terça-feira, julho 31, 2007

Chamam isso de progresso

Notas da TRIBUNA

Shopping 1

Via Verde Park Shopping será o nome do shopping que começará a ser construído no final deste mês em Rio Branco. O empreendimento é do grupo Iguatemi e terá, entre outras coisas, presenças das lojas C&A, Riachuelo, Marisa e Bob’s, concorrente do MacDonalds. Aliás, o Bob’s abrirá uma também no Parque da Maternidade.

Shopping 2

O Carrefour vinha também para alocar um supermercado nas dependências do shopping, mas um lobby local conseguiu emplacar um supermercado daqui mesmo de Rio Branco (dá para adivinhar qual?). No empreendimento, teremos cinco salas de cinema e os investimentos previstos beiram os R$ 70 milhões.

Entregue a Deus o troco














O prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim (PT), decidiu que a passagem na capital acreana será R$ 1,90. O movimento social perdeu mais uma. O prejuízo começará a sair do seu bolso em 6 de agosto, dia da "revolução" acreana. Deputado e vereadores não pagam.

Até hoje, não chegou aos meus olhos azuis e vesgos o lucro que empresários de ônibus conseguem com essa concessão pública. Só tenho o prejuízo mensal de dona Maria Eunice Brasil de Oliveira, 47 anos.

Trata-se de uma senhora que trabalha no Centro dos Trabalhadores da Amazônia, o CTA. Por semana, ela gastava R$ 17,5 e R$ 70 por mês. Agora, com a decisão do prefeito, ela gastará R$ 19 por semana e R$ 76 por mês.

Se a proposta dos empresários fosse aprovada, a trabalhadora Eunice gastaria R$ 82,4 por mês. Como o prefeito não salvou dona Eunice do prejuízo mensal, a solução talvez seja encontrar a salvação com outro governante: Jesus Cristo.

Agora, leiamos o texto do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Acre, o Sinteac, e os comentários de minha Língua.

Sinteac encaminha documentos ao prefeito
contra aumento da tarifa de ônibus

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre (Sinteac), Manoel Lima, encaminhou ofício ao prefeito Raimundo Angelim (PT) se posicionando contra o aumento da tarifa de ônibus de R$ 1,75 para R$ 2.06. O documento foi protocolado ontem e deixa clara a posição da entidade sobre o tema.

“O valor aprovado está além das condições econômicas dos trabalhadores. Solicitamos que o aumento seja vetado e a atual tarifa mantida”, explica Lima.

Língua: Pouco, muito pouco o que Manuel Lima fez. Como futuro candidato a vereador, o sindicalista deveria preparar um material sobre a real situação dos empresários de transporte coletivo. Que lucro é esse? Que prejuízo é esse? O Sinteac deve deixar de ser superficial ou amador quando o assunto for passagem de ônibus, também.

Congelada pelo prefeito no início do ano, a tarifa de ônibus foi aumentada em reuniões do Conselho Municipal de Transporte Coletivo, realizadas nos dias 25 e 26 de julho.

O representante do Sinteac no Conselho, Evaldo Santos, que presidiu a reunião, não teve direito ao voto, mas apresentou proposta pela manutenção da tarifa congelada.

Língua: Cômodo ir a uma reunião e desejar que a passagem seja congela. Eu, por exemplo, desejo que o tempo seja congelado para eu não chegar aos 69 anos.

“Fomos coerentes. Defendemos e continuaremos lutando para que não haja reajuste”, explica Santos.

Língua: Luta? Escrever um texto e defender oralmente congelamento em uma reunião não é luta. Luta é receber salário mínimo e pagar uma passagem que representa muito para quem recebe salário mínimo.

A proposta de Santos não saiu vitoriosa. A maioria dos membros optou pela proposta apresentada pelos empresários, que eleva a passagem para R$ 2,06.

“Infelizmente, sempre estaremos em desvantagem. Os verdadeiros representantes dos trabalhadores que dependem dos transportes coletivos não estão devidamente representados dentro do Conselho Municipal de Transporte Coletivo”, constata o presidente Manoel Lima.

Língua: Se não está devidamente representado, como o Sinteac presencia uma reunião em desvantagem?

Lima afirma que o Sinteac defende a mudança urgente da lei que regulamenta o Conselho e o seu regimento interno, priorizando uma maior democracia e participação dos verdadeiros representantes dos trabalhadores.

Língua: Defende como? Defende de que forma? Defende de que maneira? Em uma redação, o aluno não pode ser genérico. Especifique!

“Nossa posição foi registrada em ata. Toda nossa diretoria votou unânime contra o aumento da tarifa. Mas entendemos que a classe trabalhadora sempre sairá prejudicada enquanto o Conselho continuar dessa forma”, destaca.

Língua: Blablablá.

Segundo Lima, em vez de estar debatendo aumento, o melhor caminho seria debater qualidade no transporte, ouvir o índice de satisfação das pessoas e a expansão das linhas de ônibus.

Língua: O quê!?!? Substituir aumento por qualidade!?!? As duas não são possíveis?

“Entendemos que o trabalhador que realmente necessita dos transportes coletivos para se locomover diariamente não tem condições de arcar com qualquer tipo de aumento na tarifa. Essa posição foi expressa em documento enviado ao prefeito Raimundo Angelim. Entendemos que somente ele pode atender os anseios da classe trabalhadora.


Língua: Blablablá.

Manuel Lima, você deveria apresentar o lucro ou o prejuízo dos empresários aos trabalhadores por meio de um estudo muito sério, realizado por uma empresa. Como isso nunca será realizado, você continuará a pensar que todos na sociedade são tolos para pôr fé em um texto genérico, superficial e cínico.
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6 de agosto

E viva a revolução!!!

Plácido nos libertou do domínio dos bolivianos.

Mas quem nos libertará do domínio do lucro dos empresários?

Ronda Gramatical

"A polícia sabe de quem é o cadáver encontrado na manhã de domingo á margem da pista asfaltada no km 22 da Rodovia Transacreana."

1. O cadáver é seu? Meu, ele não é. Melhor escrever "a polícia identificou o corpo encontrado na manhã de domingo à margem da Transacreana, km 22".

segunda-feira, julho 30, 2007

Roberto Justus para gestor





















Na próxima eleição para gestor da escola Heloísa Mourão Marques, já existe uma campanha forte para que Roberto Justus seja o novo diretor da escola pública.

