terça-feira, setembro 30, 2008

Mário Quintana (1)


Poeminho do contra

Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!


Os poetas dizem mais que políticos, porque a palavra, por meio deles, encanta, isto é, eleva-nos. Os políticos empobrecem a palavra.

Mário Quintana entregou-se à poesia sem pedir nada em troca. Morreu simples como simples é a brisa.

No Acre, alguns homens de esquerda dizem lutar por essa abstração chamada povo, mas, em nome da esperança, da justiça social, aumentam seu patrimônio; enriquecem-se com o dinheiro público.

Visite o sítio Políticos do Brasil e veja o patrimônio de políticos acreanos antes de serem deputados e, após algumas reeleições, perceba o quanto o dinheiro público enriquece as pessoas, tudo em nome do povo.

segunda-feira, setembro 29, 2008

De Altino Machado

Nepotismo no Tribunal de Justiça

Desembargadores do Acre descumprem resolução do Conselho Nacional de Justiça e súmula vinculante do Supremo Tribunal FederalO Conselho Nacional de Justiça (CNJ) poderá fracassar pela segunda vez na tentativa de estancar a tradicional prática de nepotismo no Tribunal de Justiça do Acre, onde cargos, empregos e funções costumam ser exercidos por parentes, cônjuges e companheiros de magistrados e de servidores em cargos de direção e assessoramento.

Daniela Flores Praça e Giuliana Evangelista de Araújo Silva, por exemplo: ambas são servidoras concursadas, filhas de desembargadores e exercem cargos de confiança. Daniela está lotada no gabinete do desembargador Feliciano Vasconcelos, mas trabalha mesmo é no gabinete do pai, o desembargador Francisco Praça.

Giuliana Evangelista, colunista social (veja aqui) do diário A Tribuna, é filha da desembargadora Eva Evangelista, corregedora do Tribunal de Justiça. Exerce, desde fevereiro de 2005, o cargo comissionado de secretária, código PJ-DAS-101.4, do Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça.

O conselho serve exclusivamente à presidência, vice-presidência e à corregedoria, para controlar todas as informações relacionadas à vida funcional dos magistrados acreanos, como promoções, salários, férias e indenizações. É quem elabora a folha de pagamento dos magistrados, pois a folha dos servidores é atribuição do setor de recursos humanos.

Portanto, a mãe da colunista social, que é a corregedora do Tribunal de Justiça, exerce o cargo baseada em informações que são controladas e repassadas pela filha. Outro exemplo é o datilógrafo Afonso Evangelista Araújo, irmão da corregedora, que exerce há sete anos cargo comissionado como responsável técnico do Juizado de Trânsito.

Digamos que os três casos podem ser considerados emblemáticos porque expõem uma prática recorrente entre os demais magistrados que mantém parentes ocupando funções ou cargos comissionadas no Tribunal de Justiça do Acre. Ao tomar posse, todos declararam não ter incompatibilidade para o exercício do cargo, conforme as hipóteses previstas na legislação.Leia mais no Blog da Amazônia.

A imagem feminina e simpática de um sindicato

Quando o Sindicato dos Professores Lincenciados do Acre (Sinplac) atracou em Rio Branco, eu pensei que fosse, ao longo do tempo, apresentar uma organização oposta à do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteac). Enganei-me.

Por causa de seu modelo de escolha de dirigentes, o Sinplac, um dia, será domesticado pela partidarização, a mesma do Sinteac. Como a atual gestão não apresenta outro modelo de escolha para dirigentes, PT e PC do B tomarão para si o Sinplac um dia. Questão de tempo.

Mas, enquanto isso não ocorre, o Sinplac se opõe ao Sinteac na pessoa da simpática Francisca Cíntia Costa de Souza Pontes. Agradabilíssima, Cíntia é uma secretária que não coloca no rosto a maquiagem pesada e enfadonha de sindicalista.

Eficiente, educada, muito feminina, ela é a boa imagem do Sinplac. Entretanto, se um dia PT ou PC do B administrar o Sinplac - o que acho uma infelicidade -, Cíntia não poderá permanecer em um ambiente brutalizado pelo ranço sindicalesco.

Serei obrigado a pedir minha desfiliação.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Ao Josafá Batista (2)

Não enrola. A explicação que cabe à "Petrobrás", por exemplo, cabe à "internete", ou seja, as duas palavras são siglas. Pela última vez, leia a explicação de Antônio Houaiss.

c) sílabas iniciais, formando quase-palavras (Benelux = Bélgica, Nederland [Países Baixos] e Luxemburgo); d) partes iniciais, formando quase-palavras (Petrobras = Petróleo Brasileiro S.A.); acrógrafo, acrograma [Não são red. apenas de letras iniciais, mas tb. de sílabas iniciais, que podem combinar-se com letras iniciais.]

Outra questão: suas comparações com os integralistas e com o nazismo. Desde quando o PT instalou um Estado totalitário no Acre? Penso que, para o bem da democracia, criticar o PT é prestar um bom serviço à sociedade, mas alucinações não são críticas, Josafá.

Asfaltar rua não tem importância para mim, porque MINHA RUA é asfaltada. Entretanto, para pessoas que moram em bairros marginalizados pelo poder público há anos, me desculpe, Josafá, mas isso é um avanço. Você, Josafá, não pode negar que índices sociais melhoraram no Acre desde que a Frente Popular chegou ao poder. A imprensa nacional não os contesta.

Outra questão: o prefeito Angelim não é um canalha politiqueiro, um oba-oba. A Frente erra, sabemos, mas erramos mais ainda quando nossas críticas não passam de alucinações. Hoje, a educação pública tem problemas, porém não são iguais ao passado. Criticá-la hoje é apontar novos caminhos, o que alucinações não podem fazer.

Rio Branco é melhor. Os índices sociais são melhores. A única coisa que não é melhor, Josafá, chama-se oposição - e que ela continue assim por muitos e muitos anos com suas alucinações.

quinta-feira, setembro 25, 2008

Ao Josafá Batista

SIGLA, do dicionário Houaiss

Rubrica: paleografia.
letra inicial de uma palavra ou conjunto de letras iniciais de diversas palavras, us. como abreviação em monumentos, moedas, medalhas e manuscritos antigos
1.1 letra inicial ou conjunto de letras iniciais de um nome próprio empregada(s) como monograma
2 Derivação: por extensão de sentido.
redução de um intitulativo complexo a suas: a) letras iniciais, sem formar palavra (ABCD ou A.B.C.D. = Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema, municípios da Grande São Paulo); b) letras iniciais, formando palavra (U.N.E. = União Nacional dos Estudantes, O.N.U. = Organização das Nações Unidas); c) sílabas iniciais, formando quase-palavras (Benelux = Bélgica, Nederland [Países Baixos] e Luxemburgo); d) partes iniciais, formando quase-palavras (Petrobras = Petróleo Brasileiro S.A.); acrógrafo, acrograma [Não são red. apenas de letras iniciais, mas tb. de sílabas iniciais, que podem combinar-se com letras iniciais.]

Recriar Laélia Alcântara

Uma vez, pensei que a justiça social em minha Pátria fosse rápida como a intolerância de muitos. O processo é lento. Quando vejo um prefeito colocar o poder público em bairros que sempre permaneceram à margem, eu respeito muito, por isso, quando rascunho críticas à Frente Popular, faço-as com moderação, faço-as para haver sempre o melhor. Prefiro errar com a esquerda a ter que errar com aqueles.

