terça-feira, julho 31, 2012

A Língua Portuguesa e o PT (2)

O governo petista acriano não tem política para que alunos escrevam melhor. Na rede pública de ensino, não há sequer uma proposta pedagógica para o ensino-aprendizagem de produção textual.

Quando eu soube que o governo federal colocou na rede "A Redação no Enem 2012, Guia do Participante", transferi para o meu computador o material.

Nesse guia, apresentam-se seis redações, sendo duas do Rio de Janeiro, duas de São Paulo e duas de Minas Gerais.

Na primeira, há 34 linhas; na segunda, 30; na terceira, 28 linhas; na quarta, 30; na quinta, 36 linhas; e, na última, 29.

Consideradas as melhores do Enem, essas redações apresentam uma harmonia numérica entre os parágrafos, sendo que quatro redações têm cinco parágrafos e duas, quatro.

Tendo como exemplo esse manual e bons livros de redação, o aluno deve distribuir seu pensamento em uma quantidade adequada de linhas e de parágrafos.

Mas nem isso a escola pública ensina, porque, para alguns professores, quantidade de linha não tem importância.

Diante disso, a Secretaria de Educação do Acre cala-se, deixando, neste país tão cristão, a deus-dará as aulas de redação.                

segunda-feira, julho 30, 2012

A Língua Portuguesa e o PT (1)



Acolhido pelo conforto da Biblioteca da Floresta, o ex-professor Marcos Afonso,atual diretor dessa biblioteca, deixou em meu correio eletrônico a sugestão de visitar o seu blogue para eu ver as imagens antigas e atuais de Rio Branco.

Em época de campanha política, Marcos defende seu salário (de não professor) com uma propaganda que compara o passado sem o PT e o presente com o PT.

Para defender o PT, Marcos apresenta fotos, imagens, ou seja, aparências, como se uma vida melhor dependesse de asfalto novo, de prédio novo.

O mais fácil, Marcos, é transformar a imagem de uma capital. A imagem. Difícil é transformar a escola pública. Mais: a maneira como alunos escrevem.

Nesse sentido, o PT é um fracasso, porque não se reduz à imagem.  

 

 

domingo, julho 22, 2012

Quando se fala besteira na Frente

Certa vez, o deputado estadual Moisés Diniz, do PC do B, afirmou que a Expo-Acre é a maior festa popular do Acre.

Agora, Marcus Alexandre, candidato do PT à prefeitura de Rio Branco, solta esta pérola:

"A cavalgada é a expressão da cultura acreana."

Não poderíamos esperar muito de um engenheiro para falar de cultura.

Os caras falam muita merda quando o tema não é ponte, estrada, asfalto, posto médico.

Um deputado ignora os conceitos cultura e popular. Um candidato a prefeito não sabe o que é acrianidade.

Retirado do blogue do Altino Machado

A VOLTA DOS "PAULISTAS"
Candidato do PT à prefeitura de Rio Branco, o engenheiro Marcus Alexandre tascou no Twitter:

- Cavalgada está muito animada, parabéns a toda organização. Essa é a expressão da cultura acriana.

Só um paulista do interior para concluir que cavalgada é a expressão da cultura acreana.

Marcus Alexandre precisa conhecer melhor o Acre porque de cultura acreana não entende nada.

quarta-feira, julho 18, 2012

A cavalgada na revista da Euclides da Cunha


Não sei se estarei no Acre para o lançamento da revista Pontos da Educação, da Faculdade Euclides da Cunha, mas, se eu estiver, já comprei a roupa.

Dentro de alguns  limites, a revista saiu bem na foto. Poderia ter sido melhor, mais ousada,  porém foi o possível.

A Faculdade Euclides da Cunha, do professor-doutor Carlos Alberto, muito bem avaliada pelo MEC, é a única no Acre que, sendo particular, publica artigos acadêmicos.

Pontos da Educação está indexada.

Sua proposta é selecionar bons artigos para que o Acre seja pensado por profissionais da área da educação.

Nestas terras, quem fala de educação pública é político, o que é um erro, porque o político local não sabe o que fala.

Quem sabe expor os problemas da educação pública acriana é quem vive dela, é quem defendeu dissertações de mestrado, é quem defendeu teses de doutorado.

Nela, deixei minha opinião, que publico parte neste blogue.

