terça-feira, outubro 31, 2006

PoeSia, a Minha

Escrita aos 21 anos para a minha primeira namorada, Ana Maria, esta poesia não brutaliza a vida, pelo contrário.

Te amar
é navegar
no Galeão dos Loucos

e ter
como bússola
a própria loucura.

E te amo
nem muito e nem pouco

apenas o suficiente
para aprender a envelhecer contigo,

buscando as eternas conquistas
que outros navegantes não tiveram,

pois não foram loucos o bastante
a ponto de dizerem como Eu

que você está em mim
como a morte está na vida.

E que seja ela,
a morte,
o limite do Galeão dos Loucos,

que é naufragar
no Oceano Moreno
de teu...

sereno corpo




Naufrágio Insano
Aldo Nascimento

No JornaL 3

" que foram definidos há quase um ano. Para ele, não haveria como fixar um índice tanto tempo antes, pois não haveria como prever o que aconteceria na economia."

1. Que hábito é esse usar tanto ""? Repórter, evite tanto já-já.

No JornaL 2

"Os túmulos se resumem à uma placa no gramado."

1. Por favor, repórter, não coloque essa crase. É obsceno!

No JornaL 1

“'Vamos conversar, orientar e pedir para sair”, afirmou a administradora. No entanto, não está descartado o chamamento da polícia', caso o vendedor insista."
  1. Melhor "não está descartado chamar a polícia" ou "não se descarta chamar a polícia"; e
  2. Por que colocar vírgula antes de "caso"? Nossos jornalistas, sempre, colocam-na. Trata-se de uma Oração Subordinada em sua Ordem Sintática Direta e, dessa forma, não cabe a vírgula.

domingo, outubro 29, 2006

VelinhA em SeÇão EleiToraL

Voto no PT desde o dia em que esse país retornou à democracia. Mais. Militei no Partido dos Trabalhadores quando Bisol, do PSB, foi vice de Lula, em 1989.
Filiado, fiz teatro de rua no Rio de Janeiro, nos subúrbios, porque sempre acreditei que a "ação estética" é uma forma de sensibilizar os humanos.
Votei em Jorge Viana. Votei em Binho. Votei em Nílson Mourão. Votei em Tião. Votei em Ermício. Votei. Votei. Votei.
Mas uma coisa é defender valores; outra, adular. Uma coisa é criticar de forma ética e propositiva; outra, panfletar a favor ou contra. Uma coisa é lutar por um país melhor; outra, defender seu DAS acima do que é justo.
E aí vai a minha insignificante crítica.
Comemorar aniversário em seção eleitoral, convenhamos, é abusar da democracia. Seção eleitoral é lugar de voto, não de bolo e de velinha.
Se a moda pega, comemorarei nas próximas eleições o aniversário da minha bondosa mãe com mesários e com eleitores da seção. Para falar a verdade, não acho boa idéia.
Seção eleitoral não tem essa função. Democracia tem limites. Uma seção eleitoral, por exemplo, pertence aos cidadãos, não aos aniversariantes.
Eu não gostaria de ver o Márcio Bittar, do PPS, comemorando seu aniversário em uma seção eleitoral. Se não aprecio tal atitude em outro candidato, político em quem não votei, não posso admitir em um político eleito, também, por mim. É preciso ser justo.
Uma seção eleitoral não deve ser particularizada. O "parabéns!" não se destina a uma pessoa quando o espaço se limita a uma seção, mas a um Estado que votou em Binho Marques, do PT.
Em uma seção, enfim, é o Estado que está de "parabéns!".

sábado, outubro 28, 2006

O que é isso?


Na Praça da Revolução, uma escultura moderna nos provoca.
Qual seu significado? Na próxima, escreverei algo sobre.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Assessor do governo

Todo dia, um assessor do governo escreve cada uma. Desta vez, foi...
"Uma multidão de pessoas esteve presente na inauguração"
Não seria melhor uma multidão de passarinhos ou de formiguinhas?