Na Folha de São Paulo

As regras do jogo

De Alba Zaluar

UMA NOVA ideologia apostou na denúncia do elitismo como se fosse o mal do Brasil. As elites, no entanto, jamais gozaram do consenso dos intérpretes da sociedade. Há os que as consideram, sempre no plural, como o conjunto dos que se destacam como os melhores em vários ramos de atuação; e há os que vêm nelas, às vezes no singular, como os que detêm os postos-chaves das decisões políticas, ou seja, os que mandam.

Os primeiros têm valor e influência, os segundos têm poder. Mas a discussão só fica interessante quando se debate como se formam, ou seja, como são recrutadas ou escolhidas as pessoas que as compõem; se elas atuam ou não em missões civilizatórias da sociedade, ou seja, qual a sua capacidade de liderar os comuns mortais; e como instituem as regras do jogo com as quais depois vão agir, ou seja, se são capazes de criar leis que "pegam" para elas e para todos os demais.

O mal do Brasil não é a existência de elites, mero termo descritivo para os que se destacam ou os que mandam, fato observado em todo este vasto mundo. O mal do Brasil está no modo de recrutamento, na fragilidade da missão civilizatória (para não dizer no fracasso), na criação de regras que valem para os outros mas que são sistematicamente quebradas por membros das elites que mandam.

As elites políticas contam com os privilégios agraciados pelo clientelismo, pela falta de responsabilização pública de suas decisões, pela impunidade de seus atos transgressores. Temos o jogo parlamentar, mas cheio de imperfeições que clamam por conserto.

É por isso, como já assinalou Roberto da Matta, que os brasileiros são tão fascinados pelo futebol. Agora, em tempos de Pan, é preciso incluir as muitas modalidades de esporte. Os escolhidos como melhores são os que realmente se destacaram, as regras criadas têm validade universal e árbitros decidem na frente de todos, que podem manifestar imediatamente o seu protesto.

A vaia aponta o limite do poder de decidir acima dos demais, quando contra o senso de justiça que todos têm. Basta ver as cores do espectro nas peles dos atletas, seus sotaques de todas as regiões do país, as origens humildes, as mulheres no futebol, o menino de rua com medalha de ouro, a aluna da escola pública também, e tudo aquilo que fez as platéias torcerem e se orgulharem do bom Brasil.

O Brasil das elites dos melhores. Brasileiro não desiste, berra a platéia para o quase campeão. Até quando as elites dos que mandam vão abusar da paciência e do senso de justiça aprendidos em outras arenas, especialmente no esporte, do povo brasileiro?
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ALBA ZALUAR escreve às segundas-feiras nesta coluna.

sábado, julho 28, 2007

Poesia em Trânsito



Desde 2003, desejo AULAS de LITERATURA no espaço urbano.

Finalmente, encontrei duas turmas da escola Heloísa Mourão Marques que aceitaram o desafio.

Na foto, manhã de um sábado, alguns ensaiam a intervenção que faremos no cotidiano de um ônibus.

Por que isso? Porque Drummond, em 17 de agosto, fará 20 anos de morto. Em Rio Branco, esses alunos lerão, por exemplo, José para pessoas que usam ônibus e transitam no terminal urbano.

Um dos maiores poetas da humanidade só será lembrado por esses alunos em Rio Branco. As fundações culturais no Acre permanecerão indiferentes.



sexta-feira, julho 27, 2007

Ronda Gramatical


"Conforme Mak Moreira, coordenador do Formação Um, o Instituto Dom Moacyr, do qual ele pertence, é vinculada à Secretaria de Estado de Educação e substitui e amplia as atribuições da ex-Gerência de Educação Profissional."

1. Por que usar "do" antes do qual? Para isso, precisamos ir ao verbo, no caso, "pertence". Pertence a algo ou pertence de algo? A resposta, "a". O correto é "a que ele pertence". Preposição, nesse caso, depende do verbo.

quinta-feira, julho 26, 2007

Poesia para os olhos de meus alunos


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.


Ricardo Reis

Passagem poderá aumentar


Movimentos sociais fogem do debate,
e CMT aprova nova tarifa

De Jairo Barbosa

Nas três reuniões anteriores do Conselho Municipal de Transportes, os representantes dos movimentos sociais bateram o pé, protestaram e até promoveram desordem para impedir que as planilhas, propondo reajuste da tarifa, fossem analisadas.

Ontem, na reunião ordinária do CMT, convocado dentro do que prevê o regimento interno, a sociedade, representada por essas entidades, ficou sem voz.

Os representantes da Umarb, da Famac e do DCE fugiram do debate e perderam a oportunidade de se manifestarem, outra vez, contra o reajuste do preço da passagem de ônibus em Rio Branco.

Num encontro aberto, como deve ser toda reunião do conselho, o presidente Evaldo Viana, depois de ouvir cada conselheiro, colocou em votação a proposta de anulação da reunião do dia 15 de maio, quando a tarifa foi congelada.

Por unanimidade, os conselheiros tornaram sem efeito a decisão, abrindo caminho para apresentação das novas planilhas.

O superintendente da RB-Trans, Ricardo Torres, apresentou o estudo da prefeitura, sugerindo reajuste que aumentaria para R$ 1,88 o valor do preço da passagem.

“Para que a população tenha direito de exigir um transporte com qualidade, é preciso antes dar condições às empresas para que atendam a essas exigências. Nós cobramos isso das empresas. Carros novos, freqüência na linha e outras melhorias, mas entendemos que, sem um reajuste, o transporte coletivo em Rio Branco corre um sério risco”, justificou Torres.

Com bases nos estudos da própria Prefeitura, retroativo a janeiro de 2005, o Sindcol apresentou ao conselho proposta de reajuste para R$ 2,06.

O presidente do CMT apresentou uma terceira proposta, sugerindo a manutenção dos atuais R$ 1,75.

Por cinco votos a favor, a proposta do Sindicato das Empresas foi aprovada. Mas a decisão do conselho ainda será submetida à apreciação do prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, que, após receber da RB-Trans a ata da reunião, tem um prazo de cinco dias para emitir seu parecer.

Em caso de aprovação, o novo valor da passagem de ônibus só poderá vigorar cinco dias após a publicação da decisão do prefeito no Diário Oficial. Nesse caso, o novo valor da tarifa do transporte coletivo só chegará ao usuário em agosto.

quarta-feira, julho 25, 2007

Quero uma escola pública melhor




Hoje, à sombra de minha individualidade, reli meus textos que tecem críticas à direção da escola Heloísa Mourão Marques e, se eu não for um estúpido alegre, não há nada que ofenda a moral de alguém ou achincalhe aquele nome.