                 A festa do pasto


           A Expo-Acre é o espetáculo do cavalo, do comércio, do gado, da indústria; é o espetáculo de grandes terras. Para sua abertura, a tradicional Cavalgada exibe nobres cavalheiros com o poder econômico de comprar luxuosas caminhonetes, carretas, cavalos de raça, expondo sobre eles o padrão da moda country, a fartura de bebidas alcoólicas, o modelo feminino de beleza. A Cavalgada, por ser o exibicionismo dos que exercem o poder na cidade, ostenta o narcisismo da riqueza, da griffe de roupas bem acochadinhas, da bota de couro mais cara, do cinto de couro mais viril. Enquanto mortais pensam na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), enquanto as bienais do livro de São Paulo e do Rio de Janeiro representam riqueza cultural a cada dois anos, a pecuária acriana, que gera milhões ao estado, seduz a massa com musiquinhas pseudossertanejas, com seu vestuário norte-americanizado, ou seja, o gado no pasto gera não só riqueza econômica para poucos; mas, sobretudo, o seu efeito mais nefasto para a identidade de uma região: alienação cultural. No lugar do caipira, este homem simples do roçado, a festa do corte aplaude seu mito: o caubói. Nossas crianças, portanto, não precisam de festas de livro, elas sorriem quando seus pais a fotografam ao lado de um belo Nelore na baia de uma Expo-Acre: “Filha, você ficou mais linda ao lado deste boi”.

Alunos modernizam a escola pública


Depois que o celular surgiu, a escola pública modernizou-se, porque passar cola é só uma questão de torpedo.

Os celulares esperam o momento exato para ludibriar o professor. Tudo é questão de paciência. Basta esperar.

É quando um aluno conclui a prova e entrega-a ao professor. Fora da escola, o único torpedo envia as respostas.

A escola pública é terreno fértil de permissões. Proibir tornou-se coisa atrasada.

Os celulares agradecem.
 

segunda-feira, julho 16, 2012

Por que alunos não avaliam seus professores?

Os políticos acrianos desconhecem os reais problemas da escola pública. Evidencia-se isso quando abrem suas bocas.

Superficiais, anacrônicos, não há uma ideia original por parte deles.

No atual modelo de democracia escolar
 , o aluno vota em professor, mas o aluno não avalia seu professor.

O voto do aluno tem evidenciado ao longo do tempo que essa democracia escolar não significa qualificar o ensino, por exemplo, o de Língua Portuguesa.

Por outro lado, os defensores dessa democracia não aceitam que alunos - os melhores, os que têm mérito - avaliem seus professores.

Votar pode. Avaliar não pode.

Votar não qualifica o ensino. Aluno avaliar professor qualifica.

No entanto, não seriam todos os alunos, mas tão somente os melhores, ou seja, os dedicados, os inteligentes, os esforçados, os que reconhecem que ser exigido é buscar qualidade.

Esses alunos podem avaliar, porque eles entendem que professores exigentes - e que se exigem - qualificam o ensino. Aula boa ou aula ruim, só o aluno sabe, mas não avalia.

O aluno sabe qual o professor perde tempo em sala. O aluno sabe qual professor domina o conteúdo. O aluno sabe qual professor sabe passar o conteúdo. O aluno sabe qual professor deixa boas marcas no ensino público.

A burocracia estatal não reconhece o bom professor. O aluno, o bom aluno, o dedicado, aquele que luta para ser melhor, reconhece... mas não avalia o professor. Só vota, mas o voto não qualifica o ensino público.

Político acriano desconhece a educação pública.  

domingo, julho 15, 2012

Ronda Eleitoral

Domingo. Abro os jornais da capital acriana. Em um deles deles, a política:

1. Na baixada do Sol, Fernando Melo recebe apoio popular;

2. FP realiza a maior inauguração de comitê de sua história; e

3. Bocalom defende trabalho dos camelôs no Centro de Rio Branco.

Isso é política? O que me interessa como pagador de impostos saber que Fernando Melo recebe apoio popular?

Isso é política? O que me interessa como cidadão saber que a Frente Popular inaugura o maior comitê de sua história?

Qual a política para os camelôs? Isso interessa. A matéria, além de mal-escrita pela assessoria do candidato, é muito profunda em sua superficialidade.

Se o (e)leitor não quer saber o que ocorre com a política acriana, leia os jornais rio-branquenses.
       

Quando a morte chega depois

Hoje, para a minha surpresa, eu soube que uma amiga virtual do Rio Grande do Sul faleceu em 1º de fevereiro deste ano.

Seu nome, Ivone Bengochea.