Sem Hifen

Não se usa hifen depois de...
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macro
mega
micr(o)
mini
mono
moto
multi
neuro
retro
socio
tele

quarta-feira, outubro 25, 2006

Crase & Crase

Ex-aluna, Adriana pediu para eu analisar a crase. A questão é ampla. Não escreverei tudo aqui, impossível por causa do meu tempo.
A primeira observação é que "crase" signfica "união", no caso, entre a preposição "a", relacionada à regência indireta do verbo, e o artigo "a", relacionado ao substantivo feminino.
Um exemplo: eu me dedicarei à vida.
Se Machado de Assis fosse escrever, ele registraria "eu me dedicarei a a vida", porque, na época, e não à época, não havia o acento grave (`), indicador do fenômeno da crase.
Dedicarei a quê? A pergunta pede "a", de preposição. A resposta pede "a" vida, de artigo. Unem-se os dois: a + a = à.
Sugiro o ótimo livro Decifrando a crase, de Celso Pedro Luft, editora Globo. Em outro momento, retornarei a esse assunto.

sábado, outubro 21, 2006

Conselhos de Classe e de Disciplina

Hoje, na primeira reunião dos Conselhos de Classe, na escola Heloísa Mourão Marques, por causa da inexperiência, professores e direção erraram. Compreendo que esses erros serviram para que no futuro não sejam cometidos.
O problema central foi que alguns professores das turmas do 2o ano (A, B, C, D ou E) lecionam, por exemplo, no 3o ano e, por causa disso, permaneceram na reunião do 3o ano por mais tempo, chegando bem depois à reunião do 2o ano.
Não era para todo o 2o ano estar na mesma sala, mas cada professor da mesma turma do 2o ano estar reunido. Nesse sentido, o professor não dialogou com os colegas de uma mesma turma o tempo necessário para solucionar problemas e para apontar novos caminhos.
Na outra reunião, marcada para 4 de novembro, a pauta dos Conselhos de Classe e de Disciplina ficou assim:
1) Redefinir a organização do Conselho de Classe e a sua pauta;
2) Retomar a pauta da reunião (dia 23 de setembro) do Conselho de Disciplina, qual seja: a natureza da prova e a aplicação dessa prova para os três anos do ensino médio; e
3) Exposição oral dos professores-coordenadores das disciplinas a todos os professores da escola sobre o conteúdo da reunião de 12 de outubro.
Como é difícil criar uma nova cultura na escola, uma nova relação entre os professores. Como é árduo criar uma nova organização escolar. Mas qual o sentido da vida se não lutamos por transformações?
Uma dessas transformações, qualificar o ensino na escola Heloísa Mourão Marques.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Gestão Pública

Amanhã, às 7 horas, na escola Heloísa Mourão Marques, os professores e a direção escolar se reunirão para que os Conselhos de Turma registrem em ata os problemas de cada sala de aula e as soluções.
Trata-se de uma experiência nova na rede pública estadual, permitida pela professora-gestora Lúcia e pelo coordenador de ensino, prof. Walmir.
Um dos problemas, a falta. Os professores, por exemplo, da turma 2b anotarão as faltas dos alunos e, depois, o professor-coordenador da turma entregará as anotações à Coordenação de Ensino.
Além disso, o Conselho de Turma da turma 2b irá propor uma solução para a ausência de alunos.

quinta-feira, outubro 19, 2006

"Apenasmente"

Revisor só não sofre mais do que Cristo na cruz. Como são muitos textos, impossível revisar todos. Impossível. E tem cada um...
Ontem, um assessor de comunicação da ordem pública escreveu "apenasmente". O que passa pela cabeça de um repórter, a serviço do poder público, escrever uma coisa dessa?
Pode passar tudo, menos a gramática.

terça-feira, outubro 17, 2006

Conselho de Área

Em 12 de outubro, iniciaram-se os conselhos de área na escola Heloísa Mourão Marques para que os professores de Literatura, por exemplo, troquem experiências por meio do diálogo a fim de que práticas em sala de aula sejam alteradas.
No entanto, revelo minha descrença neste blog, porque a escola pública, por causa de sua natureza, resiste a transformações. Há professores que declaram que não mudarão suas práticas, porque não são obrigadas a isso.
Em sala, "a caixa-preta" de que falou a secretária estadual de Educação, Maria Corrêa, leciona-se como bem quiser, porque, na escola pública, trabalhando bem ou trabalhando mal, recebe-se o salário no fim de mês e o profissional relaxado e incompetente jamais será demitido. Nada é cobrado.
Como qualificar o ensino se o hábito na escola pública é a indiferença?

segunda-feira, outubro 16, 2006

Jornalistas e Binho Marques

Na semana passada, o governador Jorge Viana, do PT, visitou a Redação e, mais uma vez, perguntei a ele se é inteligente a imprensa local adular o poder.
O governador respondeu que isso é um processo de transição, reconhecendo que uma imprensa aduladora não contribui para a democracia e muito menos contribui para qualificar a pauta.
Disse que na Redação deveria haver um repórter que cobrisse o poder de forma inteligente, escrevendo matérias propositivas. Creio que Binho Marques, do PT, a partir de janeiro, possibilitará uma nova prática de escrita nas Redações.
Quero ver, digo, ler.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Introdução de um aluno