Foto de Evandro Deze (Antes)

Como leva tempo para melhorar uma cidade, porque a idade de uma cidade não se assemelha ao tempo de nossas vidas. Quero dizer com isso que o tempo na política é mais lento do que o meu tempo.

Jorge Viana (PT) iniciou o calçamento, mas, depois, com Mauri Sérgio (PMDB), com Flaviano Melo (PDMB) e com Isnard Leite (PP), não houve calçamento. A cidade só foi retomá-lo com Raimundo Agelim (PT).

Algo mínimo, calçar, mas nem o mínimo realizaram.

Foto de Evandro Deze (depois)












Minha cidade não é só a minha rua. Rio Branco não pode ser a minha intolerância.

Esta capital precisa de uma política contínua no tempo e no espaço até a Frente Popular dar sinais de que não irá se superar. Quando PT e PC do B derem sinais de que não se superarão, quando um nova esquerda der sinais de que será muito melhor, aí poderei pensar em outras possibilidades.

No momento, não é o caso.

terça-feira, setembro 23, 2008

Para Márcio e Altino

Diagramador do jornal A TRIBUNA, Márcio ri quando lê no jornal "internete". Altino Machado, quando pode, ri de mim quando coloco no jornal "internete".

Pois bem, senhores, conheço os seguintes registros:

1. Internet;
2. internet; e
3. internete.

Como Altino só vê escrito Internet, copia. Mas o fato é que os três registros estão corretos, mas a palavra, como passa por transformações, eu opto por uma explicação mais coerente.

Antes, escrevia-se INTERNET. Mas, em manuais jornalísticos, havendo quatro letras pronunciadas e não soletradas, escreve-se Internet. Só que, por causa de seu uso constante, Internet transformou-se em um substantivo comum, ou seja, internet, deixando de ser uma sigla. Assim, transformada em um veículo de comunicação de massa como os substantivos comuns televisão e rádio, a palavra é escrita assim: internet.

O gramático Celso Pedro Luft observa que na língua portuguesa não existe terminação com "t". Ele dá exemplos: shoot (chute), report (reporte e depois repórter), guichet (guichê), kitchenet (quitinete), filet (filé), cachet (cachê), camelot (camelô), carnet (carnê), bonnet (boné), blackout (blecaute), deficit (défice), cabaret (cabaré), lockout (loucate).

Poderia citar mais. O fato é que no livro de Celso Luft registra-se internete por uma questão, Altino e Márcio, de analogia.







"Nós usamos Rexona"












Para mostrar que o desodorante da Frente Popular protege 24 horas e é antitranspirante, políticos têm levantado os braços nesta campanha para o povo cheirar. Pesquisas revelam que eles não têm sovaqueira.

domingo, setembro 21, 2008

De Anchieta aos evangélicos

de Aldo Nascimento











No dia 16 de março deste ano, chegou aos meus olhos por R$ 33 o teatro do padre José Anchieta, uma bonita edição da Martins Fontes. Trata-se de Auto de São Lourenço, texto dramático representado em 10 de agosto de 1587, na Capela de São Lourenço, hoje Niterói, no Rio de Janeiro. Debrucei minhas retinas sobre o parapeito de palavras durante dois meses para eu perceber a sedução que Anchieta exerceu sobre os povos tupis e tupinambás. Em pleno século 16, a igreja, em um lugar inóspito, teatralizou seu domínio no adro da igreja.

Profundo estudioso da língua nativa, Anchieta chegou mais tarde, em 1595, a elaborar a Arte de grammatica da lingva mais vsada na costa do Brasil a fim de penetrar na cultura local por meio da própria língua indígena. Em Auto de São Lourenço, o teatro anchietano lança duas variantes dialetais mais usadas no Brasil quinhentista, o tupi e o tupinambá. Aprendemos com esse sacerdote católico que o poder mistura-se com seu oposto para corrompê-lo por dentro. Estar dentro significa, nesse caso, tudo o que a palavra pode representar, por exemplo, a alma de um povo, sua vida.

Se Santo Agostinho condenou o teatro ao inferno em Cidade de Deus, a igreja, por ter duas ou mais faces, usará essa arte para colocar do avesso os valores místicos dos nativos. Couto Magalhães, estudioso da cultura tupi, mostra a nós sua teogonia. Anhanga, deus da caça, protege os animais terrestres contra os índios que quisessem abusar de seu pendor pela caça, destruindo-o inutilmente. Anhanga significa sombra, espírito. A figura com que as tradições o representam é de um veado branco, com olhos de fogo. Todo aquele que persegue um animal que amamenta corre o risco de ver o Anhanga, e sua vista traz febre e, às vezes, a loucura. Esse conhecimento sobre Anhanga, nós podemos ler em Geografia dos mitos brasileiros, de Luís Câmara Cascudo.

Pois bem, em que Anchieta transformou o mito indígena em Auto de São Lourenço? A tradução de xe anhanga moro-pé, segundo o poder sacerdotal, é eu sou um diabo esquentador de gente. Anhanga, portanto, o mal, um diabo.

Quando faleceu em 1597, em Rerityba, no atual estado do Espírito Santo, em 9 de junho, seu corpo foi levado por um cortejo de três mil índios, por cem quilômetros, até Vitória, onde foi sepultado no Colégio dos Jesuítas, hoje o Palácio do Governo.

Após a primeira encenação de Auto de São Lourenço, 421 anos depois, entrei em uma igreja no bairro Aeroporto Velho para assistir a um culto. Com um saber que não se compara ao saber do padre José Anchieta, o pastor pregava de forma rude nas mentes dos fiéis que o daime é coisa do diabo. Dois alunos meus ouviam a palavra. Ouvindo-o, eu tive a impressão de que o intelectual José de Anchieta realizou um trabalho perfeito.

sexta-feira, setembro 19, 2008

A Alvorada do Amor















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Um horror, grande e mudo, um silêncio profundo
No dia do Pecado amortalhava o mundo.
E Adão, vendo fechar-se a porta do Éden, vendo
Que Eva olhava o deserto e hesitava tremendo,
Disse:

Chega-te a mim! entra no meu amor,
E à minha carne entrega a tua carne em flor!
Preme contra o meu peito o teu seio agitado,
E aprende a amar o Amor, renovando o pecado!
Abençôo o teu crime, acolho o teu desgosto,
Bebo-te, de uma em uma, as lágrimas do rosto!

Vê tudo nos repele! a tôda a
Sacode o mesmo horror e a mesma indignação...
A cólera de Deus torce as árvores, cresta
Como um tufão de fogo o seio da floresta,
Abre a terra em vulcões, encrespa a água dos rios;
As estrêlas estão cheias de calefrios;
Ruge soturno o mar; turva-se hediondo o céu...

Vamos! que importa Deus? Desata, como um véu,
Sôbre a tua nudez a cabeleira! Vamos!
Arda em chamas o chão; rasguem-te a pele os ramos;
Morda-te o corpo o sol; injuriem-te os ninhos;
Surjam feras a uivar de todos os caminhos;
E, vendo-te a sangrar das urzes através,
Se amaranhem no chão as serpes aos teus pés...
Que importa? o Amor, botão apenas entreaberto,
Ilumina o degrêdo e perfuma o deserto!
Amo-te! sou feliz! porque, do Éden perdido,
Levo tudo, levando o teu corpo querido!