Escrevo o que escrevo e como escrevo, porque não divido a minha vida com meio termo e com a indiferença. O mundo me incomoda com seus sorrisos fáceis e com suas imposturas em uma escola pública.

Já disse, leciono para viver mais e para continuar a viver, porque a sala é tempo sagrado em que a palavra deve motivar meu aluno a vencer com as dificuldades justas que crio e recrio para ele. Já disse, repito, ouça-me: leciono para não morrer de mediocridade.

Sinto asco quando alguns equivocados fofocam mal sobre alunos, porque, se escolhemos o ato inquieto de lecionar, de educar, nós o escolhemos para arrebatar a alma de Heleninha, de Hélio, de Maronílson, de José - alunos por quem tenho admiração, além de tantos outros.

A escola Heloísa tem problemas, e eu os evidencio aqui, expondo minhas palavras a um professor-leitor que se incomoda com que elaboro. Bingo! Quero incomodar, porque não gosto de coisas quietas, seguras de si e sentadas no conforto de seus egos. Para mim, eu mesmo estou mal feito. Herrado.

Quero ser criticado por uma inteligência que me ensina. Reeduca-me. Gosto de amigos que me apresentam livros, porque eu ainda não sei. Gosto que entrem em minha sala e sintam o peso suave de minhas palavras quando leciono para eu aprender.

Jornal A GAZETA


Li e reli a lucidez escrita no jornal A Gazeta sobre o fato que envolveu um guarda de trânsito e um juiz federal.

Simples e sereno, o editorial do jornal acreano violou o silêncio, a omissão e a adulação de alguns jornalistas, porque, aqui, em alguns veículos de comunicação de massa, é mais cômodo emitir verborréias contra a violência dos pobres.

Quando autoridades comportam-se à margem do equilíbrio, jornalistas calam-se. A Gazeta não se calou.

Guarda e juiz zelam pelo que deve ser justo. Na mitologia grega, Athena personifica a Sabedoria e a Justiça.

Fruto de Tétis (a astúcia, a inteligência) com o poderoso Zeus, ordenador do Cosmos, ela foi gerada na cabeça deste e, por isso, está associada ao lógos, à Razão, isto é, ao equilíbrio.

Texto de Luciene Félix

Professora de Filosofia
e Mitologia Greco-Romana da ESDC

mitologia@esdc.com.br

Findado o período de gestação, o supremo deus começou a sentir terríveis dores de cabeça, pois enquanto a Justiça não nasce, elas são inevitáveis.

Desesperado e no limite, Zeus ordena ao ferreiro divino Hefestos (Vulcano) que lhe abra a cabeça. Mesmo a contragosto, com técnica e precisão, desferra-lhe o machado de ouro certeiro e todos se surpreendem ao verem surgir, imponente e armada, pronta para a guerra, a deusa Palas Athena.

Palas significa "a donzela", pois a poderosa filha pede ao pai para manter-se sempre virgem e, desta forma, impor-se com a autoridade de quem não se deixa seduzir ou corromper.

Sua principal característica física é o porte altivo e não soberbo. Invocando a proteção de Athena sobre todo e qualquer embate, tem-se a vitória como certa, uma vez que Palas Athena é sempre acompanhada por Niké (a vitória).

O guarda e o juiz, como representantes da ordem pública, pederam-(se).

Editorial

Mau exemplo

O que se pode dizer desse episódio envolvendo alguns soldados da Polícia Militar e um juiz federal?

Mesmo que uma parte e a outra argumentem e tentem provar que, legalmente, estão certas, à luz da ética e do próprio bom senso, ambas erraram feio e deram um mau exemplo à sociedade.

Quando a sociedade clama por mais serenidade, paz, bom senso nas relações interpessoais, é lamentável que autoridades fardadas ou investidas de autoridade cheguem a esses extremos de sacar armas, dispararem no meio da noite e até se ameaçarem, indo parar numa delegacia de polícia.

Pelo que foi apurado, em nenhum momento ou sob qualquer pretexto se justifica, primeiro, a atitude do policial em, depois de abordar o magistrado, disparar seu revólver, mesmo que para o chão, diante de crianças e outras pessoas à sua volta.

Até se admite que ele não tinha obrigação de reconhecer o juiz e, mesmo que este tivesse errado em não cumprir suas ordens, com um mínimo de discernimento, notaria que não se tratava de um pessoa perigosa a ponto de disparar o revólver.

De outra parte, se o magistrado tinha alguma razão em contestar as ordens recebidas, perdeu-a ao ir até em casa, pegar sua arma e voltar para o local da confusão. E se perdeu completamente ao também empunhar o revólver para tentar se impor e dar ordem de prisão ao policial.

Com a autoridade com a qual está investido, poderia dirigir-se tranqüilamente para o comando da Polícia Militar, apresentar queixa e aí sim exigir que o soldado fosse preso por infringir o estatuto do desarmamento ou qualquer outra norma.

O que a sociedade espera e exige é que não se repitam esses episódios lamentáveis, deprimentes mesmo, constituindo um péssimo exemplo. E que as autoridades superiores ajam com discernimento e procurem, o quanto antes, apaziguar os espíritos a fim de que seja um fato isolado.

Vôo 3054


Apesar de se tratar de uma questão particular, gostaria muito que você repassasse aos seus amigos a mensagem anexa, um depoimento vindo do fundo do coração de uma mãe desesperada coma perda do seu único filho no fatídico acidente aéreo de Congonhas, o nosso saudoso Luiz Fernando. É a verdade nua e crua sobre a incompetência e despudor daqueles que nos governam, e que lamentavelmente tem o apoio de muitos cegos pela sua ideologia que atéo momento nada nos trouxe de concreto a não ser propagandas para o exterior.

Muito obrigado !

CARTA DE UMA MÃE

Aos governantes e à família brasileira,

Perdi o meu único filho.

Ninguém, a não ser outra mãe que tenha passado por semelhante tragédia, pode ter experimentado dor maior.

Mesmo sem ter sido dada qualquer publicidade à missa que ontem oferecemos à alma de meu filho, Luís Fernando Soares Zacchini, mais de cem pessoas compareceram. Em todos os olhos havia lágrimas. Lágrimas sinceras de dor, de saudade, de empatia. Meus olhos refletiam todos os prantos derramados por ele, por mim, por seu filhinho, por sua esposa, por todos parentes e amigos. Por todos os sacrificados na catástrofe do Aeroporto de Congonhas.