Às sextas-feiras, leciono Redação em uma escola pública. Há na escola do Estado ou do município uma liberdade imensa para trabalhar e, para mim, liberdade implica buscar o melhor para o outros, no caso, os alunos.
Liberdade não significa relaxar, negligencair; liberdade representa se responsabilizar por algo melhor.
Na aula, apresentei uma Introdução de um aluno do 2º ano, ensino médio. Leia.
"[Toda forma de poder e sempre uma forma de votar por nada. 1] [A grande maioria das vezes, os políticos usam o poder da mentira para iludir os cidadãos para que ele consiga uma autoridade sobre as pessoas. 2] [A democracia é apenas um obstáculo obrigatório em nossas vidas. 3]"
Observação 1 - O professor deve trabalhar a partir das partes redacionais, nesse caso, a Introdução.
Observação 2 - Devemos enumerar as partes internas, nesse caso, são [1], [2] e [3].
Observação 3 - [Toda forma de poder e sempre uma forma de votar por nada. 1] a) Em pleno ensino médio, a maioria dos alunos confunde "e" com "é". b) Outro ponto, os termos genéricos. Padre Antônio Vieira (1608-1697), no século 17, advertia sobre as generalizações no sermão. O termo nada deve ser retirado.
Observação 4 - Na segunda, eu atualizo.
Observação 5 - [A grande maioria das vezes, os políticos usam o poder da mentira para iludir os cidadãos para que ele consiga uma autoridade sobre as pessoas. 2] a) Melhor é "a maioria dos políticos". b) Na introdução, o aluno não deve usar verbos inapropriados, nesse caso, o verbo "usar". Transforme "mentira" em verbo. Melhor é "a maioria dos políticos mente ou mentem para conseguir autoridade sobre os eleitores". O aluno deve especificar a palavra "pessoas", ou seja, eleitores.
Observação 6 - [A democracia é apenas um obstáculo obrigatório em nossas vidas. 3] a) Não é a democracia, mas "essa democracia", a da mentira. Melhor é "essa democracia torna-se uma obstáculos para uma classe social". "Nossas vidas" é muito genérico.
Os alunos pecam quando são muito previsíveis em seus textos. Ignoram uma introdução com a idéia de surpresa, contrariando o senso comum. Cansam o leitor com textos obedientes a uma informção superficial.
Não formam um elo adequado entre os conceitos e entre os termos.
Erram muito quando não especificam a idéia. Seus textos são muito genéricos.

Alckmin 3

Alckmin 2

Alckmin 1

terça-feira, outubro 10, 2006

PSDB 5

PSDB 4

PSDB 3


E as privatizações?

PSDB 2


Se vamos falar de erro, certos tucanos erraram e certos petistas também. Há, no entanto, uma diferença: o PT cortou na própria carne, abrindo sua ferida.
Nem todos no PT se corromperam. Nem todos do PSDB se corromperam. Há, entretanto, uma diferença: o PT não evitou as CPIs.

PSDB 1


No passado, o PSDB cometeu vários erros, e a revista Veja os denunciou. Há impurezas, também, nos tucanos, por exemplo, compra de voto para a reeleição. O PSDB impediu que houve a CPI da Reeleição, lembra?

Ique, do Jornal do Brasil (RJ)


Para mim, Ique, assim como Angeli, da Folha de São Paulo, é um dos melhores chargistas do Brasil.

sábado, outubro 07, 2006

Eleito

Nos jornais acreanos, habituou-se a escrever "eleito governador", "eleito deputado estadual". Dizem que a mentira muitas vezes repetida vira verdade.
Como não sou chegado a uma mentira gramatical, "eleito governador" é errado. Consultando Celso Pedro Luft, o Dicionário Prático de Regência Nominal registra duas preposições - "a"e "para".
O autor cita este exemplo: "Os (cidadãos) eleitos a(ou para) deputado, para (ou a) vereador". Partindo de um autor, o correto é "eleito a ou para governador ".
Nossos jornais precisam parar de mentir.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Quem nasce em Boca do Acre é...