Pode, em redor de ti, tudo se aniquilar:
Tudo renascerá cantando ao teu olhar,
Tudo, mares e céus, árvores e montanhas,
Porque a Vida perpétua arde em tuas entranhas!
Rosas te brotarão da bôca, se cantares!
Rios te correrão dos olhos, se chorares!
E se, em tôrno ao teu corpo encantador e nu,
Tudo morrer, que importa?
A natureza és tu,
Agora que és mulher, agora que pecaste!
Ah! bendito o momento em que me revelaste
O amor com teu pecado, e a vida com o teu crime!
Porque, livre de Deus, redimido e sublime,
Homem fico na terra, luz dos olhos teus,
Terra, melhor que o Céu! homem maior que Deus!


De Olavo Bilac

Boa dica

Evite a dupla interpretação
Por Thaís Nicoleti

"Segundo o gerente operacional, a mulher ofendeu o guarda que a abordou com palavras racistas e tentou dar pontapés na equipe."

Assim, fora do contexto, a frase permite diferentes leituras, diferentes interpretações. Afinal, a mulher ofendeu o guarda com palavras racistas ou foi o guarda que a abordou com palavras racistas? Quem tentou dar pontapés na equipe? O guarda ou a mulher?

O referido gerente operacional deve ter proferido a explicação com uma entonação propícia a assegurar a sua clara compreensão. Na página em branco, porém, as coisas mudam de figura.

Para garantir a exata compreensão da matéria, o redator deve buscar estratégias de organização da frase capazes de evitar a ambigüidade. Muitas vezes, a simples alteração da ordem dos termos resolve o problema. Há casos em que é a pontuação que distingue um sentido de outro. A mudança da voz verbal também pode auxiliar nesse processo.

Enfim, cada caso requer um tipo de solução.

Vejamos algumas possibilidades - tendo em mente que não sabemos qual é exatamente o sentido pretendido pelo redator. Uma construção possível é a seguinte: "Segundo o gerente operacional, a mulher não só ofendeu com palavras racistas o guarda que a abordou como tentou dar pontapés na equipe". Observe que a estrutura correlativa "não só... mas também" assegura que a mulher ofendeu o guarda e tentou dar pontapés na equipe.

Se tivesse sido usada apenas a conjunção aditiva "e", teríamos o seguinte: "Segundo o gerente operacional, a mulher ofendeu com palavras racistas o guarda que a abordou e tentou dar pontapés na equipe". Nessa construção, não fica claro se foi a mulher ou o guarda que tentou dar pontapés na equipe. Daí o emprego, na formulação anterior, da correlação "não só... mas também".

Seguem outras idéias, cada qual expressando uma situação diferente: "Segundo o gerente operacional, a mulher, ofendida pelo guarda que a abordou com palavras racistas, tentou dar pontapés na equipe", "Segundo o gerente operacional, a mulher ofendeu o guarda que a abordara com palavras racistas e que tentara dar pontapés na equipe". O leitor certamente encontrará outras construções possíveis. O importante é impedir a dupla leitura.

quinta-feira, setembro 18, 2008

Programa Dinheiro Direto na Escola

Poderia elaborar uma matéria para publicar neste blog, mas, infelizmente, por falta absoluta de tempo, vejo-me impossibilitado de expor Gestão Escolar-Conselho Escolar-Secretaria de Educação.

Em 2007, a gestora Lúcia, da escola Heloísa Mourão Marques, por não ter apresentado o Plano Político Pedagógico com sua, impediu que a escola recebesse R$ 72.400,00, a segunda maior verba das escolas públicas estaduais, perdendo só para a escola Barão do Rio Branco (R$ 86.360,00). Mais: a gestão deixou retornar mais R$ 9 mil em outro momento.

O Conselho Escolar, não cumprindo a lei que rege sua função e presidido na época pelo professor João, manteve-se em absoluto silêncio, indiferença. Na escola, não havia nem papel para imprimir prova.

O que me incomoda mais ainda é que a Secretaria de Educação parece não exerce poder para evitar tamanha irresponsabilidade, tamanho descaso com a educação, com o dinheiro público. Nada ocorre contra quem (não) administra uma escola pública, deixando-a sem R$ 72.400,00.

É minha culpa? Deve ser, porque eu deveria calar minha boca, tomar conta da minha vida e sorrir para todos. A indiferença nos premia. A simpatia nos recompensa.

Gestores que (não) administram ainda recebem cargos em outras escolas, uma fonte me disse. Tais gestores não desejam nunca mais ser professores outra vez e são gratificados para que fiquem fora da sala de aula.

Quase 20 anos lecionando, digo com toda convicção: qualidade de ensino tem relação estreitíssima com gestão escolar.

Esse conteúdo daria ótima matéria em um jornal, mas "carro bateu no poste e matou galinha e sete pintinhos " e "polícia apreendeu duzentos gramas de maconha com velhinha de 87 anos" são notícias que se repetem, porque valem mais do que a educação de um Estado, de um país.

Novelas e PSDB-PMN-P-SoL


















Saíram os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Não preparei um texto sobre isso, mas, se Bocalom (PSDB), Petecão (PMN) e Josafá Batista (P-SoL) compararem os números, o Acre, depois da Frente Popular, tem índices sociais que estão em ascensão.

Os números não estão em queda.

Outros números, esses sim, estão em queda, graças. Espero que caiam mais ainda. Falo da audiência das novelas da Globo.

Isso é revolucionário.

quarta-feira, setembro 17, 2008

E...

















...José Saramago (clique no nome) criou um lindo blog. Como você sabe, blog deve exalar o aroma de uma boa escrita. Sinta a fragância de sua inteligência.

Confissão


Querido Diário Virtual,

Tenho assistido aos programas do Partido dos Trabalhadores todo dia por meio da TV. Votarei em Raimundo Angelim, mas, infelizmente, a propaganda petista está muito ruim, parece que o PT perdeu a força criativa, a irreverência. É um programa muito burocrático, formal, ou seja, muito chato.

Em termos de propaganda, o PT acreano não se superou.

Gosto das crônicas do Toinho Alves, é a fala do bobo dos tempos modernos, isto é, o bobo fala o que o poder não pode falar. Toinho ironiza, põe do avesso as críticas da oposição, promovendo o riso moderado. Gosto muito.

Fora isso, falta a inteligência criadora, talvez seja a conseqüência de um partido modelado pelo poder. É uma pena. Tenho saudades do Henfil. Um dia, não agora, um dia, caso o PT não se supere, eu poderei me cansar dele. Deixarei votar, gesto que faço desde meus 18 anos. Faz tempo.

terça-feira, setembro 16, 2008

Uma Nova Coluna Social (3)

Ontem, a nata da sociedade rio-branquense compareceu a uma superfesta, a um ambiente badaladíssimo por famílias poderosas. Foi na boate Leitura é Tudooooooo. Amei! O bofe Sérgio Buarque esteve por lá.

URDIDURA DO VIVIDO:Visão do Paraíso e a Obra, de Sérgio Buarque de Holanda nos Anos 1950. De Thiago Lima Nicodemo. Editora Edusp. São 248 páginas e custa R$ 33.

