terça-feira, julho 24, 2007

Merleau-Ponty (1908-1961)



Para quem leciona Literatura e deseja abrir a janela a fim de sentir a paisagem das palavras, não pode passar por esta vida sem debruçar os olhos sobre os textos de Merleau-Ponty.

Sobre Romantismo, esse francês revitaliza a palavra sentidos.

Em Fenomenologia da percepção, na página 251, editora Martins Fontes, o autor afirma que "
o sentido dos gestos não é dado, mas compreendido, quer dizer, retomado por um ato do espectador. Toda a dificuldade é conceber bem esse ato e não confundi-lo com uma operação de conhecimento. Obtém-se a comunicação ou a compreensão dos gestos pela reciprocidade entre minhas intenções e os gestos do outro, entre meus gestos e intenções legíveis na conduta do outro. Tudo se passa como se a intenção do outro habitasse meu corpo ou como se minhas intenções habitassem o seu".

Esse é um exemplo simples ofertado por esse pensador: o gesto. Ponty encontra a grandeza do sensível por meio de exemplos rotineiros, outro exemplo, quando as mãos dos amantes se entrelaçam.

Mas, antes das mãos, na página 262, ele... "o sentido do gesto não está contido no gesto enquanto fenômeno físico ou fisiológico. O sentido da palavra não está contido na palavra enquanto som".

E sobre as mãos dos amantes? Deixemos para a próxima atualização.