Quem nasce em Boca do Acre é... aí quem estava na Redação do jornal respondeu "bocacrense". "Acrense" surge por causa de Acre, mas quem nasce no Acre não é "acrense", é "acreano" ou "acriano".
Assim sendo, "Boca do Acre" não cabe "acrense", mas "acreano" ou "acriano". Como há muitos revisores na Redação, incluindo Weverton e Márcio, os diagramadores, eles riram de mim, que não sou diagramador, quando disse que "bocacrense" é errado.
O uso popular determinou "bocacrense", mas um texto de jornal, quando escrito por um repórter, não pode registar "bocacrense", a não ser que a palavra tenha sido dita por uma pessoa entrevistada, por exemplo.
Bem, como revisor não é diagramador, fui consultar os livros da aéra e o dicionário do filólogo Antônio Houaiss.
No livro de Celso Pedro Luft, o correto é "mato-grossense", é "rio-branquense", é "boca-", isto é, coloca-se hifen. Na gramática de Celso Cunha, também. Na gramática de Evanildo Bechara, também. Os diagramadores discordam.
Consultando o Houaiss, encontra-se "boca-acreano" e "boca-acriano". Os diagramadores discordam.
Para não haver discórdia gramatical, A TRIBUNA publicou "bocacrense". Trata-se de um erro, mas deixei passar por causa de colegas que riram de mim.
Proporei ao dono do jornal que diagramadores sejam revisores.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Assessor ganha bem e escreve mal

Há pessoas que, por causa de suas relações pessoais com políticos, são escolhidas a dedo, só que seus dedos preocupam-se mais com a contagem do salário de gabinete e não com a prática da boa escrita.
Ganham bem para comprar roupas. Uma boa gramática não custa caro, bem menos do que vestidos. Hoje, deparei-me com um texto de gabinete.
Pergunta 1 - "O candidato (...) desponta como um dos nomes mais jovens da política local. (...), o candidato obteve nestas eleições (...) votos, alcançando a primeira suplência da Frente Popular à Assembléia Legislativa."
Por que esse acento grave, indicador do fenômeno da crase, antes de Assembléia Legislativa?
Pergunta 2 - "Nós fazemos uma campanha pé no chão."
É assim que se escreve?

O Rio Branco

Como revisor da TRIBUNA, cometo meus erros e os publico aqui. Hoje, no entanto, o erro saiu no jornal O Rio Branco, na capa.
"Circuito cultural do Banco do Brasil trás Alceu Valença"
Vacilo. Verbo trazer - traz.

Clayton, do jornal O Povo (CE)

segunda-feira, outubro 02, 2006

Doze anos de PT

Redação da TRIBUNA, domingo, 16h26min. À espera dos textos que serão publicados na segunda-feira (hoje), não consulto búzios e nem cartas para saber que Binho Marques, do PT, será – e é – governador do Acre. PT por mais quatro anos.
Com a oposição que Deus nos deu (obrigado, Senhor!), não há a mínima necessidade de búzios ou de cartas. O tempo presente, por si, é profético. Um tempo erguido desde que Jorge Viana deixou seu oráculo na Prefeitura de Rio Branco, projetando Binho Marques para o futuro. Esse, portanto, um dos erros da oposição: ela não sabe conjugar o verbo politizar no futuro do presente.
Nestas eleições, os adversários se perderam com denúncias incomprovadas. Se, em Rondônia, a Polícia Federal pega e prende; se, em São Paulo, a Polícia Federal pega e prende alguns petistas que deformam o partido, a oposição acreana não vê o mesmo aqui.
A oposição só aprende a contar: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 anos de governo petista. E, caso seja reprovada nas próximas eleições, a dança dos números continuará: 13, 14, 15, 16 anos. O tempo, para alguns, não ensina - humilha.
Pelos quatro anos que hão de vir, o governo do Partido dos Trabalhadores - tenho certeza! - buscará edificar o melhor, o mais elaborado, porque está em curso o que não pode retroceder, por exemplo, a educação.
Qualificar o ensino de língua portuguesa e de matemática representa, antes, tornar visível o que ocorre entre as quatro paredes da sala de aula para que possamos vê-la com seus limites e com seus erros.
A sala, como bem disse a secretária de Educação, a professora Maria Correa, é uma “caixa-preta”. O atual governo precisará abrir essa caixa, isto é, precisará saber não só o que é lecionado em sala, mas como é lecionado. A sala necessita ser exposta.
Para tanto, o PT dos próximos quatro anos deverá promover uma nova gestão, uma nova estrutura escolar, porque só os conselhos escolares não darão respostas a um ensino que deseja ser qualitativo.
À medida que isso ocorra, à medida que outras transformações surjam, restará à oposição catar no tempo as migalhas de sua própria história; sobrar-lhe-á tão-somente a dança dos números: 12, 13, 14, 15, 16 anos de governo petista, no mínimo.