Sérgio Buarque de Holanda não foi apenas um dos mais importantes historiadores brasileiros, mas também eminente escritor e crítico, um estudioso do passado fascinado pelo modernismo. Em Urdidura do Vivido, de Thiago Lima Nicodemo, faz uma contribuição importante para a sua bibliografia, dando enfoque ao percurso intelectual de seu protagonista durante uma década, a de 1950, em que Sérgio decidiu estabelecer-se no mundo acadêmico, e ao seu livro, Visão do Paraíso, que lhe possibilitou isso. Trata-se de um estudo de história, de teoria da história, de historiografia e de sociologia da cultura, entremeando com habilidade os objetivos que norteiam esses campos, diversos mas aparentados, dentro das ciências do homem, e fazendo com que estejam presentes o tempo todo, e ao longo de todo o trabalho. (Fonte: Edusp)
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Meu nome é José Ly Rely Abreu e minha coluna, Books Soceity.

Uma Nova Coluna Social (2)

Gente, pela primeira vez, os pobres aparecem em uma coluna social. Claro que a ralé não freqüenta os lugares badalados que nós freqüentamos. Mas, ainda sim, pobre em minha coluna, eu acho um luxo.

AS CLASSES PERIGOSAS: banditismo urbano e rural
De Alberto Passos Guimarães. Editora UFRJ. São 274 páginas e custa R$ 34. Escrito em 1982 e publicado quando a intelectualidade acadêmica mal despertava para os fenômenos da violência urbana contemporânea, As classes perigosas: banditismo rural e urbano, de Alberto Passos Guimarães, permanece absolutamente relevante decorrido um quarto de século desde que viu a luz: suas teses centrais permanecem sólidas e sua argumentação não perdeu densidade. Obra indispensável para dar conta do fenômeno da violência (urbana e rural), não pode ser ignorada por nenhum pesquisador sério da problemática. (Fonte: UFRJ)

segunda-feira, setembro 15, 2008

Uma Nova Coluna Social (1)

Eu, José Ly Rely Abreu, fui convidada pelo bofe Aldo Nascimento a escrever a coluna social Books Soceity. Relutei muito por causa de outros compromissos, mas resolvi aceitar este desafio de mostrar que ricos, autoridades, famílias chiques e salões de beleza também lêem e têm cultura para o bem-estar social. Arrasei!

Se você gosta de ficar na moda, uma ótima leitura cairá muito bem não em teu corpinho, mas em teu cérebro. Querida, pare de freqüentar aquele salão de beleza e entre logo na livraria mais próxima para você dar um trato em seus neurônios.

SOCIALISMO E DEMOCRATIZAÇÃO, de György Lukács. Tradução de Carlos Nelson Coutinho e José Paulo Netto. Editora UFRJ. São 260 páginas e custa R$ 36. Reunião de cinco textos (como "Meu Caminho para Marx" e "Testamento Político") do pensador húngaro escritos entre 1956 e 1971, ano em que morreu.

Campanha Prolixa


Tenho ficado atento à campanha do Petecão (PMN), candidato a prefeito de Rio Branco pela coligação 100% Popular. Por causa dele, eu entendi agora o porquê da "zona eleitoral".

Nas entrevistas, ele arrasa:

1. "Quando você não persegue camelô, você está gerando emprego."

2. "A violência é coisa séria, é coisa de polícia."

3. "Não podemos tapar o céu com a peneira."

4. "Vamos encarar o problema de frente."

Ele é deputado federal do que jeito que o povo quer, mas um dia a peteca cai.

sábado, setembro 13, 2008

Roberto Mangabeira Unger

Se você aprecia um bom prato, estão à mesa as palavras deste intelectual brasileiro. Sinta com teus olhos o sabor desta inteligência. Bom apetite!


A reconstrução da democracia

Com a proposta de uma esquerda
imaginativa e transformadora

Francisco Bosco
(Foto/José Paulo Lacerda)

"O Brasil precisa deixar de ter medo de idéias" - essa frase, dita recentemente pelo atual ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, emite uma verdade tanto sobre o país quanto sobre o ministro. De um lado, ela evoca nossa propensão crônica para a imobilidade, nossa incapacidade de sairmos do atoleiro da cena pré-política, por assim dizer, das denúncias de corrupção, das mais diversas falcatruas, das tramas fisiológicas do legislativo etc. Mas, de outro lado, e é isso o que importa, essa frase tem uma dimensão auto-referente: Mangabeira Unger é um homem de idéias, um pensador audacioso e original, e, ao mesmo tempo, um homem de vocação pública, voltado para a ação.

É fundamental compreender isso a seu respeito, ou seja, que sua "imaginação institucional" destina-se à transformação do real histórico. Ela não é, como querem alguns (que geralmente ou são ignorantes, não o tendo lido, ou agem de má-fé), a obra escapista e delirante de um doidivanas. Só que seu pensamento não se conforma ao "falso critério do realismo político: a proximidade com o existente"; ele se propõe o desafio de imaginar uma ampla reconstrução da democracia, para além dos impasses e do conservadorismo que segundo ele definem a esquerda, hoje, em âmbito mundial. As diretrizes dessa transformação são apresentadas no livro cuja edição brasileira está sendo lançada nesse momento, O que a esquerda deve propor (originalmente escrito em língua inglesa e intitulado What should the left propose?). São algumas das idéias desse livro, e seu sentido geral, que Mangabeira Unger se dispôs a apresentar a CULT, na entrevista que se segue.

CULT - O senhor afirma que "duas concepções de esquerda deveriam lutar", nesse momento histórico, em âmbito mundial, "pela primazia". Uma delas é a que expressa a orientação da social-democracia, que o senhor considera insuficiente, porque resignada a um "conservadorismo institucional", contentando-se com práticas de redistribuição compensatória. A outra, cujas diretrizes o senhor estabelece em seu livro, não se conforma ao "falso critério do realismo político" - a "proximidade com o existente" - e propõe uma ampla "experimentação institucional". Gostaria que o senhor desenvolvesse essa distinção.
Roberto Mangabeira Unger - Há duas concepções filosóficas da esquerda, hoje. A concepção dominante combina uma valorização do objetivo da igualdade com um conservadorismo institucional. Diz ser fiel ao objetivo da igualdade, mas combina essa fidelidade à igualdade com a aceitação das instituições sociais, econômicas e políticas existentes. Por isso um aparente radicalismo da fé igualitária se enquadra dentro do horizonte restrito do mundo estabelecido. Essa concepção filosófica serve para as duas principais formas aparentes da esquerda que existem no mundo hoje. De um lado há uma esquerda recalcitrante e protetora; ela quer cercear o mercado e a globalização, ainda que não tenha alternativa a eles. E quer cerceá-los para proteger os direitos adquiridos de suas bases históricas, que são sobretudo os operários organizados e sediados nos setores intensivos do capital. A outra esquerda aparente no mundo hoje é uma esquerda rendida e humanizadora, que aceita o mercado e a globalização em sua forma atual e tenta humanizá-los por meio de políticas sociais. A mesma concepção filosófica com sua combinação paradoxal de alegado igualitarismo e conservadorismo institucional serve para essas duas esquerdas.