Há muito eu sabia que desastres aéreos iriam acontecer. Sabia que os vôos neste país não oferecem segurança no céu e na terra. Que no Brasil a voracidade de vender bilhetes aéreos superou o respeito à vida humana.

A culpa é lançada sobre um número insuficiente de mal remunerados operadores aéreos ou sobre as condições das turbinas dos aviões. Um Governo alheio a vaias é responsável pelo desmonte de uma das mais respeitáveis e confiáveis empresas aéreas do mundo, a VARIG, em benefício da TAM, desde então, a principal provedora de bilhetes pagos pelo Governo.

Que a opinião pública é desviada para supostos erros de bodes expiatórios, permitindo aos ambíguos incompetentes que nos governam continuarem sua ação impune. Que nossos aeroportos não têm condições de atender à crescente demanda de vôos cujo preço é o mais caro do mundo.

Quando os usuários aguardam uma explicação, à falta de respeito ao cidadão juntam-se o escárnio e a cruel vulgaridade de uma ministra recomendando aos viajantes prejudicados que relaxem e gozem.

Assuntos de alcova não condizentes com a reta postura moral e respeito exigidos no exercício de cargos públicos. Assessores do presidente deste país eximem-se da responsabilidade e do compromisso com a segurança de nosso povo exibindo gestos pornográficos.

Gestos mais apropriados a bordéis do que a gabinetes presidenciais. Ao invés de se arrependerem de uma conduta chula, incompatível com a dignidade de um povo doce e amável como o brasileiro, ainda alardeiam indignação, único sentimento ao alcance dos indignos. Aqueles que deveriam comandar a responsabilidade pelo tráfego aéreo no Brasil nada fazem exceto conchavos.

Aceitam as vantagens de um cargo sem sequer diferenciarem caixa preta de sucata. Tanto que oneraram e humilharam o país ao levar o material errado para ser examinado em Washington. Essas são as mesmas autoridades agraciadas com louvor e condecorações do Governo em nome do povo brasileiro, enquanto toda a nação, no auge de sofrimento, chorava a perda de seus filhos.

Tudo isto eu sabia. A mim, bastava-me minha dor, bastava meu pranto, bastava o sofrimento dos que me amam, dos que amaram meu filho. Nenhum choro ou lamento iria aumentar ou minorar tanta tristeza. Dores iguais ou maiores que a minha, de outras mães, dos pais, filhos e amigos dos mortos necessitam de consolo. A solidariedade e amor ao próximo obrigam-nos a esquecer a própria dor.

Não pensei, contudo, que teria de passar por mais um insulto: ouvir a falsidade de um presidente, sob a forma de ensaiadas e demagógicas palavras de conforto. Um texto certamente encomendado a um hábil redator, dirigido mais à opinião pública do que a nossos corações, ao nosso luto, às nossas vítimas.

Palavras que soaram tão falsas quanto a forçada e patética tentativa que demonstrou ao simular uma lágrima. Não, francamente eu não merecia ter de me submeter a mais essa provação nem necessitava presenciar a estúpida cena: ver o chefe da nação sofismar um sofrimento que não compartilhava conosco.

Senhores governantes: há dias vejo o mundo através de lágrimas amargas mas verdadeiras. Confundem-se com as lágrimas sinceras e puras de todos os corações amigos. Há dias, da forma mais dolorosa possível, aprendi o que é o verdadeiro amor. O amor humano, o Amor Divino. O amor é inefável, o amor é um sentimento despojado de interesse, não recorre a histriônicas atitudes políticas.

Não jorra das bocas, flui do coração!
E que Deus nos abençoe!

Adi Maria Vasconcellos Soares
Porto Alegre, 21 de julho de 2007.

terça-feira, julho 24, 2007

Merleau-Ponty (1908-1961)



Para quem leciona Literatura e deseja abrir a janela a fim de sentir a paisagem das palavras, não pode passar por esta vida sem debruçar os olhos sobre os textos de Merleau-Ponty.

Sobre Romantismo, esse francês revitaliza a palavra sentidos.

Em Fenomenologia da percepção, na página 251, editora Martins Fontes, o autor afirma que "
o sentido dos gestos não é dado, mas compreendido, quer dizer, retomado por um ato do espectador. Toda a dificuldade é conceber bem esse ato e não confundi-lo com uma operação de conhecimento. Obtém-se a comunicação ou a compreensão dos gestos pela reciprocidade entre minhas intenções e os gestos do outro, entre meus gestos e intenções legíveis na conduta do outro. Tudo se passa como se a intenção do outro habitasse meu corpo ou como se minhas intenções habitassem o seu".

Esse é um exemplo simples ofertado por esse pensador: o gesto. Ponty encontra a grandeza do sensível por meio de exemplos rotineiros, outro exemplo, quando as mãos dos amantes se entrelaçam.

Mas, antes das mãos, na página 262, ele... "o sentido do gesto não está contido no gesto enquanto fenômeno físico ou fisiológico. O sentido da palavra não está contido na palavra enquanto som".

E sobre as mãos dos amantes? Deixemos para a próxima atualização.

segunda-feira, julho 23, 2007

Extrativismo insustentável


Para grupo de especialistas, achar que a floresta
em pé, sozinha, vai ajudar os amazônidas é
fé romântica


Foto de Ibens Braulino
Um dos coletores de castanha em projeto em Manicoré, Amazonas, considerado como exemplo positivo


EDUARDO GERAQUEDA

REPORTAGEM LOCAL

A visão de que o extrativismo pode ser uma das soluções para o desenvolvimento da Amazônia, segundo alguns especialistas, é "romântica" e precisa ser abandonada. É uma opinião desagradável, num momento em que o governo federal pretende implementar várias reservas extrativistas na região.

"Após o assassinato do seringueiro Chico Mendes, em 22 de dezembro de 1988, criou-se aqui na Amazônia uma falsa expectativa de que o extrativismo vegetal seria a grande solução", explica Alfredo Homma, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental. Antes praticamente isolada, a voz do experiente cientista começa a ecoar.

"Temos que ter isso bem claro: o extrativismo sozinho não vai resolver o desenvolvimento do povo da Amazônia", disse à Folha Manoel Sobral Filho, diretor executivo da ONG ITTO (Organização Internacional de Madeira Tropical, em inglês).

Apesar de concordarem com a insustentabilidade do extrativismo vegetal, Homma e Sobral apresentam soluções diferentes para o problema.

