos defendo gincanas de conhecimento na escola, mas pouco se avançou, ou melhor, quase nada.

Há anos defendo a ideia de o aluno escolher seus melhores professores para o terceiro ano, mas nada se avançou nisso.

Há anos defendo outra democracia escolar. Há anos defendo a função de coordenador por meio do mérito também.

Há menos tempo digo aos alunos criarem facebook para que critiquem com ética a escola e os seus professores, mas eles não perceberam ainda a importância disso.

Para mim, aluno deve ter a permissão do professor para que aulas sejam filmadas e jogadas na rede, mas o aluno não percebeu a importância disso.

A Secretaria de Educação deveria não só incentivar, mas também recompensar escolas que apresentam ótimos sítios (site), expondo, por exemplo, a escola em todos os sentidos, com vídeos de aulas, seus gastos, suas atividades, planejamento de professores, planos de aula, notas do Enem, notas do Ideb.

Ainda sobre as escolhas dos alunos, penso que o processo de escolha pode ser aperfeiçoado, mas é um começo, uma iniciativa da SEE após uma reunião com a escola HMM.