CULT - E o que o senhor propõe?
RMU - Eu proponho uma outra esquerda, uma terceira esquerda, imaginativa e transformadora. Essa outra esquerda insiste em transformar as formas institucionais estabelecidas da economia de mercado, da sociedade civil livre e da democracia política. Ela tem por guia um método e um objetivo. O método é o experimentalismo institucional, colocado no lugar do conservadorismo institucional. É a idéia de que as formas institucionais estabelecidas nos países ricos - nos países que nós brasileiros estamos acostumados a tomar como referência - representam segmentos de um universo muito mais amplo de possibilidades institucionais. E de acordo com esse método, as sociedades contemporâneas só podem resolver seus problemas caminhando no espaço de novas formas de organizar o mercado, a sociedade civil e a democracia. O objetivo que se combina com esse método é o do engrandecimento das pessoas comuns e o da intensificação da vida cotidiana. A desigualdade extrema é inaceitável, mas a luta contra ela é um objetivo acessório, e não o principal; este é soerguer a humanidade e libertá-la. Esse é o contraponto que está no centro da argumentação desse pequeno livro.

CULT - Mas, antes de pedir ao senhor que discorra sobre as diretrizes de seu experimentalismo institucional, devo lhe perguntar: o governo Lula, pelo menos até o presente momento, não se inscreve precisamente no que o senhor define como orientação social-democrata?
RMU - Há uma trajetória em curso. Eu aceitei o convite para participar do governo Lula convencido de que o governo e a nação buscam avançar na direção que defendo. O Brasil é um país que tradicionalmente cresce dentro dos setores favorecidos e internacionalizados de sua economia; esses setores geram riqueza e uma parte pequena dessa riqueza é usada para financiar programas sociais. Agora o presidente, o governo e a nação querem mais do que isso. Querem construir um modelo de desenvolvimento baseado em ampliação de oportunidades econômicas e educativas e em participação popular. Portanto, ancorar a dinâmica de crescimento econômico na democratização das oportunidades para aprender, trabalhar e produzir. Para isso, porém, o Brasil terá de fazer o que não está acostumado a fazer, que é jogar fora o formulário institucional - o formulário recomendado pelas autoridades políticas, econômicas e acadêmicas dos países ricos do Atlântico norte - e colocar-se na vanguarda da inovação institucional do mundo. Essa tarefa está ligada à superação de um grande paradoxo da nossa vida nacional. O atributo mais marcante do Brasil é sua vitalidade: o Brasil fervilha de vida desmesurada, frustrada e dispersa. Hölderlin, o grande poeta alemão, escreveu que quem pensa com mais profundidade ama o que tem mais vida. E por esse critério somos um país amável, mas o Brasil veste uma camisa-de-força de instituições e práticas, inclusive as práticas de ensinar e aprender, que suprime nossa vitalidade e desinstrumentaliza-a. O que eu quero é que o Brasil tire essa camisa-de-força e redefina o arcabouço de suas instituições e suas premissas; todas as iniciativas em que estou engajado têm a ver com essa aspiração. O presidente está apoiando com grande entusiasmo, e, para falar com toda franqueza, eu não sei até onde poderemos chegar, mas a minha determinação é ficar empurrando os limites, testando-os, ampliando-os - e a argumentação desse pequeno livro apresenta o pano de fundo das idéias que inspiram essa minha ação pública.

CULT - Uma das idéias institucionais do senhor é a "democratização da economia de mercado". O senhor afirma que a controvérsia entre um estado mínimo, um estado regulador e um estado dirigista estabelece falsas alternativas, pois o verdadeiro problema está em como criar novos arranjos entre o Estado e a iniciativa privada.
RMU - Uma diretriz dessa parte das minhas idéias é que a economia de mercado pode e deve ser reconstruída na sua forma institucional. Não basta regular a economia de mercado, não basta contrabalançar as desigualdades geradas na economia de mercado, por meio de políticas de redistribuição retrospectiva. Para tornar a economia de mercado mais includente, para dar mais acesso a mais mercados, para mais pessoas, de mais maneiras, é preciso reorganizar as instituições que definem o que é a economia de mercado. E para reorganizá-las é preciso reimaginá-las. Essa reimaginação, essa reconstrução tem um sentido muito tangível no nosso país. A maior força da nossa economia está numa multidão de pequenos empreendimentos, empreendimentos emergentes, que atuam dos dois lados da fronteira entre a economia formal e a informal. É nesse mundo dos empreendimentos emergentes que está a grande maioria dos empregos e a maior parte do nosso produto nacional. Mas esses empreendimentos vivem à míngua do acesso aos instrumentos da produção: o crédito, a tecnologia, as práticas avançadas etc. Se nós conseguíssemos instrumentalizar essa iniciativa que emerge de baixo, essa iniciativa descentralizada, desobediente e teimosa, nós criaríamos o que o país mais quer, que é um dínamo de crescimento econômico includente. Entre minhas preocupações no governo Lula estão alguns projetos de construção nacional ligados a esse objetivo. Uma política industrial voltada para esse mundo, e não apenas para meia dúzia de grandes empresas; uma política agrícola que comece a superar o contraste entre a grande agricultura empresarial e a pequena agricultura social e familiar; e um novo modelo de relações entre o trabalho e o capital calcado nos interesses da maioria excluída e desorganizada: a metade da população economicamente ativa do país, que trabalha na economia informal, e a parte crescente de trabalhadores na economia formal que se encontra em situações de trabalho temporário, terceirizado e não-assalariado. Essas preocupações, expressas nesses três projetos de construção nacional, estão ligadas a uma das diretrizes de proposta programática nas doutrinas que defendo e que explico nesse livro.

CULT - Que diretriz é essa?
RMU - Há um novo conjunto de práticas vanguardistas e experimentais que começam a revolucionar o mundo. Uma nova maneira de produzir, inovando de tal maneira que as boas empresas cada vez mais se assemelham às boas escolas. O problema é que esse conjunto de práticas experimentalistas ameaça ficar encastelado em vanguardas isoladas do resto da sociedade, e nós queremos disseminá-las, queremos criar esses instrumentos que soergam a pequena iniciativa empreendedora emergente.

CULT - E como fazê-lo?
RMU - Essa obra passa por duas grandes etapas de construção institucional, no Brasil e em todo o mundo. A primeira etapa é ampliar o repertório de formas institucionais de coordenação estratégica entre o Estado e o produtor privado. Não bastam os modelos existentes no mundo, que são de um lado o modelo norte-americano (um Estado que apenas regula as empresas a distância) e de outro lado o modelo do nordeste asiático (um Estado que, por meio de um aparato burocrático, formula uma política industrial e comercial unitária e a impõe de cima para baixo). Nós precisamos de um terceiro modelo: o de uma coordenação estratégica descentralizada, pluralista, participativa e experimental entre o poder público e a iniciativa privada. Essa primeira etapa seria seguida por uma segunda. Dessas relações variadas entre o poder público e a iniciativa privada nasceriam, numa segunda fase, regimes alternativos de propriedade privada e social que passariam a coexistir experimentalmente dentro da mesma economia de mercado. Quer dizer, a economia de mercado, para tornar-se includente, não precisa e não deve assumir uma única forma institucional. Ela pode e precisa assumir formas institucionais múltiplas. Do ponto de vista do pensamento econômico essa construção institucional significa uma radicalização do conceito tradicional de racionalidade econômica. O conceito tradicional de racionalidade econômica é liberdade para combinar fatores de produção; o que se trata aqui é liberdade para combinar os elementos institucionais que organizam as relações de produção e troca.