"Adão e Eva provaram a primeira maça extrativa do paraíso. Hoje, ninguém mais está comprando banana ou laranja extrativa. Nem fazendo caça de galinha ou de boi", lembra Homma, da Embrapa.

Segundo o pesquisador, o homem conseguiu domesticar mais de 3.000 plantas nos últimos 10 mil anos e tudo indica que esse é um processo que não deverá mudar no futuro.

"Os países desenvolvidos estão apostando no reflorestamento. Japão, França e outros países estão nesse caminho. Em 2006, 77% da madeira veio de florestas naturais. Em 2050, a taxa será de apenas 25%.

"Para Homma, em vez de fazer concessões de florestas naturais, por exemplo, o governo deveria investir em reflorestamento, como os países ricos.

Mesmo no caso do açaí -produto que, como o guaraná, vem ganhando cada vez mais espaço tanto dentro quanto fora do Brasil- o pesquisador da Embrapa vê problemas.

"O açaí esconde uma série de riscos ecológicos na sua expansão. O pessoal pega uma floresta heterogênea, mas ela fica homogênea, oligárquica".

Uma das preocupações de Homma é com a reposição dos açaizeiros em duas ou três décadas. "Quando se tira o fruto, o caroço vai junto. Será que haverá reposição nessa população?" Para o pesquisador, o mais fácil seria plantar açaí em terras firmes, onde a floresta não está mais de pé.

"Existe uma grande distância até o pote de ouro no final do arco-íris. Enquanto a madeira responde por 11% das exportações da Amazônia, os produtos da biodiversidade tem uma importância bem menor que 1%".

Segundo Homma, como o processo extrativista segue um ciclo, não se pode achar que ele sempre será sustentável. Por isso, além do reflorestamento, o pesquisador defende ainda que a agricultura seja implantada de forma vigorosa na região.

"Hoje nós temos 71 milhões de hectares de áreas desmatadas na Amazônia. Isso equivale a um território superior aos estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná."

A grande questão, explica o pesquisador, é como transformar essa segunda natureza [áreas desmatadas] em uma terceira natureza, bem mais sustentável que a anterior.

A lista de produtos que poderiam ser plantados no Norte do Brasil, segundo Homma, é enorme. Ela passa pela castanha, por exemplo, e chega até ao fruto do bacuri. "A saída é investir em tecnologia para que os pequenos produtores possam entrar no processo."

Extratos agregados

Com base em um estudo publicado nesta semana em um congresso em Rio Branco, no Acre, o representante da ITTO defende uma crença cautelosa no potencial do extrativismo. Para Sobral, é necessário agregar valor ao produto da floresta para que o setor possa continuar almejando bom futuro.

O relatório, que tem 20 estudos de caso em vários países do mundo, aborda dois exemplos de sucesso -pelo menos por enquanto, de acordo com a ITTO- em terras brasileiras.

Um deles é em Manicoré, e outro na Reserva de Mamirauá, ambos no Estado do Amazonas. No primeiro a comunidade se organizou para extrair e vender castanhas. No segundo, o que existe é um extração de madeira sustentável.

"Todos os casos foram escolhidos por causa das estatísticas confiáveis que eles têm", disse à Folha um dos autores do estudo, Andy White. Mas no caso das castanhas, único caso em que aparece uma medição real de ganho das famílias do projeto, é fácil perceber o problema. Cada núcleo ganhou, em 2005, apenas cerca de R$ 80 por mês.

"Não tem jeito. Se não houver um aumento de recursos para os pequenos produtores, as pessoas vão criar gado ou plantar alguma coisa", afirma Sobral. Para ele, no caso do Brasil, a burocracia também é um problema sério.

Chute de menina


Campeães, as meninas da manhã (turma do segundo ano A) deram espetáculo.

Elas agora precisam ser vitoriosas na vida e isso depende dos estudos.

Valeu, meninas!!!

Os três





Da esquerda para a direita, Hélio, Tainã & Uállison. Na última fase da gincana cultural, eles garantiram 200 pontos para a equipe Shallon.

Eles responderam a questões de várias disciplinas.

Valeu, pessoal!!!

A dama & o cavalheiro



Maronílson, aluno do segundo ano A, é lavador de carro. Certos professores ainda dizem que "os alunos não querem nada".

A incompetência e a indiferença falam assim.

Maronílson quer algo. Bom aluno, esforçado, esse cavalheiro venceu no jogo da dama o adversário da tarde, garantindo mais ponto à equipe Shallon.
Valeu, Maronílson!




Taciane & Hélio


No final, a confraternização de quem soube valorizar a vitória de Hélio.

Taciane jogou bem.

Xadrez & Xadrez





Bom aluno, Hélio, campeão de xadrez na gincana da escola, pensa, pensa, pensa, pensa, pensa, pensa e... ganha.

O que falta nas escolas públicas para incentivar o jogo de xadrez?

Xadrez



Na gincana da escola Heloísa Mourão Marques, à esquerda, Hélio (segundo A, manhã) derrotou Taciane (terceiro ano, tarde) na final.

Por causa dele, o grupo Shallon ganhou mais ponto.

Veleu, Hélio!!!

Sobre passagem de ônibus


A passagem de ônibus passará de R$ 1,75 a R$ 2,o6. Em Rio Branco, o prefeito é socialista; e o vice-prefeito, comunista.

Não entendo o porquê de a sociedade não saber sobre os interesses financeiros de empresários quando na capital do Acre os recursos públicos são administrados pela esquerda.

Qual a margem de lucro desses homens que receberam uma concessão do município?

Açeçoria de Inprença

A cada ano, a Expoacre vem se superando. O Binho agora fez uma mudança definitiva nas instalações não só físicas, mas também filosóficas.”

1. As pessoas não percebem o que escrevem. Pelo que está escrito, existe uma coisa chamada "instalação filosófica". Existe "açeçor de inprença" que recebe bem para escrever asneira. Não foi somente a Expoacre que se superou.

Conselho Tarifário

PELO RESPEITO À POPULAÇÃO E AO CONGELAMENTO DA TARIFA

Com a substituição da professora Rosângela Castro da direção do Conselho de Transporte Público (CTP), a população de Rio Branco e os movimentos sociais sofreram um duro golpe, beneficiando os setores reacionários que querem o aumento da tarifa de ônibus.

A postura dos empresários e de seus aliados é desrespeitosa na proporção em que estes tentam a qualquer custo desmoralizar o CTP e impor um preço absurdo de R$ 2,06 no preço da passagem do transporte coletivo, prejudicando a maioria de seus usuários.