Desde 2008, essa charmosa senhora chegava a mim em forma de palavra, e, dessa maneira, uma webamizade fez bem à minha alma.

Formada em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ivone enviou-me um de seus artigos, Arte e Revolução em Marcuse e Drummond, editado no livro "Drummond e a Filosofia", da Universidade de Santa Cruz do Sul.

"
Aldo, que tudo de bom que há em nós permaneça", sua dedicatória me tocou. Hoje, ao deixar uma mensagem em seu Facebook, soube de sua partida.

Na revista Pontos da Educação, da Faculdade Euclides da Cunha,
Ivone escreveu um belo artigo sobre as mulheres.

Tinha prometido a ela ir a Porto Alegre para conhecer as expressões de seu rosto. Irei. Irei para entregar ao seu esposo o que ela deixou pensado em Pontos da Educação, um artigo inédito.

Ivone se foi, mas suas palavras ficaram. A vida não é mais que isto: palavras.

  
        

sábado, julho 14, 2012

Uma escola pública

Ontem, após o término do semestre, realizou-se uma reunião entre direção e corpo docente em uma escola estadual.


Falar sobre a gestão do professor Waldir.

Comecei a dizer que parte do corpo docente o escolheu para desmanchar algo da gestão anterior.

Que algo?

Ora, desmanchar a rigidez da gestão anterior. Desmanchar o controle da gestão anterior. Desmanchar a ordem da gestão anterior. Desmanchar a cobrança da gestão anterior. Desmanchar a organização da gestão anterior.

Mas desmanchar para apresentar algo melhor?

Pois bem, parte desse corpo docente conseguiu, e alunos, funcionários e professores puderam ver o desmanche explícito no primeiro semestre.

O professor Waldir foi um meio para se colocar em prática o que parte do corpo docente  desejava fazer com a escola pública, por exemplo, professor faltar, faltar, faltar, faltar e, no final do mês, ainda receber seu dinheiro de forma integral, sem que uma falta tenha sido descontada.

Para isso, certos professores votaram em Waldir, porque, para eles, esses professores, "a gestão é mais humana". No entanto, deixar professor faltar sem descontar no bolso, não é mais humano, e sim mais injusto.

E quem não falta recebe um adicional no salário?

Eu sou o único responsável por haver a prévia eleitoral para que a escola Heloísa Mourão Marques tenha saído com o seu  candidato único. A prévia é ideia minha.

Iniciei isso na época da (indi)gestão da professora Lúcia, foi uma forma que eu encontrei para manter a unidade eleitoral em torno da professora Osmarina e do professor Waldir. Com isso, evitaram-se brigas, insultos, agressões entre candidatos da mesma  escola.

Waldir é consequência de uma prévia; é a consequência eleitoral sem tumulto, porque a professora Osmarina retirou seu nome após perder na prévia.

Se parte do corpo docente votou para desmanchar algo anterior - e conseguiu -, a unidade após uma prévia deve ser mantida para buscar a escola pública que podemos edificar com justeza, com igualdade para todos, com qualidade, com inteligência, com afetividade.

Com Ordem.

Se alguns desejam faltar, faltar, faltar, porque essa "liberdade" não havia antes; se alguns desejam não ser cobrados como antes; se alguns têm a "liberdade" que não havia antes; se alguns pensam a escola pública como lugar de desordem cínica, de preguiça alegre ou como lugar para reclamar de aluno, resta saber o que a atual gestão fará no segundo semestre de modo justo e, depois, de modo mais humano.
   

domingo, julho 08, 2012

Onde não encontrar político acriano

Quando há ótimas peças de teatro no Acre, eu vou.

Na sexta, assisti a Instantâneos.

Nesses anos, no entanto, nunca vi um político acriano dentro de um teatro.

Eles são assim mesmo, incultos. Político acriano é de uma incultura espessa como uma porta de mogno.

O cinismo petista


Meu coleguinha de Jardim da Infância, o malhado Josafá Batista, enviou-me uma ótima entrevista do programa Roda Viva - tipo de entrevista bem diferente das perguntas desnecessárias e das respostas inúteis dos perguntadores Archibaldo, Allan Rick.

O entrevistado, a inteligência de Chico de Oliveira, sociólogo.

Logo no começo, ele diz a palavra "cinismo" por causa da união em São Paulo entre PT e Paulo Salim Maluf.







Tear. Teor. Teatro

Na peça, o suicida não consegue se livrar de si mesmo 
No palco, o suicida não é a cópia do real

Em Rio Branco, os bons filmes são escassos; e as peças de teatro, raras.