Poesia


quinta-feira, setembro 11, 2008

Jornal Escolar


















Eu e a gestora da escola Heloísa Mourão Marques, professora Osmarina, fomos a uma empresa jornalística para saber se havia a possibilidade de publicar um jornal escolar, mas o desinteresse em forma de bafo exalou-se de um dos diretores. Os caras só fazem segundo o que lucram.

Mas esse jornal é mantido pelo capital público, por isso eu o chamo de paraestatal com aparência de empresa privada. O governo do Estado, por sua vez, só exerce influência nessas empresas para propagar a imagem da Frente Popular, mas esse grupo político não altera a linha editoral dessas paraestatais para que elas prestem um serviço à educação pública.

O jeito foi viabilizar na própria escola. Osmarina deu a idéia. Não acreditei que pudesse ficar bom. Ficou (foto). Em sala, com alunos do segundo ano, iniciamos a pauta e fechamos a edição de final de setembro.

Responsável pelo ensino médio, conversei com Josenir Calixto, mas a indiferença permanece sólida. Conversei com Itaan Arruda, assesor do governo, mas nada adiantou. E assim caminha a humanidade, no caso, a gestão de uma escola pública que luta, por meio de algumas pessoas, para transformar o ensino público diante de uma Secretaria de Educação muda.

A secretaria gasta muito dinheiro com cursos de letramento infecundos e com resultados para o Enem. Um jornal escolar não interessa a ela.

Osmarina, façamos!

Imagem de progresso



O que é progesso em um Estado?

Caminhões cruzarem rio por meio de pontes para que o consumidor compre DVD, TV, CD?

Progresso é shopping?

O caminhão trouxe a TV mais moderna. Ela está à venda no shopping.

Mas progresso é o que assistimos, é o que lemos.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Parte de um texto de Clóvis de Barro Filho, professor livre-docente da ECA-USP
"Um jornalista escreve para outro jornalista"

O campo de produção de conteúdos midiáticos tem regras próprias que se encontram em seus próprios agentes e nas suas relações com os demais. No meu livro O 'habitus' na comunicação, mostro como a produção jornalística é fruto de um habitus jornalístico, utilizando o jargão de Bourdieu, onde os critérios de fato jornalístico e de pauta não são meras estratégias burguesas de dominação, como diria um marxista, mas sim frutos de uma interiorização da aprendizagem jornalística. Interiorização esta que aprende a ver o mundo segundo uma determinada importância, classificada em certas editorias jornalísticas (primeira página, cidade, esporte, internacional etc.), pensa numa quantidade "x" de caracteres, e avalia a matéria segundo as observações de seus pares. Como nossos pesquisados confessam, "um jornalista escreve para outro jornalista". Assim como em nossas pesquisas sobre o campo publicitário, feitas na Escola Superior de Propaganda e Marketing, escutamos constantemente entre os dominantes a mesma observação: "Minha propaganda se impõe contra meu concorrente... Apesar de existirem as exigências do briefing imposto pelo contratante, nossa equipe está pouco preocupada com a recepção do público final. Só nos interessa o que nossos colegas vão dizer".

O forte apego à pesquisa de campo, exigência central feita pela sociologia de Bourdieu, desmascara não só o discurso interessado dos agentes da comunicação mas também o senso comum acadêmico que avalia a mídia segundo "achismos". Ao constatar que o discurso de um jornalista, ou de um relações públicas, não é em nenhum momento pautado pelos critérios "idealistas" de transparência, objetividade, neutralidade e democratização do conhecimento, constatamos que tais produções são frutos de um jogo de desejos. As matérias são selecionadas e escritas visando atingir interesses os mais diversos, determinados pela posição do agente no campo. Sem altruísmos e sem pensar no "bem comum", apesar de seus discursos identitários.

Jogo da comunicação

Nem mesmo os publicitários, tidos como manipuladores, estão interessados no bem de seus clientes ou dos consumidores. No que se refere aos discursos acadêmicos dominantes sobre a comunicação, a sociologia de Bourdieu, através de uma pesquisa de campo rigorosa, expõe as ingenuidades e os erros que perspectivas marxistas e pós-modernas fazem da produção midiática. Há, sim, interesses envolvidos na fabricação de uma notícia, como ambos denunciam. Mesmo nesta matéria que eu escrevo, denunciando os interesses. Porém, o comunicador não é movido por uma ideologia burguesa para a dominação de massa. A reunião de pauta das grandes mídias não é, em nenhum momento, uma reunião de porcos asquerosos que visam camuflar a exploração capitalista e combater a ameaça comunista até seu total extermínio, posição esta compartilhada por muitos acadêmicos da "velha guarda" e por jovens, cheios de hormônios, que habitam os centros acadêmicos.

A produção da notícia, ou da propaganda, também não é fruto de desejos individuais que querem se expressar em toda sua "força" visando sua satisfação e fluidez, característico das ditas "sociedades pós-modernas" de consumo. Não é o hedonismo naïf o "combustível" que move os comunicadores de diversas áreas, como querem acreditar os pensadores pós-modernos. São desejos complexos de aceitação no campo, disputa e dominação que estão em jogo. São os troféus dos campos e suas posições de destaque e dominância o fim último da produção de notícia. A "preocupação" com o leitor, telespectador, ou consumidor é somente uma desculpa para justificar seus acertos ou fracassos. Respeitar o "bem" da empresa que contrata o comunicador é somente uma mera desculpa para se manter empregado e continuar jogando o jogo da comunicação. Jogo esse com regras bem claras, mas quase nunca expressas.

Por essas duas razões, a sociologia de Pierre Bourdieu encontra dificuldades em se estabelecer no mundo acadêmico e mercadológico. Os métodos de investigação, e seus resultados, desmancham os mecanismos de defesa de ambos os campos. Desmascara os agentes da comunicação e os interesses acadêmicos mais sórdidos. Ao encarar tanto a produção da noticia ou publicidade e sua crítica voraz como produtos de consumo recheados de interesses, essa sociologia cria inúmeros inimigos. Nesse sentido, imita seu próprio criador. Odiado em vida por muitos e admirado por muito poucos.

terça-feira, setembro 09, 2008

A Kelmy e a Carlos Gomes

Muito obrigado pelas mensagens. O texto sobre "meus homossexuais" foi muito sincero, porque a condição humana está muito acima de ser gay, de ser lésbica, de ser travesti, de ser bissexual. Tenho muito medo de certas verdades (religiosas) absolutas.

A vida, a bem vivida, deve estar acima de preconceitos.

Obrigado por suas palavras!!!

Esta RESIDÊNCIA vale R$ 30 mil?

Fotos de Josafá Batista. No sítio Transparência Brasil, o deputado Nogueira Lima (DEM) declarou à Justiça Eleitoral que sua residência na foto vale R$ 30 mil.

Tô com uma grana na poupança, dá para comprar. Finalmente, minha casa própria.

Jamais, meus caros, o silêncio dos cínicos ou a mudez dos indiferentes. Acredito que podemos escrever o que os jornais acreanos não escrevem. Altino Machado - podem falar mal dele - e Josafá Batista, por exemplo, publicam o que a imprensa oculta.