Por isso, conclamamos a todos os estudantes, trabalhadores, desempregados, professores, sindicalistas e a população em geral para sair às ruas e exigir a manutenção do congelamento das tarifas e a garantia de um melhor atendimento nos serviços prestados pelas empresas de ônibus.

Participe do ato público que será realizado no dia 26 de julho de 2007, quinta-feira, com concentração às 8 horas, em frente ao Colégio Barão do Rio Branco (Cerb).

(UJS, ADUFAC, SINTEST, MPL Rio Branco, Sindicato dos Urbanitários, DCE da UFAC, DCE da UNINORTE, DCE da IESACRE, Conselho Popular contra a Carestia, FAMAC, UMARB e Grêmios Estudantis dos colégios CERB, CAP, IELF, Leôncio de Carvalho e Glória Perez)

sexta-feira, julho 20, 2007

Gincana HMM (8)






Ótima aluna, Clara respondeu às perguntas sobre Memórias Póstumas de Brás Cuba, de Machado de Assis.

Na próxima gincana, os professores precisarão melhorar essa avaliação.

Gincana HMM (7)



Na foto, a aluna expõe sua leitura de Laços de família, de Clarice Lispector.

Penso que a disciplina Literatura deveria ter um caráter político e existencial na escola.

Ainda leciona-se de forma neutra e boba essa disciplina.

Gincana HMM (6)



Na gincana cultural, houve a competição de leitura. Dez livros foram sorteados, e o aluno deveria ler um em cinco dias.

Nessa foto, a aluna leu pela metade Vidas secas, de Graciliano Ramos. A comissão considerou que a estudante se saiu muito bem.

O fato é que a competição estimulou a leitura.

quinta-feira, julho 19, 2007

Conselho Tarifário


Reunião do Conselho Tarifário de Rio Branco.

Até hoje, a sociedade ignora os números dos empresários e os números dos movimentos sociais sobre o real lucro das empresas de transporte coletivo - uma concessão pública.

Qual a margem de lucro dos empresários?

Causa-me ainda incômodo o fato da Prefeitura de Rio Branco ser "socialista" por causa da administração do Partido dos Trabalhadores. O vice-prefeito é comunista.


Nunca tive conhecimento desses números.

O outro Jorge



Há anos, compro o jornal Folha de São Paulo e revistas na banca de jornal do Jorge.

Quando o cliente tem crédito - meu caso -, ele possibilita um pagamento suave por meio de cheque.

O Acre tem isso também de bom. Quando o cliente prova sua confiança há anos, o pagamento é facilitado.
Não conseguiria isso em bancas do Rio de Janeiro.

quarta-feira, julho 18, 2007

Conceitos do Clássico



Na Literatura do ensino médio, condenada pelo historicismo, professores repetem há anos as características do Arcadismo e do Parnasianismo.

Relacionam essas duas estéticas ao pensamento clássico.

No entanto, como consideram seus alunos "burros", são incapazes de expor trechos de obras clássicas. Nunca as leram.

Pois bem, neste blog, retirarei um trecho do livro A República, de Platão, para destacar termos clássicos.

Segundo críticos, a tradução da Fundação Calouste Gulbenkian é ótima. Eu a tenho. Abro-a na página 125, Livro III.

"(...). Mas, para nós, ficaríamos com um poeta e um narrador de histórias mais austero e menos aprazível, tendo em conta a sua utilidade, a fim de que ele imite para nós a fala do homem de bem e se exprima segundo aqueles modelos que de início regulamos, quando tentávamos educar os militares."

Termos em azul aqui, nesse texto, entrecruzam-se, funilando em um só: militares. Platão foi o primeiro a perseguir a arte como imaginação, como prazer e, para tanto, os termos estão aqui: austero, utilidade e regulamos.

O Arcadismo e o Parnasianismo relacionam-se ao mundo clássico, isto é, aos termos de Platão. Árcade, por exemplo, é filho de Zeus e sua missão é civilizar o mundo do deus Pan, Peloponeso, parte da Grécia.

Ora, civilização implica Razão - conceito do Classicismo -, a mesma Razão que regula, que é austera. A Natureza no Arcadismo, diferente no Romantismo, mantém-se equilibrada, porque a Razão a disciplinou.

Não me reduzo ao campo, às árvores, ao céu. Refiro-me, também, à Natureza do Corpo. Os amantes árcades não vivem a Paixão. São frios. A Carne não delira, isto é, permanece na retidão, no decoro, na medida, na austeridade de que falou Platão em seu livro A República.

Por que a Razão do Arcadismo regula o Corpo, o Desejo? É essa pergunta que o professor deve fazer para que saia do lugar-comum e do historicismo anacrônico.

Gincana HMM (5)



Na gincana, pela manhã, Hélio foi o campeão de xadrez pela manhã.

No sábado, disputará com o vencedor da tarde.

Onde está Hélio? No fundo, sentado à esquerda, fora da mesa.

Freud explica

Um jornalista paulista escreveu esta em um jornal acreano.

1. Semáforos e rádios ficaram fora do ar até o restabelecimento do sistema.

Sim!!!

Claro

Evidente!!!

Óbvio!!!

Gincana HMM (4)



Há professores que estão vivos; outros, mortos.

Professor da disciplina Matemática, Jaime não está só vivo, mas deu vida à escola Heloísa Mourão Marques.

A gincana, coisa dele. Espero que permaneça na escola para incomodar os cadáveres.

Gincana HMM (3)







Na quadra, o futsal feminino vitorioso do segundo "A".

Gincana HMM (2)



Antes das aulas, professores pedem a Deus força para viver.

Certa vez, um colega de profissão pediu a Deus para acabar logo com a gincana e voltar às aulas normais.

Eu rezo por esse educador até hoje.

Na foto, minha turma do segundo "A". A torcida é a melhor de todas.

Gincana HMM (1)



Hoje, a minha querida turma do segundo "A" saiu vitoriosa da Gincana Cultural.

Bem uniformizada, a equipe Shallon foi vitoriosa no futsal feminino. Jogou muito bem.

Hélio foi campeão pela manhã em xadrez, e outro aluno ganhou na dama.

Perdemos no vôlei masculino, mas, na derrota, precisamos reconhecer a capacidade do adversário.

Nessa foto, misturei-me a outro modelo de aula, de conhecimento; à outra forma de escola. Valeu, pessoal!

Açeçor de comunicassão


Ganha-se muito bem para escrever tão mal. Herrar é umano, eu sei, mas cometer vícios enche a paciência.