Na sexta, dia 6, meus olhos tocaram no que o realismo rejeita: o sensível. 

Em uma cidade onde cultura é ir à Expo-Acre, a peça Instantâneos ofertou a mim a vida transfigurada por meio de gestos, de cores, de som, de formas.

Na sexta, saí da realidade, fatigada de objetos, de matéria, de utilitarismo, de banalidade, para sentir a presença de outro ambiente, o da representação.

Ver o mundo como ele se apresenta, isto é, vê-lo em sua condição de superfície ou de aparência, é limitar-se à matéria fixa, à ordem domesticada das coisas, dos objetos.

Um suicida na calçada da Avenida Ceará não sensibiliza quem passa a seu lado. Sua face de moribundo, seu passo cambaleante e sua fala solitária não só são indiferentes aos seus "semelhantes" como sua loucura de matar-se enfeia o trânsito da cidade. 

Nesse realismo, o suicida é coisa, objeto, obstáculo, impedimento de qualquer ato de comoção. 

A matéria por si não sensibiliza. No máximo, o suicida irá atrapalhar o trânsito e, dessa forma, virar notícia em página policial.

Poderia dizer Drummond que...

prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Na peça "Instantâneos", instaura-se a desordem porque no palco pulsa o estranho, o confuso, a inadequação. Não vemos, portanto, a cópia da realidade.


"Eu não estou entendendo", diz alguém a si mesmo.

Depois, aos poucos, nenhum pouco objetivo, entende-se, e o suicida no palco nos comove, nos toca. E não menos: afeta-nos.

O teatro, com o seu poder das formas,        re-apresenta o suicida, agora, mistificado, isto é, transfigurado, isto é, livre da matéria fixa, livre da condição de coisa, livre do realismo da Avenida Ceará.

Saio do teatro mais humano.  
  
 

Ronda Gramatical

Repórter escreve...

Código volta para à discussão na segunda; setor ambiental tenta evitar 'radicais'

Neste domingo, a violência contra a língua portuguesa no jornal A Gazeta teve requintes de ignorância.

Não há limites para o leitor desaprender a usar o mesmo idioma dos jornalistas Pedro Bassan, Nelson Rodrigues, Paulo Francis.

Como sabemos, a língua de uma pátria, assim como os seres humanos, também morre, e o túmulo onde podemos encontrar os seus restos encontra-se nos jornais acrianos.

E eu, na condição de coveiro, desenterro esse corpo para sentir o odor fétido da ignorância. Enquanto jornalistas sujam páginas e mais páginas, os lixeiros limpam as ruas.

Escrever "para à discussão", bem mais do que um erro, eu chamo isso de falta de vergonha, prova de que a palavra no jornal é lixo; e o jornal, depósito de um exercício diário de patetice, de palurdice, de inaptidão.

Bastava escrever
 "volta à discussão".
Como escreveu Paulo Leminski,

vazio agudo
ando meio
cheio de tudo 
        

Leitor. Eleitor.



A saúde política do senador Jorge Viana (PT) não passa bem
pelas urnas eletrônicas desde as últimas eleições,
quando, ao colocar o dedo na tomada de sua seção eleitoral,
levou um choque de realidade 
  

Lendo as notícias dominicais, deparo-me com o proprietário dos jornais rio-branquenses, o senador e pensionista Jorge Viana, do PT, o mesmo que deu a maior força ao senador Demóstenes Torres quando este afirmou que não tinha nenhuma relação com Carlos Cachoeira, o mesmo que aceitou a união entre o PT de São Paulo e Paulo Salim Maluf.

Muito presente nos jornais da capital por causa também das eleições municipais deste ano, o senador, mais uma vez, surge em A Gazeta para afirmar, com alguns anos de atraso, o que muitos já sabiam:

1) que o tempo na para;

2) que o Natal é em dezembro;

3) que "a FPA precisa aprender a fazer com o povo e não só para o povo".

Com essa frase de efeito eleitoreiro, Jorge Viana admite com isso que o PT errou ao longo dos anos.

Por exemplo: há muito tempo, o orçamento participativo - um dos produtos da propaganda O Modo Petista de Governar - deixou de existir.

O PT concentrou o poder em nome de uma "democracia" que exclui a participação popular.

Em tempo de eleições, Jorge agora fala do óbvio. Ora, do já sabido, nós já sabíamos.

Senador, Agora é Tarde.

O programa do Danilo Gentili é mais original.