Há um silêncio em torno da Câmara dos Vereadores e da Assembléia Legislativa. Josafá é mais um blogueiro que quebrou esse silêncio. Colocou o rosto do deputado estadual Nogueira Lima (DEM) , vice-candidato a prefeito na chapa dentária de Bocalom (PSDB), para fora da janela legislativa.

Precisamos expor de forma ética e inteligente o que vereadores e deputados são na Câmara e na Assembléia. Eu, por exemplo, publiquei uma matéria muito séria sobre o então sindicalista Márcio Batista quando passou pelo Sinteac. Ele não gostou. Problema.

Não podemos ser amiguinhos da esquerda ou da direita; precisamos ser amigos da justiça, do erário, da democracia, das boas idéias, das posturas coerentes em prol de uma sociedade melhor.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Jornalista enrolado

Entre nós, transita um jornalista enrolado quando escreve. Se acha, mas escreve mal, não domina seu próprio ofício. Mandou esta:

"Jornal O Globo de domingo, trouxe matéria sobre o crescimento do PT no Acre com uma manchete interessante e da qual a turma petista local corre horrores: No Acre, PT tenta consolidar sua hegemonia."

Da qual é bonito, mas qual verbo na frase-oracional pede "da"? Escreve-se por escrever na base da intuição ou do achismo.

domingo, setembro 07, 2008

Gosto desses homossexuais

Com a tempestade que se chama ‘espírito’ soprei sobre o teu mar revolto e expulsei dele todas as nuvens e até estrangulei o estrangulador que se chama ‘pecado’.” Assim falou Zaratustra, de Nietzsche.

De
Aldo Nascimento

Há dois anos, fui ao calçadão da Gameleira para assistir a um ótimo espetáculo. Era a semana da diversidade. Como havia um encontro de evangélicos no estádio Hélio Melo, saí do local de lésbicas, de travestis e de gays para ouvir, segundo alguns homens, a palavra de Deus.

Em um palanque, um dos pastores, em nome do Senhor, afirmou que os filhos de Deus ocupariam o calçadão da Gameleira no dia seguinte para limpar um lugar que tinha sido sujado por homossexuais. Na Alemanha nazista, Hitler não perseguiu somente judeus - homossexuais também.

Deuteronômio

Por que tamanha intolerância? Por que tal desrespeito? “Porque a palavra de Deus, escrita na Bíblia, não aceita a sodomia”, dizem os fiéis. Tudo, portanto, parte do Livro Sagrado para que homossexuais sejam impuros, condenados. Tudo parte da palavra. Sendo assim, se a palavra do Senhor deve ser obedecida à risca, cumpramo-la segundo Deuteronômio: “Se um homem for achado deitado com uma mulher que tem marido, então, ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim, eliminarás o mal de Israel.” (22-22) Obedeçamos ainda: “Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem filhos, então, a mulher do que morreu não se casará com outro estranho, fora da família; seu cunhado a tomará, e a receberá por mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado.” (25-5)

Esses dois exemplos – e poderia citar outros – evidenciam que a palavra nem sempre se aplica no tempo presente, porque a Bíblia não foi escrita por um Deus imóvel, fixo, imutável, mas pela cultura de um povo situado na história. Se algum pai evangélico quer seguir a palavra, seguir a lei, cumpra o que está escrito em Deuteronômio: todos os homens da sua cidade o apedrejarão até que morra, porque teu filho é teimoso e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à da sua mãe. Mate-o, está escrito.

Esses exemplos em Deuteronômio são absurdos no mundo hodierno. Nenhum evangélico submeteria, por exemplo, seu filho ao apedrejamento por ser rebelde, mas pastores usam palavras violentas em seus cultos contra homossexuais porque a palavra de Deus abomina criaturas que contrariam a natureza humana de heterossexuais. O passado secular do povo judaico determina quem é sujo, quem é limpo. Mas esse passado, repito, sendo histórico, pode ser questionado.

Como sabemos, na Bíblia, as relações são patriarcais, e esse patriarcalismo se matém em uma sociedade agrária. Nessa sociedade, por questão de propriedade da terra, as relações de direito são consangüíneas. Ora, como em uma sociedade patriarcal perpetuar a propriedade e as relações familiares depende de relações consangüíneas, o homossexual não representa esses laços por negar a procriação. Sei que estou sendo lacônico, mas estudos indicam que a violência contra homossexuais parte de um passado agrário e patriarcal.

Igrejolas

Neste ano, a semana da diversidade trouxe mais uma vez algo muito importante para os homossexuais e para os simpatizantes, que é o debate. Se evangélicos os satanizam por meio da palavra, é a palavra, situada na história, que deve ser estudada. Os homossexuais precisam estudar a história do povo judaico para que sua cultura seja questionada, e não Deus. Eles precisam conhecer mais a Bíblia do que certos pastores incultos e desequilibrados pela escuridão densa da ignorância. Um suposto saber de igrejola, senhores, combate-se com um saber autêntico de um estudo sério e profundo de viados, de gays, de lésbicas, de travestis, de homossexuais.

Meus homossexuais

Na história, muitos foram os homossexuais sérios que contribuíram para o saber. Sigam os passos deste que teve problema com a família por gostar de outro homem: Michel Foucault. Prefiro ler este a ter que ouvir cultos de certos impostores da fé: Roland Barthes. Abrir um livro e ler outro homossexual: Mário de Andrade. O que são evangélicos tolos diante dos belos versos dos homossexuais What Whitman, Rimbaud, Verlaine e Mário de Sá-Carneiro? E o que falar do canto das lésbicas Ângela Ro Ro, Cássia Eller e Ana Carolina perante ruídos em igrejicas? Que pastorzinho há de negar que em Renato Russo e em Cazuza habita um belo Deus?

Um irlandês

Poderia citar tantos bons outros, porém não poderia deixar de esquecer dele: Oscar Wilde. Às 13h50, em 30 de novembro de 1900, uma sexta-feira, morria de meningite encefálica, após sofrimento de quase dois meses, o escritor irlandês Oscar Wilde, nascido em Dublin, em 1854. O seu fim ocorreu em um quarto precário do humilde Hôtel d’Alsace, situado no número 13 da rua des Beaux Arts, no bairro de Saint-German-desPrés, em Paris. Hospedou-se com nome de Sebastian Melmoth, inútil tentativa de esconder sua identidade, enxovalhada após o escandaloso processo a que fora submetido no tribunal inglês.

Em seu enterro, havia 14 pessoas. O autor de O retrato de Dorian Gray foi condenado por “ato de indecência grave” ou por homossexualismo, punido com a pena de dois anos de prisão. Casado com Constance, ele a abandonou para viver seu amor com Alfred Douglas, de 21 anos; e ele, 37, quando se conheceram em 1891. Mas seu amor, no dia do julgamento, fugiu para não testemunhar. Na cadeia, Oscar Wilde escreveu para Douglas: “Nossa desgraçada e lamentabilíssima amizade acabou para mim na ruína e na vergonha pública.” Mais tarde, o amante de Wilde passou a perseguir homossexuais e judeus.

Depois de Shakespeare, o homossexual Oscar Wilde é o dramaturgo inglês mais representado mundialmente e é considerado um dos maiores escritores do século 19. Esse escritor teve a coragem de enfrentar o tribunal inglês, mas, só em 1967, foi regulamentada a lei que descriminalizou o homossexualismo na Inglaterra.