O açeçor de comunicassão do deputado federal Gladson Cameli (PP) poderia tratar melhor a língua portuguesa. O erro a seguir é demais.


Se no Amazonas pode ter um programa desse, porque no Acre não pode?

terça-feira, julho 17, 2007

A força de uma fila


Alguns jornalistas, os nossos, escrevem R$ 12 reais e 17 horas da tarde, mas há também o cômico. Leia.

"Nos cartórios do centro e do bairro Estação Experimental, as filas chegaram a dobrar o quarteirão."

1. O quarteirão deveria ser muito mole, e a fila o vergou por ser muito forte.

As filas, isso sim, chegaram a dobrar no quarteirão.

Cristo de São João da Cruz



Essa imagem surgiu em 1951. Repare, o Cristo não tem a coroa de espinhos, não há pregos, muito menos sangue.

O SURREALISMO me seduz, porque sua linhas perturbam a normalidade de meu olhar. Perco a minha estabilidade para não haver verdade única.

Estética de um abismal subjetivismo, o objeto é recriado para que a normalidade das coisas seja estranha.

No fundo, não é o SURREALISMO estranho, mas, quando retorno aos objetos sem sonho, a realidade previsível é que é estranha.

Língua marginal




segunda-feira, julho 16, 2007

Ronda Gramatical

Para que serve revisor em uma Redação de jornal?

1. "O campus da Uninorte, local escolhido para atender as pessoas sem condições de pagar pelas inscrições."

"Pagar pelas inscrições" - Quando o verbo "pagar" vem acompanhado pela preposição "por", o sentido é "ser castigado; expiar; padecer". O correto é "sem condições de pagar as inscrições".

2. "Isso provou imensa romaria rumo aos cartórios e a casas copiadores de xérox."

"Casas copiadores de xérox" - Por favor, "casas fotocopiadoras".

3. "Segundo a Polícia Militar, o comando obedece uma espécie de rodízio com período determinadas para cadamilitar nomeado."

"Obedece uma espécie" - No jornal, quando o texto pertence ao repórter, o uso deve ser o clássico, no caso, "obedece a uma espécie".

4. "Ainda, no encontro, o representante da Itto fez elogios rasgados ao ex-governador Jorge Viana, e ao trabalho da Funtac."

", e" - Não conheço um repórter em nossas Redações que saiba usar corretamente a vírgula. Trata-se do mesmo sujeito e, por causa disso, não se usa (,) antes do "e".

5. "Ela lembrou, inclusive, que a Universidade da Floresta ainda não vingou justamente porque não se antenou com essas comunidades."

"Antenar" - Se consultar dicionários, por exemplo, o Houaiss, não se registra verbo "antenar".

6. "Único acreano incluído na lista deste ano dos cem cabeças do Congresso, definida em eleição feita pelo Diap com parlamentares, jornalistas, cientistas e analistas políticos que acompanham o dia a dia da política nacional, Tião Viana ultrapassou até a ministra Marina Silva, que em seu primeiro mandato de senadora foi escolhida quatro vezes como “Cabeça” influente do parlamento brasileiro."

"Dia a dia" - Quando for "rotina", "cotidiano", o correto é "dia-a-dia".

7. "Outra previsão é que se a mesa aceitar o pedido do Conselho, Renan Calheiros perde o cargo e o mandato."

"que se" - "se a mesa aceitar o pedido do Conselho" é uma oração subordinada fora da ordem sintática direta e, sendo assim, o correto é "que, se a mesa aceitar o pedido do conselho, Renan (...)."

8. "Sessão plenária não-deliberativa."

"Não-deliberativa" - Sobre o uso do "não-", comentarei em outro momento.

Campeão da Copa América



O José, de Carlos Drummond de Andrade, ganhou a Argentina: 3 x 0.

Nós somos assim, felizes. E tolos. Somos abençoados por Deus e pelo futebol.

Na educação, um dos piores do mundo.


sábado, julho 14, 2007

Estabilidade para funcionário público?




Um professor de uma escola privada de Rio Branco recebe por mês um salário líquido, segundo o educador, de R$ 1,8 mil.

Para ter esse salário, o professor leciona em 11 turmas. Nesse colégio privado, são mais de 25 horas de trabalho por semana.

Na escola pública, com especialização, letra B, o professor recebe um salário líquido de R$ 1,570. No Estado, o professor leciona no máximo para três turmas com 16 horas de trabalho.

No entanto, a escola pública perde para a escola particular quando os números são do Enem. Há tanta liberdade na escola pública que certos professores se acomodam. A liberdade não implica se comprometer com a transformação, mas com a indiferença.

Por essas e outras, o governo federal quer terminar com a estabilidade. Leia a matéria.
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Fim da estabilidade

A busca de maior eficiência no serviço público não parece mesmo ser uma coisa fácil. A proposta que permite a descentralização de órgãos e a contratação de funcionários pelas mesmas leis trabalhistas que regem o emprego privado, enviada pelo governo na quinta-feira ao Congresso Nacional, é na verdade um resgate do que a legislação brasileira já prevê desde 1967, mas nunca conseguiu ser efetivamente aplicada.

Servidores e políticos prometem trabalhar contra o projeto, mas especialistas consideram a flexibilidade como a maior vantagem para melhorar o funcionamento da máquina estatal.

A bronca de entidades que representam servidores públicos (algumas até já prometem ir à Justiça caso a lei seja aprovada) é contra o ponto defendido por analistas de gestão e finanças públicas: o fim da estabilidade indiscriminada.

É que por permitir que áreas de saúde, esporte, assistência social, cultura, ciência e tecnologia, meio ambiente, comunicação social, turismo e previdência complementar criem estruturas que contratem empregados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), cria-se a possibilidade, hoje na prática inexistente, de demitir servidores ineficientes.

"A estabilidade cria uma tranqüilidade em que o servidor se acomoda. Mas, ao perceber que não se é mais intocável, espera-se que ele se esmere mais nas atividades que executa", avalia o economista Amir Khair, especialista em finanças públicas e ex-secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo.

"O setor público precisa ter eficiência. A carga tributária já chegou a um limite, então é preciso trabalhar no lado das despesas, onde o gasto com pessoal é muito relevante", completa.

Gincana HMM (3)




Nesta foto, destaca-se o carro da profesora Alessandra, um Peugot. Ela adora um francês.

Qua a tua vida, professora, seja próspera, farta de paixão pelo ato de lecionar.


Gincana HMM (2)



No Aeroporto Velho, alunos e professores retornam à escola.

Na seguna-feira, inicia-se a gincana.

Gincana HMM (1)



A escola Heloísa Mourão Marques (HMM) deu início à sua primeira gincana de conhecimento.

Motivada pelos professores da área de Matemática, o professor James, na verdade, é o idealizador (na foto, à esquerda) de uma atividade que deveria fazer parte do Plano Político Pedagógico dessa escola.

Na imagem, os professores fazem um lanchinho antes da cicleata e da passeata.

A gincana começará em 16 de julho e o término, 21.

sexta-feira, julho 13, 2007

Alunos avaliam o professor


Há quase sete anos, meus alunos respondem a um questionário sobre o professor Aldo. Eles não se identificam no documento.

Como o semestre está terminando, entreguei hoje o questionários às turmas segundo A e segundo B do ensino médio.

Foram 49 alunos. 38 responderam que querem estudar comigo no terceiro ano. 11 responderam que não querem.

O resultado, mais uma vez, foi favorável; permaneço, no entanto, insatisfeito, porque uma escola não depende de professor, mas do corpo docente.

Eu ainda leciono sem dialogar com colegas da área de forma que possamos criar outras possibilidades. Reuniões do Conselho de Disciplina não avançam. Conselho de Turma inexiste.

Calcinha




Houve uma época em que calcinha à mostra causava vergonha.

Hoje, as mulheres, algumas, fazem questão de expor a roupa íntima aos homens.

Sedução significa outro comportamento.

quinta-feira, julho 12, 2007

DemocraciA OU DemocraciA

Até o dia 19 de julho, professores e pessoal de apoio poderão votar na gestão da professora Lúcia.

Os alunos da escola também poderão votar em mim. Se leciono bem ou mal, eis a escolha.

Espero que sejam votos que buscam qualificar o ensino público. Trata-se de uma experiência nova neste blog e espero que seja muito boa para a nossa escola pública.

Já sugeri à direção a elaboração de um questionário para que alunos avaliem os professores, mas até hoje...
Bem, meus alunos me avaliam há uns cinco anos. Gosto da democracia equilibrada, qualitativa. Alguns, no entanto, sentem medo dela.

Tonivan, o Cara!!!



Há mais de cinco anos, divido a Literatura na escola pública com Tonivan - esse funcionário público que não é preguiçoso.

Aqui, nesta foto, ele e dois alunos da escola Heloísa Mourão Marques recolhem o material que projetou o filme Lavoura Arcaica, de Luís Fernando Carvalho.

Nossos alunos não vão ao cinema, porque não pertence à cultura acreana o espaço das sombras.

Ora, quando um professor se propõe a passar um filme, ele precisa proporcionar uma ótima estética da percepção.

Assistir a essa filme em uma sala de aula implica projetar essa película aos ruídos dos corredores, à luminosidade, ou seja, à desatenção dos sentidos.

No entanto, quando se asssite a esse mesmo filme em uma tela imensa e em um teatro escuro, a percepção é outra. Na sala, predomina a distração dos sentidos. No teatro da escola, predomina a contração dos sentidos. Aquela "puxa para diversas partes" e esta "reúne em um só centro".

A professora Maria Célia poderá dizer que os alunos dormirão no teatro escuro. Melhor, professora, pois sonhar é nosso propósito. Passar filme em sala de aula é um equívoco estético.

Apresentei uma proposta de cinema à gestora da escola Heloísa Mourão Marques, professora Lúcia, mas, até hoje...

Jornal & Educação















Velhas práticas enrugaram-se em sala de aula. Formas petrificadas de lecionar Língua Portuguesa e Literatura perduram enquanto o homem clona a vida e muitas profissões não trabalham como trabalhavam há 20 anos.

Imagine um engenheiro trabalhando há anos da mesma forma? Imagine um advogado com o seu escritório congelado no tempo?

Em sala, a Língua Portuguesa encontra-se cristalizada por uma prática desinteressante.

Ess ensino-aprendizagem, antes, precisa ofertar aos alunos uma vivência social. A palavra não pode ser escrita entre quatro paredes, isolada do mundo-bairro-cidade, mas o seu sentido precisa ser vivenciado com outras pessoas. A palavra precisa ser (des)coberta na vida.

Para tanto, os alunos precisam escrever no jornal de escola.

Realizei essa idéia com alunos do ensino fundamental (primeira e segunda fases) e com alunos do ensino médio.

Hoje, Josenir Calixto, responsável pelo ensino médio do Estado, disse-me que a Secretaria de Educação tem interesse de viabilizar a comunhão entre Jornal e Escola.

Fiquei muito feliz, porque, para mim, o importante é a idéia se materializar para que possamos, juntos, qualificar o ensino de Língua Portuguesa na escola pública.

Trata-se de algo possível desde tenhamos a Paixão pelo ato inquieto e inquietante de lecionar.

quarta-feira, julho 11, 2007

Fundhacre (6)



Como esta placa registra nomes de autoridades, ela não poderia apresentar erros crassos de língua portuguesa.

Falta de higiene gramatical.

Fundhacre (5)




Mas a Fundhacre expõe alguns erros, por exemplo, de língua portuguesa.

Nesta placa das autoridades, as vírgulas foram muito mal usadas. Como se trata de um hospital, a língua merecia ter passado por uma assepsia.

Nossa língua não podia ter sido infectada pela ignorância de quem não sabe usar as vírgulas.

Fundhacre (4)






Por que velhacos da política não realizaram isso no passado? Ora, porque eles eram velhacos.

Precisam se limpar neste banheiro de hospital público.

Fundhacre (3)








À esquerda, Jameleide recebe seu lanche.

"A nutricionista chega, anota nosso pedido, tudo aqui é muito organizado, não se compara ao que foi no passado", ela disse.

A imprensa acreana, por causa de seus vícios, ignora o que seja elaborar matérias para o bem da sociedade.

Quando não adula o poder, ela, (de)forma grosseira, agride.

É bem verdade que a Fundhacre não é o céu, mas também está muito longe de ser o inferno de antes. Trata-se de um ambiente que deixou de ser nocivo ao ser humano.

Fico feliz quando meus olhos apreciam um espaço público mais humano para pessoas simples. Nesse hospital tão público, pelo que vi e ouvi, a Frente Popular precisa governar este Estado por muitos anos.


Fundhacre (2)










O banheiro é muito limpo. Tudo muito bem cuidado.

A Fundhacre mudou muito... e para melhor.