Além de debates na semana da diversidade, que gays, lésbicas, travestis, simpatizantes, homem e mulheres dancem, cantem, brinquem, divirtam-se porque “eu só poderia crer num Deus que soubesse dançar”, escreveu Nietzsche em Assim falou Zaratustra.

Dancemos!!!

sábado, setembro 06, 2008

Árcade



O amor triunfante,

de Caravaggio


De
Aldo Nascimento

Em 4 de agosto de 1645, Descartes cita em sua carta a Elizabeth um livro de Sêneca, De Vita Beata [Sobre a Vida Feliz]. Mesmo tão distantes no tempo, ano 4 a.C e século 17, algo nessa carta os aproxima: a razão. Para ser contente consigo mesmo, Descartes nos ensina que devemos manter a firme e a constante resolução de executar tudo quanto a razão nos aconselhar, sem que nossas paixões ou nossos apetites nos desviem. No final, ele afirma que Sêneca nos ensinou a regrar nossos desejos.

No mesmo século, em 1690, cria-se na Itália a Arcádia, arte que disciplina o desejo dos amantes segundo as virtudes da razão. Sim, regular, ordenar, racionalizar, mas o que é o desejo a ponto de a razão querer policiá-lo? Antes de seguir a origem da palavra desejo, saibamos que, da união entre o deus Zeus e a mortal Calisto, surgiu Árcade, um semideus a civilizar uma região da Grécia onde habita o deus Pan, representante do desejo. Se procurarmos no dicionário, “arc” significa também “limite”. Árcade, portanto, para civilizar, limita o que Pan representa. Mais uma vez, a razão estrema o desejo.

Retorno à pergunta: o que o desejo é a ponto de a razão querer policiá-lo? Desejo deriva do verbo desidero, e desidero deriva do substantivo sidera. Conjunto de estrelas, ou seja, espaço sideral. Quem olha para a constelação percebe que os astros movem-se segundo a ordem da natureza, segundo a razão. Romper com sidera significa não mais consultar a ordem dos astros a fim de saber sobre o destino. Tamanha cisão ocorre por causa de desidero, por causa do desejo. Ora, a igreja, por exemplo, mantém-se conforme um conjunto a serviço da unidade. Ao se afastar desse conjunto, dessa ordem externa; ao negar a harmonia do todo, o desejo é perda que desequilibra a igreja, a família, o Estado, o Arcadismo.

O amor triunfante, pintado por Caravaggio em 1602 (foto), mostra Eros, representante também do desejo, com uma força que destrói o equilíbrio da razão. Esse artista italiano pertence ao Barroco, escola oposta aos princípios do Arcadismo.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Passou pela faculdade

"No Acre, segundo a diretora do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Estado (Dape), Gerlívia Maia, não houve nem uma informação sobre essa estatística de dados, mas assegura que na região a procura é muito grande pelo produto."

Acima, texto de um jornalista formado. Quatro anos sentado no banco de uma faculdade. Todo dia, erros absurdos, todo dia.

terça-feira, setembro 02, 2008

Eu quero ver televisão













Diagramador do jornal A TRIBUNA, Márcio, em plena Redação, não mediu esforços parabólicos para assistir às olimpíadas. O rapaz gosta de ver homens correndo, pulando, lutando.

Segundo sua esposa, quando ele não está trabalhando, pratica esporte em casa: nada, nada e nada.

Mas o fato é que, mesmo com o tamanho da antena, ele não conseguiu ficar sintonizado com a China.

O MEC & A Pedagogia

Curso de Pedagogia da Ufac sofre intervenção do MEC
De Freud Antunes

O curso de Pedagogia da Universidade Federal do Acre (Ufac) receberá a intervenção do Ministério da Educação (MEC) por ter tirado nota baixa no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD).

Para corrigir o problema, a instituição terá dez dias para responder que ações serão implementadas para melhorar a qualidade do curso. Caso não haja elevação do nível do ensino, a faculdade pode ser fechada.

Na lista do MEC, existem 60 universidades, sendo que apenas duas são públicas: a Ufac e a Universidade Federal do Mato Grosso.

A supervisão que será implantada poderá levar a redução de vagas como foi realizado com os cursos de Direito avaliados pelo Ministério.

Na relação do governo federal, o curso de Pedagogia da Ufac tirou 2 na avaliação que tinha uma escala de 1 a 5. O teste verifica o nível de conhecimento dos alunos que estão iniciando o primeiro período e os que estão no último semestre. A Universidade é a única instituição acreana que deverá receber a intervenção.
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Breve comentário

Quem consegue título de doutor - e consegue com o dinheiro público - tem a obrigação de estar acima de disputas politiqueiras para qualificar uma instituição de ensino. Enquanto brigam por uma poder infecundo, alguns cursos da Ufac estão em queda, e isso independe do governo federal.

Legislar contra a causa própria

"Proudhon dizia que toda propriedade é um roubo. A elite brasileira acha que todo cargo público é uma propriedade." De Millôr Fernandes

Mudança no quórum
De Freud Antunes

Durante a sessão de ontem, o vereador Roberto Sá (PT) apresentou um projeto de resolução (PR) para a mudança do quórum mínimo e para o desconto no salário de cada falta do parlamentar.

Segundo o legislador, a proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deverá dar parecer favorável ou contra.

“Essa resolução muda o regimento interno, reduzindo de seis para três a quantidade de vereadores necessários para a abertura do expediente, além de determinar o desconto em folha de cada falta do parlamentar, o que até agora não ocorre”, finalizou Roberto Sá.
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Breve comentário

Até onde minha ignorância política sabe, a Câmara dos Vereadores de Rio Branco é composta por uma maioria que vota a favor do prefeito Raimundo Angelim (PT). Não entendo o porquê dessa maioria não apresentar projetos que melhorem a imagem da Casa. Faltar e receber o mesmo salário como se não tivesse faltado conspira contra a ética. Roberto Sá está de parabéns por não legislar em causa própria.

Há certos vereadores de esquerda que não disseram até hoje para que vieram.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Ronda Gramatical

Jornalista da TV sacaneia cadáver

Meu amigo, minha amiga, o pau comeu no final de semana. Põe a imagem! A coisa não tá mole, tá dura, muito dura em Rio Branco. Não é brincadeira! Põe a imagem!

No domingo, às 13h13, ao cobrir um assassinato no bairro Belo Jardim, o repórter matou o telespectador de vergonha quando disse que “a pessoa foi a óbito, ou seja, faleceu”. Minutos depois, para esculachar de vez com o morto, o jornalista informou que a pessoa “era surda, muda, cega e tinha deficiência visual”. Foi a gota final de colírio. Não é brincadeira não, meu amigo, minha amiga, tanta violência contra o raciocínio. Põe a imagem!

Com muita pena do cadáver, a Polícia Ortográfica deslocou-se para o Belo Jardim. A primeira ação dos policias foi retirar o corpo do infeliz de perto do repórter. Depois, com muita calma, com muita paciência, a polícia cobriu de porrada o jornalista diante das câmeras, o que foi muito bom, porque aumentou a audiência. Tira a imagem.

Agora é momento de falar de um xampu especial só para presidiário. Barato em qualquer contrabando da esquina, ele vai deixar seu cabelo, querido detento, pelo menos solto, solto.

Até amanhã se Deus quiser, e Ele há de querer.